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PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Carta de Max Heindel: Prosperidade Espiritual para o Ano Novo

Janeiro de 1915

A saudação habitual nessa época é: “Que você tenha um Feliz e Próspero Ano Novo”. Com isso o autor está inteiramente de acordo e estende esses votos a você, mas seu significado pode diferir um pouco do que normalmente é almejado, pois geralmente é a prosperidade material o pensamento principal; ao contrário desse tipo de votos, o autor deseja a você aquele “ouro” que é conseguido pela alquimia da alma, para que o metal básico da experiência do próximo ano possa, assim, ser transformado na Pedra Filosofal, o maior bem que esse mundo pode dar. As riquezas mundanas são sempre uma fonte de cuidados para quem as possui, mas essa, a joia das joias, traz consigo a paz que ultrapassa todo entendimento.

Além disso, se trabalharmos somente para a aquisição de coisas materiais, a nossa tarefa sempre será considerada uma tarefa árdua, não importa o quanto tentemos quebrar esse ritmo nos entregando ao que chamamos de prazeres. Uma vez por outra um pensamento poderá surgir: “Para que tudo isto, para que serve tudo isso?”. Contudo, quando nós trabalhamos na “Vinha de Cristo”, quando fazemos tudo em nosso trabalho e fora dele como “se fosse para o Senhor”, então o aspecto é totalmente diferente. Cristo disse: “Meu jugo é suave e meu fardo é leve[1], e essa é uma verdade sempre real, ainda que não no sentido comum. O autor e outros que estiveram com ele durante muitos anos podem testemunhar, por experiência própria, que, embora tenha havido um árduo trabalho, tanto mental como fisicamente e, embora o Corpo tenha ficado, às vezes, tão esgotado que era quase impossível a sua recuperação na manhã seguinte, ainda assim houve uma satisfação, um regozijo e um prazer que o mundo não conhece e nem pode compreender. Os anos que se passaram, dedicados a essa tarefa, foram tão gratificantes, que nada no mundo poderia compensar e satisfazer tanto o autor e todos os que o acompanham. Ano após ano ele considera um privilégio maior trabalhar assim, e os outros que estão com ele têm exatamente o mesmo sentimento.

E, quanto a você, caro amigo e cara amiga? Estamos no início de um ano novo, um novo começo. A Fraternidade Rosacruz, como uma organização, depende de unidade e se quisermos progredir espiritualmente, a tarefa deve ser empreendida por cada um de nós. Precisamos nos tornar mais fiéis, mais sinceros, mais devotados aos ideais que que nos foram fornecidos pelos Irmãos Maiores. Sabemos que na Fraternidade Rosacruz há trabalhadores aplicados, mas você é um deles? Não basta simplesmente estudar e meditar sobre os Ensinamentos Rosacruzes; precisamos, realmente, levá-los para a nossas vidas e nos tornarmos luzes brilhantes em nossa comunidade. Devemos viver a vida, não só no mundo externo[2], mas dentro dos nossos lares, de maneira que as pessoas que fazem parte do nosso lar possam ver a luz e ser acolhidos por ela. Sabemos que muitos fazem isso, mas há outros que são “mornos”, que ainda permanecem no limiar e não querem tomar o jugo. Agora o jugo deve ser carregado, não importa se fiquemos calejados pelo esforço; na verdade, cada esforço é um fator adicional na construção do Corpo-Alma, a gloriosa “Vestimenta Nupcial” com a qual somente podemos encontrar o Senhor, quando Ele aparecer.

É uma esperança sincera, muito sincera, do autor que cada Estudante da Fraternidade Rosacruz tome o seu jugo com mais fervor do que nunca, para que, tanto individual como coletivamente, possamos acumular “tesouros nos céus[3] que, certamente, serão nossos ao final do ano, quando aceitarmos as provações e as responsabilidades.

(Carta nº 50 do Livro “Cartas aos Estudantes” – de Max Heindel – Fraternidade Rosacruz)


[1] N.T: Mt 11:28

[2] N.T.: na Região Química do Mundo Físico.

[3] N.T.: Mt 6:20

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Meditação: a moral nasce do Ego e, como tal, não é filha de Deus. A ética, porém, nasce do “Eu interno”

Meditação: a moral nasce do Ego e, como tal, não é filha de Deus. A ética, porém, nasce do “Eu interno

Um ser humano conscientemente bom não é integralmente bom; o seu ser-bom tem de se tornar atitude a ponto de praticar os seus atos como um transbordamento irresistível e quase involuntário.

Quem faz o bem por motivos éticos, e não como gotas de água casualmente lançadas à praia pelo vasto e profundo mar da sua permanente atitude mística, não possui ética segura e sem perigo; cedo ou tarde quererá ser recompensado pela sua ética – o que não é ético.

O místico deve se identificar pela inspiração com o universo, a ponto de poder dizer: “Eu e Cristo somos um…Cristo está em mim e eu em Cristo…As obras que faço não sou eu que as faço; é Cristo que as faz em mim… De mim mesmo (a) nada posso fazer…” (IICor 6:14-15).

A moral nasce do Ego e, como tal, não é filha de Deus. A ética, porém, nasce do “Eu interno”, desse Deus no ser humano, do seu Cristo interno. Falta à moral humana não somente a origem divina da sua fonte, mas também o supremo encanto da leveza e da facilidade, o carisma da espontaneidade e luminosidade.

Quem é apenas, por sacrifício, bom como o ser humano moral e virtuoso, não age ainda com facilidade, beleza e encanto. Não descobriu ainda que “o jugo é fácil e o peso leve”. A ética de uma pessoa de experiência mística, Crística, é espontaneamente boa, bela, benevolente e eficiente. O seu ser espontaneamente bom se revela em fazer o bem, sem sacrifício, jubilosamente, com beleza. E isso é uma atitude gloriosamente artística. A mística transborda, então, em ética e estética.

(Publicada na revista ‘Serviço Rosacruz’ – 01/86)

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