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PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Max Heindel e a Grandiosidade da Sua Obra

Max Heindel e a Grandiosidade da Sua Obra

Toda e qualquer atividade sempre apresenta certos aspectos que se constituem em requisitos fundamentais para que seja executada com perfeição. Assim, para comprovar tal afirmativa vamos apresentar um exemplo ilustrativo. Um homicídio é cometido em um ponto qualquer da cidade. É óbvio que os primeiros movimentos em torno do caso partem das autoridades policiais, as quais após efetuarem as diligências costumeiras, descobrem o autor do crime e o detêm. Logo em seguida entram em ação os repórteres, pois um fato dessa natureza, invariavelmente, será publicado nos jornais, no dia subsequente àquele em que ocorreu. É lógico que o público tomará conhecimento da ocorrência conforme a exatidão, clareza, precisão e fidelidade com que for narrada. Indiscutivelmente, esses fatores pesam de maneira decisiva na elaboração de qualquer reportagem, porém, esta só poderia adquirir algo substancioso ou apresentar um conjunto harmônico, caso viesse a se estruturar na resposta às seguintes perguntas: Quem cometeu o crime? Quando? Onde? Como? Por quê? Este “por quê?” assume uma importância capital na análise da questão, pois, como todo efeito é gerado por uma causa, respondendo-se à tal pergunta, inevitavelmente atinge-se o cerne do acontecimento.

No campo espiritual a situação se nos depara em circunstâncias mais ou menos análogas, pois somente o conhecimento das causas, e dos efeitos decorrentes delas, é que pode levar o ser humano à solução de diversos problemas e do grande enigma que se resume nestas três indagações: donde viemos? Quem somos? Para onde vamos?

Atualmente a nau da humanidade singra um mar revolto, encapelado pelas ondas do materialismo e de doutrinas que, embora revestidas de belos princípios morais, ainda não demonstraram a seus seguidores que eles possuem dentro de si uma essência divina. Sim, o ser humano é espírito, mas já se convenceu inteiramente disso?

Felizmente, para contrabalançar esse estado de coisas, existem os movimentos impulsionados por comunidades espiritualistas-filosóficas no mais elevado sentido do termo, as quais procuram despertar, emancipar, esclarecer, mostrando ao ser humano o maravilhoso caminho da evolução, sua ascendência em espiral, os diversos veículos através dos quais o Ego se manifesta, os diversos mundos interpenetrando-se, proporcionando um apreciável estudo de Cosmogênese e Antropogênese, analisando os mais intrincados problemas que a humanidade encontra pela frente.

Sem querer expressar qualquer julgamento que se constitua em demérito aos demais movimentos filosóficos, colocamos a Fraternidade Rosacruz na vanguarda do neo-espiritualismo, porque embora as outras organizações lutem por um ideal semelhante, esse será alcançado com mais segurança por meio dos métodos rosacruzes, que diferem dos outros métodos num ponto básico: emancipam espiritualmente o estudante.

Além disso, a Filosofia Rosacruz concilia as exigências da razão com os ditames do coração, por meio de preceitos lógicos, simultaneamente científicos e devocionais.

Num mundo como o de hoje, onde ciência e religião permanecem divorciadas, muitos podem julgar que o ideal Rosacruz constitua mera utopia.

Aos que hesitam em acreditar na veracidade de tão maravilhosos preceitos, recomendamos que leiam a obra básica da filosofia Rosacruz: O Conceito Rosacruz do Cosmos, de Max Heindel.

Mas, quando principiarem a leitura, dispam-se de todo juízo prematuro, abandonem quaisquer rasgos de unilateralismo e, ao penetrarem na essência de cada tópico, poderão constatar realmente que essa obra se fundamenta no conhecimento. Não foi o resultado de vãs divagações ou simples pretensão de se lançar ao mundo mais um ramo filosófico, entre tantos já existentes. Não foi um livro escrito para ser lido como outro qualquer, porque a profundidade encerrada em suas linhas denota um trabalho meticuloso, consciencioso e repleto de amorosidade. Qualquer ser humano, possuidor de pelo menos uma inteligência mediana, logo verificará que o Conceito Rosacruz do Cosmos não é uma obra dogmática, mas respeita a sagrada liberdade que cada um tem de aceitar ou não uma proposição conforme o que decide a consciência.

O autor teve o especial cuidado de, ao iniciar a obra, tecer considerações alusivas às possíveis interpretações dos conceitos emitidos, pois o entendimento errôneo por parte de alguns ou uma distorção maldosa por parte de outros poderiam suscitar uma ideia de infalibilidade na exposição efetuada sobre diversos temas. Porém, Max Heindel ressaltou sobremaneira tal fato, afirmando que, dizer-se que a referida exposição fosse infalível seria o mesmo que lhe atribuir onisciência, quando até os seres mais elevados às vezes se enganam nos juízos que fazem. O Conceito Rosacruz do Cosmos encerra apenas a compreensão do autor sobre os ensinamentos Rosacruzes, sobre o mistério do mundo, revigoradas por suas investigações pessoais nos mundos internos e sobre os estados antenatal e post-mortem do ser humano, concluindo por afirmar que não considera tal obra como sendo o alfa e o ômega, o último conhecimento oculto. Isso é prova fatal de que o autor não possuía nenhum outro interesse a não ser prestar um serviço digno ao gênero humano.

A leitura pausada de cada tópico tratado no O Conceito Rosacruz do Cosmos, acompanhada de profunda meditação, faz-nos concluir que essa notável obra é verdadeiramente um “alimento sólido”. Aqueles que procuram a luz, encontrá-la-ão no O Conceito Rosacruz do Cosmos, pois a necessidade premente de cada ser humano é de olhos para ver o esplendor que realmente existe.

Muitos podem objetar — apesar de todos os prós encontrados a favor de Max Heindel: quem nos pode proporcionar uma garantia definitiva da fidelidade dos relatos contidos no livro e das intenções íntimas do autor?

A esses responderemos aconselhando que estudem a biografia de Max Heindel. Ele nos deixou, como aval de sua magnífica obra, uma vida repleta de lutas, dificuldades, sofrimentos, estudos, pesquisas incessantes, e um coração transbordante de amor, coroando a modéstia que o caracterizava. Somente um homem assim, dotado de extraordinária envergadura espiritual, poderia suportar e vencer provas tão difíceis, que facilmente aniquilariam o indivíduo comum, pois, a vulgar tentativa de se alcançar uma glória perecível ou uma projeção egoísta, fatalmente ocasionaria a inexorável derrota ante os sérios obstáculos impostos pela própria vida. Daí concluirmos que unicamente um ideal impulsionou Max Heindel a encetar essa gigantesca obra: servir a humanidade.

(Publicado na Revista Serviço Rosacruz de janeiro/1967)

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