Pergunta: Se uma pessoa perdeu a memória, ela perdeu a gravação da sua vida?

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Pergunta: Se uma pessoa perdeu a memória, ela perdeu a gravação da sua vida?

Pergunta: Se uma pessoa perdeu a memória devido a um choque nervoso ou a uma febre, isso afeta o seu Corpo Vital e impede a gravação da sua vida no período de três dias e meio subsequentes à sua morte?

Resposta: Não. Há três tipos de memória. Uma: é o registro produzido pelos nossos sentidos. Estamos atentos ao que acontece ao nosso redor neste mundo, vendo e ouvindo coisas. Essas impressões são gravadas sobre as células do nosso cérebro e somos capazes de, conscientemente, trazê-las de volta – embora nem sempre, mas em graus variados, pois esta memória é extremamente falível e influenciada pela subjetividade, e se esse fosse o único método de obter um registro das nossas vidas, a Lei de Causa e Efeito seria invalidada – senão nossa vida futura não seria uma sequência daquilo que fizemos ou deixamos de fazer no passado. A segunda: deve haver outra memória, e essa é a que os cientistas chamam de memória subconsciente. Assim como o Éter permite ao fotógrafo um registro da paisagem circundante, imprimindo-a sobre a placa sensível nos mínimos detalhes, independente destes detalhes terem sido observados ou não, assim também, o mesmo Éter que transporta o quadro aos nossos olhos imprime-o sobre a retina e leva para os nossos pulmões um quadro semelhante que é, então, absorvido pelo sangue. À medida que o sangue passa através do coração, este registro fica indelevelmente inscrito sobre o sensitivo átomo-semente que está localizado no ventrículo esquerdo do coração, próximo ao ápice. As forças deste átomo-semente são retiradas pelo Espírito, no momento da morte, e contêm o registro da vida toda em mínimos detalhes, de modo que, independente do fato de termos observado ou não os fatos de certa cena, eles estão registrados aí.

George du Maurier escreveu uma história intitulada “Peter Ibbetson”, na qual essa teoria da memória subconsciente é claramente mostrada. Peter Ibbetson, prisioneiro numa penitenciária inglesa, aprendeu como “sonhar verdadeiramente”, isto é, colocando o seu corpo numa certa posição, aprendeu como travar dentro de si as correntes de Éter, podendo assim, à noite, entrar em contato com qualquer cena da sua vida passada conforme sua vontade. Podia ver-se como um espectador (na qualidade de pessoa adulta), vendo-se entre os seus pais e companheiros de brinquedos, no mesmo ambiente da época dos acontecimentos. Podia ver todas as cenas mais detalhadamente do que seria capaz quando aconteceram neste mundo material. Isso porque, sob essas circunstâncias, conseguia entrar em contato com a sua própria memória subconsciente. Quanto ao futuro, era-lhe absolutamente impossível obter qualquer informação, ao passo que o passado estava inscrito na placa do seu coração e era, portanto, acessível sob condições adequadas. É dessa memória subconsciente que o registro da vida é extraído após a morte. Como isso só depende da respiração, este processo continua independente de todas as outras circunstâncias enquanto a vida habitar o corpo. Embora um ser humano possa perder a sua memória consciente e tornar-se incapaz de lembrar, à sua vontade, acontecimentos passados, a memória subconsciente guarda-os todos e mostrá-los-á na ocasião apropriada.

(Livro: Perguntas e Respostas – Vol. I – pergunta 54 – Max Heindel)

(N.R.: A terceira é a memória supra consciente. Esta é o repositório de todas as faculdades e conhecimentos adquiridos nas vidas anteriores, ainda que às vezes só latentes na presente vida. Este registro é indelevelmente gravado no Espírito de Vida. Comumente se manifesta, embora não em toda extensão, como consciência e caráter, que anima todos os pensamentos-forma, umas vezes como conselheiro e outras compelindo à ação com força irresistível, mesmo contrariando a razão e o desejo. (Conceito Rosacruz do Cosmos – Cap. III – Max Heindel)

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