Hipnotismo – Bom ou Mal

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Hipnotismo – Bom ou Mal

Hipnotismo – Bom ou Mal

Pode-se dizer que a Mente humana consiste de duas partes: a Mente Consciente e a Mente Subconsciente. A Mente Consciente é a parte da Mente onde a informação é conscientemente coletada, onde tem lugar o pensamento lógico e onde são tomadas as decisões. A Mente Subconsciente é a parte da Mente onde estão armazenadas as memórias e os hábitos. A Mente Subconsciente de uma pessoa contém tudo que esta tenha visto ou ouvido (que tenha ou não se conscientizado delas); é também a memória de todos os acontecimentos de sua vida. Quando a Mente Consciente quer se lembrar de alguma coisa precisa reaver a informação da Mente Subconsciente. Quanto maior for à habilidade da Mente Consciente de se comunicar com a Mente Subconsciente mais facilmente a informação será lembrada. A Mente Consciente também se comunica com a Mente Subconsciente quando hábitos estão sendo formados ou rompidos e quanto melhor a comunicação mais eficiente será o controle exercido sobre os hábitos.

O hipnotismo, definido como um estado de comunicação superior com a Mente Subconsciente, está dividido em duas categorias básicas: hipnotismo clássico e auto-hipnotismo. No hipnotismo clássico a Mente Consciente de uma pessoa estabelece comunicação com a Mente Subconsciente de outra pessoa. No auto-hipnotismo a Mente Consciente de uma pessoa estabelece comunicação superior com sua própria Mente Subconsciente. Vamos considerar a natureza e os efeitos de cada um desses tipos de hipnotismo.

No tipo clássico de hipnotismo, o hipnotizador induz a pessoa a se colocar em um estado mentalmente passivo. O hipnotizador, então, pega a cabeça do Corpo Vital da pessoa para separá-la da cabeça do Corpo Denso da mesma pessoa, de modo que a cabeça do Corpo Vital fica enrolada ao redor do pescoço. A ligação entre o Ego da pessoa e o Corpo Denso é, então, separada e os veículos superiores se retraem. O Éter do Corpo Vital do hipnotizador reside agora na cabeça física densa da pessoa e dá ao hipnotizador acesso direto a Mente Subconsciente da pessoa. O hipnotizador pode, agora, obter informação ou dar ordens como desejar. Mesmo depois que a pessoa acorde do transe hipnótico algum Éter do Corpo Vital do hipnotizador ainda permanece na cabeça da pessoa, de modo que pelo resto da vida terrena desta pessoa, ou até que o hipnotizador morra, este terá algum controle sobre esta pessoa.

O hipnotizador clássico tem sido usado, indubitavelmente, por pessoas inescrupulosas, desejosas de adquirir poder sobre outras por objetivos egoístas. Tem sido usado para divertir e maravilhar pessoas em “shows”, mas tem sido usado, também, por outros que tentam conseguir algum bem por meio dele. Os médicos, por exemplo, tem o hipnotismo para aliviar dores de pacientes de maneira a diminuir a necessidade de drogas. Foi descoberto que o alívio da dor pode durar não só durante o transe hipnótico da pessoa, mas também depois de despertado. Foram desenvolvidas experiências nas quais o hipnotismo foi usado para ajudar a obter a cura de doenças. Nestes casos usa-se a teoria de que o estado mental da pessoa é um fator causador de doença e que suspendendo, interrompendo a ação da Mente Consciente da pessoa, o processo de cura ocorre. A hipnose clássica tem sido usada, também, para curar pessoas com maus hábitos como fumar e beber.

Quando observado sob um ponto de vista de curto alcance, o hipnotismo clássico, usado por médicos bem-intencionados, parece ter efeitos benéficos. Mas, por mais bem intencionados que eles sejam, os efeitos de longo alcance do hipnotismo clássico não são bons. Como é de nosso conhecimento, através de nosso estudo dos Ensinamentos da Sabedoria Ocidental, o objetivo da vida é a evolução da alma. No início de cada vida terrena, os Anjos ajudam cada Ego a iniciar o caminho pela vida ao longo do qual ele irá encontrar as privações e tentações que tanto precisa para aprender a enfrentar e vencer as dificuldades da vida, desenvolvendo sua alma. Quando um Ego encontra dor e doença, se estas são aliviadas ou curadas por meio do hipnotismo clássico, o Ego não o desenvolveu, dentro de sua própria alma, as forças para superar a situação. Ao contrário, a vontade do hipnotizador é que foi usada para transpor a situação. Assim, o Ego da pessoa não alcançou o desenvolvimento da alma que a dor e a doença deveriam ter proporcionado, e o Ego terá que enfrentar semelhante dor ou doença em algum momento futuro. Do mesmo modo, quando o hipnotismo clássico é usado para superar maus hábitos é a vontade do hipnotizador que venceu este hábito e, portanto, o Ego da pessoa terá a mesma fraqueza quando renascer em sua próxima vida na Terra. Terá, então, que lutar novamente com o problema até que desenvolva a força interior para superá-lo. Talvez um problema muito mais sério, inerente ao uso do hipnotismo clássico, é o de que é um pecado contra o Espírito Santo. O Espírito Santo, como um foco do princípio criador na natureza, se expressa por meio de órgãos reprodutivos para criar novos Corpos e por meio do cérebro, para criar novos pensamentos.

Quando alguém se deixa hipnotizar cessa de ser seu próprio dono e perde sua faculdade de pensar independentemente. A partir do momento que o hipnotizador interfere na faculdade criativa do pensamento, uma faculdade que é uma expressão direta do Espírito Santo, esta pessoa está, consequentemente, cometendo um pecado contra o Espírito Santo.

Contrastando com isto, o auto-hipnotismo pode ser descrito como um processo no qual uma pessoa coloca sua Mente Consciente em comunicação com sua própria Mente Subconsciente. Descobriu-se, através de experiências, que quando a frequência da onda do cérebro é reduzida para menos de 14 ciclos por segundo, esta comunicação pode ser alcançada. A frequência da onda do cérebro, naturalmente, cai para menos de 14 ciclos por segundo durante o sono, mas aprendendo a relaxar, sem adormecer, é possível alcançar essa frequência acima mencionada estando consciente e tendo o completo controle da Mente Consciente. Assim, a Mente Consciente pode reaver memórias da Mente Subconsciente ou pode dirigir a Mente Subconsciente a agir de determinadas maneiras. Deste modo, hábitos podem ser formados, interrompidos ou cessados e a Mente Subconsciente pode ser dirigida para ajudar no processo de cura.

Ao contrário do método utilizado no hipnotismo clássico, o Ego, ao usar sempre o auto-hipnotismo, mantém total controle de sua Mente Consciente. Além disso, a Ego está usando sua própria vontade e forças geradas de seu interior para enfrentar e superar seus problemas. O uso do auto-hipnotismo para ajudar a superar maus hábitos ou auxiliar no processo de cura, portanto, não traz só benefícios imediatos, mas também benefícios duradouros.

Problemas assim superados não terão que ser enfrentados novamente. O auto-hipnotismo, na verdade, pode aumentar a capacidade do Ego de agir criativamente por meio de seus Corpos. Muitas pessoas querem fazer muitas coisas, mas são incapazes, devido a alguma falta de controle físico ou emocional. Por exemplo, um pianista pode não ter controle muscular para executar uma peça musical difícil, ou um orador pode ficar muito nervoso para fazer um discurso. Usando a auto-hipnose, a Mente Consciente pode programar a Mente Subconsciente para dirigir a execução da peça musical ao piano e para manter o orador calmo durante o discurso.

A criatividade mental, também, pode ser aumentada por auto-hipnotismo. A Mente Subconsciente geralmente tem acesso a soluções de problemas que a Mente Consciente tem tentado resolver. Assim, se a Mente Consciente (quando há um problema) se põe em contato com a Mente Subconsciente, a solução pode ser encontrada. Newton descobriu a Lei da gravidade enquanto descansava debaixo de uma macieira e, igualmente, Albert Einstein descobriu suas ideias revolucionárias sobre espaço e tempo num dia em que descansava na cama devido a uma doença.

Concluindo, podemos dizer que o hipnotismo clássico, qualquer que seja sua intenção ou a maneira de ser usado, não é aconselhável; mas o auto-hipnotismo pode ser usado com resultados benéficos.

(Revista  ‘Serviço Rosacruz’ – por de Elsa M. Glover – 09/82 – Fraternidade Rosacruz – SP)

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