O melhor remédio para qualquer enfermidade ou doença é a prevenção, através de uma vida higiênica racional.
O nosso Corpo Denso é um organismo cujo germe foi nos dado por uma grande Hierarquia Criadora, conhecida na terminologia Rosacruz pelo nome de Senhores da Chama, e representa o vestido exterior, na Região Química do Mundo Físico, de um Tríplice Espírito, essencialmente imortal e individualizado, que é o que realmente somos.
Este complicado Corpo Denso é, basicamente, perfeito, ou de outra maneira como podiam os trilhões de células individuais que compõem o corpo, trabalharem juntas em uníssono e de forma tão extraordinária?
Quando, sem dúvida, o modelo original espiritual do corpo é perturbado através dos abusos das forças internas, então podemos ter qualquer coisa, desde um resfriado comum até um carcinoma.
Assim, a enfermidade ou a doneça é sempre causada pelo paciente, através da perversão de forças mentais, emocionais e vitais. “A perfeita harmonia de todos os nossos órgãos e funções constitui a saúde. A enfermidade é somente a aberração desta harmonia. A cura consiste, então, em restabelecer a harmonia perturbada. O remédio geral é o magnetismo”. Com estas palavras claras e concisas Franz Anton Mesmer, o grande médico Rosacruz, expressou um profundo princípio terapêutico. A palavra magnetismo pode ser um tropeço para muitos, porque está estreitamente associada com o hipnotismo, ou seja, a prática maligna de controle da vontade de outras pessoas, que foi desenvolvida por pessoas menos desenvolvidas espiritualmente do que Mesmer. A arte errática de hipnotismo foi denunciada por Mesmer em termos nada ambíguos, e os psicólogos e psiquiatras mais iluminados estão abandonando esta prática deletéria. Sabem, por experiência, que o poder de sugestão pode ser usado, sem roubar completamente de um indivíduo sua mais sagrada prerrogativa: o livre arbítrio. Não é a sugestão que é crime. O crime é a privação da vontade. Os efeitos prejudiciais, tanto para o operador como para a vítima, estão sendo reconhecidos cada vez mais.
O magnetismo, no sentido que Mesmer usou, é um sinônimo da força curativa. Tem três distintos canais de operação, de acordo com o tipo e origem de radiação da aura humana:
1) Etérico ou magnetismo vital
2) De desejos ou magnetismo astral
3) Mental, ou seja, magnetismo mais puramente espiritual
Quando a força curativa se aplica por meio do Corpo Vital (que está correlacionado com o aspecto Amor-Sabedoria da Divindade e o princípio atrativo da Natureza) ocorre uma grande saída de Éter enfermo (que na terminologia Rosacruz é dito miasmas) do corpo do paciente e reposto por Éter saudável (eflúvios) do curador. Isso é efetuado, por exemplo, pela imposição das mãos, perto da parte enferma do paciente, massageando ou não, como o curador deseje. Umedecer as mãos acentua o poder de atrair os miasmas do corpo do paciente.
O curador tem que vigiar o ponto no qual a sua própria energia se esgota em excesso, porque depois deste ponto adquirirá em certo grau a condição negativa do paciente, e sofrerá por ele. Em qualquer circunstância as mãos devem ser lavadas, em seguida, em água corrente com o objetivo de remover o Éter enfermo. Nenhuma pessoa enferma com a vitalidade baixa deve tentar fazer essa forma de cura. As mães são curadoras dessa classe, desde tempos imemoriais, ao massagear, suave e instintivamente, seus filhos chorosos. Qualquer um que se interesse em histórias de casos semelhantes deve ler a monumental obra de Friedrich Eduard Bilz: “The Natural method of healing” (O método de cura natural). Se a verdade fosse mais conhecida em relação a esse tipo de cura, buscaríamos primeiro nos curar dessa maneira. Muitos médicos, consciente ou inconscientemente, usam o magnetismo vital ao tratar seus pacientes.
No magnetismo astral ou de desejos os principais efeitos são sobre o Corpo de Desejos, que é um veículo mais sutil, porém menos organizado que o Corpo Vital e está correlacionado com o Espírito Santo, que é o princípio de atividade da Divindade. Assim como durante o sono o Ego leva seu Corpo de Desejos para “esse mar de forças e harmonia chamado Mundo do Desejo”, com a finalidade de restaurar seu ritmo e seu tom, assim também o curador se esforça por erradicar as venenosas emoções de ódio, inveja, ressentimento, medo, etc., do paciente e substituí-las por emoções edificantes e harmoniosas.
O paciente experimenta uma sensação de tranquilidade e liberdade espiritual junto com um ponto de vista mais edificante sobre a vida. Essa forma de cura só pode ser tentada por pessoas com grande integridade e pureza de almas, porque só elas são capazes de fazer frente às tremendas correntes do Mundo do Desejo inferior, na qual se originam as emoções nocivas aos seres humanos.
Os iluminados fazem o possível para viver vidas puras e nobres, para com isso poder atrair matéria de desejos das três Regiões superiores do Mundo do Desejo: Vida Anímica, Luz Anímica e Poder Anímico e assim, levar saúde e felicidade para suas vidas.
O terceiro tipo de cura tem a ver com a Mente, o veículo mental, correlacionado com o aspecto Pai da Divindade ou “Vontade”. A Mente é o ponto focal entre o Espírito e seus veículos, e depende da perfeição desse foco a habilidade do Ego para funcionar harmoniosamente em seus veículos. Os que curam por este meio necessitam de um alto grau de “Princípio de Amor e Sabedoria”, assim como a “Vontade” para que seus esforços sejam eternamente com o conselho: “Pai, não se faça a minha vontade, mas a Sua“. Isso se usa com êxito somente quando se toma consciência do Princípio do Pai no paciente. Sem dúvida, todo aquele que se esforça por purificar seus pensamentos e os dirige construtivamente, está apressando, não somente a própria redenção, senão a de toda humanidade.
A Fraternidade Rosacruz executa a Cura Rosacruz, centrado no seu Departamento de Cura, por meio dos Auxiliares Invisíveis (Probacionistas e Discípulos) – trabalhando à noite, quando o paciente está dormindo – onde utiliza os métodos acima detalhados utilizando um processo constando de três pilares: primeiro: o Poder Curador de nosso Deus Pai (que está em todo lugar pois, “n’Ele vivemos, nos movemos e temos o nosso ser”); segundo: o curador (selecionado astrologicamente por métodos Rosacruzes de astrodiagnose e astroterapia); terceiro: o paciente (que quer ser curado, cooperativo, participativo e quem tem uma vontade enorme em ajudar aos demais). É nesse paciente que o Poder do Pai age, por meio do curador, de maneira a dissipar todos os males físicos, psíquicos, mentais e emocionais.
(Traduzido da Revista Rays From the Cross e publicado na Revista Serviço Rosacruz – setembro/1984 – Fraternidade Rosacruz –SP)
O Hipnotismo, um cerceamento e violência à sagrada liberdade individual
Nos ensinamentos que promulga, a Fraternidade Rosacruz leva acima de tudo a liberdade humana. Sua mensagem é, sobretudo, de libertação. Como o hipnotismo representa um cerceamento e violência a essa liberdade, a Fraternidade Rosacruz o desaprova terminantemente. Porque o hipnotismo é um cerceamento e violência à sagrada liberdade individual, explicaremos no decorrer desta exposição.
Muitas pessoas, ao tomar seu primeiro contacto com a Fraternidade e receber as instruções preliminares, estranham que vedemos a inscrição a hipnotizadores, médiuns, videntes, quiromantes e astrólogos profissionais. Explicamos: são práticas que agridem a liberdade do espírito interno, que mercantilizam e prostituem forças divinas. Isso dizemos porque a realidade mesma, observada dos planos internos, nos autoriza a proteger a boa fé e ignorância de muita gente a respeito desses assuntos.
Do ponto de vista da ciência materialista, o ser humano é considerado simplesmente como algo físico, um corpo organizado, não um ser espiritual a manipular uma complexa instrumentação mental, emocional, etérica e química. Esses conceitos materialistas são divulgados tanto nos livros e escolas que, ao atingirmos a fase adulta e começarmos a estudar o ocultismo, surpreendemo-nos muitas vezes com a insidiosa influência dessas ideias, gravadas em nós desde a infância. Sabemos da Bíblia, aprendemos catecismo em pequenos, ouvimos muitas vezes as inúmeras e claríssimas asserções de que fomos feitos à imagem e semelhança de Deus, de que a vontade de Deus é que atinjamos a perfeição, de que as coisas que o Cristo fazia nós as faremos também e maiores obras ainda, além de um sem número de afirmações, segundo as quais vemos que somos seres espirituais, herdeiros das promessas divinas. No entanto, passemos os olhos ao nosso redor. Vejam quanta gente agitada, convulsionada, nervosa, lutando desesperadamente numa competição muitas vezes injusta, anticristã, no afã de quê? Ficar rico? “Gozar” a vida? “Assegurar” o futuro? Onde a fé, onde a confiança em Deus, onde a convicção de que, à morte, tudo deixamos aqui, levando apenas a essência do que tenhamos FEITO de bom ou de mau?
É lógico que ninguém poderá fazer as coisas que o Cristo fez e obras maiores ainda, segundo nos afirmam os Evangelhos, se não for pelo renascimento, que permite o aperfeiçoamento gradativo, pois ninguém pode realizar esse gigantesco intento em uma só existência. É lógico que, se há “céus”, se há um plano imaterial, suprassensível, um mundo invisível aos nossos olhos físicos, esse mundo que é a origem de tudo, o mundo das causas, nenhum assunto poderá ser inteiramente considerado e compreendido, se não for abordado em seus aspectos físico e espiritual, devendo haver entre ambos os aspectos inteira coerência, pois no reino de Deus não existe contradição.
Com esse preâmbulo, voltemos ao tema do hipnotismo.
Que é ele?
Consiste em, por meio de passes à cabeça ou por meio de toques em certos pontos vitais, EXPULSAR o éter da cabeça da vítima, introduzindo ali, em substituição, por meio da vontade, o próprio éter (do hipnotizador). Nessa condição, fica o paciente privado de consciência, do crivo da razão, que o torna ser humano, ser racional, capaz de analisar, rejeitando ou aceitando o que lhe é proposto. No transe hipnótico, temos de obedecer ao que nos for ordenado. Depois a “ordem” ficará gravada através de um pequeno resíduo do Corpo Vital do hipnotizador na medula oblonga da vítima, como elos, como cordéis pelos quais o hipnotizador poderá atuar na vítima enquanto viver. O hipnotismo é perigoso, mormente nas mãos de pessoas inescrupulosas. Difundido como está, infelizmente até por certas escolas ditas espiritualistas, pode ser um instrumento de domínio, de exibição de falsos poderes, com propósitos egoístas, dando geralmente causa à idiotia em vida futura. Muitos Egos, privados numa vida de seu livre arbítrio, vinculados e aprisionados num corpo demente, de cérebro deformado, sem possibilidade de expressão natural, mostram as causas de sua enfermidade nos maus aspectos de Netuno, que rege as faculdades espirituais. Embora não seja uma forma grave de magia negra, traz essa consequência num destino maduro. Contudo, por isso não devemos concluir que todos os casos de idiotia congênita se devem a essas práticas em vidas anteriores, porque existem outras causas.
Para se ter uma ideia próxima de como se desloca a parte etérica, tomemos o exemplo de um fenômeno comum, como o do adormecimento de um braço ou de uma perna. Uma posição forçada, dificultando a livre circulação do sangue e do fluido vital, provoca o deslocamento do Éter. Em tais casos, vemos o braço ou a perna etéricos flutuando sobre o braço ou a perna material, respectivamente, até que, pela normalização da circulação do sangue, os pontos vitais de novo se introduzem no membro, dando causa, com sua entrada, àquela sensação de “formigamento”. No caso da hipnose, não se dá o formigamento porque a parte vital retirada da cabeça é substituída imediatamente por éter do hipnotizador, durante o transe.
Muitos objetam, embora, sabendo disso, que em certos casos o hipnotismo se justifica, como, por exemplo, na medicina ou em odontologia, para tirar o dente, sem dor, de pessoas que têm alergia por injeções, que têm males de coração, etc. As correntes médicas especializadas no assunto se dividem, pró e contra sua aplicação. A maioria dos psicanalistas já condenou o seu emprego nas sessões, para descobrir a causa dos traumas. Julgam eles, mui acertadamente, que o paciente deve ter consciência da causa e por si mesmo, com orientação do médico ou sem ela, erradicar o trauma.
Do ponto de vista oculto, é evidentemente errado tratar de curar um hábito, como o da bebida alcoólica, pelo hipnotismo. Encarado do ponto de vista de uma só vida (daí a ciência material e as igrejas cristãs populares muitas vezes concordarem com o hipnotismo) o tratamento pela hipnose pareceria justo e eficiente. Senta-se o paciente numa cadeira, faz-se-o dormir e dão-se-lhe certas sugestões. Desperta-se-o e quando se põe de pé, já está curado de seu mau hábito. De alcoólatra que era, converte-se num cidadão respeitável, que cuida bem de sua esposa e filhos e segundo todas as aparências o benefício obtido é inegável.
Mas se contemplamos as coisas do ponto de vista mais profundo, o do ocultista, que vê os dois planos e contempla esta vida como uma dentre muitas, que toma em consideração o efeito causado nos veículos invisíveis dessa pessoa, então o caso é completamente diferente. Quando se submerge uma pessoa no sono hipnótico, na forma já descrita, além de privá-la da livre escolha, impõe-se-lhe uma ordem, não uma simples sugestão e o paciente não tem outro remédio senão obedecer, mormente quando se repetem os transes, porque fica um resíduo do manipulador, para agir dentro do indivíduo. É como que, para usar uma comparação, uma pequena parte do magnetismo infundido num dínamo elétrico, que nele fica sempre e com o qual pode ser posto em movimento. Assim, o resíduo etérico do hipnotizador, dentro da vítima, cresce em proporção e poder, com a repetição dos transes a que for submetido pela mesma pessoa. Concluímos, pois, que a vítima de um hipnotizador não vence um mau hábito por sua própria vontade e força, senão pela imposição da vontade de outra.
Quando regressa à terra, em próximo renascimento, terá as mesmas debilidades que não venceu e terá de novamente lutar consigo mesmo, até vencer-se.
Alguém poderá contestar que uma sugestão não prejudica, pois, a vida inteira passamos a receber sugestões por meio de livros, de cinema, de pessoas, etc. Mas é um caso muito diferente, porque em tais circunstâncias a pessoa está de posse de sua razão, com direito de aceitar ou rejeitar a sugestão. Se se trata de uma pessoa de forte personalidade, diante de outra, de vontade débil, essa sugestão poderá assumir quase o caráter de uma imposição. Mas essa influência a moverá somente quando atender-lhe à natureza. Uma pessoa comum, numa assembleia onde todos estejam vibrando em uníssono numa mesma ideia, ou num comício onde um líder consiga inflamar a maior parte dos ouvintes com suas ideias, ou numa parada patriótica onde se exaltem os sentimentos de patriotismo, poderá afetar-se momentaneamente, deixar-se levar pela força da egrégora. Mas depois, consigo mesmo, voltará à tônica de seu modo de ser. No hipnotismo é diferente: fica uma influência, uma imposição estranha.
Por oportuno, lembremos o que diz Max Heindel em “O Conceito Rosacruz do Cosmo”, obra básica da Filosofia Rosacruz: “O método Rosacruz difere de todos os outros métodos num ponto especial: procura, desde o princípio libertar o aspirante de todas as limitações internas e externas, ajudando-o a conquistar o pleno domínio de si mesmo, pois só em tais circunstâncias poderá “efetivamente ajudar os demais”. Já soubemos de outras organizações com nome de Rosacruz, (não a de Max Heindel, ligada aos Irmãos Maiores da Ordem), que facilitam meios de exercer poder sobre os semelhantes. Do ponto de vista oculto e do Bem, é repreensível, mas os Irmãos Maiores têm isso a seu cuidado, como guardiães e vigilantes de tudo o que é perigoso na evolução humana. Cumprimos nosso dever, esclarecendo quando necessário, deixando o mais a cuidado desses excelsos Seres, vanguardeiros Guias da Onda humana.
Foram os próprios Irmãos Maiores que, no tempo que julgaram oportuno, anunciaram indiretamente ao mundo a força do pensamento e deixaram entrever o mecanismo do subconsciente, muito antes de Freud. Foram eles que mandaram Mesmer, o qual foi tremendamente ridicularizado pelos postulados que pregava. Só quando os materialistas, trocando o nome da forca descoberta por Mesmer, deram ao mesmerismo o nome de “hipnotismo” é que se tornou “científica”. Em verdade, resta ainda muito a aprender e desaprender aos atuais indivíduos da ciência materialista. Podem eles lutar até o último momento contra o que, zombando, qualificam de “ideias ilusórias” dos ocultistas. É só questão de tempo; terão de aceitar e admitir todas as suas verdades, uma a uma.
“Os pensamentos são coisas”, é uma força atualmente incalculável. À medida que a razão se for desenvolvendo, controlando mais e mais os impulsos do Corpo de Desejos e o altruísmo for assegurando um legítimo emprego a todos os poderes latentes do ser humano, alcançaremos o mérito de utilizar esse poder maravilhoso, mas sempre para o bem e sem imposição a ninguém.
Siegfried, símbolo da alma avançada, na mitologia nórdica, estava armado para a batalha da vida com a espada “nothung” (a coragem do desespero) com a qual combateu e venceu os dois dragões da cobiça e do credo. E tinha outra arma, que nos tempos modernos podemos chamar de poder hipnótico: Tarcap, o capacete da ilusão, que permitia a quem usasse aparecer aos outros na forma que desejasse. E para fazer uso desse poder lhe foi dado também, por Brunhilde, o espírito da verdade, seu cavalo alado, Grane, o discernimento, graças ao qual podemos distinguir o erro da ilusão. Aí está porque nós devemos tornar primeiramente merecedores, por nossa formação moral, de utilizar esses e outros poderes do espírito. Eis, também, porque não podemos aceitar em nosso seio aqueles que propositada e egoisticamente fazem deles uso pervertido.
Para finalizar, damos um meio de empregar legitimamente a força do pensamento, em casos de pessoas que precisam de auxílio extra. Tal auxílio é prestado durante o sono natural, quando o Ego, envolto pela Mente e o Corpo de Desejos sai do corpo físico e geralmente flutua sobre ele ou permanece em sua vizinhança, ligado pelo cordão prateado, enquanto os Corpos Denso e Vital se restauram, no leito. Nessa oportunidade é possível influenciar a pessoa adormecida, inculcando-lhe no cérebro pensamentos e ideias que lhe queremos comunicar. Contudo, não se pode conseguir que ela faça algo ou que acolha qualquer ideia que não esteja de acordo com suas próprias tendências habituais. É impossível ordenar-lhe que faça algo ou obrigá-lo à obediência porque durante o sono natural seu cérebro está interpenetrado por seu próprio Corpo Vital e tem perfeito controle de si mesmo. Não há, aí, desrespeito ao livre arbítrio da pessoa. Já no sono hipnótico, os passes do hipnotizador lançam fora do cérebro o Éter da cabeça, que fica então sobre os ombros da vítima como um colar. Então o cérebro está aberto ao Éter do Corpo Vital do hipnotizador, que toma o lugar do Corpo Vital da vítima. De sorte que no sono hipnótico a vítima não pode escolher nem quanto às ideias, nem quanto aos movimentos de seu corpo, porque é o cérebro que dirige os nervos e músculos voluntários e então, está manipulado por Éter estranho. No sono natural, o Ego é o agente completamente livre. Na realidade, esse método de sugestão durante o sono é sumamente importante para as mães que têm filhos rebeldes e refratários e para as esposas de viciados rebeldes, de vontade fraca. Para tratar dessas pessoas, assenta-se ao lado da pessoa adormecida e (se possível, tomando-lhe uma das mãos) fala-se suave e audivelmente com ela, inculcando-lhe no cérebro as sugestões convenientes. Ao despertar e principalmente com a repetição (há mais facilidade, naturalmente, com as pessoas de sono pesado) verá que muitas dessas ideias lançaram raízes no subconsciente, de uma forma eficaz, porque muitas pessoas detestam conselhos e reprimendas e desse modo se lhes faculta seguir a própria deliberação. Igualmente se pode tratar assim de pessoa enferma, quando carece de otimismo, coragem, fé e outros valores importantes na cura. Sabemos que isso pode ser usado para o mal, mas não mantemos o segredo porque acreditamos que o bem que se pode realizar com esse método sobrepassará em muito o prejuízo que uma ou outra pessoa malvada possa ocasionar. Além do mais, a lei de causa e efeito se incumbe de pôr os irresponsáveis, pela dor, no devido caminho.
(Publicado na revista Serviço Rosacruz de maio/1966)