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PorFraternidade Rosacruz de Campinas

A Palavra: qual é a qualidade do que você fala?

A Palavra: qual é a qualidade do que você fala?

Mesmo ante os impropérios, mesmo sofrendo ante a incompreensão humana; faze bom uso da palavra, a qual tem o poder de criar, por originar-se da força criadora. Portanto, pondera sobre o que disseres, porque algo estarás gerando benéfico ou maléfico, corres pendendo ao emprego que fizeres desse dom maravilhoso.

“Não é o que entra pela boca que contamina o homem, mas o que dela sai”, afirmou a Cristo. Que estas palavras do Mestre permaneçam gravadas com letras de fogo em teu coração, para que venhas a compreender que tudo aquilo que de ti emana deve sempre expressar Harmonia e Amor. Expressando a Harmonia, sintonizar-te-ás com as Leis Divinas, cooperando eficazmente com os Irmãos Maiores na grande obra de regeneração humana. O Amor faz florescer o sentimento de fraternidade o qual integra o homem a Deus. “Deus é Luz, e se andamos na Luz, como Ele na Luz está, seremos fraternais uns com os outros”.

Seja a palavra que sai de tua boca, a decisão sabia dos três ministros que regem teu mundo interno: o discernimento, a consciência e a serenidade. Confia-lhes a administração dessa riqueza extraordinária, cujos frutos reverterão a favor do Espírito, o supremo mandatário.

Faze de tua palavra uma semente pujante, germinando no solo árido dos corações entenebrecidos pela ignorância e pelo ódio. E então te regozijarás vendo tantos torturados pela angústia. Que a tua palavra tenha força suficiente!

Para suavizar tanta amargura. Nunca seja ela portadora do veneno da crítica, nem do fel da injúria, pois fatalmente acabarás também sucumbindo, agitado por estas distorções do sentimento.

Se as circunstâncias te obrigam a falar energicamente, em repreensão a alguma falta cometida, faze-o em tom respeitoso, jamais com a intransigência de uma censura, porém, demonstrando com sapiência e bom senso, não a ignomínia do erro, mas a nobreza da virtude. Procura vislumbrar o Bem em todas as coisas e poderás constatar a mudança que se operará em torno de ti.

Não te iludas com o falar garboso, coordenado com gestos pré-estudados. Isso é carência de sinceridade. São os guizos falsos da personalidade procurando centralizar atenções, ofuscando a gloriosa Essência que em ti reside.

Não te esqueças do antigo, mas sempre atual adágio: “Se o falar é prata, o calar e ouro”. Portanto, se tuas palavras são meros invólucros sem conteúdo, não exprimindo o que em ti há de mais elevado, então é melhor que te cales.

Seja tua palavra o apêlo que exorta alguém a procurar a Luz interna, cujo brilho é ofuscado pelo sentido irrealista da vida restrita únicamente ao plano material, onde a ambição desmedida gera o egoísmo, o interesse e a hipocrisia, masmorras sombrias, onde o próprio homem permanece agrilhoado.

Vê na palavra algo de grandioso, de belo, de sublime. Não a limites ao sentido caricato que lhe empresta o homem comum, tornando-a meio de exteriorização de sentimentos mesquinhos. Dá-lhe uma função correspondente à sua origem sacrossanta. Faze com que ela seja um instrumento adequado ao mister de elevar o gênero humano. Seja ela a expressão viva do teu crescimento interno. Usa-a sempre com sabedoria.

(Publicado na revista ‘Serviço Rosacruz’ – 04/1967)

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