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PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Pergunta: Por favor, deem-me uma descrição clara dos Irmãos Maiores e digam-me se eles atuam nesse plano por meio de um corpo material e, também, em relação aos Irmãos Leigos e Irmãs Leigas, etc.?

Resposta: No que se refere aos Irmãos Maiores, eles possuem um corpo material exatamente como você e eu, e vivem numa casa que pode ser descrita como uma casa que pertence a uma pessoa próspera, mas não exibicionista. Parecem ocupar funções de destaque na comunidade onde vivem, mas essas posições são apenas um pretexto para justificar sua presença e não criar dúvidas quanto ao que eles representam ou quem são ou, ainda, para que não se note nada de extraordinário a seu respeito. Externa, internamente e através desta casa há o que pode ser chamado o Templo. Ele é etérico e é diferente das nossas construções comuns. Pode ser comparado à atmosfera áurica que circunda nossa Pro-Ecclesia em Mount Ecclesia, que é etérica e muito maior que a construção física.

A descrição oral de Manson[1] a respeito da igreja espiritual construída por ele, fornece uma ideia do que são tais estruturas. Elas envolvem totalmente os edifícios e as igrejas onde se reúnem pessoas de grande espiritualidade e, naturalmente, diferem em cores. Esse Templo Rosacruz é superlativo e não pode ser comparado a nenhum outro e a nenhuma outra coisa; ele envolve e permeia a casa onde vivem os Irmãos Maiores. A casa é tão permeada de espiritualidade que a maioria das pessoas não se sentiria muito confortável lá. E os Irmãos Leigos e as Irmãs Leigas têm um corpo material? Certamente. O autor[2] não é muito etérico e pode servir como uma ilustração da média.

 (Pergunta nº 134 do Livro Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas – Vol. II – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz)


[1] N.T.: É um personagem do Livro The Servant in the House (1908), do escritor anglo-americano Charles Rann Kennedy (1871-1950).

[2] N.T.: Lembrando: Max Heindel é um Irmão Leigo, que alcançou a 5ª Iniciação Menor.


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O Lugar da Oração

O lugar da oração é de vital importância, por uma razão que a maioria das pessoas desconhece, até mesmo entre os Estudantes Rosacruzes. Ei-la: cada oração, seja falada ou meditada, cada canto de louvor ou de rogo e cada leitura sentida das passagens dos Evangelhos, quando são feitas por uma pessoa cuidadosamente preparada, que ame e viva o que lê, derramam sobre os presentes e sobre o lugar da oração a graça do espírito. Desse modo, com o tempo se constrói, ao redor e dentro do edifício físico, um templo invisível que, no caso de uma fraternidade como a nossa, constituída de pessoas idealistas, esclarecidas e de nobres sentimentos, aparece aos olhos clarividentes com uma transcendental beleza de colorido e de formas, além de tudo o que podemos imaginar e que desafia toda a descrição: uma egrégora.

Mansón, em sua obra “O Servidor na Casa” nos fornece apenas uma pálida ideia do que descrevemos, quando diz ao velho bispo: “receio que não possas abarcar nem conceber esse templo, como um conjunto substancial. É preciso ser visto de maneira especial e sob determinadas condições. Algumas pessoas não nos veem nunca. Deves compreender que ele não é um montão de pedras inertes ou de madeiras sem significado: é uma COISA VIVENTE.

Quando nele entrares, ouvirás um som, um som como de um grande poema cantado. Se te detiveres um momento a escutar, saberás que esse som é produzido pelo vibrar de corações humanos, a música sem título das almas humanas, mas, só a ouvirás se tiveres ouvidos. Se tiveres olhos, verás o próprio templo, um fenômeno espelhante de muitas formas e sombras, saltando retas do solo à cupula, obra de um construtor extraordinário. Suas colunas se erguem como robustos peitos de atletas, a doce carne humana amolda seus fortes e inexpugnáveis baluartes. Rostos infantis sorriem de suas pétreas reentrâncias, as soberbas cornijas e arcos do templo são as mãos unidas de muitos companheiros identificados no mesmo ideal e acima, nas alturas e nos espaços vazios, estão escritos os inumeráveis sonhos e anseios por nós concebidos para um mundo melhor, de fraternidade real. A construção desse Templo continua sem descanso, sempre acrescido de algum detalhe. Algumas vezes, o trabalho prossegue em profunda obscuridade, outras vezes, sob ofuscante luz, ora sob o peso de inexprimível angústia, ora ao som de estrepitoso riso e heróicos vivas, semelhantes ao fragor de trovões. Algumas vezes, durante a noite, pode-se ouvir o silencioso martelar dos companheiros que trabalham na cúpula: são os que saltaram adiante, os que evoluíram mais na senda.”.

Mas, esse invisível edifício não é meramente um lugar maravilhoso, como um palácio de fadas, criação da fantasia de um poeta, é uma COISA VIVENTE, como disse Mansón, vibrando com a força divina, de imensa ajuda a todas as pessoas ali reunidas.

Este Templo ajuda cada pessoa presente que a ele se afina, impregnando sua aura, tornando-a uma “Casa de Deus”, porque lhe ajusta os veículos perturbados das caóticas vibrações do mundo.

Quando, pois, ficamos em verdadeira atitude de oração, não externa e aparente, mas em íntima consonância com nossos ideais, ajudamo-nos a nós mesmos a ascender ao trono da graça divina e ali depositar nossa prece e adoração, que atrairão do Pai uma nova benção espiritual na amorosa resposta: “Este é meu Filho amado, em quem me comprazo”.

Semelhante lugar de oração é essencial para uma oração científica e aqueles que têm o privilégio de participar de tais reuniões devem sempre ocupar o mesmo lugar, porque assim infundirão na cadeira ou no lugar do banco suas vibrações espirituais, adaptando de tal maneira seu ambiente que, mais facilmente do que em outra qualquer parte, obterão os resultados de elevação.

Infelizmente, tais lugares de oração escasseiam, pois a oração cientifica exige um real santuário. Não pode haver nele, nem em suas proximidades, ruídos e nenhuma conversação profana, porque isso altera suas vibrações, as vozes devem ser silenciosas e reverentes as atitudes, todos os assistentes devem ter presente que estão num lugar santo e agir de acordo.

Além do que expusemos, devemos acrescentar que o poder da oração coletiva aumenta a cada novo congregante, de modo extraordinário, em progressão geométrica, desde que os participantes estejam na devida harmonia e acostumados à oração em comum, sucedendo precisamente o contrário, se houver desarmonia vibratória.

Talvez um exemplo esclareça a questão. Suponhamos que um certo número de músicos que jamais tocaram em conjunto e não dominam os respectivos instrumentos fossem fazer um concerto. Não é necessário ter imaginação perspicaz para compreender que seu primeiro intento seria seguido de completo desacorde. O mesmo ocorreria se um aficionado se metesse numa orquestra, por boa que fosse, e se pusesse a tocar: malgrado suas melhores intenções, alteraria a harmonia do conjunto.

Idênticas condições científicas regem a oração coletiva. Para que seja completa, eficiente, é necessário ter em conta o lugar do templo e harmonia entre os participantes.

Para isso, futuramente, reuniremos no templo a ser construído, grupos diferentes de pessoas previamente preparadas, que tenham as mesmas influências harmoniosas em seus horóscopos.

Esclarecemos que, se uma aflição astrológica de um horóscopo achar-se no Ascendente de outro, isto é, se um Estudante Rosacruz tiver um Aspecto adverso em seu tema e esse mesmo Aspecto também estiver no Ascendente astrológico do outro Estudante Rosacruz, essas duas pessoas não deverão fazer, juntas, as preces coletivas, pois não tirarão proveito individual e prejudicarão o resultado global. Ainda que os dois dominem regularmente as tendências astrais e, como Espíritos desenvolvidos, vivam em paz, estarão faltos de harmonia básica absolutamente essencial para uma oração coletiva cientificamente realizada. Só a Iniciação de um deles anulará essa divergência.

Com esse planejamento, visando à prestação de maiores serviços futuros, incentivamos os Estudantes Rosacruzes a que façam os “cursos por correspondência” (Filosofia, Astrologia e Bíblia Rosacruz), para ficarem a par dos pormenores desse vital assunto e possam participar ou organizar, em seus lugares, verdadeiros templos, selecionando, ademais, em grupos afins, companheiros para realizarem autênticas orações coletivas, com resultados surpreendentes.

(Publicado no Encontro Rosacruz da Fraternidade Rosacruz de Santo André-SP de outubro-novembro/2004)

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