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PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Uma Retrospectiva Oculta

Que estamos cercados por Mundos invisíveis, povoados de seres invisíveis e que podemos, sob certas circunstâncias, comunicar-nos com aqueles que passaram para além véu é uma crença tão antiga quanto a civilização humana. Houve momentos na história do Mundo em que foram feitas tentativas de suprimir essa crença, mas ela ainda sobrevive fortemente em nossas comunidades atuais. Embora nos tempos modernos a ciência tenha se esforçado, às vezes, para matar essa crença como sendo ridícula, descobertas científicas e recentes tendem a justificar a fé em fenômenos ocultos, em vez de desencorajá-la.

A Bíblia dá uma justificativa considerável para essa crença de que é possível se comunicar com aqueles que estão nos Mundos invisíveis — os chamados mortos. Conta-nos que a Bruxa de Endor[1] invocou o fantasma de Samuel a pedido de Saul. Podemos raciocinar, é claro, que a Bruxa de Endor fosse uma impostora, mas a Bíblia não diz isso. É possível que essa passagem dramática da Bíblia tenha feito mais do que qualquer outra coisa para preservar a crença popular na comunicação com os espíritos que partiram e essa crença é mantida entre algumas das pessoas mais esclarecidas do mundo. É verdade que a Bíblia condena Saul por tentar invocar o fantasma de Samuel e esse desastre veio de seu experimento ousado. Também pode ser que isso tenha sido um fator para dar má reputação às tentativas de comunicação com os mortos e com todas as relações geralmente conhecidas sob o nome de magia; no entanto, é um fato histórico que os primeiros cientistas eram todos magos e lidavam com espíritos desencarnados e seres que já tinham partido. Os sacerdotes babilônicos e egípcios eram os mais ilustres desses praticantes de magia e, no entanto, sem dúvida fizeram um progresso considerável no que hoje é chamado de ciência natural. Esses primeiros sacerdotes orientais eram sobretudo astrólogos e sempre misturavam o lado oculto com seus estudos de astronomia, como bem demonstrou Richard Proctor[2] em seu livro sobre o Observatório da Grande Pirâmide[3].

Os árabes foram os pioneiros da matemática, a mais exata de todas as ciências, e ainda assim eram astrólogos e crentes profundos na magia. Eles adoravam os Anjos das estrelas, os Espíritos Planetários, que nunca perderam seu lugar na Religião e estão incorporados nos rituais católicos de hoje.

Ao longo da Idade Média, a crença na magia e nos espíritos invisíveis, que estão ao nosso redor, persistiu e não era fomentada apenas entre as classes mais baixas; na verdade, era mais forte entre as pessoas mais civilizadas, embora em lugares frequentados pelo mal e pela degradação. Tanto a Igreja quanto o Estado tentaram eliminá-la, mas sem sucesso; talvez porque muitos dos que tinham autoridade fossem os mais fortes crentes na magia e praticantes da ciência.

O irmão do rei Luís XIV da França, oficialmente conhecido como “o rei mais Cristão”, e muitos membros da corte foram descobertos realizando orgias secretas, sessões espíritas com os espíritos dos mortos e “adorando Satanás”. Segundo a história, os parentes do rei e alguns dos personagens mais importantes da aristocracia da França foram salvos por sua posição, mas os de posição inferior foram torturados e executados por seus pecados. Mágicos famosos como Johannes Trismegisto[4] dominavam comunidades inteiras; até os Rosacruzes foram acusados de praticar ritos misteriosos em segredo e incluíam os membros mais ricos e importantes da sociedade; mas eles, é claro, não estavam preocupados com o fenômeno de conjurar os espíritos dos mortos. Eles tinham outros trabalhos mais importantes a fazer e qualquer magia que praticassem naquela época, ou hoje, seria pura e branca, sem o menor toque da magia impura e negra, o que caracterizava quase todo o resto daqueles que praticavam as sessões secretas.

A ciência moderna, que se diz ter começado com Francis Bacon[5], fez desde o início as mais sérias incursões nas reivindicações dos magos, astrólogos e todos os negociantes do ocultismo; embora o próprio Bacon, sendo adepto do Rosacrucianismo, não estivesse relacionado com essas perseguições de forma alguma. É verdade que os fenômenos dos magos não suportariam a investigação por métodos de laboratório na fria luz do dia e há muitas razões pelas quais esses fenômenos só podem ser produzidos no escuro, mas isso não justifica a alegação de que eles sejam fraudulentos.

Não podemos usar uma câmera para fotografar em um lugar escuro, porque as vibrações no Éter são muito lentas; nem podemos materializar um espírito à luz do Sol, porque as vibrações etéricas são muito rápidas e despedaçariam a estrutura tênue da qual o corpo espiritual é formado. Esse é um fato que nem mesmo a ciência compreende nos dias atuais. Por causa dessas perseguições tolas e falsos apelos à razão e ao intelecto, as classes econômicas-sociais mais elevadas começaram a ficar mais céticas em relação à magia e comunicação com os espíritos que partiram; apenas as chamadas classes “ignorantes” e pessoas de disposição extraordinariamente sensível se apegaram a elas. Deve-se dizer que esses últimos sempre foram numerosos, mesmo nas classes mais altas da sociedade. A rainha Maria Antonieta[6], no final do século XVIII, acreditava e praticava o espiritismo e em nossos dias o Czar da Rússia tem sido muito criticado pela amizade que demonstrava com Rasputin, o monge que, segundo todos os relatos, era um ocultista de primeiro nível, seja da escola negra ou da branca.

Em meados do século XIX, a ciência moderna aparentemente havia esmagado a magia antiga e tudo o que a acompanhava; a própria palavra “ocultista” ou “mágico”, que uma vez causou terror na Mente das pessoas, foi então dada a prestidigitadores e faquires viajantes, gente que retirava coelhos e tigelas de peixinhos dourados da cartola. A ciência havia quase totalmente reprimido a prática de fenômenos ligados ao ocultismo, mas então veio a onda irresistível do espiritismo. De várias partes do mundo, principalmente da América, chegaram relatos de materialização de espíritos em que os falecidos eram vistos e ouvidos em grupos reunidos com o objetivo de evocá-los por meio de um médium.

A ciência travou uma luta dura e amarga, mas a crença não pôde ser derrubada; na verdade, cresceu e se desenvolveu à medida que a ciência gritava “é fraude!”; finalmente, invadiu até as fileiras dos cientistas, transformando alguns dos principais entre eles de escarnecedores a defensores ardentes, pois eles viram que esses fenômenos estavam de acordo com as modernas descobertas científicas e quanto mais a ciência avançou em suas investigações dos segredos da natureza, mais se descobriu que esses fenômenos psíquicos estão de acordo com a operação das leis naturais descobertas.

De fato, as maravilhas das descobertas científicas quase rivalizam com as mais loucas e fantásticas afirmações dos antigos magos: forças invisíveis reproduzem a voz humana e mensagens voam pelo ar ao redor do mundo sem sequer um fio para guiá-las. A levitação foi realizada por meios mecânicos e muitas outras maravilhas modernas, em parte devido à descoberta da eletricidade, a mais maravilhosa de todos os nossos servidores modernos, estão forçando a crença nos Mundos invisíveis e nos espíritos que vivem neles. Aqui está uma força que é invisível, intangível, imponderável, mas capaz de exercer os mais tremendos poderes, capaz de tirar a vida e destruir qualquer obra da mão humana em um segundo. Aqui está um poder que realiza praticamente tudo o que foi reivindicado pelos antigos magos, ao realizar o que chamamos de “milagres”. É bem sabido que os sacerdotes dos templos egípcios, e outros, criaram os efeitos mais inspiradores ao produzir uma voz humana falando do vazio. Hoje, o mesmo fenômeno pode ser visto nas chamadas “sessões de trombeta”[7], em que espíritos desencarnados falam por meio de uma espécie de trombeta; mas, temos em nossas casas instrumentos semelhantes como o telefone e o fonógrafo, que são operados pela voz humana. Então, no que diz respeito à telegrafia sem fio, devido em grande parte às pesquisas de Sir Oliver Lodge[8], que desde então se tornou o mais forte crente em fenômenos psíquicos, por esse uso da eletricidade, as vibrações são feitas para fluir completamente ao redor do mundo, transportando mensagens, sem impedimentos, por montanhas, desertos e todas as obstruções naturais. Isso é semelhante às mensagens e comunicações telepáticas, que são frequentemente registradas como feitos dos antigos magos, feitos que são duplicados todos os dias em milhares e milhares de situações, às vezes conscientemente ou, com mais frequência, de forma inconsciente.

Talvez pensemos em uma certa melodia e alguém na sala comece a cantarolá-la. Às vezes, ao visitar um amigo, somos recebidos com um “Ah, eu estava querendo ver você”, o que mostra, se pensarmos bem, que respondemos a uma mensagem de telepatia. De mil e uma outras maneiras estamos nos tornando pensadores cada vez mais poderosos e mais sensíveis aos pensamentos dos outros. Foi essa faculdade conscientemente cultivada entre os magos do passado que os capacitou a realizar muitos dos seus célebres fenômenos; chegará o tempo, em um futuro não distante, em que seremos capazes de ler os pensamentos uns dos outros e transmiti-los de cérebro em cérebro sem a intervenção da fala, da escrita ou de qualquer um dos métodos de comunicação atualmente conhecidos.

Entre outras maravilhas científicas e relacionadas com a magia antiga, podemos citar também os raios-X, descobertos por Sir William Crookes[9], que nos permitem ver através de um objeto sólido. Isso está de acordo com os poderes descritos como Clarividência ou visão espiritual, possuídos por todos os ocultistas antigos e por um número cada vez maior de pessoas que vivem agora no mundo. Os raios-X também existem por causa dessa grande eletricidade mágica, mas são apenas um pobre substituto para os poderes da visão espiritual, que permitem ao seu possuidor ver igualmente bem o que acontece do outro lado do globo ou na sala em que está sentado. É digno de nota que Sir William Crookes, assim como Oliver Lodge, seja um crente em fenômenos ocultos e foi levado a isso por suas descobertas científicas, que mostraram que deve haver Mundos invisíveis; seus experimentos o convenceram da possibilidade de comunicação com aqueles que partiram desta vida e agora estão vivendo nesses Mundos invisíveis.

É impossível catalogar em um artigo de revista todas as descobertas científicas e a respectiva conexão com, ou influência sobre, o assunto da comunicação com o Mundos invisíveis e os espíritos invisíveis no ar. Mas, em vista de todos os fatos científicos, não podemos escapar da conclusão de que o espírito humano continuará a existir à parte do seu Corpo Denso; essas descobertas científicas apontam para um tempo não muito distante em que todos veremos sem os olhos físicos, ouviremos sem os ouvidos físicos e falaremos sem  a língua física.

Em vista do que foi realizado, não se trata de mera especulação ociosa, mesmo do ponto de vista científico, e há um valor legítimo na entrega a tais sonhos, como os “homens de ciência” os chamariam, pois nada jamais foi alcançado como fato físico sem que antes não tivesse sido objeto de sonho. Se Alexander Graham Bell, o inventor do telefone, não tivesse sonhado com a possibilidade de comunicação por tais meios, não teríamos hoje esse valioso instrumento. Se Morse não tivesse sonhado com a travessia do espaço por um fio para transmitir mensagens ao longo desse minúsculo condutor por meio de eletricidade, não teríamos agora o telégrafo. Se Edison não tivesse sonhado com a luz elétrica, isso hoje não estaria incluído entre as conveniências que empregamos… Esses sonhos ajudam o trabalhador individual a alcançar seu objetivo e estimulam o interesse e o entusiasmo nos outros. Por isso, é útil quando os cientistas de Mente mais aberta olham para o futuro para ver qual poderá ser a linha do progresso e é ridículo ouvi-los dizer que o espírito humano seja uma forma de eletricidade, mas isso pode ajudá-los a enxergar a direção certa. Alexander Graham Bell, por exemplo, imagina que chegará o dia em que as pessoas andarão com bobinas de arame sobre suas cabeças, comunicando pensamentos uns aos outros por indução. Ele não sabe que o ser humano tem a energia dinâmica e interna para transmitir essas vibrações sem outro instrumento além do cérebro; mas é interessante estudar a ideia científica. Resumidamente, a hipótese científica de que as Mentes possam se intercomunicar diretamente se baseia na teoria de que o pensamento ou a força vital seja uma forma de distúrbio elétrico que pode ser captado por indução e transmitido à distância por meio de um fio ou simplesmente através do onipresente Éter, como no caso da telegrafia sem fio.

Há muitas analogias que sugerem que o pensamento seja da natureza de uma perturbação elétrica; isso é para a Mente científica. Um nervo, que é da mesma substância que o cérebro, é um excelente condutor de corrente elétrica. Quando os cientistas passaram pela primeira vez uma corrente elétrica pelos nervos de um homem morto, ficaram chocados e surpresos ao vê-lo sentar-se e mover; os nervos eletrificados produziram a contração dos músculos como faziam em vida.

Os nervos pareciam agir sobre os músculos da mesma forma que a corrente elétrica age sobre um eletroímã. A corrente magnetiza uma barra de ferro colocada em ângulo reto a ela e os nervos produzem (eletricidade) através da corrente intangível de força vital que flui através deles, contraindo as fibras musculares que estão dispostas em ângulo reto a elas.

Seria possível citar muitas razões pelas quais o pensamento e a força vital possam ser considerados, do ponto de vista científico, essencialmente iguais à eletricidade. A corrente elétrica é considerada um movimento de onda no Éter, a substância hipotética que alguns da ciência admitem que preenche todo o espaço e permeia todas as substâncias. Esses cientistas acreditam que deve haver Éter porque sem ele a corrente elétrica não poderia passar pelo vácuo nem a luz do Sol pelo espaço; portanto, é razoável acreditar que apenas um movimento ondulatório de caráter semelhante possa produzir os fenômenos do pensamento e da força vital; eles supõem que as células cerebrais ajam como uma bateria e que a corrente produzida por elas flua ao longo da linha dos nervos. Nessa ideia eles estão muito próximos dos fatos reais, pois é sabido e ensinado pelos ocultistas, que podem ver esses fenômenos por meio da visão espiritual, que a força solar entra no corpo humano através do baço e seja dirigida do Plexo Celíaco, através dos nervos, para todas as diferentes partes do corpo, nas quais aparece como um fluido cor-de-rosa; é esse fluido que produz os fenômenos vitais. Isso é muito parecido com a eletricidade, mas não é de forma alguma o Ego, assim como o operador em uma estação de telégrafo não é idêntico à corrente que flui através do fio elétrico. Do mesmo jeito que o operador do telégrafo direciona a corrente para o fio ou através do Éter e envia a mensagem para o vasto mundo, também o Ego no corpo pode utilizar esse fluido vital para vestir a mensagem-pensamento e enviá-la em qualquer direção que ele queira, depois de passar pelo treinamento adequado de como usar esse fluido, como o operador de telégrafo é submetido a um curso de treinamento funcional para aprender a usar as teclas que controlam a força elétrica que acelera ao longo dos fios ou através do Éter.

No livro Conceito Rosacruz do Cosmos é dada uma tabela de vibrações que foi compilada por cientistas; um estudo dessa tabela revela o fato de que existem muitas lacunas ou taxas de vibração cujos efeitos são desconhecidos. É um fato notável que quase todos os passos recentes da ciência estejam relacionados com descobertas de vibrações até então desconhecidas. Suponha que possamos fazer uma barra de ferro vibrar em qualquer frequência desejada, em um quarto escuro; a princípio, ao vibrar lentamente, seu movimento será indicado apenas por um sentido, o do tato. Assim que as vibrações aumentarem, um som baixo emanará dela, o que apelará a dois sentidos, tato e audição. A cerca de 32.000 vibrações por segundo o som será alto e estridente, mas a 40.000 vibrações por segundo será silencioso e seus movimentos não serão percebidos pelo toque; na verdade, somos incapazes de senti-la. Desse ponto até 1.500.000 de vibrações por segundo, não temos sentido que possa apreciar qualquer efeito das vibrações intervenientes. Atingido esse estágio, seu movimento é indicado primeiro pela sensação de temperatura; depois, quando a haste fica incandescente, pelo sentido da visão; a 3.000.000 de vibrações por segundo emite uma luz violeta; acima disso passa pelos raios ultravioletas e outras radiações invisíveis, algumas das quais podem ser percebidas por instrumentos empregados por nós.

No entanto, quando a ciência aprender a perceber o efeito dessas vibrações nas grandes lacunas em que os sentidos humanos são incapazes de ouvir, ver ou sentir o movimento, então ela estará em contato com aqueles poderes que são exercidos na Clarividência e na Clariaudiência, visão espiritual e audição espiritual, respectivamente. Então, não será uma questão de fé se existem Mundos invisíveis ou se eles são habitados por pessoas que anteriormente viveram entre nós no Mundo Físico, mas todos saberão e verão por si mesmos.

A ciência tem feito um trabalho maravilhoso em seus esforços para lidar com os problemas que a confrontam, mas sempre foi limitada, porque depende de instrumentos. Uma bobina de fio pode ser, e é, usada com esplêndido efeito na transmissão de uma onda sem fio para os cantos mais distantes da Terra; contudo, bobinas de fio são desnecessárias ao redor da cabeça humana para transmitir pensamentos e o que os cientistas precisam reconhecer é a limitação de seus instrumentos para começar a cultivar os poderes dentro de si, pois todo ser humano tem esses poderes espirituais e latentes dentro de si mesmo e nossa evolução futura depende do desenvolvimento deles. O telefone é apenas uma muleta para nos permitir ouvir melhor com nossos ouvidos. O telescópio é outra muleta para nos permitir ver melhor com nossos olhos. O microscópio é outra que nos ajuda a perceber o infinitamente pequeno, assim como o telescópio revela o infinitamente grande; mas, além desses órgãos dos sentidos temos órgãos mais sutis e forças mais sensíveis que algum dia entrarão em uso. Se Alexander Graham Bell tivesse vivido na Idade das Trevas e produzido seu telefone, as chances maiores seria de que ele teria sido queimado como um mago maligno. Se Edison tivesse vivido e produzido sua luz elétrica e fonógrafo naquela época, ele provavelmente teria compartilhado o mesmo destino. Hoje, mesmo aqueles que possuem os sentidos mais apurados são vistos como fraudulentos e excêntricos; apenas o fato de que o sentimento geral é contrário à violência os protege de serem confinados em prisões ou manicômios. No entanto, as lágrimas que fluem de milhões de olhos e o anseio que quase quebra milhões de corações por um vislumbre ou mensagem daqueles que morreram aqui e estão vivendo nos Mundos celestes estão gradualmente desgastando a escama dos olhos e sintonizando um grande número às vibrações da visão e audição espirituais. E os pensamentos dos “mortos”, seu desejo de se comunicar com os amigos que deixaram para trás, são uma força dinâmica e igualmente intensa. Dois grandes exércitos estão, assim, abrindo túneis na parede da grande divisão e logo a fé e a esperança darão lugar ao conhecimento direto, em primeira mão, de que os mortos vivem, pois então veremos e nos comunicaremos com eles à vontade, tão facilmente quanto fazemos agora com os que chamamos de vivos.

(Publicado na Revista Rays from the Rose Cross de agosto/1918 e traduzido pelos irmãos e irmãs da Fraternidade Rosacruz em Campinas-SP-Brasil)


[1] N.T.: A Bruxa de Endor é um personagem bíblico do Antigo Testamento, de aparição principal no Primeiro Livro de Samuel. Trata-se de uma necromante em Endor que aconselha ao rei Saul antes de este batalhar contra os filisteus (ISm 28:7-25).

[2] N.T.: Richard Anthony Proctor (1837-1888) foi um astrônomo inglês.

[3] N.T.: Richard A. Proctor – The Great Pyramid. Observatory, Tomb, and Temple – 1888

[4] N.T.: um autor do século XIX que escrevia sob o pseudônimo Johannes Trismegistos ou Johannès Trismégiste e que praticava a Cafédomancia e o tarô.

[5] N.T.: Francis Bacon, 1°. Visconde de Alban, também referido como Bacon de Verulâmio (1561-1626) foi um político, filósofo, cientista, ensaísta inglês, barão de Verulam (ou Verulamo ou ainda Verulâmio) e visconde de Saint Alban. É considerado como um dos fundadores da Revolução Científica.

[6] N.T.: Maria Antônia Josefa Joana de Habsburgo-Lorena (em alemão: Maria Antonia Josepha Johanna von Habsburg-Lothringen; francês: Marie Antoinette Josèphe Jeanne de Habsbourg-Lorraine; 1755-1793) foi uma arquiduquesa da Áustria e rainha consorte da França e Navarra.

[7] N.T.: Para os que acreditavam nesse método, o ato de mediunidade de trombeta é melhor definido como “mediunidade de voz direta”. Embora não seja comumente usados hoje, os primeiros espiritualistas estariam muito familiarizados com esses objetos misteriosos. O Spirit Trumpet é um cone cilíndrico com um bocal estreito que geralmente se expande em três partes em um megafone semelhante aos tradicionais “trompetes falantes” empregados por líderes de torcida em eventos esportivos. Os espíritas fabricaram as primeiras trombetas espirituais de papelão ou metal, mas depois incorporaram designs mais elegantes e caros usando alumínio ou estanho. Varejistas especializados como Everett Atwood Eckel, de Indiana, lucraram com sua crescente popularidade vendendo os dispositivos estranhos por US$ 2 ou US$ 3 por meio de anúncios publicados em “Psychic Power” e outros periódicos espiritualistas. A “trombeta do espírito” foi originalmente criada por espíritas que afirmavam poder ampliar os sussurros dos espíritos presentes em um círculo. É por isso que alguns espiritualistas descrevem as trombetas espirituais como os “aparelhos auditivos” originais ou “trombetas de ouvido” para as vozes do além.

[8] N.T.: Sir Oliver Joseph Lodge (1851-1940) foi um físico e escritor britânico envolvido no desenvolvimento e detentor de patentes importantes para o rádio. Ele identificou a radiação eletromagnética independente da prova de Hertz e em suas palestras da Royal Institution de 1894 (“O trabalho de Hertz e alguns de seus sucessores”), Lodge demonstrou um detector de ondas de rádio inicial que ele chamou de “coerente”. Em 1898 ele foi premiado com a patente “sintônica” (ou tuning) pelo Escritório de Patentes dos Estados Unidos. Lodge foi diretor da Universidade de Birmingham de 1900 a 1920. Marcado pela morte de seu filho caçula na I Guerra Mundial, Sir Oliver Lodge discorre sobre a sobrevivência da alma, e consequentemente da existência do espírito fora das contingências da vida transitória do corpo físico. A ciência moderna encaminhou suas atividades para o campo dos fatos espirituais a fim de conhecer sua gênese e meios de manifestação, à luz dos processos da experimentação e observação. A sua sentença e resposta é afirmativa: Há espíritos. A sobrevivência é uma realidade.

[9] N.T.: William Crookes (1832-1919) foi um químico e físico britânico. Frequentou o Royal College of Chemistry em Londres, trabalhando em espectroscopia. Em 1861, descobriu um elemento que tinha uma linha de emissão verde brilhante no seu espectro, ao qual deu o nome de tálio, do grego thalos, um broto verde, que é o elemento químico de número atômico 81. Também identificou a primeira amostra conhecida de hélio, em 1895. Foi o inventor do radiômetro de Crookes, vendido ainda como uma novidade, e desenvolveu os tubos de Crookes, investigando os raios catódicos.

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