Elman Bacher – Estudos de Astrologia – Volume 9

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Elman Bacher – Estudos de Astrologia – Volume 9

A Astrologia é para o estudante Rosacruz uma fase da religião, basicamente uma ciência espiritual.

Esta ciência, mais do que qualquer outro estudo, revela o ser humano a si mesmo.

Nenhuma outra ciência é tão sublime, tão profunda e tão abarcadora.

Ela revela a relação entre Deus (o Macrocosmo) e o ser humano (o Microcosmo), demonstrando que ambos são fundamentais.

1. Para fazer download ou imprimir:

Elman Bacher – Estudos de Astrologia – Volume 9 – A Complementação – Segurança – O Diâmetro, O Quadrante e O Decanato – Luz – Luz como Terapia – Luz como Comunicação – Luz como Afluência – Astro-Filosofia examina a Experiência no Hospital – Caminho Astrológico

2. Para estudar no próprio site (para ter as figuras, que tanto ajudam na compreensão, consulte a edição do item 1, acima):

 

ESTUDOS DE ASTROLOGIA

 

Por

Elman Bacher

Volume 9

Fraternidade Rosacruz

 

Centro Rosacruz de Campinas – SP – Brasil

Avenida Francisco Glicério, 1326 – conj. 82

Centro – 13012-100 – Campinas – SP – Brasil

Traduzido e Revisado de acordo com:

Studies in Astrology

2ª Edição em Inglês, 1951, The Rosicrucian Fellowship

Estudios de Astrología

3ª Edição em Espanhol, 1981, Editorial Kier S. A.

Pelos Irmãos e Irmãs da Fraternidade Rosacruz – Centro Rosacruz de Campinas – SP – Brasil

www.fraternidaderosacruz.com

contato@fraternidaderosacruz.com

fraternidade@fraternidaderosacruz.com

 

PREFÁCIO

Tantos foram os comentários favoráveis recebidos por nós, aos artigos astrológicos de Elman Bacher publicados em nossa revista “Rays from the Rose Cross”, durante os últimos anos, que estamos certos que haverá uma boa acolhida a esse trabalho, por parte dos Estudantes de Astrologia Espiritual.

Os profundos conhecimentos de Elman Bacher e sua devoção à ciência astral, aliados a uma extraordinária compreensão da natureza humana, permitiram-lhe apresentar temas que indubitavelmente o situam entre os melhores Astrólogos Esotéricos modernos. E como a veracidade e o valor da astrologia tornam-se, a cada dia, mais aceitos de modo geral, seus trabalhos ajudarão cada vez mais os seres humanos a conhecerem-se a si mesmos, e a realizarem seu mais alto destino.

Antes de sua transição, em 1951, Elman Bacher expressou o ardente desejo de que publicássemos seus artigos em forma de livro e, embora lamentemos profundamente não estar ele aqui para ver a concretização desse desejo, sentimos felizes por saber que sua aspiração está sendo realizada agora.

 

ÍNDICE

PREFÁCIO

INTRODUÇÃO

CAPÍTULO I – A COMPLEMENTAÇÃO

CAPÍTULO II – SEGURANÇA

CAPÍTULO III – O DIÂMETRO, O QUADRANTE E O DECANATO

CAPÍTULO IV – LUZ – PRIMEIRA PARTE

CAPÍTULO V – LUZ – SEGUNDA PARTE

CAPÍTULO VI – A LUZ COMO TERAPIA

CAPÍTULO VII – A LUZ COMO COMUNICAÇÃO

CAPÍTULO VIII – A LUZ COMO AFLUÊNCIA

CAPÍTULO IX – A ASTRO-FILOSOFIA EXAMINA A EXPERIÊNCIA NO HOSPITAL

CAPÍTULO X – O CAMINHO ASTROLÓGICO

 

 

INTRODUÇÃO

A Astrologia é para o Estudante Rosacruz uma fase da religião, basicamente uma ciência espiritual. Esta ciência, mais do que qualquer outro estudo, revela o ser humano a si mesmo.

Nenhuma outra ciência é tão sublime, tão profunda e tão abarcadora. Ela revela a relação entre Deus (o Macrocosmo) e o ser humano (o Microcosmo), demonstrando que ambos são fundamentais.

A ciência oculta, ao investigar as forças mais sutis que afetam o ser humano (o Espírito) e seus veículos, receberam seus efeitos com a mesma precisão que a ciência acadêmica fizeram com as relações do mar e do céu, da planta e do animal, dos raios do Sol e da Lua.

Com esse conhecimento podemos determinar o padrão astrológico de cada indivíduo, e conhecer a potência ou as debilidades relativas das diferentes forças atuantes em cada vida. De acordo com o que tenhamos alcançado deste conhecimento, podemos começar a formação sistemática e cientifica do caráter – caráter é destino!

Observamos os períodos e estações que são cosmicamente vantajosos para o desenvolvimento de qualidades ainda não desenvolvidas, corrigindo rasgos defeituosos e eliminando inclinações destrutivas.

A ciência divina da Astrologia revela causas ocultas que trabalham em nossas vidas. Assessora o adulto com respeito à vocação, os pais na orientação dos filhos, o mestre na orientação dos discípulos, o médico no diagnóstico das enfermidades; prestando-lhes, desta maneira ajuda a todos em qualquer situação em que precisem.

Nenhum outro tema dentro da margem do conhecimento humano, até esta data, parece conter as possibilidades estendidas aos astrólogos para ajudar aos demais na sua própria dignidade como deuses em formação, a um entendimento maior da lei universal, e a verificação de nossa eterna seguridade nos braços acariciadores da Vida Infinita e do Ser Iluminado.


CAPÍTULO I – A COMPLEMENTAÇÃO

 

A “Complementação” é a palavra mais importante no estudo dos relacionamentos humanos porque é uma palavra-símbolo do arquétipo do intercâmbio vibratório que faz do relacionamento o que ele é. Sua vida é a polaridade; seus dois macrocosmos básicos são o masculino e o feminino. Todos os padrões básicos de relacionamento humano (conjugal, fraternal, entre pais e filhos etc.) representam um padrão específico de complementação em ação como “ignições” da consciência vibratória humana.

A pessoa cujas qualidades vibratórias não contêm nada que possamos responder com nossos sentimentos subconscientes é a quem somos indiferentes; em tais contatos casuais nos encontramos com tal pessoa somente nas dimensões tempo-espaço. A ausência de ignição vibratória mútua afasta todas as coisas do contato que poderiam resultar em relacionamento. A ignição, da parte de uma pessoa, no corpo vibratório de outra leva essa a reagir com o sentimento subconsciente; por suas reações ela identifica, subconscientemente, o contato por alguma palavra do relacionamento. Faltando mutualidade, a “qualidade do relacionamento” existe somente em seu próprio sentimento.

Contudo, quando meditamos sobre a nossa faculdade de reação subconsciente, reconhecemos uma coisa marcante: nós, como “mecanismos reagentes”, reagimos em alguma medida a quase todos os outros seres humanos. Andando por uma rua movimentada da cidade, cruzamos com inúmeras pessoas; a menos que estejamos grandemente preocupados com alguma imagem mental focalizada, nós reagimos momentaneamente a impressões causadas por rostos, aspectos, corpos, modos de andar, deformidades, beleza e atos dos outros; até mesmo uma grande preocupação pode ser despertada quando entramos no campo vibratório de alguém que coincide com uma de nossas imagens internas de relacionamento de modo marcante – nossa atenção “estala na consciência” de tal pessoa, e então experimentamos uma reação de sentimentos. Esta reação de sentimento é a consciência do relacionamento, porque uma de nossas imagens subconscientes de relacionamento foi, ao menos por um momento, “ligada”. Tal pessoa – por outro lado um perfeito estranho a quem podemos nunca mais ver – é a exteriorização de uma faceta de nosso recurso de relacionamentos subconsciente, e como tal, está relacionada conosco de maneira vibratória. Esse “relacionamento” será agradável ou desagradável, dependendo isto da qualidade básica de nossa “imagem interna”.

Nós nos tornamos acostumados tanto aos nossos padrões básicos de relacionamento que raramente reconhecemos a verdadeira fonte ou qualidade deles. Nós só reagimos, reagimos e reagimos. A Arte do Relacionamento Humano – a maior de todas as artes – é a harmonização de nossas reações às outras pessoas, e de tal modo que somos levados a uma percepção cada vez mais clara do ideal que é o arquétipo de cada pessoa. É verdade que a realidade de qualquer pessoa – para você, em qualquer ponto de sua fase evolutiva – é a qualidade de sua reação a essa pessoa qualquer; mude sua reação e você terá mudado a qualidade do relacionamento, para melhor ou pior.

Isso não é apenas uma teoria; prove-o por si mesmo repassando, mentalmente, suas próprias mudanças de qualidade de reação para com pessoas que participaram significativamente de suas experiências durante essa encarnação. Você já amou alguém profundamente e depois descobriu que sua reação se transformava em um sentimento de desgosto ou aversão? Já não temeu alguém e depois, com melhor compreensão, chegou a considerá-lo um amigo valioso? Você já não experimentou uma desintegração por congestão por chegar a preferir e amar mais a um de seus pais? Ou a um de seus irmãos ou irmãs? Você já não odiou alguém tão profundamente que sentiu o desejo de destruí-lo ou feri-lo, de alguma maneira drástica, e depois experimentou uma mudança tão marcante no coração (frase significativa!) que chegou a um sentimento de profundo respeito e admiração? Você já não foi aparentemente indiferente a alguém que figurou por longo tempo em suas experiências e então passou por tal mudança de sentimento que se enamorou de tal pessoa e com ela casou? Todos esses tipos de mudanças internas representam as realidades da transformação de relacionamentos por “modulação em diferentes oitavas e claves” – e em padrões diferentes. O Amor-Sabedoria nutre o arquétipo da realidade de todos os relacionamentos entre as pessoas.

Nessa discussão sobre a “complementação” não estamos, primeiramente, interessados nas Casas do horóscopo; as Casas são a descrição espacial (física) das experiências e relacionamentos. Interessa-nos as qualidades vibratórias, qualidades genéricas, focalização das qualidades genéricas pelos Astros e os padrões genéricos representados pelos Aspectos astrais. Tente elastecer sua Mente, preparando-a para esse estudo: faça uma cópia de sua Carta Natal sem as cúspides das Casas; ponha simplesmente os Astros em suas posições (relativamente) exatas na roda por Signo e grau (isso é assim para que você possa ter em mente os Aspectos que seus Astros formam entre si).

Agora faça uma lista dos Regentes astrais dos doze Signos: Marte para Áries, Vênus para Touro e Libra, Mercúrio para Gêmeos e Virgem, Lua para Câncer, Sol para Leão, Plutão para Escorpião, Júpiter para Sagitário, Saturno para Capricórnio, Urano para Aquário e Netuno para Peixes. Assimile essa lista de tal modo a ficar perfeitamente familiarizado com ela. É a regência astral do Zodíaco. Além disso, aprenda sobre os dispositores[1] astrais do Zodíaco: todos os Astros em Áries são dispositados por Marte, todos em Touro-Libra são dispositados por Vênus, todos em Gêmeos-Virgem são dispositados por Mercúrio, todos em Câncer são dispositados pela Lua, etc. Em outras palavras, os Astros em determinado Signo são dispositados pelo Regente desse Signo; o Regente astral de um dado Signo disposita todos os Astros que se encontrem nesse Signo. Decore esses pontos.

Agora, para maior clareza, circunscreva com um círculo todos os Astros, em cada um de seus respectivos Signos, na roda “sem cúspides” que você fez. Isso lhe dá a oportunidade de agrupar seus Astros na posição por Signo, não importando a posição deles por Casa; relacione seus Astros na posição por Signo e ponha entre parênteses cada grupo, por dispositor astral; essa lista é a do agrupamento vibratório de seu horóscopo – você deve retê-la muito bem.

Agora, na roda sem cúspides, trace um diâmetro: o ponto de partida será o Regente astral do seu horóscopo natal; o Signo que contém o ponto oposto é seu Signo de complementação; seu Regente (qualquer que seja o Astro) focaliza aquela vibração e é, portanto, a sua vibração complementar essencial.

Vemos, pois que o dispositor do Regente do seu Ascendente e o Regente do Signo oposto àquele que contém o Regente do seu Ascendente são os dois pontos básicos de seus padrões de complementação nessa encarnação. O Signo que contém seu “Astro-complemento” e o Regente dele constituirão a principal vibração qualificativa do seu complemento. Estude o dispositor do Regente do seu Ascendente e o complemento astral dele sob todos os pontos de vista concebíveis; neles se encontram os segredos íntimos da consciência de relacionamento nessa encarnação; eles representam as vibrações focalizadas ou o retrato íntimo do “seu próprio eu” e o retrato íntimo do seu “outro eu”.

Agora é criar a primeira de suas duas “Cartas genéricas”. Isso é derivado diretamente de seu Ascendente natal. Faça uma cópia do seu horóscopo natal, corrija-o em todos os detalhes e use como Ascendente a cúspide em que está o Signo que contém o Regente do seu Ascendente; não mude nada na roda.

O Signo que agora aparece como Ascendente (contendo seu Regente natal na 12ª Casa ou na 1ª Casa) é o seu Ascendente vibratório. O Astro que rege esse Signo é o seu Regente vibratório, e sua posição por Signo, seu trino relativo aos elementos da natureza (Fogo, Terra, Ar, Água), sua cruz estrutural (Cardinal, Fixo, Comum) e seus Aspectos astrais dão a imagem do seu reconhecimento íntimo com você mesmo; seu Regente natal é a sua “aparência externa” de como você pensa conscientemente de si mesmo e de como você, mais diretamente, parece às outras pessoas. Lembre-se de que o Regente do seu Ascendente natal é projetado dentro da roda a partir do Ascendente, e de que por sua posição na Casa ele indica os seus autorreconhecimentos, em termos de espaço/tempo e atividade. O Regente vibratório, contudo, é projetado a partir do Signo que ele rege, e seu relacionamento com o corpo da roda se dá em termos de extensão, desde o seu próprio Signo de Dignificação. Se o Regente vibratório está no mesmo elemento do Signo que ele rege (o Signo Ascendente vibratório), então ele é a expressão do Poder ou do Amor ou da Sabedoria de sua natureza interna que é focalizada para indicar seu poder espiritual básico. Se o Regente vibratório está em um Signo que se refere à mesma cruz estrutural pertinente ao Signo que ele rege, então ele está em “Quadratura” ou “Oposição” ao Signo em que está Dignificado, e isso representa um ponto decisivo de evolução – análogo aos “pontos de contorno” das Quadraturas (“ou “cruzes”) Cardeais, Fixas e Comuns do Grande (ou Abstrato) Mandala.

Agora que se encontra erigida, sua Carta (com o Ascendente vibratório) é a variação “genérica básica” de sua Carta natal. A qualidade genérica do Regente vibratório, o Signo em que ele está, e a qualidade do seu dispositor servirão para identificar a qualidade “genérica básica” de sua Carta natal, uma vez que essa variação é derivada da posição por Signo do Regente do Ascendente natal. Sintetize, cuidadosamente, em referência ao espectro genérico, e lembre-se de que essa variação não é um retrato do seu Ser como “macho” ou “fêmea”; é a masculinidade básica ou a feminilidade básica de sua natureza interior. Já que essa variação é derivada diretamente do horóscopo natal, considere essa questão: que Casa, em sua Carta natal, contém o seu Regente vibratório? Essa Casa, qualquer que seja, representará o foco físico, ou o “espaço-tempo”, desse particular florescimento vibratório. Em outras palavras, representará o “onde e quando, na presente encarnação, você encontrará a perfeição dessa qualidade interna básica de sua natureza”. Relativamente a isso, o que mostra sua Carta?

Se você tem total inclinação filosófica ou psicológica (e é claro que tem, ou não estaria lendo isso), reconhecerá que você e só você é o fator determinante de suas experiências de relacionamento. Os filósofos, por via de regra, não utilizam cegamente suas encarnações cometendo os mesmos antigos erros do mesmo modo anterior, por vezes seguida; eles buscam iluminação no sentido de melhorar suas condições internas e daí aprender como melhorar a qualidade de suas expressões. Os filósofos não desperdiçam seu tempo culpando ou acusando os outros, pois sabem que não são as pessoas, mas sim as suas próprias reações negativas que causam suas dores. Portanto, agora, como filósofos, façamos um estudo da Carta “genérica básica” na medida que ela serve para retratar o “interior” da nossa consciência de relacionamento.

Outra variação: a partir da carta que agora parece como uma “genérica básica”, gire-a (ou faça outra cópia) de tal modo que o Signo oposto àquele que contém o Regente natal situe-se no Ascendente. Esse é o seu – ou o que podemos chamar – “Ascendente complementar”; o seu Regente astral é o seu “Regente complementar”.

Agora esse Astro, seja qual for, é a destilação de sua consciência de relacionamento complementar – muito profunda. É o retrato vibratório essencial do seu “outro eu” e, inversamente, é o retrato do inimigo que você carrega dentro de si próprio; esse “inimigo”, naturalmente, é qualificado pelos Aspectos regenerados formados por esse Astro, mas suas congestões (Quadraturas e Oposições) são, na opinião do autor, mais importantes para se compreender que qualquer outro fator de sua configuração Astrológica, pois cada uma dessas congestões é o “argueiro em seu próprio olho” que lhe faz ver o mal nos outros.

Cada congestão a esse Regente complementar representa, realmente, a profunda e sombria ignorância de um princípio de Vida específico. Os estímulos dessas congestões farão com que “outras pessoas prejudiquem a você de maneira mais intensa” – suas reações a elas, por esses estímulos, e em diferentes ocasiões, é o que você sente quando a Vida, em sua Sabedoria, usa um bisturi para fazer uma pequena cirurgia em suas congestionadas, cristalizadas, condições internas. Enquanto viver reativamente esses padrões, você sofrerá através de suas reações às pessoas representadas pelos Aspectos; mas quando ilumine sua consciência, quanto à natureza do princípio representado por este particular Astro, você reconhecerá que deve se alinhar, conscientemente, para fazer desse princípio uma expressão construtiva em sua vida; na medida em que faça isso, você “dará as mãos ao inimigo em seu interior e fará dele seu amigo”. O Grande Mestre disse: “Não resistais ao mal”[2]; Ele quis dizer: “Eu me levanto preocupado e esgotado sobre o que as pessoas fazem – gastando seu tempo para endireitar sua própria consciência e viver de acordo com ela?”. Por ser esse ponto de particular importância e urgência, sugere-se que você faça um estudo, tão detalhado quanto possível, desse “Regente complementar”. Estude a colocação e significado dele em relação ao Grande Mandala; estude seu significado genérico, seu significado no relacionamento. O que representa ele como um princípio espiritual e sob o ponto de vista destino maduro? O que você fez no passado para criar os atuais Aspectos congestionados? Quantas pessoas (com Cartas em seu poder) têm “pontos” que sincronizam com esse Astro em seu padrão? Qual têm sido a influência e efeito delas sobre você e sua vida? Você tende a culpá-las por “fazerem coisas a você”, e então se voltar e fazer essas mesmas coisas com elas? Em nenhum outro fator Astrológico o estudante precisa manter mais aberto seus pensamentos, sentimentos e reações, de modo justo e honesto, do que nos assuntos relativos a esse Astro em particular.

As cartas, é claro, variam consideravelmente no que concerne à qualidade vibratória. Talvez esse “Regente complementar” não tenha congestões na sua Carta – apenas Sextis e Trígonos; então sugere-se que você compare esse Astro com o seu “Regente vibratório”. Qual o que dá a você a maior “vantagem”, qual o que representa a mais livre expressão de Poder como Amor-Sabedoria, qual o que atua mais efetivamente como um “descristalizador de congestões”, qual o que representa um princípio do qual você está mais claramente a par em seu ser consciente, qual o que representa mais claramente um ideal que você vê externado em outros, ou um ideal que você mesmo externa aos outros? Existem muitas perguntas relativas a estas coisas que você pode fazer ao seu Eu Superior, mas elas devem ser formuladas honestamente – desculpas, autojustificativas e culpar os outros – não cabe nesse tipo de análise. O “Regente complementar” pode, naturalmente, ser estudado a partir de um fator adicional: a qualidade do Astro que o disposita – tal Astro pode estar muito congestionado ainda que o Regente complementar não o esteja; se for este o caso, então aprenda com seus relacionamentos (via a boa expressão das outras pessoas) como lidar com aquela congestão em particular. Você verá algo maravilhoso nas outras pessoas, algo que você mesmo deseja ter; experimente determinar que princípio é esse e ponha-o a funcionar em seu cotidiano. É isso o que realmente significa “o aprendizado da vida”.

Temos, portanto agora o horóscopo natal e suas duas variações genéricas básicas (sugerimos cópias completas de todos os três, para referência). Os Signos Cardeais focalizam a estrutura vibratória do relacionamento, e essa focalização é representada pelas posições por Signo e pelos Aspectos dos Astros estruturais: Marte, Lua, Vênus e Saturno. O agrupamento genérico dos Astros servirá para determinar qual das duas “variações” é a “Carta genérica masculina” e qual é a “Carta genérica feminina”, e a partir dessa síntese você pode determinar a qualidade genérica dos seus padrões básicos de relacionamento. Que relacionamentos focalizam suas expressões masculinas e quais focalizam suas expressões femininas; quais as que focalizam seus padrões de reações; que tipo de padrão de relacionamento serve para lhe proporcionar as lições espirituais mais necessitadas; para qual dos dois você naturalmente contribui melhor em amor e sabedoria?

Uma pessoa chega a entender os valores astrológicos por meio de muito estudo, muita meditação, observação e experiência; é impossível todos esses fatores sutis “postos em palavras” em uma simples sessão. No entanto, quando o estudante de Astrologia é também um filósofo que mantém sua Mente aberta às novas oitavas da percepção, então ele “acende” a sua Sabedoria Interna a pouco e pouco até que níveis profundos de concepção são trazidos à superfície da consciência para aplicação prática. Chegamos a entender que é inútil centralizarmos nossa atenção nas pessoas como sendo elas somente “macho e fêmea” – o “processo de repolarização” tem sido, com efeito, demasiado longo para tornar essa abordagem essencialmente válida. Nós estamos compreendendo que a verdade do relacionamento humano é polaridade cósmica. Masculinidade e feminilidade – “expressão e reflexo” – são expressas por todas as pessoas, não importando seus Corpos físicos e seus propósitos e capacidades geradoras.

Assim, alertando-nos mais claramente para os valores simbólicos de Marte, Lua, Vênus, Saturno, e para os de outros corpos astrais que focalizam os valores genéricos dos Signos zodiacais, nós vemos em todos os horóscopos a masculinidade/feminilidade de todo ser humano. Precisamos aprender – e esse é o nosso principal propósito aqui – os modos de expressar e refletir os Princípios Genéricos da Vida; nossa “escola” é a humanidade; nossas “salas de aula” são a soma total de todas as nossas experiências de relacionamento, como homem e como mulher, em todas as nossas encarnações. Nada menos que isso poderia prover o pábulo para a realização do ideal humano.

 

CAPÍTULO II – SEGURANÇA

 

“Existir” é “estar num estado de movimento”, mas “viver construtivamente” é “existir com a consciência da origem e do objetivo”. Nessa consciência se encontra a raiz da sensação de segurança, não importando as condições das circunstâncias externas. O mandala astrológico representa isso desse modo: trace um círculo com os diâmetros vertical e horizontal; ponha o símbolo de Áries no Ascendente, Capricórnio no topo da roda, Câncer na base; ligue Áries a Capricórnio e Câncer por linhas retas.

Áries é o “Eu Sou” primordial – a consciência do próprio eu individualizado. Porque Vida é Ação, “ser” significa “se expressar”, “projetar”, “atuar e reagir”. Criatividade e Epigênese são, dependendo da oitava evolutiva, os arquiprincípios de ação da Vida porque todas as expressões são irradiantes e afetivas por natureza. Então, Marte é o Princípio da Ação, a “Centelha da Chama Central” que proporciona a toda coisa epigenética a faculdade de movimento projetiva. Contudo, Marte tem de ter um objetivo para onde se mover, sem o qual sua ação carece de propósito ou significado. Suas ações desconcentradas são, portanto, energia perdida. Alguém desperdiçar seu dote de energia é enfraquecer a consciência do “Eu Sou”; o resultado desse esgotamento é uma polaridade da sensação de insegurança.

Ter uma consciência do “Eu Sou” relativamente enfraquecida é estar relativamente descentralizado e, de modo correspondente, relativamente suscetível aos impactos de outras projeções de poder mental, emocional, psíquico e físico. Lembre-se de que, nos exercícios de atingir alvos, o tiro e o arremesso não fazem sentido se não existem alvos a visar; o alvo simboliza, quimicamente, o objetivo de desenvolver a coordenação física para a qual o atirador ou o arremessador pratica. Prosseguir atirando ou arremessando sem mirar o alvo é “Marte sem um objetivo”; tal ação resulta em escasso exercício muscular, senão pouco ou nenhum exercício de coordenação muscular.

Falemos de meninos e meninas em desenvolvimento como “desabrochando a sua jovem masculinidade e feminilidade, respectivamente”: quando não são visados os objetivos do amadurecimento para dar à vida, então o crescimento mecânico, como o arremesso e o tiro a esmo, definitivamente resulta na insegurança do movimento e na energia desperdiçada. “Encarnar” tem como propósito a dádiva da vida, que é a maturidade e que, astrologicamente, é indicada pela Exaltação de Marte em Capricórnio, o Signo de Saturno com o poder de assumir e cumprir responsabilidades. Tais responsabilidades são inerentes ao fato de que a maturidade da consciência implica autogoverno, e a responsabilidade espiritual é a expressão construtiva. Na oitava de expressão genética, a “expressão construtiva” é vida geradora e princípios administrativos daquilo que é gerado, quer seja a encarnação de outros Egos – “nossos filhos” – quer seja o início de um padrão de trabalho – “nosso serviço”.

O crescimento desperdiçado é, em grande parte, uma ação mecânica que resulta em insegurança, quando a pessoa tem idade para a expressão madura, mas é incapaz de funcionar assim. Ela está à mercê das vibrações e poderes das outras pessoas e é incapaz de funcionar desde o seu centro de autogoverno. Marte, saindo de Áries e se deslocando através da roda, no sentido contrário ao dos ponteiros do relógio, deve se elevar a partir do ponto de Câncer na base da roda; permanecer atolado na segurança de dependência é evitar o impulso dinâmico para o verdadeiro crescimento elevado. Qualquer pessoa nessa condição tenta funcionar através da fortaleza de outra, pois “não conhece a sua própria”. Permanece fixa na “origem”, mas, por não estar ciente dos objetivos individualizados, não pode evitar o fracasso em realizar o ideal da verdadeira segurança.

Posto que aquilo que cresce precisa de proteção e sustento, a verdadeira segurança de dependência é o cumprimento das legítimas necessidades. O feto precisa de substância maternal, o bebê e a criança em crescimento precisam de comida, agasalho, orientação e amor; o estudante precisa de educação, o trabalhador precisa de emprego e salário. Todas as pessoas que estão evoluindo precisam da sensação de segurança de identidades específicas – ligação familiar, afiliação religiosa, afiliação nacional e afiliação com um povo – até o momento em que a verdade da autonomia seja compreendida. As congestões de segurança de dependência resultam em anormalidade psicológica e sexual, cristalização de opinião, preconceito, intolerância, fixação em expressões químicas como símbolos de segurança, temores e inimizades com povos e nações e, sobretudo, incapacidade para se ajustar às mudanças necessárias ao desenvolvimento e dilatação da consciência.

Uma pessoa “chega” a um ponto específico da sua evolução; quando identifica aquele ponto como “uma realidade” ela fica, em certo sentido, estática por algum tempo para o cumprimento dos requisitos daquele ponto. Se então deixa de se ajustar às mudanças necessárias – permanecendo fixada naquilo com que se familiarizou – ela “morre por dentro”, pois a consciência de si mesma não permitirá que as forças evolutivas da vida se expressem através dela. E aquele “ponto” pode ser uma das inumeráveis coisas com as quais os humanos se identificam durante a sequência de suas encarnações.

O Signo de Câncer no Grande Mandala é o “símbolo do ninho” para a pessoa dependente. Exotericamente ele é a “origem quimicalizada” – útero, mãe, lar, nação e povo. Esotericamente ele é a sua própria base psicológica – as coisas dentro de si mesmo em que se apoia como uma consciência de recurso para expressar sua necessidade individual de uma realização maior. A base psicológica nunca é dependente das expressões químicas da vida; uma vez estabelecida, a pessoa descansa nela e aonde quer que vá, durante sua encarnação. Esse fundamento interno lhe possibilita se ajustar a quaisquer    mudanças externas das circunstâncias; nisso se vê uma representação da Lua – Regente de Câncer – em Exaltação no Signo da sua própria 11ª Casa, Touro. Touro corresponde a Câncer, assim como o Aquário, regido por Urano, corresponde a Áries – o padrão do Signo da 11ª Casa é libertação e impessoalidade.

A pessoa desorganizada – o vagabundo, o marginal e o demente – é assim porque perdeu seu senso de contato com a identidade e o foco interno. O vagabundo certamente tem experiência, mas isso está na natureza do movimento sem rumo através da vida; o marginal perdeu seu senso de direito para com as outras pessoas – ele está em um contínuo estado de protesto contra si mesmo (algo da fonte vibratória da atual encarnação) que ele não entendeu ou percebeu claramente. Em outras palavras, nas Mentes de tais pessoas não existe conexão entre aquilo que elas foram no passado, aquilo que deviam ser agora, e aquilo que podem vir a ser no futuro. Seu passado esquecido e futuro sem perspectiva os detêm no presente sem objetivo.

A pessoa a quem designamos como “avarento” é uma das mais inseguras pessoas, porque não está ciente da fonte de seu extremo apego à matéria – dinheiro – como um símbolo de segurança. Sua ganância e incessante avidez externam a desintegração do seu alicerce interno – ele busca segurança na “posse” de algo cuja identidade essencial é “instrumento de intercâmbio como uma expressão de sentimento acerca de outras pessoas”.

O extremo apego a uma pessoa amada também é uma exteriorização negativa da segurança de dependência, porque a pessoa sofredora identifica outro ser humano como sua base psicológica. O amor devotado e fervoroso não é, por si só, um “mecanismo de congestão”; ele é uma expressão da oitava mais elevada do coração humano. Contudo, o tipo de amor que não pode viver independentemente da proximidade química não é verdadeiramente amor, mas um símbolo de insegurança interior; qualquer um que identifique outro como “segurança” está fora de sua própria base interna – vive continuamente aflito por ansiedades, preocupações e tensões. Tendo “deslocado” a si mesma, a pessoa diz que está ansiosa pelo bem-estar do ser amado, mas é pela sua própria segurança que ela realmente está ansiosa. O verdadeiro amor provê saúde, fortalece a fé, inspira a confiança; o “amor” que é uma dependência tensa e receosa é exatamente o oposto.

Vemos, pois, que a superdependência de coisas externas é a arquirraiz da insegurança. A correção se encontra em compreender o que o externo simboliza e, então, estabelecer a realidade daquele símbolo na consciência e se expressar a partir dessa base psicológica; tal expressão é autogeradora e autodiretora; ela é simbolizada pela linha vertical traçada desde Câncer até Capricórnio, no Grande Mandala. Essa é a imagem da pessoa dependente e imatura que transmuta sua consciência com experiências para alcançar a condição de indivíduo maduro, independente. Em virtude da polaridade ser interativa e retroativa, reconhecemos que o diâmetro Câncer-Capricórnio representa as inseguranças presentes resultantes de não realizações no passado e as seguranças presentes resultantes das realizações, também, no passado. Aquilo que agora é estabelecido como base psicológica de poder sadio e integrado é o pábulo para o exercício do cumprimento das responsabilidades. Estar livre da dependência de coisas externas qualifica para o autogoverno e funcionamento dinâmico eficiente. Muitas pessoas assumem responsabilidades – paternidade, maternidade, trabalho, etc. – mas sua base psicológica desintegrada, com a resultante dependência de coisas externas como segurança, as desqualifica para cumprirem aquilo que assumiram, com êxito e completamente.

Por exemplo – e existem muitos a serem estudados todos os dias – um indivíduo assume a responsabilidade de trabalhar no governo; ele é inseguro devido a sua total dependência do dinheiro como um símbolo de segurança; ele traduz os princípios inerentes às responsabilidades de sua função, e ele “trabalha sob a perspectiva do que é conveniente”, mas falha na fidelidade para realizar seu ilusório símbolo de segurança; em sua próxima encarnação – ou em alguma encarnação futura – sua fé nas outras pessoas será abalada pela falsidade e falta de princípio delas; elas externarão, simplesmente, a grande insegurança dele mesmo, resultado de sua imaturidade espiritual anterior (presente). Este é um ponto importante a considerar: aderir aos princípios de um padrão de trabalho ou de um padrão de relacionamento garante a máxima eficiência no cumprimento das responsabilidades e, correspondentemente, uma eficiência máxima no amadurecimento da base psicológica a ser levada como “sustento fortificante” para a encarnação seguinte. À acumulação de alimento fortificante se soma ao acúmulo do Domínio relativo; a redução do sustento fortificante é a desistência na realização da Idealidade.

A pessoa que assume um padrão de responsabilidade e trai esse padrão por causa da escuridão interior e da falta de princípio desintegra, em certa medida, sua própria base psicológica Tal pessoa se desqualifica para expressar mais poder até que ela tenha recuperada sua consciência, enfrentado e passado nos testes que a Vida (sua própria consciência) lhe impõe para provar o seu valor. Quando você, como astro-filósofo, estudar Cartas para analisar as origens dos problemas de outrem e reconhecer que o sofrimento da pessoa se deve, diretamente, da sua total dependência de coisas externas, saiba então que, em algum lugar do passado, ela se desqualificou, e sua desqualificação foi externada, dessa vez, por sua reação de dependência nas fraquezas dos outros. Ela dirá a você que seus pais nunca lhe deram o suficiente, que nunca motivou quaisquer restrições, que seu patrão nunca a apreciou, que os outros a enganam e tiram vantagem dela continuamente, que está sempre envolvida em acidentes de automóveis, que seus filhos estão sempre doentes, que se divorciou três vezes, que foi traída pelo cônjuge que amava, etc. Tais confissões externam inseguranças terrivelmente profundas, resultado direto da traição a cumprimentos de responsabilidades no passado. Agora, tal pessoa não sabe quem ela é exatamente ou para que está aqui; suas motivações só são percebidas vagamente; desconhece as fontes de seu poder (o sustento fortificante); e sua consciência dos princípios de experiência é, no melhor dos casos, obscura. Ela tem que aprender novamente o que sua identidade é e o que significa compreender os princípios da experiência e os métodos espirituais para se expressar de acordo com o Princípio.

Agora, vamos a um caso de destaque nos dias atuais: a segurança internacional.

Esse termo é um composto da consciência de segurança de todo ser humano agora encarnado. Nos últimos dias chegamos a um reconhecimento, mais claro do que nunca em nossa história, do termo “O Mundo é Um Só”. Reconhecer isso é assumir a responsabilidade de viver de acordo com isso. Não reconhecer – ou não ser capaz de reconhecer – que “O Mundo é Um Só” simplesmente externa apego aos conceitos nacionalistas separatistas; não se pode esperar das pessoas com propensão nacionalista que pensem “internacionalmente”, do mesmo modo que não se deve esperar de uma criança que ame os pais das outras mais do que ela ama aos seus próprios. Contudo – e isso é muito significativo – existem muitos encarnados que professam a “Consciência de que o Mundo é Um Só”, mas que a violam continuamente. Isso nos leva ao tema “Americanismo”:

Encarnar como um cidadão nos Estados Unidos da América é assumir a responsabilidade de viver a “Consciência de que o Mundo é um Só”. Você, eu, e todos os demais cidadãos norte-americanos qualificados para encarnar aqui, devemos justificar essa qualificação, caso contrário reencarnaremos sob uma forma de governo muito menos liberal. Estamos estabelecidos como uma nação sob a diretriz espiritual de “liberdade e justiça para TODOS”[3] – e “TODOS” não significa apenas os Norte-Americanos. Os cidadãos dessa nação derivam principalmente de europeus, asiáticos e africanos, mas, em virtude da qualidade de consciência, nos harmonizamos com os princípios democráticos da vida, sendo-nos, pois, permitido – programado – encarnar sob a forma de governo baseada nesses princípios.

O horóscopo dos Estados Unidos da América mostra o Sol e três Astros no Signo de Câncer – somos verdadeiramente um “ninho” para os seres humanos de toda classe de procedência: racial, nacional e religiosa. O Sol em Câncer é regente da 4ª Casa e, nesse Signo, ele está no Signo de sua própria 12ª Casa – o “padrão da redenção”. Câncer está nas 2ª e 3ª cúspides; o Sol e dois dos Astros estão na 2ª Casa; Mercúrio, Regente de Gêmeos (no Ascendente), e dispositor de Marte e Urano em Gêmeos, está em Câncer e na 3ª Casa. A Lua, regente das 2ª e 3ª Casas, está em Aquário; Saturno, regente das 8ª e 9ª Casas, está em Exaltação em Libra e em Trígono com a Lua. Nossa “base psicológica nacional” (não existem Astros em Leão, Signo da 4ª Casa) está concentrada nesse “agrupamento astral” no Signo de Câncer; poderia ser interpretada como: o intercâmbio de substâncias materiais e de educação de acordo com princípios democráticos de governo, como a fonte espiritualizada da nossa evolução e de nosso progresso nacionais.

Acaso já ultrajamos esses Princípios? O tratamento que temos dado aos cidadãos norte-americanos índios e negros dizem que SIM. Acaso temos desperdiçado nossas fabulosas reservas de recursos naturais? A resposta é SIM. Já permitimos, como nação democraticamente inspirada, a compra e venda de seres humanos? A história da escravização do negro nesse país diz que SIM. Já concorremos para o enfraquecimento de outros povos? A história do descuido no pagamento de dívidas de guerra contraídas com outras nações diz que SIM. Isso em parte é uma repetição, em dezembro de 1950 – os jornais revelaram recentemente como se tem permitido a venda de materiais norte-americanos às mesmas nações contra as quais estamos em guerra – da história da venda de ferro velho aos japoneses durante o ataque desses aos chineses em 1930. Isso, da parte de um governo democrático, é certamente a suprema blasfêmia contra o nosso princípio de “justiça para todos”.

E mais: dizer como alguns que “nada pode ser feito a respeito” é o cúmulo da desmoralizada aquiescência; tais violações de nossos poderes, como princípios administrativos materiais, devem ser impedidos. Posto que uma expressão química somente externa um estado interno, dizer que “tememos os comunistas chineses”, “tememos os russos”, “receamos um bombardeio atômico” é apenas uma meia verdade. Temos medo, sim. Dos resultados de nossas próprias violações de princípios, e o que estamos atravessando agora no Oriente é resultado de como traduzimos esses princípios que inspiraram os alicerces dessa nação. É assunto para se pensar! Que todo norte-americano faça um balanço de como ele vive a sua cidadania. A cidadania americana é uma benção a ser honrada por quem a vivencia – não é “apenas algo despejado em nossos colos” para dela nos aproveitar de maneira esbanjadora e impensada. Na medida em que nos expressamos de acordo com a intolerância religiosa, o ódio racial, a corrupção financeira e a falta de integridade pessoal nós nos desqualificamos para esse privilégio; na medida em que ajudamos os outros a se ajudarem a si próprios, administramos nossos recursos inteligentemente e para o maior bem de todos na Terra, mantemos nossas Mentes abertas para melhor apreciar as qualidades e direitos de todos e nós mantemos nossas qualificações democráticas, Nós, como uma nação, somos uma potência democrática; como indivíduos norte-americanos somos o microcosmos dessa potência, e é nossa responsabilidade espiritual e nosso regozijo pessoal manifestar esse ideal, enquanto estamos encarnados. Isso, e nada menos que isso, garantirá nossa segurança individual e nacional. Devemos, como norte-americanos e terráqueos, funcionar a partir da base psicológica – o “sustento do poder” – ou dos nossos princípios espirituais. A regeneração de Capricórnio e o cumprimento do idealismo democrático é aquilo que “amadurece” a partir da base de Câncer. Realizar esse amadurecimento é o significado de “ser norte-americano” e de “sermos terráqueo democráticos”.

 

CAPÍTULO III – O DIÂMETRO, O QUADRANTE E O DECANATO

 

Para prosseguirmos nesse assunto, uma breve revisão do Espectro Genérico será necessária.

O Zodíaco não é só uma “faixa”; ele é uma emanação de qualidades vibratórias que começam no primeiro grau do Signo Cardeal e de Fogo de Áries; esse ponto é, abstratamente, o começo da circunferência da roda vibratória da ciência astrológica. Esse mesmo ponto é a objetivação – encarnação – dos potenciais inerentes ao ponto central do círculo. O raio do Ascendente – a horizontal esquerda – é a “projeção dos potenciais da subjetividade para a objetividade”. Em qualquer círculo, o mesmo raio é usado para manifestar o círculo, por isso todas as cúspides de Casas na roda são emanações do raio do Ascendente, e elas representam o desdobramento da Consciência genérica na experiência e realização do ideal por meio das transmutações e expressões espiritualizadas.

O mandala que representa a estrutura da qualidade genérica é à roda de doze Casas com os Signos de Áries, Câncer, Libra e Capricórnio nas cúspides das 1ª, 4ª, 7ª e 10ª Casas, respectivamente.

Os diâmetros horizontal e vertical, interceptando-se no centro, formam a cruz da encarnação; as linhas retas que conectam as cúspides Cardinais formam o campo evolutivo no qual a humanidade adquire experiência no relacionamento mútuo. Nesse mandala vemos a bissecção do círculo em dois campos; dois diâmetros criando dois pares de semicírculos. Esses diâmetros representam a dupla expressão da Polaridade; aquilo que gera (Capricórnio-Câncer: o diâmetro dos pais), e aquilo que é gerado (Áries-Libra: o Ascendente e seu complemento). Esse mandala ilustra, em simbologia astrológica, o número magistral vinte e dois. Dois é o único algarismo que dá o mesmo resultado (quatro) quando somado a si mesmo e quando multiplicado por si próprio. Vinte e dois é o número da maestria se expressando na forma – ele é a oitava superior da complementação, e é significativo que todo ser humano deve cumprir a experiência evolutiva por meio da encarnação em ambos os sexos físicos. Os quatros Signos Cardeais, representados nesse mandala, compreendem a maneira de encarnar, pela qual a masculinidade e a feminilidade de todo ser humano evolui por meio da experiência de relacionamentos e destila suas espiritualizações das quais o Ideal é manifestado. Todos os relacionamentos humanos – sejam biológicos ou não – derivam desse alicerce Arquetípico: o gerador bipolar e o gerado bipolar.

Uma vez que os Trígonos dos elementos simbolizam a espiritualização das qualidades genéricas, nosso espectro genérico deriva dos relacionamentos dos Signos de Exaltação e dos Regentes desses quatro Signos. Marte (primogênito masculino e Regente de Áries) está Exaltado – amadurecido – em Capricórnio, regido por Saturno, símbolo do pai; Saturno está Exaltado em Libra, regido por Vênus, e complementa o Signo de Marte, Áries; Vênus está Exaltado em Peixes, terceira oitava da triplicidade de Água, último Signo da sequência zodiacal, e essa triplicidade é iniciada pelo Signo Cardeal de Câncer, regido pela Lua – símbolo da mãe – e complementa o Signo de Saturno, Capricórnio.

Por conseguinte, os Signos de Fogo e de Terra, posto que “iniciados” por símbolos masculinos, são Signos masculinos; os Signos de Ar e de Água, iniciados por símbolos femininos, são Signos femininos. Já que todo ser humano, macho ou fêmea, é bipolar, reconhecemos uma dupla divisão dos Signos masculinos e dos Signos femininos. Os Signos de Fogo formam a primeira metade da metade masculina do Zodíaco, pelo que eles são Signos masculino-machos; seguem-se na sequência os Signos de Terra (Touro segue a Áries), portanto eles são Signos feminino-machos. Os Signos de Ar, iniciados pelo Signo Cardeal de Libra, regido por Vênus, representa a metade masculina dos Signos femininos; os Signos de Água, iniciadas por Câncer, compreendem os Signos feminino-fêmeas. Vemos, portanto, o Zodíaco inteiro representando uma dupla expressão da dupla polaridade; isto desde o primeiro grau de Áries, o ponto mais masculino, até o último grau de Peixes, o ponto mais feminino. Relacione os Signos nessa sequência e guarde-os na memória para uso futuro.

A metade inferior (abaixo do diâmetro horizontal) da roda é iniciada por Áries; a metade superior é iniciada por Libra, como “reflexo” da metade inferior. A nota-chave oculta do primeiro grau de Áries – o ponto Ascendente do Grande Mandala – é “EU SOU”. Nessa linha do Ascendente estão subentendidos todos os potenciais mostrados no desdobramento zodiacal e no conteúdo da roda astrológica. Portanto, segue-se naturalmente que nos trinta graus de Áries estão incluídos os “conteúdos” do hemisfério superior da roda. Esse “conteúdo” está simbolicamente incluído nos últimos quinze graus do Signo. A “cúspide” do décimo sexto grau do Signo é o potencial do diâmetro horizontal completo da roda. Quando o raio horizontal esquerdo é “desdobrado” para formar um diâmetro completo, a “extensão” resulta no que chamamos de cúspide da 7ª Casa – o ponto inicial da metade superior do círculo. Posto que qualquer grau de qualquer Signo pode aparecer como o Ascendente de um horóscopo, reconhecemos que a divisão de qualquer Signo em duas metades de quinze graus cada representa uma imagem simbólica da polaridade desse Signo em embrião, e embora o autor ainda não tenha chegado a qualquer conclusão específica quanto às diferenças significativas de Astros posicionados nos primeiros quinze graus de um Signo e Astros posicionados nos últimos quinze graus, a representação sugere que os Astros posicionados na segunda metade dos trinta graus, se expressos não regeneradamente, são potenciais para destino maduro negativo muito mais “eficaz” – no sentido de que, estando na “metade da polaridade” do Signo, suas expressões negativas implicam a possibilidade de serem refletidas em futuras encarnações por outras pessoas e com as quais o indivíduo terá relacionamentos. Em outras palavras, os segundos quinze graus, por analogia, podem ser denominados “metade feminina” do Signo. “Feminino” significa “que reflete”. Por isso, se queremos evitar sofrimentos futuros, através de reações dolorosas a outras pessoas, compete a nós próprios regenerar os Astros assim posicionados, implicando isso em que, no futuro (desdobramento em Tempo-Espaço), essas vibrações astrais focalizarão nossos padrões de relacionamentos complementar e então, de maneira muito mais definitiva, “reaveremos dos outros aquilo que perdemos nesse momento”. Agora divida cada Casa do Grande Mandala em duas partes iguais; ponha nesta roda as suas posições astrais natais e veja em quais metades dos seus Signos caem os Astros.

Talvez você, como um estudante curioso, possa chegar a uma conclusão sobre esse assunto. Se você tem Quadraturas ou Oposições entre Astros posicionados nos últimos quinze graus dos seus Signos, você se sente mais responsivo as pessoas que expressam qualidades negativas representadas por aqueles Astros, do que aquelas que refletem negativamente seus Astros dos “primeiros quinze graus”? Você sente que, por cuidadosa análise, pode determinar se os Astros dos seus primeiros quinze graus lhe dão maior liberdade de expressão direta do que o fazem os Astros dos últimos quinze graus? Analise suas Quadraturas e Oposições astrais sob esse ponto de vista e veja se o padrão de polaridade implicado ajuda a clarear suas capacidades de reação e expressão.

QUADRANTES: No Grande Mandala, a subdivisão da 1ª Casa – e do Signo de Áries – em quatro quadrantes de 7 ½ (sete e meio) graus cada representa o “estado embrionário” da cruz Cardeal.

Aplicando a Lei de Correspondência, nos relacionamos essa divisão de um Signo com a divisão quádrupla da roda inteira. Começando com Áries e “desenrolando” a roda no sentido contrário ao dos ponteiros do relógio, verificamos que cada quadrante sucedente é iniciado respectivamente por Câncer, Libra e Capricórnio.

A subdivisão de um Signo em duas seções de quinze graus cada é particularmente aplicável ao estudo dos Aspectos de Oposição e, geralmente, de todos os padrões complementares. Contudo, a subdivisão de um Signo em quadrantes se aplica à análise dos Aspectos de Quadratura, já que todo Aspecto desse tipo, fazendo-se concessão à órbita, é um padrão de relação de 90 graus e cada quadrante da roda é uma divisão de 90 graus. A divisão em quadrantes (por graus e minutos) vai de zero a sete graus e trinta minutos; de sete graus e trinta e um minutos a 15 graus, de quinze graus e um minuto a vinte e dois graus e trinta minutos; de vinte e dois graus e trinta e um minutos a vinte e nove graus e cinquenta e nove minutos. O “passo” seguinte nos leva ao zero do próximo Signo.

Existem 3 “cruzes” subentendidas na estrutura dos doze Signos: a Cardeal, a Fixa e a Comum. Na progressão do ciclo a partir do Ascendente do Grande Mandala, as três cruzes aparecem quatro vezes nos quatros quadrantes da roda: Áries, Touro, Gêmeos; Câncer, Leão, Virgem; Libra, Escorpião, Sagitário; Capricórnio, Aquário e Peixes. Cada “iniciação” Cardeal é uma nova maneira de dizer “EU SOU” – como extensões do “EU SOU” básico de Áries; cada cruz representa um padrão de crescimento e desenvolvimento por meio de experiências na dupla expressão da dupla polaridade; nós evoluímos mediante fases como recebedores e doadores de Vida e como machos e fêmeas. As “cruzes” simplesmente representam os processos pelos quais nós destilamos sabedoria de nossas experiências e desenvolvemos os recursos internos de amor para alcançar a realização do ideal. Posto que, num horóscopo corretamente calculado, todo Astro é colocado onde está em virtude de processos da Lei, deve haver uma valiosa chave no posicionamento dos Astros por quadrante. Individualmente, cada Signo do Zodíaco tem seu Regente astral particular como focalizador básico da qualidade genérica do Signo. Contudo, já que trinta graus representam uma sequência de qualidade do Signo, e em virtude da Lei de Correspondência se aplicar à estrutura astrológica como o faz a qualquer outra manifestação, vamos considerar o posicionamento dos Astros por quadrante em termos de regências secundárias. O primeiro quadrante de um Signo Comum é regido pelo Regente astral do Signo; o segundo quadrante é regido secundariamente pelo Astro que rege o próximo Signo desta cruz; o terceiro quadrante é secundariamente regido pelo Astro que rege o Signo seguinte da cruz, e o quarto quadrante é secundariamente regido pelo seguinte.

Por exemplo:

Capricórnio – Regente primário: Saturno

Capricórnio é um Signo Cardeal

Primeiro quadrante – Regente secundário: Saturno

Segundo quadrante – Marte, Regente de Áries

Terceiro quadrante – Lua, Regente de Câncer

Quarto quadrante – Vênus, Regente de Libra

 

Leão – Regente primário: Sol

Leão é um Signo Fixo

Primeiro quadrante – o Sol, Regente de Leão

Segundo quadrante – Plutão, Regente de Escorpião

Terceiro quadrante – Urano, Regente de Aquário

Quarto quadrante – Vênus, Regente de Touro

 

Peixes – Regente primário: Netuno

Peixes é um Signo Comum

Primeiro quadrante – Netuno, Regente de Peixes

Segundo quadrante – Mercúrio, Regente de Gêmeos

Terceiro quadrante – Mercúrio, Regente de Virgem

Quarto quadrante – Júpiter, Regente de Sagitário

 

Note que as extensões dos primeiro e terceiro quadrantes e dos segundo e quarto quadrantes devem representar dois Aspectos da polaridade; esse composto de polaridade é representado na roda horoscópica como os dois diâmetros de cada cruz. Considere cuidadosamente os Aspectos de Quadratura e os Astros envolvidos no seu horóscopo, com relação às regências secundárias; os Regentes secundários atuam como “serviçais” ou “braço direito” dos Regentes principais, sendo que sua influência é eficaz na análise das qualidades das expressões astrais.

DECANATOS: No estudo dos decanatos façamos uma análise de cada Signo sob o ponto de vista de seus potenciais espirituais. Assim como as três cruzes de quatro Signos cada são “desdobradas” a partir do Ascendente do Grande Mandala, igualmente as quatros triplicidades genéricas, de três Signos cada, são “desdobradas” a partir do Ascendente. As divisões de quinze graus e de sete e meio graus prosseguem – como “experiência em desenvolvimento” – através do Zodíaco e no sentido contrário ao dos ponteiros do relógio partindo do Ascendente; o quadro mostrado é o da humanidade caminhando, através de seus padrões de experiência, no caminho “para a frente e para cima” – de nível a nível, sempre ascendendo por meio dos processos evolutivos. Contudo, no ciclo das triplicidades genéricas, o caminho é no sentido dos ponteiros do relógio – e esse não é um movimento “cíclico”. É uma avaliação dos poderes zodiacais do ponto de vista do potencial espiritual. Como já vimos no começo dessa explanação, ele se baseia nos pontos de Exaltação dos Astros que regem os Signos da estrutura – os ditos Cardeais.

O potencial espiritual da qualidade genérica de cada Signo zodiacal é triplo; as palavras-chave arquetípicas são: 1) Força; 2) Amor; 3) Sabedoria. As segunda e terceira dessas oitavas são os aperfeiçoamentos emocional e mental pelos quais a força essencial de cada Signo Cardeal é liberada, em expressão transmutada. Os decanatos de cada Signo são suas divisões em três grupos de dez graus cada. O segundo e o terceiro decanato de um Signo simbolizam o estágio embrionário dos potencias de Amor-Sabedoria; esses potenciais são expressos na roda pelos dois Signos que correspondem ao decanato; esses dois Signos são os dois outros do mesmo elemento que o Cardeal particular. Nos Signos Fixos e Comuns, vemos em funcionamento a Lei de Correspondência e o Princípio de Recapitulação, pelo que podemos atribuir a cada decanato seu co-Regente apropriado, como segue:

  Primeiro Decanato Segundo Decanato Terceiro Decanato
Signos de Fogo Áries-

Marte

Leão-

Sol

Sagitário-Júpiter
Signos de Terra Capricórnio-Saturno Touro-

Vênus

Virgem-Mercúrio
Signos de Ar Libra-

Vênus

Aquário-Urano Gêmeos-Mercúrio
Signos de Água Câncer-

Lua

Escorpião-Plutão Peixes-

Netuno

A Lei Hermética de Correspondência é, de modo especial, belamente evidenciada por um exemplo nessa análise de decanato. O segundo decanato de cada elemento é o decanato “Signo Fixo”. Quando estendemos os três decanatos de cada elemento na roda de doze Signos, vemos que os decanatos de Signos Fixos vêm a ser o ponto médio de cada quadrante da roda. O “Meio do Signo” se torna, então, por correspondência, o “meio do quadrante do círculo”. O ponto médio de cada Casa (segunda, quinta, oitava, décima-primeira) de Signo Fixo (Touro, Leão, Escorpião, Aquário), quando ligadas por linhas retas, se tornam o símbolo do Aspecto Quadratura – o símbolo por excelência de congestão; uma vez que o decanato Fixo de cada Signo é o decanato do amor, vemos como o mandala astrológico aponta claramente para a liberação espiritualizada das congestões emocionais: a de expressão da consciência do amor.

Cada Signo (não importa sua qualidade genérica) alcança o seu ápice de compressão no ponto médio – a junção dos graus quinze e dezesseis. Essa junção está exatamente no meio do segundo decanato. O decanato Cardinal – os primeiros dez graus de qualquer Signo – externa, pela Lei de Correspondência, o atributo “começo” dos Signos Cardeais, porquanto estes representam os “pontos de contorno” básicos no avanço pela roda. Os terceiros decanatos (os últimos dez graus) externam a “qualidade transitória” dos Signos Comuns, posto que, após o ponto médio do Signo haver sido ultrapassado, as “energias” começam a “retroceder” da qualidade básica do Signo e entrar na modulação para o Signo seguinte. Portanto, os Signos Comuns do Zodíaco formam os pontos transitórios de um quadrante de noventa graus ao quadrante seguinte.

Que valor prático tem tudo isso? – Você pode perguntar. E você tem esse direito. Quando recordarmos que “todo problema contém a sua própria solução” nós podemos estudar Astros afligidos e congestionados do ponto de vista de seus posicionamentos por quadrante de Signo e decanato de Signo, extraindo disso uma abundância de informações sobre as possibilidades inerentes de regenerar as expressões desses Astros. Por exemplo: um Astro congestionado se encontra no 26º grau de Capricórnio, ou seja, no quadrante de Libra, regido secundariamente por Vênus, e no decanato de Virgem, regido secundariamente por Mercúrio. Seu posicionamento no quadrante de Libra (Quarto-quadrante de Capricórnio) é análogo à relação entre Capricórnio e Áries no Grande Mandala – sendo Capricórnio o quarto quadrante de Áries; a palavra-chave é cumprimento da responsabilidade; a sub-vibração de Libra transmite “harmonia de relacionamento” por meio de equilíbrio e intercâmbio correto. O decanato de Virgem (a terceira oitava – Sabedoria) da triplicidade de Terra nos diz que o propósito espiritual das experiências representadas pelo Astro congestionado é o desenvolvimento de maior compreensão; a pessoa precisa querer aprender de sua experiência nesse assunto; na medida em que procure aprender, e mantenha a Mente aberta e receptiva ao ensino e a orientação, ela poderá utilizar seu recurso espiritual para descristalizar a congestão. Se por falso orgulho, obstinação, etc., ela fecha a sua Mente à orientação fecha também a porta para o seu desenvolvimento; a harmonia no relacionamento não pode ser estabelecida e então a congestão se intensifica.

Exemplo: um Astro congestionado no 9º grau de Leão (Signo Fixo, de Fogo, regido pelo Sol).  Esse grau está no quadrante Escorpião do Signo de Leão (segunda divisão de sete graus e meio) e no decanato de Áries (primeiros dez graus). Posto que o Astro é tido como “congestionado” e está num Signo Fixo, reconhecemos que a congestão é intensa – se encontrando num Signo Fixo e no quadrante de Escorpião. Esse Signo, em relação à Leão, é análogo a Câncer em relação à Áries no Grande Mandala; essa relação significa “congestão no relacionamento familiar”, “apego ao ninho”, “complexo de paternidade ou maternidade” e (possivelmente) congestão de recursos do Amor por exigências da natureza de desejo sexual. Contudo, esse ponto se encontra no decanato de Áries – primeiro decanato de um Signo de Fogo – e a espiritualização da vibração de Marte é coragem. Tal pessoa descobrirá que o arrojo subjetivo e a consciência de seus direitos individuais servirão como uma liberação de poderes para descristalizar as congestões do Astro em Leão. A regência principal de Leão pelo Sol faz de uma atitude positiva um “dever” no trato com tais problemas.

E assim por diante, com outros padrões congestionados. Relacione o decanato e quadrante com a representação abstrata do Grande Mandala e você verá que toda variedade de “problemas”, encontrados nas Cartas de seres humanos, contém, por seus posicionamentos, uma pista direta para as soluções vibratórias. As expressões das forças astrais, através das implicações espiritualizadas dos Signos, são o sinal “vá em frente” para o progresso evolutivo e desenvolvimento harmonioso de potenciais.

 

CAPÍTULO IV – LUZ – PRIMEIRA PARTE

 

A “ilumina-ção” é sempre um ato de revelação. Não significa, como alguns supõem, dar algo novo para a coisa sob consideração, ou mesmo dar algo novo à pessoa que está considerando a coisa. É sempre um ato pelo qual, em grau relativo, a verdade da coisa sob consideração pode ser mais claramente compreendida. Tal compreensão nunca pode ser “dada” por uma pessoa a outra, porque o entendimento é sempre uma experiência subjetiva; a pessoa que o experimenta só o consegue quando está apropriadamente condicionada e programada para tal. Seus condicionamentos e programação adequados – sincronia de desejo pela Verdade com a capacidade para utilizar aquilo que é entendido – lhe possibilita reagir aos estímulos da outra pessoa ou à experiência de tal maneira que sua consciência da coisa considerada se abre em grau relativamente mais elevado para a Verdade. Podemos dizer que naquele momento ela “ganhou mais sabedoria sobre a coisa” – sua consciência da natureza da coisa é, então, “mais inteligente” do que era.

Nestes dias de crescente indagação sobre cada faceta da experiência e função humanas, não surpreende realmente que muitas pessoas no mundo estejam abrindo suas Mentes às concepções mais claras sobre a natureza da arte-ciência oculta chamada “Astrologia”. Essa série de artigos sob o título geral de LUZ, dos quais esse é o primeiro, é apresentada para esses investigadores na expectativa de que os que estão agora “adequadamente condicionados e preparados” descobrirão, na leitura atenta, a experiência de conceber mais claramente imagens daquilo que a Astrologia realmente é e como o conhecimento da natureza dela pode ser utilizada mais construtiva e filosoficamente. Seu propósito é totalmente consistente com a sua natureza – seu propósito é iluminar, e sua natureza é a apresentação simbólica da consciência evolutiva da humanidade, em geral ou individualmente.

Às vezes nos tornamos mais vividamente cônscios de uma coisa considerando aquilo que ela não é. Basicamente e essencialmente, a Astrologia não é um estudo de eventos; em termos do horóscopo de uma pessoa não é um estudo “das pessoas em sua vida”; a Astrologia não é uma superstição, embora muitas pessoas a tenham usado de modo tal a evidenciar seu medo supersticioso da vida e das experiências; com certeza absoluta ela não é um estudo de “boa e má sorte”; seu principal propósito não é delinear o cronograma de eventos, passados ou futuros; e – reflita bem sobre isto – não é um “estudo das estrelas”.

Os “nãos” da Astrologia, acima mencionados, podem muito bem ser chamados de “nós”, nos conceitos de Astrologia da maior parte das pessoas. Dois deles são baseados em inverdades, os outros contém suficiente conteúdo de conhecimento ou sabedoria para fazer da Astrologia uma ciência de utilidade construtiva – mas só quando o praticante é motivado pelos elevados ideais de auxílio aos outros, e quando é o tipo de pessoa que está sempre pronta a considerar novas revelações das verdades astrológicas. Nenhuma pessoa, atualmente encarnada e que seja capaz de usar o conhecimento astrológico, é “novata no assunto”; todas essas pessoas estão recapitulando conhecimentos do assunto adquiridos em vidas anteriores e, justificando aquele esforço passado, um reforço é necessário agora para desatar os “nós” dos conceitos congestionados, superstições e meias-verdades, pela expansão da Mente e ampliação do “querer a Verdade”. O nome dessa arte-ciência contém a chave daquilo que ela verdadeiramente é; vamos analisa-lo para uso contínuo durante o estudo dessa série.

O “astr” de Astrologia é uma das muitas centenas de radicais derivados das línguas antigas que tem significado tanto esotérico quanto exotérico. Exotericamente se refere a “estrela” (“star”), e nessa conotação a Astrologia é compreendida como sendo um estudo da influência exercida pelos Astros no caráter e destino humanos, como se nós humanos “tivéssemos de nos importar com o que os Astros dizem para fazer – ou para ser ou pensar – ou desenvolver”. Tal conceito irracional de “influência estelar” tem o desintegrante efeito de intensificar os temores do ser humano concernentes ao “destino”, assim como de sua própria fraqueza e ignorância. No plano do exercício intelectual, até a mais exotérica abordagem pode ajudar, contanto que as pessoas possam se familiarizar com um conjunto especial de símbolos, e o estudo das palavras-chave para interpretação desses símbolos resulte em treinamento da faculdade do pensamento abstrato. Contudo, em virtude de o conhecimento sem utilidade não constituir a razão de ser da Astrologia, devemos examinar mais profundamente a palavra em si para entendermos as verdades do seu propósito.

Esotericamente, o “astr” de Astrologia se refere à luz. Por incontáveis eras, o ser humano viu e vê as estrelas no céu como símbolos da mais pura luz. O astrônomo estuda os corpos celestiais em termos das suas distâncias a que se situam de nós, do seu tamanho, peso, da sua densidade e das suas inter-relações espaciais. O astrólogo estuda o que eles simbolizam como luzes da consciência.

Outra vez esotericamente, existem duas conotações para a palavra “luz”. Uma é aquela forma de luz que possibilita perfeição visual para os que estão encarnados. Em termos da vida manifestada, luz é o poder criador, um atributo de todas as coisas manifestadas que possuem potencial criador ou manifestador. Contudo, antes que tal luz possa “ser” deve haver aquilo que cria a luz visual, e isso é a luz da consciência. A consciência criadora disto a que chamamos “vida” (por falta de uma palavra mais específica), através da consciência criadora “descendente” dos logos galáctico e solar – todos eles em evolução – origina todas e quaisquer formas de luz que possam ser percebidas por todo o universo manifestado. Em outras palavras, a luz perceptível é a polaridade negativa, o reflexo manifestado do atributo criador positivo – a consciência. Na introdução do livro de Gênesis lê-se: “Disse Deus: ‘Haja luz; e houve luz’”[4]. Quer se creia que a palavra “Deus” se refere à essência cósmica criativa ou à vontade e Mente criativas de um Logos Solar, isso não importa nessa conexão; o que deve ser considerado é que a consciência do poder criativo foi estabelecida e que a luz foi o primeiro gesto do ato criativo. A dita “escuridão” se refere ao estado da vida sem forma a que chamamos de “caos”. “Caos” não significa “nada”, como pensam alguns; “caos” é a única essência da vida que deve ser utilizada pelas vontades e Mentes criativas para a manifestação. Luz manifestada é a projeção em manifestação da inteligência criativa. Consciência é aquele grau de percepção – “ilumina-ção” – do poder que é o principal requisito da ação criativa. Um Logos Solar é consciente do poder de criar e manifestar, através do estabelecimento de um Corpo central – “Sol” – e da emanação de outros Corpos – “Astros” – que, em sua totalidade, compreendem seu campo de evolução. O Logos evolui através da evolução de suas miríades ondas de vida e formas que habitam em Corpos planetários; macrocosmo e microcosmo são interdependentes – a evolução de cada um serve, e coincide, com a evolução do outro. Pelo atributo da consciência e faculdade de escolha, os seres humanos exercem seu potencial criativo para adiantar sua evolução. Nós, humanos, não somos “criadores”, mas, tendo o poder de regeneração consciente, revelamos o potencial de criatividade. Como o nosso Logos Solar – Deus – é, assim somos nós destinados a vir a ser por meio do desenvolvimento da percepção – consciência – da nossa verdadeira identidade e dos poderes correspondentes. Então, se a Astrologia não é um “estudo das estrelas”, mas sim um estudo da consciência em símbolos arquetípicos, podemos abandonar nossos errôneos conceitos e examinar os horóscopos – o nosso especialmente! – pelo que na realidade eles são e para o que realmente eles são.

Afirmar que a Astrologia é um estudo da influência do Sol, da Lua e dos Planetas sobre nós – como seres humanos, individual ou coletivamente – não é uma inverdade, mas, para o nosso propósito, existe outra abordagem que mais se aprofunda no assunto e deve, portanto, ser considerada. No que diz respeito ao “efeito dos Astros sobre os seres humanos”, vamos dizer que a Astrologia é o estudo das correspondências entre os poderes vibratórios astrais e os nossos reais poderes em potencial. Nós, como seres humanos, estamos fraternalmente relacionados a todos os outros humanos como expressões do mesmo arquétipo nesse Astro. Somos também – porém mais indiretamente – fraternais a todas as outras expressões de vida nesse Planeta. Nossa habitação – a Terra – é o Corpo manifestado de um Ser que, em sua oitava de funcionamento, é fraternal aos Regentes astrais do nosso Sistema Solar; portanto, em infinidades de níveis de correspondências, todos nesse Sistema estão inter-relacionados. E todos são ideias manifestadas do nosso Criador – nosso Logos Solar, nosso “Deus Pai-Mãe”. Uma vez que os Astros do nosso Sistema são as corporificações dos Seres, cuja consciência de vida os qualifica para aquela função, e posto que cada um tem a sua particular função e efeito evolutivos, no Sistema como um todo ou em qualquer fator dele, nós, como seres humanos e estudantes de Astrologia, estudamos nossos horóscopos para nos conscientizarmos de níveis mais elevados de consciência da vida, por meio do conhecimento ou percepção dos nossos potenciais, em correspondência às qualidades e ao significado destes seres, cuja consciência provê a estrutura e o padrão para o nosso Sistema. Os símbolos Astrológicos do Sol, da Lua e dos Planetas designam aquilo que chamamos de “Regência” de partes dos nossos Corpos, de qualidades da personalidade e do caráter, dos princípios inerentes às nossas capacidades de expressão e reação, das qualificações vibratórias das nossas experiências e dos nossos relacionamentos. Todos esses fatores, juntos ou individualmente considerados, existem para o único propósito de ampliar e purificar a consciência – “iluminando a nós próprios”, ou “servindo para tornar o ‘eu’ mais cônscio da luz do ‘Eu’” – e o “Eu” é o Espírito, que identifica o parentesco e a unidade do ser humano com o seu Criador.

A fim de se estabelecer mais firmemente uma nova abordagem ou um novo entendimento, se descobriu que é muito útil deixar de falar do assunto sobre o assunto em consideração aos padrões habituais que se utilizou durante um longo período de tempo. Existem vários “clichês” que os estudantes de Astrologia aprenderam e usaram, mas, para que aumentemos a compreensão de “Astro-Luz” podemos ter que praticar alguns novos termos e algumas novas referências. Por exemplo:

Achamos muito fácil e natural dizer, nos referindo ao horóscopo de uma pessoa: “Essa pessoa tem um mau Urano”. Veja esta afirmação, por um momento, do ponto de vista de se tornar mais consciente daquilo que ela diz. Em primeiro lugar, ninguém pode “ter” nenhum Astro; em segundo lugar, nenhum Astro é “mau”. E como o poderia, sendo uma criação divina? Vamos revisar isso um pouco: “A consciência de princípios dessa pessoa, simbolizada por Urano, está congestionada, desorganizada, imatura ou pouco evoluída”. Não dizemos, portanto, que pessoa é má, ou que não tem sorte ou que é malvada ou que é uma infeliz. Nós simplesmente queremos dizer que o desenvolvimento dela – por um tempo que ninguém sabe quanto – não incluiu muita atenção regenerativa aos aspectos do Espírito caracterizados pelo símbolo planetário de Urano; queremos dizer que ele reservou, naquele ponto, considerável experiência de crescimento, desenvolvimento e integração a realizar agora. Contudo isso não o faz mal, ou maldoso, ou mesmo um infeliz – isso significa, simplesmente, que ele tem que efetuar um tipo especializado de desenvolvimento em sua conversão evolutiva. O horóscopo é um registro simbólico da consciência – não é um retrato de sombras estáticas, mas seu grande valor está em representar as essências das missões de vida e do relativo estado evolutivo da pessoa.

Dizemos, com frequência (e com tanta frequência!): “Essa posição de Saturno e esse Aspecto faz dessa pessoa uma avarenta”. Espere um momento! Nem todas as hostes celestiais juntas podem “fazer de alguém um avarento”. O registro de Saturno no horóscopo representa uma ação da consciência da pessoa – ou falta de consciência – no que se refere à posse de bens materiais. A avareza é um desequilíbrio de consciência – é atenção exagerada à aquisição para contrabalançar um profundamente arraigado medo de perder. Acabemos com essa atitude injusta para com Saturno – ele tenta, tão arduamente, nos ensinar lições importantes, e uma delas é a utilização inteligente dos meios materiais. Ele diz: “Minha natureza corresponde ao seu potencial para aprender – entre outras coisas – a usar a substância e os meios materiais de maneira inteligente. Até que você introduza em sua consciência a compreensão desse princípio, para o seu próprio crescimento, terei de lhe falar por meio do seu medo de perder; quando aprender a usar, de modo equilibrado, o poder particular de consciência que eu simbolizo, então, você saberá que eu fui sempre seu amigo e seu mestre. Concorde com o que eu represento como um poder e uma qualidade de consciência e sua abordagem à sua própria Soberania será favorecida com a liberdade e a alegria; então, você saberá que não tem mais que me culpar por seus medos e inseguranças”. Nós dizemos – às vezes com um pouquinho de inveja – “Que sujeito sortudo! Ele tem alguma coisa como um Trígono de Júpiter”. Júpiter sorri, de volta para nós, em sua maneira afável e compreensiva e nos diz – talvez um pouco triste por sermos invejosos: “Sou chamado tantas vezes de Planeta da abundância e da boa sorte – posso lhe recordar que eu simplesmente simbolizo a sua própria consciência do seu próprio poder de melhorar, engrandecer, expandir, sua natureza e suas condições; você não “ganha nada de mim” – você expressa meu princípio de engrandecimento e expansão por meio do otimismo, da gentileza, da generosidade e do destemor; aquilo que você dá, em expressão, você atrai de volta; se a consciência que você tem de mim é revelada através de desequilíbrios de extravagâncias, superindulgência, soberba ou ganância, eu não posso ser registrado regeneradamente em sua Carta, pois a consciência que você tem de mim não o qualificou para tal registro conforme o fez para esse sujeito. Você não precisa invejar o desenvolvimento dele. Meu princípio serve para todos. Introduzam-no em sua consciência de vida, faça dele o princípio de você mesmo por boas ações, e então sua consciência de vontade, cedo ou tarde, desenvolverá a compreensão e manifestação daquela forma particular de Luz que eu represento”.

E assim por diante com cada um dos outros pontos astrais. Concluindo, devemos considerar mais um por seu significado especial em nosso horóscopo: o símbolo do Sol, em si mesmo.

O autor sugere a cada estudante de Astrologia, que se sinta inclinado a tanto, começar a prática de colocar o símbolo tradicional do Sol – o ponto circunscrito por um círculo – no centro de cada horóscopo; esse símbolo, por correspondência, é o do nosso Criador, nossa própria essência espiritual, nosso Átomo-semente e a eterna, indestrutível, vontade de viver que caracteriza a consciência por meio de todo o tempo e espaço. Esse é o mais simplesmente construído, o mais perfeitamente focalizado e o mais puramente arquetípico de todos os símbolos astrológicos – é justo que ele deva ser usado para designar a consciência Humana da Fonte, Identidade e do Atributo Divinos. E outro símbolo – o autor sugere um semicírculo sobreposto a uma linha horizontal – pode ser efetivamente e legitimamente usado como Sol no horóscopo, e como um “fator astral” – para reger o Signo Fixo e de Fogo: Leão. Uma vez que esse símbolo está sujeito à padronização e às Aspectos, às qualificações e a movimento como qualquer outro símbolo astral, ele pode ser estudado como representando a evolução da consciência da pessoa, a evolução de sua natureza Solar. A aparência circular do símbolo do Sol (o “símbolo do Espírito”) corresponde à aparência do círculo horoscópico – ambos centralizados pelo mesmo ponto. O “símbolo astral do Sol” corresponde, em aparência, ao semicírculo superior do horóscopo, a linha horizontal corresponde ao diâmetro horizontal do horóscopo – o “EU SOU” da consciência individual e a contraparte do Ascendente pela cúspide da sétima Casa. Corresponde também, como sugere a imagem desse símbolo, ao nascer do Sol no alvorecer – e seu uso no horóscopo e para nos fazer recordar, continuamente, a nossa consciência dos atributos solares, os quais estamos procurando desenvolver por meio da nossa experiência evolutiva.

 

CAPÍTULO V – LUZ – SEGUNDA PARTE

 

Para o propósito de esclarecer a expressão e compreensão desse material, vamos conceituar que a palavra “luz”, iniciada por “l” minúsculo, se referirá à vibração perceptível visualmente; que a palavra “Luz”, iniciada por “L” maiúsculo, se referirá à Consciência; e que a palavra “consciência”, iniciada por “c” minúsculo, se referirá à qualidade humana de estar cônscio.

É uma coisa maravilhosa perceber, após uma reflexão, que por tempos incontáveis o ser humano vem revelando ter a consciência da natureza oculta ou esotérica da luz, quanto a ter sido – e ser – percebida em termos de preto, branco e o espectro de cores. O assunto é colocado, proeminentemente, em programas de ensino e aprendizado filosófico em muitos países e, nos últimos tempos, vem se tornando fator importante nos campos da terapia objetiva e subjetiva. Os que agora defendem e incentivam esse assunto no serviço de cura estão recapitulando um conhecimento adquirido em vidas anteriores. Tal assunto não é “novo”, simplesmente está sendo reformulado para as necessidades espirituais da atual humanidade. A receptividade inspirada na potência da luz natural ou colorida e nas belas cores nas substâncias serve para reavivar a aura – que é sempre vista como cor ou cores, no estudo do clarividente – da pessoa enferma, e de tal forma que essa se torna consciente de um fortalecimento espiritual; a condição da aura – a matriz etérica – é fortalecida e harmonizada em certa medida e, na mesma proporção o corpo físico a acompanha para uma condição mais saudável. Nem todos os humanos conhecem, realmente, algo sobre a aura e seu significado para sua existência, mas se pode dizer, seguramente, que todos, uma ou outra vez, já experimentaram um soerguimento “dentro de si mesmos”, acompanhando uma resposta ao valor espiritual da luz em seus aspectos da cor muitos belos e inspiradores.

Pense – e medite – nisso: a reação à alguma coisa é a evidência da correspondência com essa mesma coisa. Não podemos responder a nada ou a ninguém com que ou com quem não tenhamos algum grau de afinidade negativa ou positiva. O fato incontestável de que um ser humano pode responder ao matiz ou qualidade de uma cor revela que “algo” nele tem afinidade com “algo” na cor, ou no preto ou no branco. O fato igualmente incontestável de que tal resposta pode baixar ou elevar a qualidade de sua condição áurica, corpórea e espiritual revela que a sua consciência da cor tem afinidade com a Consciência que simbolizada pela cor. Poder, em um ou outro grau, é a única coisa que pode mudar qualquer estado vibratório – químico, emocional, mental ou anímico. Por conseguinte, se a condição química, emocional, mental ou anímica de um ser humano é baixada ou reduzida por sua resposta ao preto, ao branco ou à cor, ele revela uma consciência de poder fraca ou imatura dentro de si próprio. Se, contudo, sua condição é melhorada, fortalecida, purificada ou harmonizada, sua resposta ao preto, ao branco ou à cor revela uma afinidade entre seu Espírito e o espírito que o preto, branco ou a cor simbolizam para a sua consciência. Reflita, um pouco, sobre aquelas ocasiões quando sua reação a uma tonalidade particular de verde, vermelho, preto ou a uma combinação de cores lhe provocou uma sensação de náusea, morbidez, desânimo ou irritação; com tal sensação você tinha consciência de alegria, saúde, harmonia, paz? Sua reação infeliz revelou uma falta de domínio interno sobre você mesmo – algo no poder da qualidade da cor estimulou uma qualidade correspondente em sua natureza astral, mental ou anímica. Sua reação, que serviu para “baixar seu tom”, simplesmente revelou a necessidade de você regenerar algum fator de sua constituição interna. Não perca tempo e energia “culpando a cor”. Com uma regeneração interna, por meio de um redirecionamento de forças, sua capacidade de resposta melhorada servirá para lhe revelar o valor e poder da beleza das cores até então não reconhecidos. A regeneração de nossa consciência sempre serve para revelar o Espírito para nós.

Os seres humanos, como indivíduos, variam consideravelmente na capacidade e inclinação para responder com resultados negativos aos estados da luz. Contudo, existe um estado ao qual a humanidade – coletiva ou individualmente – tem respondido com muito mais negativismo que a qualquer outro, por miríades de tempo, e esse é o Preto. No sentido cósmico, o Preto é vida indiferenciada e não manifestada; o Branco é a consciência, a Luz, que torna possível toda a criação e manifestação. Ao contrário, no plano da percepção física, o Preto é a congestão de toda Cor e o Branco é o estado indiferenciado da cor. Entretanto, o Branco simboliza, para os reconhecimentos subconscientes da humanidade, o estado de pureza, a mais alta espiritualidade e a Luz perfeita. O Preto simboliza aquilo que não pode ser percebido em termos de suas partes ou fatores. Posto que os nossos conhecimentos e reconhecimentos dos fenômenos dependem da nossa habilidade para “diferenciar coisas de coisas” nós, no começo da evolução, congestionamos de medo, insegurança e desespero nossa reação à escuridão (nenhuma luz) do período noturno. Essa reação era uma experiência individual e coletiva, e ainda o é até hoje para muitas pessoas. Como seres já conscientes (encarnados e/ou desencarnados) por eras e mais eras não podemos sequer imaginar um estado de “não-ser” ou de “in-existência”. Portanto, como uma “cor”, o Preto simboliza aquelas coisas a que chamamos “morte”, o “desconhecido”, “as congestões de consciência extremamente não regenerada” – em suma, todas aquelas coisas às quais nós respondemos com a sensação de estarmos obstruídos ou ameaçados em nosso progresso por meio da existência. À medida que nos alinhamos ou nos relacionamos a tais estados obscuros, nós intensificamos a nossa incapacidade e inclinação para existir em termos de dádivas de Vida e de expressividade de Vida; enfraquecemos nossa consciência da Luz do Espírito. No entanto, “escuridão” na alma não significa e nem pode significar “cessação de vida” em qualquer sentido absoluto; simplesmente indica um estado de congestionamento que, por sua vez, indica uma necessidade urgente de medidas regenerativas. A Luz sempre é e está para nós; um ser humano pode criar muito destino maduro doloroso por entrar em ação na base de sua relatividade com a escuridão da alma, mas esse destino maduro, por sua vez, lhe proporciona a subsequente experiência que muda o curso para sua regeneração e seu desenvolvimento em direção a novos reconhecimentos da Luz de Deus e da Luz dentro de si mesmo.

No sentido cósmico, novamente, o Branco é a cor-símbolo da pureza da inocência – a consciência até agora indiferenciada ou qualificada por experiência da encarnação. O Branco simboliza a “cor-identidade” dos Espíritos Virginais, antes de sua descida involutiva aos Corpos, como individualidades. No outro extremo, o Branco é a consciência purificada do indivíduo, após completar sua evolução como um ser humano – a compreensão clara e pura da sua verdadeira identidade como uma criação do divino. No princípio ele era a pureza: inconsciente de sua pureza; no fim ele será a pureza realizada. Sua inspirada resposta ao valor oculto do Branco em seu estado evoluinte encarnado é a evidência da onipresença do seu Espírito; lembre-se de que se o ser humano não tivesse dentro de si próprio algo que correspondesse à pura perfeição do Branco, não poderia responder a esse com resultados espiritualizantes. Semelhante atrai – e reconhece – semelhante.

A todos os estudantes que pesquisam os significados esotérico e espiritual da Astrologia fica aqui a sugestão para que se tornem mais concentrada e conscientemente perceptivos do significado para cada um do Preto e do Branco como “tons de cor”, como símbolos da qualidade pessoal e espiritual, como poderes vibratórios que os estimulam de um modo ou de outro, e como figuras de retórica encontradas na poesia, alegoria e lenda. Partindo da vantajosa posição esclarecedora da educação filosófica, que se tornem mais conscientes do que nunca de como o sentimento e a Mente subconsciente coletiva da humanidade têm interpretado esses dois símbolos de luz: o Preto e o Branco – e o conhecimento deles da parte de vocês – significam muito para as suas abordagens espirituais na Astrologia e para a sua crescente habilidade de interpretar horóscopos – os de vocês mesmos ou os de outras pessoas. O simbolismo dessas duas palavras é o mais profundo, ao que voltaremos logo mais.

As cores do espectro são símbolos luminosos das qualidades da alma. Elas se referem à mais espiritualizada consciência do Corpo, da Mente e das emoções que o ser humano já alcançou até aqui ou que pode alcançar algum dia – enquanto está evoluindo na identidade de ser humano. Um homem de grande sabedoria disse certa vez que as cores são os sofrimentos e prazeres na existência da luz, e é de se supor que ele quis dizer que as cores correspondem a – ou tem correspondência com – os estados de sofrimento e de prazer que os humanos experimentam, tanto quanto o ser humano pode perceber a luz e que foi criado pela Luz. Foi-nos ensinado que, além do espectro de cores que agora conhecemos, existe uma infinita variação e ampliação de vibração da luz que só pode ser percebida pela percepção extrassensorial nesse plano ou funcionando em dimensões mais elevadas da existência. Contudo, novamente, devemos ter afinidade com as condições da alma ou da consciência representadas por essas extensões da cor antes de podermos percebê-las.

Posto que a aura de um ser humano é um assunto individual – resultando no grau de realização de sua identidade Espiritual – os tons da cor e as qualidades da cor, que podem simbolizar seu estado espiritual em qualquer ponto do seu desenvolvimento, podem revelar, aqui e ali, uma condição sombria que sugere uma tendência para a “negritude”, em uma ou mais de suas cores; correspondendo, naturalmente, a um estado de relativa congestão, obstrução ou “pequena morte” em sua consciência, devida ao medo acumulado, ao ódio, ou algo correlacionado a isso. Lembre-se de que o negror indica a tendência para a congestão ou o “caos” na consciência humana, mas sua presença na aura, ou na consciência, é útil porquanto revela a necessidade de regeneração. O preto como indicativo atua como um “barômetro da alma” de maneira especializada. Na medida em que a reação da pessoa à cor pura, luminosa e potente se torna cada vez mais uma parte de seu funcionamento natural, vemos as evidências da luta de sua alma, seus desejos de aspirações, seu amor, seu desprendimento, seu idealismo e sua devoção ao estabelecimento do Bem.

A aura de uma pessoa pode revelar uma área cheia de rica e intensa nuance de uma certa cor. Essa qualidade de cor revelará a evidência de considerável esforço e atenção dirigidos a uma certa fase de desenvolvimento. Correspondentemente sua personalidade revelará pronunciada habilidade ao longo daquela linha de esforço, e as características da Mente e emoção a marcarão de maneira muito individual. Sua “alma está forte e focalizada” nesse ponto em particular. Contudo, o desenvolvimento e realização espirituais são indicados pelo grande Corpo-Alma[5], e as cores da aura ao invés de serem profundas e intensas em seus tons tenderão para a qualidade pastel – sendo “carregadas de Branco”. Há uma correspondência muito significativa e interessante que se encontra entre a “tendência para a Brancura” nas auras dos seres humanos, espiritualmente evoluídos, e suas inclinações pessoais para a simplicidade da maneira e pureza de integridade, dos motivos e propósitos. A espiritualização resulta em simplificação e, portanto, com a evolução, as cores que representam à consciência da pessoa tendem para a simplificação da Brancura. Embora o pastel possa ser um tom de cor nas auras dos seres humanos espiritualmente evoluídos, esses encantadores e delicados tons de cor pastel têm grande potência vibratória ou “poder de influenciar”. Frases tais como “água mole (a suave e permanente ação da água) em pedra dura tanto bate até que fura” e “Uma resposta branda aplaca a ira”[6], e “perdoai aos vossos inimigos” são correspondências de poder entre as cores pastel esbranquiçado da aura espiritualizada e a consciência espiritualizada de um ser humano altamente evoluído. Também a presença da “potência pastel” na aura revela o grau de integração da consciência da pessoa em todos os planos de seu funcionamento – os vários aspectos do seu ser e da sua consciência são, gradativamente, unificados e harmonizados entre si.

Todas essas observações concernentes ao Preto, ao Branco e às Cores tem aplicação espiritual direta e prática no estudo dos horóscopos. Quando estivermos prontos para abandonar o uso de falsos conceitos descobriremos que:

O ponto, que deveria ser indicado por uma pequenina marca redonda no centro do horóscopo, é um símbolo – o único válido que temos – do caos, da vida indiferenciada, fora do qual toda manifestação é realizada. Este ponto central, aplicado ao horóscopo do ser humano, é a Ideia (Humanidade) concebida pela Mente Divina do nosso Logos; foi a partir dessa Ideia que nós, como arquétipos terrenos, fomos projetados na experiência individualizada. Um círculo, circunscrevendo esse ponto central, simboliza nossos Logos como uma Consciência criativa individualizada e sua manifestação como o Sol – o corpo central, ou núcleo, do nosso Sistema Solar.

Posto que o ser humano é Espírito, esse símbolo composto de ponto e círculo retrata sua Essência Espiritual, seu Átomo-semente[7] e seu Potencial para aperfeiçoar todos os seus corpos. Então, a partir deste símbolo central emana a linha horizontal esquerda para formar a linha do Ascendente do horóscopo humano individual. Se fosse graficamente possível e prático, colocaríamos os símbolos do Sol (como Regente de Leão), a Lua e os Planetas, bem como os dos Nodos Lunares e Parte da Fortuna, nos pontos apropriados da circunferência da roda inteira; a circunferência é, naturalmente, a emanação completa do raio Ascendente. A representação dos Aspectos feitos pelos pontos astrais poderia ser mostrada pelas linhas retas desde o círculo central até os pontos no raio, o que dá as posições astronômicas para aquela hora e lugar. O ângulo formado por duas quaisquer dessas linhas indica, por grau numérico, o Aspecto criado pelos dois pontos astrais, em relação um ao outro. Todo Aspecto em um horóscopo – como uma “coisa em si” – tem polaridade nos dois corpos, os quais ficam assim relacionados entre si, e polaridade – de qualquer modo ou em qualquer lugar – é a ignição de consciência. A pessoa, a partir do seu centro de consciência como um ser humano, desenvolveu certos inter-relacionamentos entre os fatores da sua consciência humana. Esses são “aspectos” – chame-os ou considere-os como “pontos de vista”, ele olha do centro de sua Carta (essa percepção central) para as condições dela, para as condições de seus ambientes, seus relacionamentos, das suas atividades, suas fraquezas e deficiências, suas aspirações, dos seus ideais e das suas relativas realizações. Cada um desses pontos na circunferência da roda tem correspondência com uma cor que pode aparecer em sua aura, e cada Aspecto entre os pares de Astros, em sua Carta-padrão, corresponderá – basicamente – a uma qualidade de sua cor ou cores áuricas. A brancura de um horóscopo humano é representada não pelo conteúdo da roda (porque esses conteúdos se referem a ele, ou o descrevem, como uma personalidade desenvolvendo a consciência da verdade), mas pela brancura do círculo central da roda – o símbolo central do Sol. Se os fatores da carta tivessem que ser indicados por tons de cores, esse círculo central seria mantido branco – porque ele é o Espírito onipotente, onisciente e onipresente. O Preto é indicado no horóscopo humano só pelo pontinho central, e em nenhum outro lugar mais – e como tal ele simboliza a infinitude, a imensurável e incompreensível subjetividade da vida em si mesma, da qual todos os Logos criadores e suas manifestações são derivados. Em nenhuma parte de um horóscopo a “maldade” (ou o preto no sentido de mal absoluto) é indicada. Os “pontos de vista” a que chamamos Aspectos de “Quadratura” e de “Oposição” são padrões indicativos de tensão, desarmonia, ignorância ou congestão de qualquer tipo, mas eles ainda são registros do Corpo-Alma do ser humano; os pontos que formam cada um de tais Aspectos são poderes divinos, quando diferenciados pela consciência humana evoluinte. Fora do Preto do Caos, o Branco da Consciência Criadora estabelece um campo de evolução em que o programa evolutivo é o que cada horóscopo revela. É através da purificação das Cores áuricas (regeneração dos “Aspectos e pontos de vista”) que finalmente se realiza a identidade com o Branco da Divindade.

 

CAPÍTULO VI – A LUZ COMO TERAPIA

 

A palavra terapia deriva de uma palavra grega que significa “cura[8]”. O verbo “curar” deriva de uma palavra teutônica que, entre outras coisas, significa “reconciliar”. “Reconciliar” provém diretamente das raízes latinas “re” (novamente) e “con” (com) – juntas elas indicam reunir, juntar, reconciliar. Terapia, portanto, significa mais do que “o processo de restaurar uma parte do corpo”. Significa “reunir harmoniosamente a parte afetada com o resto do organismo”. Toda terapia serve ao propósito de restabelecer a consciência de unificação física, mental, psicológica ou espiritual. Cristo Jesus disse: “Meu Pai e Eu somos UM”[9], “Sedes perfeito assim como vosso Pai no Céu é perfeito”[10], e “Amai-vos uns aos outros”[11]. Nessas e em outras palavras semelhantes se encontra a declaração da unidade de cada um com todos e de todos com cada um – a saúde, a harmonia e a beleza da unidade na diversidade. Se a palavra “saúde” é entendida como o funcionamento vital e harmonioso das partes dos corpos físico, emocional e mental, então a consciência de amor é a saúde dos relacionamentos humanos, pois é na consciência do Amor que se efetua a realização das experiências, e os relacionamentos são os agentes da experiência.

O forte desejo ou impulso para realizar ou reconhecer (re-conhecer – conhecer novamente) a unidade em nenhum lugar é melhor ilustrada que naquelas atividades que caracterizam a cura. Se a doença, a má formação e a anormalidade fossem características da verdadeira condição de humano, essas condições seriam aceitas e suportadas sem tentativas de corrigi-las. De fato, com tal atitude jamais ocorreria, a quem quer que fosse, tentar corrigi-las. Mas o ser humano, espírito uno do seu Criador, busca realizar a unidade, que é seu verdadeiro estado. Essa unidade é objetivada ou refletida na harmoniosa inter-relação de todas as suas partes entre si. A “busca por saúde” é a luta, na consciência, para reconhecer e realizar a Luz Branca da unidade.

Parece haver uma ampla divergência, em “estilo”, entre o trabalho do astrólogo espiritualmente inclinado e o do terapeuta. O primeiro estuda um diagrama abstrato numa folha de papel, e o segundo, estuda o corpo humano que respira, o corpo humano vivo. Seus respectivos “materiais de estudo” são polos separados, mas é de capital importância para os estudantes de astrologia compreender que esses dois métodos de estudo do ser humano são fraternais – o astrólogo e o terapeuta são “irmãos espirituais”. Ambos devem exercitar a faculdade da análise, dos símbolos ou das partes e faculdades do Corpo, que é a base da arte de diagnosticar. Ambos esses “irmãos” devem conhecer o significado individualizado de cada símbolo ou de cada parte do Corpo, e de tal conhecimento é extraído a essência pelo estudo focado e especializado. Na experiência do astrólogo, o exercício concentrado da intuição, por meio da meditação, é também um fator muito importante. Aquilo que representa conhecimento essencial adquirido por análises é algo da perfeição inerente da parte individualizada e do significado da relação da perfeição da parte com a perfeição inerente do todo – horóscopo ou corpo. Vemos, assim, que o trabalho de análise é contraposto e completado pelo trabalho da síntese. A esse respeito, a síntese pode ser considerada como sendo aquela forma de estudo pela qual o verdadeiro conhecimento do microcosmo – fatores astrológicos ou partes do corpo – se correlaciona com o verdadeiro conhecimento do macrocosmo – o horóscopo inteiro ou o composto inteiro dos Corpos Denso, de Desejos e a Mente. Essas duas formas de abordagem contêm o mesmo tipo de exercício da consciência. “Exercício de consciência” significa “usar os poderes da luz” (como percepção sensorial para adquirir conhecimentos factuais, por meio da observação e do estudo), e “usar os poderes da Luz” (concepção intuitiva e espiritualizada da Verdade e motivações para o serviço dedicado ao melhoramento e esclarecimento do ser humano). Saúde é como uma forma de manifestar e identificar a unidade do espírito. Curar, por quaisquer que sejam os meios – terapia objetiva ou esclarecimento educativo – é uma ação pela qual se intensifica a consciência de saúde. Isso em essência, abarca o serviço de ambos, o astrólogo e o terapeuta.

Antes de tudo, a astrologia é um estudo dos símbolos da consciência evoluinte da humanidade. Por conseguinte, o intérprete de astrologia que aspira executar serviços de terapeuta deve se familiarizar com o assunto Epigênese. Essa palavra, derivada de duas raízes gregas, significa “construir sobre”. Em sua aplicação oculta ou esotérica, se refere à faculdade humana de construir a qualidade de seus veículos sobre a qualidade de suas consciências. “Como um homem pensa, assim ele é”[12] descreve essa faculdade, que é a faculdade criativa expressa por todos os humanos desde o começo do seu desenvolvimento evolutivo. De encarnação em encarnação, na espiral do desenvolvimento da consciência, os veículos humanos são formulados nos planos etéricos, como matrizes do físico, pelo condicionamento da consciência individual e necessidade do destino maduro. Posto que nenhum humano pode usar a consciência para o outro – no sentido absoluto – isso significa que nós, individualmente, determinamos a futura qualidade dos veículos pelo exercício da consciência atual. Uma vez que tendemos, subconsciente ou instintivamente, a identificar a nós mesmos e as outras pessoas como “corpos”, vamos considerar um horóscopo como o retrato de um corpo: o círculo pode, então, ser usado para representar o revestimento da pele, o “lado de fora do corpo físico”; os pontos astrais são os órgãos vitais, os centros de percepção, e todos os outros conteúdos corporais. Todos os corpos humanos são expressões densas de um plano ou ideia estrutural, e embora o ser humano, ao nascer, pareça estar sem algum fator de percepção sensorial ou estrutura e função orgânica, é importante reconhecer que todos os horóscopos humanos têm o mesmo número e tipo de fatores simbólicos. A falta de um membro do corpo ou de um órgão sensorial por toda uma encarnação não priva nenhum ser humano do quociente total de seus fatores horoscópicos.

Correspondentemente, se durante o curso de uma encarnação a pessoa experimenta a ruptura de uma parte do corpo ou a privação de percepção de um dos sentidos, seu horóscopo ainda permanece inteiro – nenhum Astro ou Signo lhe foi tirado. Isso significa que, como um ser humano vivo e em funcionamento, seus potenciais permanecem intactos. A deficiência veicular, desde o nascimento ou por acidente durante a encarnação, externa uma obscuridade temporária da consciência de potenciais, de modo um especializado. Experimentar uma deficiência física crônica ou incidental é o resultado de um destino maduro ao ter expresso a consciência de tal modo no passado que contribuiu para uma outra deficiência, ou limitação. Ao fazer isso o perpetrador do ato identificou a si mesmo com a obscuridade, com o resultado inevitável que ele, para explorar inteiramente esse fator, deve sofrer a obscuridade em uma experiência encarnado. Se a vontade de sobreviver e se desenvolver for suficientemente forte, a pessoa se esforçará intensamente para compensar a deficiência física; a alma evoluída buscará entender a causa de sua deficiência, além de se esforçar para perpetuar a sobrevivência física. Esses últimos são os tipos de seres humanos nos quais o astrólogo pode melhor atuar como terapeuta, pois no estudo do horóscopo como um registro de consciência ele pode ajudar a pessoa aflita a compreender como ela pode regenerar seus padrões de consciência, de Mente e de emoções.

O caminho da “Astroterapia” é, provavelmente, o mais longo que pode ser trilhado por um astrólogo, pois cada passo nele deve ser dado primeiro na própria consciência do astrólogo. Assim como “a beleza está nos olhos do espectador”, do mesmo modo a saúde ideal deve se estabelecer gradativamente na Mente, nas emoções e na consciência do intérprete de astrologia. O astrólogo que, através de qualquer que seja a imutabilidade ou congestão de atitude, não queira adotar programas de regeneração interna pode muito bem dirigir suas energias e sua atenção para algum outro ramo do assunto, pois ele será detido nesse caminho quase tão cedo quanto o iniciou. O desejo de ajudar outra pessoa a conseguir mais saúde (desenvolver uma maior concepção do ser cheio de saúde) pode ser realizado somente na medida em que o astrólogo abastece sua própria consciência com mais salubridade na forma de regeneração experimentada e subsequentes realizações de verdades espirituais transmitidas pelo simbolismo do horóscopo que ele estuda. A prova do seu desejo é atestada no grau com que ele busca compreender mais claramente as causas por trás das “evidências pouso saudáveis” em sua própria Carta. Se ele não pode “enfrentar suas próprias causas de destino maduro”, como pode ele perceber possivelmente as de outra pessoa? A inclinação para a verdade é a Luz básica que deve ser acesa em sua própria Carta; com tal aplicação, e com sincera motivação e idealismo, ele se qualifica para ajudar os outros. A matéria técnica sobre a Astrodiagnose – a correlação dos símbolos com as partes e condições do corpo – deve ser aprendido primeiro. A Astroterapia começa quando o astrólogo ensina o nativo como ele deve começar a usar sua consciência de modo regenerativo e especializado para descristalizar e transmutar as “obscuridades” mostradas na Carta. O astrólogo usa a Astroterapia, para si mesmo ou para outras pessoas, quando começa a perceber o seguinte, que eu coloco aqui como umas poucas sugestões básicas:

O SOL: a compreensão de que a consciência de poder deve ser acompanhada pelo uso e aplicação correta do Poder; o Poder é para ser bem usado, não para a gratificação egoística; o intenso desejo de viver não é mais uma luta competitiva com outros seres humanos – é a aspiração de realizar a unidade e eternidade da vida; o Sol simboliza a consciência da saúde por meio do autodomínio.

A LUA: é o compreender o significado e a importância do mecanismo da Mente instintiva, como depósito de memórias das vidas passadas; medos, tensões e ódios estimulados por reações ao relacionamento doméstico, paternal, nacional e racial podem ser harmonizados e transmutados por:

  • Uma compreensão mais clara das leis de atração magnética do destino maduro, e
  • Eliminação das expressões de medos e tensões naqueles relacionamentos, substituindo-as por atitudes apreciativas de maior cooperação, mais construtivas, amorosas, amigáveis e sábias.

MERCÚRIO: é o parar de usar o (grande) poder da palavra falada e escrita como um veículo de expressão da crítica destrutiva, da malícia, da inverdade e do preconceito; começar a usar os poderes transmutados do pensamento claro e imparcial para avaliar mais verdadeiramente, para expressar encorajamento e julgamento construtivo; abrir a Mente por boa-vontade para aprender e considerar sugestões úteis; reagir com entusiasmo e alegria às oportunidades de aprender e entender; é sua a prerrogativa treinar sua Mente de qualquer maneira que queira e usá-la para compreender as verdades; também é um direito seu saber que só você pode exprimir sua consciência – com sua obscuridade ou luminosidade – em palavras, e se deseja alcançar um grau maior de saúde mental, você pode consegui-lo usando o poder da palavra para expressar aquilo que é verdadeiro e amorável.

VÊNUS: você não tem que ser indolente, preguiçoso e negativamente passivo; você tem recursos de energia para serem usados, e pode aprender a expressar essa energia de tal modo a tornar a vida mais bela e inspiradora; você pode desenvolver seu senso de beleza disciplinando suas reações emocionais, de tal modo que as suas expressões de consciência contribuam para a harmonia de seus relacionamentos com os outros seres humanos; você pode vir a ser mais cooperador e apreciador das outras pessoas, e ansiará automaticamente por isso quando deixar sua consciência mais a par do bem e da beleza que elas representam.

MARTE: quando a energia representada por esse símbolo é usada para acrescentar potência e eficácia aos esforços construtivos e regeneradores, a crueldade, a malícia, as retaliações temerosas e outros impulsos tais são enfraquecidos; o organismo físico retém suas qualidades magnéticas e vitais por meio da conservação motivada construtivamente, e com tal disciplina interna as realizações de capacidades, autoconfiança e metas convenientes são desenvolvidas.

SATURNO: as tendências para a cristalização e desvitalização são contrárias quando a consciência do alegre e amoroso cumprimento das legítimas responsabilidades substitui a atitude de quem sofre a opressão. No horóscopo individual, Saturno indica – por sua posição e Aspectos – um ponto de muito necessário equilíbrio através de realização adicional; o desequilíbrio implicado tem seu recurso na negligência e no descumprimento, em vidas passadas, nesse particular departamento das experiências. O valor terapêutico de Saturno reside na consciência da justiça imutável da lei espiritual e evolutiva; complexos de culpa e remorso, com seus correspondentes efeitos, corrosivos e cristalizantes no corpo podem ser liberados por meio do reconhecimento de que agora é a hora de fazer aquilo que é certo, e assim fazendo a obrigação do destino maduro é cumprida na consciência das atitudes saudáveis e razoáveis.

JÚPITER: semelhantemente a Marte, esse significa um tipo de energia que precisa de controle e disciplina; em suas implicações negativas ele é o símbolo da ganância e da falsa compensação; a sinceridade de motivos, a palavra e os atos são a espiritualização da consciência representada por Júpiter, pois o poder de uma Mente e de um Coração sinceros é a força que neutraliza a falsidade interna, cuja falsidade estimula o desenvolvimento da ganância e das compensações distorcidas. Júpiter simboliza a realização da verdade e aspiração do ser humano aos julgamentos verdadeiros. Na consciência, a nobreza da sinceridade verdadeira deve suplantar a nobreza ilusória de falsa pretensão, do engrandecimento e da fartura.

NETUNO e URANO: os símbolos das percepções extrassensoriais e das áreas transcendentes da consciência; Netuno é o poder espiritual da , Urano é o do amor impessoal; Netuno é o poder para visualizar internamente e para idealizar – a pessoa que tem fé na existência da saúde pode visualizá-la por si mesmo. Urano é o intenso desejo de libertação, e aquele que se liberta de condições restritivas deve contribuir amorosamente para a libertação de outros.

Use essas interpretações como “alimento para o pensamento”, e saiba que eles são apenas uns poucos exemplos para ilustrar a “terapia da consciência humana pelo poder da Luz”.

 

CAPÍTULO VII – A LUZ COMO COMUNICAÇÃO

Do ponto de vista exotérico, como costumeiramente usamos a palavra, “comunicar” significa um processo pelo qual o conhecimento ou a informação é transmitido de uma Mente para a outra. Entretanto, um estudo e síntese de suas raízes derivativas revelam seu sentido esotérico que nos possibilita, mais verdadeiramente, entender o significado real e o uso correto dessa função de transmissão sensorial, intelectual e espiritual. Sua procedência direta é da palavra latina comunicare, que significa repartir. Nela se encontram duas raízes básicas; “com”, referindo à “com” ou “juntos”, e “um” referindo à “singularidade” ou “unidade”. Assim, vemos que “comunicação” é um meio pelo qual a diversidade de Mentes e de consciências é, em certa medida, unificada através do processo de repartir. Esse ato de repartir é um processo polarizado: o polo positivo se revela nas ações de irradiação, expressão, informação, relatos, escritos, telepatia de projeção e projeção inspirada; o polo negativo se revela nas ações de percepção, reação ao estímulo vibratório, todas as percepções sensoriais, aprendizado, compreensão e concepção. Tudo o que é estabelecido na Mente divina pode ser transmitido a – ou repartido com – as Mentes ou com as consciências diversificadas e individualizadas. A suprema meta evolutiva é a realização da unidade das Mentes diversificadas com a Mente Una do nosso Criador.

Antes de tentar uma consideração sobre os significados oculto, de destino maduro e evolutivo da comunicação entre os seres humanos, devemos primeiro considerar a comunicação básica, primordial, ou absoluta entre a Consciência Divina e a consciência humana – o “compartilhamento criativo da Luz”. A Mente Divina se faz a conhecer a nós – “fala conosco” – se manifestando como estados infinitamente variados de vibrações objetivadas – o Mundo natural, Físico. Ela também nos proveu, criativamente, de centros e órgãos de percepção sensorial, no desenvolvimento e exercício dos quais podemos aprender da nossa fonte pela observação da manifestação. Assim, através da visão percebemos e conhecemos a manifestação de Deus como cor; através da audição percebemos e conhecemos a manifestação de Deus como tom; através do tato percebemos e conhecemos a manifestação de Deus como textura e densidade; através do paladar percebemos e conhecemos a manifestação de Deus como mistura química; através do olfato percebemos e conhecemos a manifestação de Deus como emanação ou radiação química silenciosa e invisível. Entendendo-se isso, as formas “transcendentais” de percepção sensorial estão incluídas na clarividência[13], intuição, clariaudiência[14], claricognição[15], telepatia e inspiração. Por intermédio de tais faculdades as apercepções internas do ser humano são reveladas nos reinos que transcendem as “limitações do Tempo e do Espaço”. Todas essas faculdades e poderes sensoriais e extra-sensoriais possibilitam as muitas variedades de ação e exposição detalhada comunicativa entre o Divino e Seus microcosmos sub-humanos, humanos e super-humanos, bem como entre os humanos reciprocamente e seus “irmãos e irmãs” sub-humanos e super-humanos. Aquele que sabe mais (que evoluiu mais consciência), compartilha com aquele que sabe menos (que evoluiu menos em consciência e conhecimento); aquele que conhece menos (que está menos evoluído em consciência e conhecimento), recebe e aprende daquele que conhece mais e é mais evoluído em consciência. A atração magnética das diferenças relativas de consciência e a similitude do desejo intenso cósmico de realizar a unidade e o relacionamento comunicativo entre todas as coisas vivas. Comunicação é fraternidade em ação; a comunicação sincera, construtiva e serviçal é amor fraternal em ação. Agora, passemos à astrologia:

Antes que o ser humano possa se expressar a outra Mente de maneira comunicativa, deve passar por um “processo dentro de si próprio” pelo qual ele formule aquilo que deseja transmitir. De maneira sutil, mas inextinguível, essa formulação é uma interação da Mente subconsciente[16] com as percepções conscientes. Antes que qualquer fato ou realização possa ser transmitido, primeiro precisa ser aprendido e a faculdade particular da aprendizagem ter sido exercitada antes do momento presente. É a Mente subconsciente – astrologicamente simbolizada pela Lua – que atua como um armazém de memórias, as quais são impressões residuais estabelecidas por exercícios de consciência no passado. É a Mente consciente[17] – astrologicamente simbolizada por Mercúrio – que conhece e se expressa de acordo com as necessidades presentes. Pelas qualidades aderente e retentiva da Mente subconsciente, o ser humano continua ligado àquilo que ele foi e expressou no passado, e os conhecimentos e interpretações do seu presente são estabelecidos sobre aquilo que ele recorda como memória ou sensação de memória do seu passado. Vemos, portanto, que o indivíduo sempre se comunica consigo mesmo antes de transmitir ou expressar sua consciência a outrem. Um simples exemplo: alguém pergunta as horas a você – a pessoa precisa desse fator de informação; antes de poder lhe responder, você tem que “receber uma comunicação – por meio visual – daquilo que o seu relógio lhe diz”. Formulando uma cognição, você então está apto a transmitir aquele fato à outra pessoa como uma ação comunicativa. Contudo, antes disso você teve que aprender a ver as horas em um relógio; sua Mente subconsciente reteve a lembrança de você já ter aprendido a ver as horas no relógio em algum ponto do passado. Por conseguinte, “você se valeu do seu passado” para satisfazer a atual necessidade de comunicação do seu amigo. E assim continua eternamente: o passado é o “pábulo” do qual o presente se serve para construir o futuro. No horóscopo individual, a correlação entre a Lua e Mercúrio mostra a “mistura” alquímica do sentimento de memória, estabelecida pelo exercício da consciência no passado, com a percepção pelos sentidos e pelo intelecto sendo exercitada pela consciência no presente. Também, a correlação de Lua-Mercúrio com Júpiter mostra o processo alquímico pelo qual o indivíduo destila a percepção da verdade – a cognição do fato que está acima, e livre de todas as propensões pessoais subconscientes de interpretação pela dor, pelo prazer, preconceito, pela antipatia ou pelo favoritismo. A correlação entre Lua-Mercúrio e Urano mostra a evolução alquímica de tais faculdades como a intuição e a previsão; com Netuno mostra a “gestação” das faculdades de clarividência e clariaudiência (a evidência de coisas invisíveis e inaudíveis), bem como o estabelecimento evolutivo do poder da fé e do poder da comunicação pela oração.

O que se escreveu acima deve ser entendido como sendo uma visão básica geral da natureza da comunicação. Agora, para propósitos básicos astro-psicológicos, vamos nos concentrar no arqui-símbolo básico da comunicação e da faculdade de se comunicar – o Planeta Mercúrio, Regente de Gêmeos e Virgem.

Faça o “mandala de Gêmeos”: a sequência zodiacal colocada em volta de um círculo com Gêmeos como o Signo Ascendente.

Note que Touro-Escorpião, o diâmetro do poder do desejo e gerador, forma o diâmetro das cúspides décima segunda e sexta. Touro se refere ao centro da garganta, o mecanismo pelo qual as criaturas vocais criam som; lembre-se de que tudo que nós ouvimos é percebido como um aspecto da vibração tonal. Escorpião se refere à faculdade de gerar, ou “evocar”, o material para outro corpo físico. Através de Touro nós geramos ou “evocamos” matéria tonal para a incorporação, para a manifestação perceptível de ideias, pensamentos, sentimentos, emoções, conhecimentos, compreensão e realização; no plano da percepção sensorial física é o poder e a faculdade de gerar som que “respalda” (relação da 12ª Casa com o Ascendente) toda ação comunicativa. É o poder de Mercúrio para formular sons, como palavras faladas ou cantadas pela interação da respiração dos pulmões com a mobilidade da língua e dos lábios; é, também, o poder de Mercúrio para usar as mãos para escrever e desenhar imitações de caracteres simbólicos da palavra falada como palavras escritas ou diagramas e de sons como notas musicais. No mandala de Gêmeos o Signo da Lua, Câncer, está na segunda cúspide. Vê-se nisso que a consciência de nacionalidade do ser humano “administra” a evolução de sua faculdade de se expressar e se comunicar pela linguagem. O apego cristalizado a uma nacionalidade resulta em conhecimento limitado e uso da linguagem sistematizada – tal pessoa só pode se comunicar oralmente e por escrito (ou lendo) somente com aqueles que conhecem sua linguagem particular. Contudo, no plano do presente do uso do intelecto, tal apego pode ser descristalizado pelo aprendizado de uma outra língua, ou de outras línguas. Por tal ampliação descristalizante a pessoa pode, correspondentemente, se comunicar com um maior número de pessoas, seu “campo de harmonia humana” é ampliado, sua apreciação do pensamento e modo de viver de outras pessoas é aprofundado, e, consequentemente no plano dos reconhecimentos espirituais ele se acha experimentando um maior grau de unidade com os outros seres humanos. As diferenças de línguas criam barreiras à comunicação só para aqueles que não abandonam o apego cristalizante a uma língua; para os que o “abandonam”, as barreiras se desintegram gradativamente. Nisso nós vemos, outra vez, uma ilustração concreta do fato de que comunicação é fraternidade expressa; na mediada em que cada vez mais se aprendem os meios de comunicação a espiritualização da harmonia e simpatia fraternais será realizada, desfrutada e expressa.

Nessa época que presencia o aparecimento do rádio, da televisão, do avião supersônico e de todos esses mecanismos pelos quais as limitações de tempo-espaço estão sendo cientificamente transcendidas, se observa um paralelismo no campo dos esforços espirituais humanos. Muitas pessoas de todas as nações do mundo, também estão procurando explorar as causas de impedimento no funcionamento individual do ser humano. Esses são pessoas que estão dando um poderoso ímpeto regenerador à evolução humana pelo serviço dedicado às medidas humanitárias, redimindo muito destino maduro criado individualmente em suas vidas passadas e devotando-se a “ajudar outras pessoas e ajudarem a si próprias” a sair de estados de anormalidade e subnormalidade do destino maduro, e de desvio das funções sadias e normais. Prosseguindo no assunto comunicação, espera-se que as seguintes observações sirvam para favorecer uma compreensão “interna” mais profunda das causas do destino maduro que debilitam as faculdades de comunicação no corpo humano; o primeiro ponto a ser considerado é a Epigênese:

Epigênese se refere à faculdade do ser humano de construir a qualidade do seu veículo de acordo com a qualidade e estados de sua consciência (“Epi-gênese” precede de suas raízes que significam “construir sobre”). É a única Faculdade criativa possuída e – consciente ou inconscientemente –exercitada por todos os seres humanos desde a aurora do seu processo evolutivo. Pela Epigênese o ser humano revela sua semelhança criativa com o seu próprio Criador; é a “raiz” que baseia o florescimento, no futuro, de sua verdadeira atividade criativa como consciência de Deus. O princípio ou lei de Causa e Efeito operando na faculdade Epigênese dos seres humanos explica todas as qualidades condicionadas de manifestação física, emocional e mental no veículo humano – congestionado, torto, aleijado ou harmonioso, potente e eficiente. Na presente consideração da faculdade e propósito da comunicação achamos que o mandala de Gêmeos tem muito a nos dizer sobre a causa de destino maduro dos defeitos e impedimentos na fala com os quais os seres humanos nascem ou que “aparecem” durante a encarnação, como resultado de um potencial vibratório congestionado que foi estimulado pelo ato de escolher, julgar, controlar quando alguma coisa deveria ser feita. Tais condições como mudez congênita, fenda palatina, língua anormalmente espessa, gagueira, condições traumáticas que lesam o mecanismo vocal, a língua ou os lábios, etc., são as principais que revelam externamente que, no passado, as pessoas afligidas causaram o impedimento de alguma forma de comunicação. A memória retida subconsciente dos atos e influências destrutivos ou congestivos e o atual corpo físico reproduzem, por Epigênese, o potencial negativo como “retorno de destino maduro”, e de tal modo que a pessoa pode explorar o aspecto negativo da consciência desde “o outro lado da cerca” e aprender, assim, um pouco mais sobre as verdades da faculdade de comunicação e seu uso correto para futuros desenvolvimentos e evolução. Muitos e muitos tipos de atos e influências do passado podem causar deficiência de comunicação na vida atual, mas o mandala de Gêmeos nos dá à pista oculta e básica para a causa da maioria dessas condições deficientes – e as experiências dolorosas:

A posição do diâmetro Touro-Escorpião coincidindo, como o faz, com as cúspides das 12ª e 6ª Casas é o primeiro ponto a considerar. Esse é o diâmetro da consciência de poder como “desejo” ou, colocando de outra maneira, da consciência individualizada do desejo. Sabendo que o desejo é uma potência da consciência que pode abranger, em qualidade, desde as mais desumanas concupiscências, cobiças e retaliações até as formas mais sublimes das aspirações espiritualizadas, compreendemos que o uso correto dessa potência – conforme mostrado nesse mandala – é uma forma de serviço contributivo (Escorpião na cúspide da 6ª Casa) e um construtor da consciência de saúde. Tal exemplo é a expressão do amor mútuo por meio do exercício do mecanismo sexual; outro exemplo é o da conservação disciplinada das energias vital e magnética para uso em esforços e trabalhos construtivos. Tanto para Escorpião na 6ª cúspide: sua mais elevada polarização no plano físico é o Signo oposto, Touro, na 12ª cúspide desse mandala, o qual é o símbolo da criatividade de sons liberados através da palavra falada – a incorporação audível dos sentimentos, pensamentos, das ideias, opiniões e realizações.

Pense nisso: uma pequena palavra – um “sim” ou um “não” – dito em um certo tom de voz, comunicando a uma outra pessoa uma decisão ou sentimento específico, ou uma realização ou reconhecimento, pode mudar o curso de uma vida humana se a pessoa a quem se faz a comunicação reage ao que ouve na palavra. Uma palavrinha, pronunciada como um julgamento para afetar a vida e destino de outra pessoa, pode ser falada de tal modo que a Mente subconsciente daquele que a pronuncia “agarra e segura” uma impressão de maldade ou destrutividade tão forte ao ponto de um retorno de destino maduro, dessa expressão, poder se objetivar numa experiência dolorosa várias vidas mais tarde. Por medo, uma palavra necessária pode ser contida; o poder inerente à palavra não dita será retido como um potencial para sofrimento mais tarde; o conteúdo de dor que acompanha a necessária e subsequente descristalização será proporcional ao bem que poderia ter resultado, se a palavra boa original tivesse sido dita.

Para desenvolver a compreensão ou cognição das causas de destino maduro das dificuldades ou obstáculos à comunicação, é preciso que queiramos ampliar nosso ponto de vista e reconhecer que a causa desses efeitos, manifestados no presente pela Epigênese, pode ter sido estabelecida há muito tempo na subconsciência do sofredor. Usar o poder criativo da palavra falada para prover a canalização das forças da consciência falsa e destrutiva é assegurar uma experiência futura com problema de comunicação. Nos casos extremos de muita repetição, o veículo mental se desintegra a tal ponto e de tal maneira que o resultado, como retorno de destino maduro, são as condições identificadas como “imbecilidade” e “idiotia”, especialmente quando a crueldade deliberada foi a motivação emocional original. A experiência atual de muitos de tais sofredores está sendo auxiliada pelo poder do amor expresso no cuidado e consideração dados por aqueles que buscam ajudá-los – e esse amor é também um retorno de destino maduro, estabelecido a partir de atos da boa intenção e gentileza no passado. Assim, nessas ocasiões podemos ser – pela observação do fato de que os seres humanos estão ajudando a reabilitar até mesmo os mais trágicos casos de ignorância, dificuldades e relativa desintegração – que as únicas barreiras para a comunicação são as que o próprio ser humano cria; o Criador nos dotou com potenciais de Mente e espírito e com a faculdade de assegurar a nossa eventual comunicabilidade com todos os planos da vida. No sentido universal ou absoluto, não existem barreiras para a comunicação. Todas as Mentes individualizadas funcionam sob à lei, e pela liberação e refinamento de potenciais dentro da esfera de abrangência da Mente una – que é a luz una, a consciência una – as sempre-desenvolventes linhas de comunicação de “cada um com todos e de todos com o Uno” são mantidas perfeita e perpetuamente. Pelo uso certo de nossos fatores de Mercúrio reproduzimos a abertura permanente das nossas linhas de comunicação com os nossos companheiros humanos nesse plano.

 

CAPÍTULO VIII – A LUZ COMO AFLUÊNCIA

 

A palavra “afluência” deriva de duas palavras latinas: “ad”, que significa “para” ou “em direção a”, e “fluere”, que significa “fluir”. Geralmente a usamos para se referir a condições que são caracterizadas pela abundância, opulência, fartura de suprimentos e riqueza, mas uma consideração à derivação da palavra nos fornece a pista para seu significado esotérico. Ela não é, basicamente, uma descrição de condições, mas uma qualidade de consciência pela qual a abundância se realiza e se manifesta. Em outras palavras, a consciência humana – a “luz pela qual um ser humano percebe a Luz” – contém um potencial de funcionamento de maneira tão “afluente” que, correspondentemente as condições de abundância, podem fluir em direção aos ambientes e negócios humanos. Assim como o desejo de ter saúde é um dos muitos esforços humanos para perceber a Luz, do mesmo modo é o desejo de ter afluência; é importante considerar como um ser humano pode gerar o tipo de consciência que torna a abundância evidente em sua vida.

Se a consciência de “fome” é indicativo de uma necessidade sentida profundamente, então a “miséria” é uma combinação dessa necessidade com uma convicção de que a necessidade não pode, não poderá, ou não deve ser satisfeita. Miséria é o oposto de afluência – representa uma condição de consciência “cortada”, e que é representada externamente por insuficiência ou relativa falta de coisas essenciais ou desejadas. Nós não nos sentimos “pobres” por não possuirmos alguma coisa para a qual somos indiferentes; “sentir-se pobre” é se sentir privado daquilo para o que temos um forte sentimento de desejo ou necessidade. O complexo de miséria é uma forma de padrão mental, de qualidade congestionada, pela qual um ser humano se priva de conseguir a afluência; essa privação é uma convicção de falta que caracteriza sua vida em geral ou se manifesta em algum fator ou área específico de sua vida. O complexo de miséria é sempre um retorno de destino maduro de abusos ou mal-uso de meios e oportunidades em vidas passadas. É construído essencialmente sobre o medo e a culpa residuais trazidos – como reação no subconsciente – de ações passadas caracterizadas pelo desperdício, pela destrutividade, desonestidade ou desonra. Pelo desperdício nós enfraquecemos a nossa consciência de usar apropriadamente; pela destrutividade nós aplicamos uma força de repulsão no subconsciente que “anula” o nosso desejo de atrair aquilo que agora queremos ou necessitamos; pela desonestidade ou desonra nós privamos os outros daquilo que é deles por direito, daí o resíduo subconsciente, atuando agora como complexo de miséria, ser a essência debilitante e “sem vida” do medo e da culpa. Seja de curta ou de longa duração, o “sentimento de miséria” é sempre uma indicação, transposta para a Mente consciente pela reação do subconsciente, de que se faz necessária uma drástica revisão de consciência. Esta revisão deve ser estabelecida na Mente subconsciente antes que as condições melhoradas possam aparecer externamente. Em outras palavras, o sentimento da pessoa sobre a vida e sobre a si própria deve ser alterado por um processo de “abertura” de tal maneira que, pela expressão de sua consciência, possam “fluir mais livremente em sua vida” e assim as manifestações de abundância “possam fluir livremente em seus negócios”. A água é talvez o símbolo mais perfeito do princípio de afluência da vida; lembre-se de que ela precisa ser liberada de seus estados de suspensão como nuvem, neve e gelo, antes de poder formar rios que fluem distribuindo vida. É a poder do calor que liberta os potenciais da água de seu estado estático como gelo e neve; correspondentemente, alguma forma de calor espiritual deve ser estabelecida no subconsciente da pessoa como um meio de revitalizar sua perspectiva de si mesmo e de suas condições. Como se estabelece essa renovação? Consideremos o que o Grande Mandala Astrológico (o círculo de doze Casas circundado pela faixa zodiacal com o Signo de Áries no Ascendente) tem a nos dizer:

Olhe primeiro os dois Signos que focalizam os dois braços do diâmetro vertical: Câncer, Água Cardinal, está na extremidade inferior; Capricórnio, Terra Cardinal, está na extremidade superior; a linha vertical inteira é a linha da geração ou linha dos pais. A Lua, Regente de Câncer, é o símbolo arquetípico da mãe; Saturno, Regente de Capricórnio, é o símbolo arquetípico do pai. Esotericamente, esses dois Signos, e a linha que eles formam como “emanação” que parte do centro da roda, se referem ao atributo do ser humano para gerar seu próprio destino pelo modo como exercita sua consciência, de encarnação a encarnação. O ser humano qualifica a linha evolutiva de sua existência pelo que ele estabelece em sua Mente subconsciente (Câncer) e pelo modo como externa esses estabelecimentos (Capricórnio). Por sua participação no poder criativo do pensamento, cada ser humano é a mãe e o pai da qualidade de sua própria linha evolutiva. Por seus poderes de reação aos sentimentos, ele se põe a par daquilo que estabeleceu em sua Mente subconsciente; por seus poderes de expressão (em pensamentos, palavras e obras), ele dá corpo àquilo que estabeleceu nos reinos do seu subconsciente. A “convicção de miséria” é uma “sombra no subconsciente” – significa que a pessoa, no passado, se identificou com a privação por algum tipo de ato que representou o mau uso e/ou o abuso de oportunidades e meios. Em resumo, por suas falhas nesses assuntos, ele “apadrinhou” a presente condição ou situação que “identifica como miséria”. A miséria não é uma realidade da vida, mas sim uma interpretação individual de condições baseadas na reação de destino maduro. Pense um pouco: A vida é “atingida pela miséria? ”. Nosso Planeta é “atingido pela miséria?”. Cada ser humano tem o mesmo tipo de complexo de miséria que têm todos os outros humanos? Cada um deve sofrer do complexo de miséria eternamente? A resposta a todas essas perguntas é não. Consideremos agora um indício astrológico e esotérico, muito importante e interessante, dos meios pelos quais o complexo de miséria pode ser descristalizado de tal modo que as energias bloqueadas podem ser liberadas afluentemente.

Este indício se encontra nas Exaltações astrais – poderes anímicos de apercepção espiritual destilados de regeneração consciente em vidas passadas – quando se as representam no Grande Mandala Astrológico: Júpiter, Regente de Sagitário, Exaltado em Câncer; a Lua, Regente de Câncer, Exaltada em Touro; Vênus o princípio do Equilíbrio através do intercâmbio, rege Touro e Libra; Saturno, Regente de Capricórnio, Exaltado em Libra; Marte, Regente de Áries, Exaltado em Capricórnio. Primeiro, Júpiter, Exaltado em Câncer, como a apercepção do poder da “dádiva”:

Se desejamos dominar um complexo de miséria, temos que expressar nossa sinceridade naquele ponto fazendo algo de natureza afluente para manifestar a condição desejada na experiência humana. Esta forma de expressão é aquilo que chamamos “dar”. O dito “mais abençoado é dar do que receber” é muito mais do que um “antigo refrão”. Ele contém uma profunda diretiva metafísica e oculta; o ato de dar é uma benção para a Mente subconsciente do doador. Se você está convencido, em seu subconsciente congestionado, de que um estado desejado ou requerido “não é para você” mas faz algo para possibilitar a realização de outra pessoa naquilo, então você deu o primeiro e mais importante passo para a descristalização do seu próprio complexo de miséria. Se o seu complexo de miséria fosse “total”, você nem mesmo pensaria em tentar tornar evidente à outra pessoa essa coisa particular. O fato de você fazer daquilo uma dádiva grava na Mente subconsciente que você está cônscio da viabilidade daquilo. Com tal ação, praticada com o sincero desejo de ajudar, você começa a liberar as energias subconscientes bloqueadas porque dar é afluência em ação. Por isso mesmo você se abre às possibilidades de realizar a coisa desejada ou necessária em seus próprios negócios e no ambiente. Consequentemente, o resultado é que você tem estabelecido mais luz em sua Mente subconsciente e tal estabelecimento, daí por diante, se torne um ímã para atrair as coisas compatíveis com o seu desejo ou necessidade. Com o sentimento iluminado, resultante do “afrouxamento” ocasionado por sua ação desprendida e consciência mais desprendida, a Exaltação de Marte em Capricórnio torna você mais cônscio daquilo que deve fazer, como disciplina e desenvolvimento pessoal, para tornar este estabelecimento melhorado uma “fixação permanente” de sua consciência anímica. Em outras palavras, a nova abertura leva você a um novo caminho de esforço espiritualizante que tem como meta o estabelecimento integrado, para uso permanente, da nova realização espiritual. Um ato de dádiva sincera e útil inicia o processo afluente; mas Marte exaltado – esforço construtivo e persistente – tem que ser aplicado de tal modo que o complexo de miséria de há muitos anos possa ser completamente dissolvido e as energias pertinentes a ele possam ser completamente convertidas em consciência de Luz. Isto significa que mais honestidade da parte do indivíduo possa ter que ser realizada; coragem e autoconfiança possam ter que ser desenvolvidas: aplicação mais total e consistente possa ter que ser aplicada às condições e esforços em curso; todas as tendências ou inclinações para manter outras pessoas – mental, emocional ou fisicamente – sob qualquer tipo de servidão indevida possa ter que ser abandonada. Lembre-se, você quer se libertar do seu complexo de miséria, portanto deve dar aos outros a dádiva da liberdade; para fazer isso você pode ter que se afastar de certos tipos de temor, pois o destemor é, por si mesmo, um atributo de afluência. Como a água poderia fluir se tivesse medo de se movimentar, ou se o gelo e a neve tivessem medo de se derreter? Temos de querer derreter e dissolver as congestões secretas se nós queremos realizar a consciência – e as evidências – da afluência. Os poderes da Verdade, da Coragem, da , do Amor, do Regozijo e da Liberdade são as “qualidades térmicas” pelas quais o Espírito derrete as constrições paralisantes estabelecidas pelo “ego pessoal” na sua expressão de interpretações não regeneradas.

Se a abundância financeira é o seu desejado e/ou necessário símbolo de afluência, então os dois pontos exaltados nos Signos de Vênus nos dão algumas pistas. A pessoa que exercita um princípio administrativo desorganizado e caótico sobre as presentes coisas materiais – não importa quanto dinheiro tenha – está agindo fora da afluência, pois esse tipo de funcionamento é evidência concreta de fraqueza no trabalho. Pode-se dizer que a Exaltação da Lua em Touro – Signo da 2ª Casa – sugere a palavra-chave: Eu estabeleço agora afluência pelo princípio administrativo correto. No lar, no escritório, em atividades profissionais ou em assuntos comerciais, os seres humanos não podem estabelecer a desordem nos padrões de intercâmbio financeiro e esperar continuar a verificar afluência. Nós impomos fardos aos outros se perpetramos desordem em nossos negócios, de maneira que, cedo ou tarde, temos de corrigir o desequilíbrio. O Signo de Touro é polarizado pelo Signo Fixo e de Água Escorpião, que se refere à consciência do sexo. É fato estabelecido, pela investigação psicológica e metafísica, que a consciência do dinheiro é a contraparte da consciência de sexo. Ambas são aspectos do desejo pela manutenção e perpetuação. Já tem sido determinado que as congestões nas atitudes para com o sexo e/ou para com o dinheiro têm efeito retroativo no oposto. Nesses dias de “rapidez evolutiva” oportunidades para resolver muito destino maduro, de muitas vidas passadas, são dadas aos seres humanos, e o sexo e o dinheiro têm sido os desejos que inspiram muita expressão negativa em nossas experiências passadas.

Considere isso à luz dos programas de impostos pesados com que estamos lidando agora. Também à luz do que está sendo revelado nesses tempos a respeito dos aspectos sexuais da natureza humana – as condições de destino maduro da consciência geradora que estão sendo reveladas em tantas formas complexas. Por conseguinte, uma “consciência do dinheiro carregada de miséria” do ser humano bem poderia ser considerada como tendo suas raízes nas condições psicogenéticas do tipo constritivo, e todas essas condições requerem mais abastecimento pela consciência de amor e/ou boa vontade para com os demais seres humanos. Saturno, Regente de Capricórnio, está exaltado em Libra, Signo da 7ª Casa do Grande Mandala. Na forma astrológica simples, isso é a insígnia da Regra de Ouro – a perfeita realização da experiência através da consciência harmonizada do relacionamento humano e da consciência de justiça espiritual que essa forma de realização inclui. Afluência é a “ação de prover” da Vida para o nosso sustento. Essa “ação de prover” já está estabelecida para nosso uso, mas se a nossa consciência busca de algum modo privar alguém daquilo que por direito é sua realização, então suprimimos o nosso reconhecimento da afluência da Vida; limitamos nossa expressão de afluência; e a miséria se instala.

O símbolo tradicional do Sol – o ponto circunscrito por um círculo – pode muito bem definido, por essa consideração, como o símbolo de todos os potenciais afluentes, o símbolo completo da “ação de prover” da Vida. Daquilo que ele representa emanam todas as coisas necessárias à nossa evolução – assim como tudo representado em um horóscopo “emana” do ponto central. O Sol, como Regente do Signo de Fogo Leão, pode então ser considerado como o símbolo da afluência da luz espiritual – todo Amor, toda Sabedoria, toda Verdade, toda Beleza, toda Idealização que os humanos podem conceber, e também todas as representações materiais que interpretamos a partir da consciência espiritualizada. O Poder, em todos os graus possíveis, é representado pelo Sol, e assim ele representa toda medida possível de poder que um ser humano pode conceber. O Poder é – é parte da nossa “função de vida” desenvolver em nós mesmos o reconhecimento disto.

Uma vez que a miséria é uma ilusão criada pela consciência humana relativamente pouco desenvolvida, não é estritamente verdadeiro, sob o ponto de vista filosófico, que “Saturno é o símbolo da miséria”. Tal interpretação faz injustiça a Saturno. Saturno nos fala, através dos nossos temores e das nossas culpas, das áreas irrealizadas da nossa experiência; quando essas áreas são realizadas, a segurança se estabelece na consciência e, consequentemente, aquela forma de calma interior que gera afluência se instala em nós. Os Aspectos de Quadratura na Carta individual também representam áreas de tensão interna, e cada uma destas pode ser interpretada como um “potencial de miséria”. A regeneração alquímica pela expressão de atributos espirituais dos pontos astrais envolvidos “derreterão o gelo” da congestão interna. A pessoa que sofre do senso de “miséria de educação” deve primeiro curar sua Mente subconsciente realimentando-a com um forte desejo de aprender; o desejo de aprender é o desejo de experimentar a afluência no plano mental, e essa forma de afluência só pode ser experimentada quando se permite abrir a Mente. As tendências para preconceitos, dogmatismo, teimosia e tirania mental devem ser enfraquecidas e a humildade de um verdadeiro aprendiz deve ser estabelecida no subconsciente. Se não há disponibilidade de escola, então o verdadeiro aprendiz abrirá sua Mente para a absorção de outros canais de estudo e aprendizado: biblioteca, livrarias, conferências públicas estão abundantemente disponíveis para todos nos tempos atuais. Se uma escola específica é a coisa desejada, então a pessoa terá de indicar seu desejo sincero a fim de organizar sua vida e seus negócios para atingir a meta. As pessoas podem aprender muito pelo método gratuito de se tornarem mais perceptivas ao mundo à sua volta.

A miséria de amor, de amizade e de companhia é, talvez, a mais trágica de todas as evidências congestivas de destino maduro. As pessoas que sofrem dessas privações bem podem atentar para o fato de que o amor e a amizade são estados de consciência – estabelecê-los na consciência possibilita a expressão afluente e a realização afluente deles no relacionamento. Também é importante reconhecer que muitas pessoas que anseiam profundamente pelos prazeres do relacionamento e pelas realizações do companheirismo não são amigáveis consigo próprias, contudo é possível que se devotem aos outros. O respeito e a apreciação pelo “eu” de alguém, como uma expressão da Vida Divina, e os potenciais de alguém para revelar aquilo que é bom e belo podem ter que ser estabelecidos no lugar do autodesprezo, complexo de inferioridade e coisas tais. A falta de harmonia em tais padrões de relacionamento, como aqueles com um pai ou uma mãe, ou ainda um parente, pode ter que ser transformada expandindo-se a consciência de relacionamento de modo mais universal. Contudo, sempre deveríamos lembrar que a vontade de compreender verdadeiramente os outros pode abrir as áreas fechadas de qualquer relacionamento humano. Devemos ser afluentes em nossa boa vontade para com os outros se quisermos realizar a afluência em nossas experiências.

 

CAPÍTULO IX – A ASTRO-FILOSOFIA EXAMINA A EXPERIÊNCIA NO HOSPITAL

Nós, humanos, somos inclinados a identificar as coisas em termos dos sentimentos que experimentamos quando em contato, ou em relacionamento, com elas. “A Dor, o sofrimento, a dificuldade e o pesar” são as associações que tendemos a fazer quando o “hospital” chama a nossa atenção. Com tais associações em mente e com tais sentimentos, enfatizados através dos anos, não é de admirar que a ansiedade, o receio e o terror tomem conta de nós, quando a experiência de hospital se torna iminente. Reconhecemos e admitimos, dada à evidência de nossas condições, que precisamos de ajuda; queremos, desesperadamente, nos livrar da desarmonia e do desconforto da doença ou do dano; mas, em virtude da nossa limitada compreensão da “verdade do hospital”, tendemos a intensificar a nossa dificuldade. Ficamos muito preocupados com as dores e com o medo de que anestesiemos nossa consciência de saúde e nossa fé na eficácia dos poderes de cura[18]. É verdade que as pessoas podem se livrar das desarmonias físicas, emocionais e mentais por uma ação interna, uma virada na consciência da congestão, na desarmonia para a realização da saúde. Essas pessoas são provas vivas de que a cura é interna. A primordial e instintiva vontade de viver é o meio básico da cura, mesmo para aquelas pessoas que não tem fé consciente na restauração da saúde. Contudo, a intensificação intencional da consciência de saúde e cura não somente apressa a correção da condição particular, como restabelece a saúde em todos os planos de funcionamento. Todas essas formas de serviço que se podem chamar de “caminhos da cura” são, na verdade, meios pelos quais as pessoas ajudam outras pessoas a diminuir seu medo e desespero e a aumentar seus reconhecimentos sobre a natureza do bem-estar. Peixes, o Signo da 12ª Casa do Grande Mandala, é a chave.

Há dois mandalas astrológicos, extraídos do Grande Mandala Astrológico (a roda de doze Casas, tendo a Áries como Signo Ascendente, e os trinta graus de cada Signo zodiacal correspondendo a cada Casa), que podem ser estudados ao se considerar o porquê de as pessoas temem experiências hospitalares. O primeiro deles descreve as causas evolutivas. Isso é traçado indicando os símbolos dos Signos Comuns nas cúspides das 9ª, 6ª, 3ª e 12ª Casas, o símbolo de Sagitário na 9ª cúspide, desenhado em tamanho maior que os outros três, e todas as quatro cúspides ligadas por uma sequência de linhas retas e por dois diâmetros cruzados.

Esse desenho resulta na quadruplicidade Comum e nas suas linhas de forças complementares e internas. O traçado do quadrado deve começar na cúspide de Sagitário, porque esse é o “Signo representante do Fogo” na cruz Comum; como tal, ele simboliza a percepção da verdade. O quarto Signo, em sequência no sentido dos ponteiros do relógio a partir de Sagitário, é Peixes, representante do elemento Água, e assunto desse capítulo. Uma representação mais condensada dessa sequência pode ser vista em uma linha vertical dos quatro Signos Comuns com Sagitário na base, Virgem o próximo acima, Gêmeos o seguinte acima, e Peixes no topo; uma linha vertical ao lado, com a ponta da seta no topo próxima a Peixes, mostrará como (por isso é um “mandala de Quadratura”) “negligenciar Sagitário leva às condições negativas de Peixes”; em outras palavras, a falta de apercepção da verdade leva às condições de destino maduro de Peixes, da 12ª Casa. Em termos de “interpretação dos Aspectos Quadratura e Oposição”, esse mandala revela que os hospitais são locais de limitação, constrição e sepultamento apenas para a consciência que rejeita as oportunidades de reconhecer a Verdade; as condições que fazem necessária a hospitalização são sempre o resultado de se haver expresso inverdades no passado. Todavia, a Verdade é um atributo do eterno “Ser”; está sempre disponível, sempre pronta a servir, e é sempre onipotente na ajuda. Por conseguinte, a necessidade de destino maduro a que chamamos “experiência hospitalar” pode ser considerada como uma oportunidade para se perceber a verdade de ser em um grau tão elevado como nunca antes.

Se nesse mandala da Quadratura Comum, Sagitário representa as negligências passadas no conhecimento e expressão da Verdade, então Peixes – no topo da sequência – representa a exteriorização daquela negligência em termos de necessidade de expiação. Fazemos essa expiação por um processo de focalizar novamente a consciência, e a exteriorização desse focar a consciência novamente é a experiência refreadora de ficar internado em um hospital. Um hospital é um lugar de limitação, encarceramento, sofrimento, dor e dificuldades somente para a pessoa que se recusa a expandir a consciência de si mesma em relação à sua experiência. Para uma pessoa que verdadeiramente busca a verdade, o hospital é um lugar de oportunidade para renovação. A experiência da dor focaliza a grande questão interna do “Por quê?”. Quando o “por quê?” de uma pessoa é sincero, a Verdade sempre e inevitavelmente revitaliza sua consciência e esclarece o significado da experiência. A autocompaixão, a apreensão irracional e a amargura alinham a pessoa com a “Quadratura Comum” – e com todas as suas implicações. O sincero desejo de recuperar a saúde inspira a pessoa que sofre a buscar a verdadeira compreensão das causas de sua condição.

A experiência de hospital de uma pessoa também proporciona oportunidade semelhante a cada um de seus amados, aos quais são dadas a oportunidade para expandir e tornar impessoais nos planos emocionais e mentais. Na piedade não refletida nós enfatizamos os elementos dolorosos da experiência de nossos queridos, porque a nossa atenção está no aspecto doloroso externo, e não no verdadeiro significado da experiência como uma indicação da oportunidade para crescimento, harmonização e realização. Sagitário, como a “raiz” dessa representação da “Quadratura Comum”, diz que há uma compreensão de princípio a ser percebida na experiência; quando a pessoa se ressente da oportunidade e a rejeita, o encarceramento na dificuldade se intensifica; quando a aceita, com a dissolução da autocompaixão e da autojustificação, o espargimento da Verdade não apenas aclara a consciência, mas também fortalece a fé e aprofunda a capacidade para a simpatia pura. A pessoa, então, alcança uma compreensão mais clara e mais verdadeira das dificuldades dos outros, e os poderes do auxílio eficaz são expandidos e reforçados.

O caminho da evolução humana é percorrido por dois “modos” principais. Um é o modo do misticismo; esse é o “Caminho do Coração”, da simpatia, da inspiração, da instrumentação, da devoção pessoal, da oração e da dedicação. É, basicamente, simbolizado por Peixes como Signo da regência de Netuno e Signo da Exaltação de Vênus. O outro modo é o do ocultismo, o Caminho do poder irradiante e da Mente. Ele identifica o caminho dos cientistas, inventores, artistas criativos, mágicos e alquimistas. Todos os seres humanos que servem por meio das atividades de cura se inclinam, basicamente, para um ou outro desses modos, mas ambos os modos são essenciais para a identificação do Mestre Curador.

O caminho místico da atividade de cura é bem ilustrado por pessoas tais como Bernadette Soubirous[19], através de cuja inspirada instrumentação se estabeleceu a Gruta de Lourdes, o Padre Flanagan[20], que fundou a Cidade dos Meninos, e todas as pessoas que oram pela cura da humanidade também ilustram o modo místico. Cientistas pesquisadores, inventores, administradores, cirurgiões e dentistas ilustram o modo ocultista. Florence Nightingale[21], a princípio um exemplo do modo ocultista, foi um maravilhoso exemplo da combinação de ambos os modos.

No tipo do curador, a quem está mais intimamente associado com a correção da doença do paciente, se encontrará o importante indício como a causa do destino maduro dessas doenças. O curador se posta como um representante personalizado de uma expansão de consciência que o paciente precisa efetuar – na verdade, para corrigir a causa de sua doença. A habilidade de um cirurgião (ocultista) pode corrigir o aspecto externo da condição, mas a ternura devotada e carinhosa do enfermeiro ou enfermeira (místico ou mística) pode ser a força que mais completamente inspire o paciente com a renovação de sua consciência da verdade da saúde; o enfermeiro ou a enfermeira descuidado, indiferente e antipático pode desencorajar o paciente e aumentar sua preocupação com seu problema. Seu cirurgião, contudo, pode inspirá-lo pelo conhecimento e habilidade que possui, e essa forma de inspiração pode estimular no paciente um desejo mais profundo do que nunca de conhecer a verdade de sua condição. O autor sente sinceramente que o curador como ocultista é basicamente simbolizado por Netuno Exaltado em Leão, o Signo do Sol e arquissímbolo do poder.

O segundo Mandala da experiência de hospital é o mandala da Triplicidade de Água: um triângulo equilátero formado por linhas retas que ligam as cúspides das 12ª, 8ª e 4ª Casas; os símbolos de Peixes, Escorpião e Câncer colocados apropriadamente; o símbolo de Peixes em tamanho maior que os outros dois, e o símbolo de Netuno colocado na 12ª Casa.

Prepare três desses mandalas. No primeiro, indique o diâmetro Peixes-Virgem; no segundo indique o diâmetro Escorpião-Touro; no terceiro, indique o diâmetro Câncer-Capricórnio. Esses mandalas ilustram a plenitude do significado de cada um dos Signos de Água para a experiência de hospital pela aplicação do Princípio da Polaridade. Os símbolos dos três Signos de Água dispostos em uma linha vertical, com Peixes no topo, Escorpião em segundo e Câncer na base, representarão claramente a sequência apropriada a essa discussão.

Primeiro mandala – Peixes-Virgem:

Esse é o diâmetro da consciência da saúde, cujo enfraquecimento disso torna necessária a terapia ou experiência de hospital. Virgem é saúde como a potência básica que torna possível a atividade do servir; Peixes é a necessitada redenção daquela potência. A pessoa cuja consciência da potência ou habilidade física seja menor que sua plenitude natural não pode expressar a plenitude de sua atividade do servir, mesmo que possa se esforçar heroicamente, apesar de sua limitação. Estes esforços, efetuados como uma expressão de sua vontade, são de fato a redenção do interior, mas se a terapia pode ajudar a desenvolver a expansão da habilidade, então a pessoa “pede ajuda para Peixes” – interna-se em um hospital, “interrompe” temporariamente suas atividades anteriores, aceita a limitação de atividade e, ao mesmo tempo, aceita mais plenamente a oportunidade de melhorar sua condição física e sua capacidade de servir. O edifício do hospital em que ela se interna para auxílio e regeneração é uma exteriorização das forças protetoras da graça divina. Pense nisso.

Ninguém é imune à ação da Lei de Causa e Efeito, mas, ainda que todo indivíduo deva enfrentar e resolver seus resíduos de destino maduro, os poderes da Graça Divina são inerentes a toda atividade pela qual os seres humanos recebem auxílio na resolução de suas dificuldades. A presença da Graça Divina no coração humano é evidenciada por qualquer hospital, desde a pequena tenda no campo de batalha até as gigantescas e complexas instituições das grandes metrópoles; todos os hospitais, do menor ao maior, são permanentemente protegidos e reabastecidos por agentes de cura das dimensões superiores. Os mais inspiradamente dedicados de nossos curadores são, consciente ou inconscientemente, os mais sensitivos aos estímulos diretivos desses Agentes Superiores. Os seres humanos, que só veem a superfície das coisas, interpretam os hospitais como sendo lugares de dor, sofrimento e tristeza. A verdade é exatamente o oposto: os hospitais são focalizações das forças de cura de luz e amor. Quando a humanidade sofredora se dá conta disto, toda sua atitude em relação as suas necessárias experiências de hospital passam por uma drástica e iluminadora mudança. A fé, a gratidão, a esperança e a reafirmação neutralizam os efeitos constritivos da dor, e então ambos, consciência e corpo, se expandem para fazer um ajuste mais eficiente aos tratamentos curativos. O poder da Graça Divina transforma um hospital de um lugar onde os destinos maduros de dor, sofrimento e limitação devem ser sofridos para um lugar onde a redenção e a reconciliação podem ser experimentadas.

Se o primeiro mandala, encabeçado por Peixes, é o “que e onde” da experiência de hospital, então o diâmetro Escorpião-Touro indica os meios pelos quais o serviço hospitalar é levado a efeito e cumprido.

Esotericamente, Escorpião-Touro é o diâmetro do princípio administrativo, o princípio espiritual que é destilado, na consciência humana, por meio das experiências de “posse e prioridade”. Aquilo que está “sob princípio administrativo” no serviço e experiência hospitalares é poder regenerador. Ele se origina nas dimensões superiores e invisíveis, é dirigido por Servidores Invisíveis e canalizado em cada instituição de saúde, por servidores humanos, aos necessitados. Os Servidores Invisíveis trabalham dedicadamente por longos espaços de tempo para dirigir a focalização de poder para as necessidades humanas, e o Signo de Escorpião simboliza muito claramente a consciência dedicada e as habilidades disciplinadas de todos os verdadeiros curadores humanos.

Florence Nightingale, cujo incansável trabalho se estendeu por uma vida de noventa anos, se ergueu como um maravilhoso exemplo humano dos serviços persistentes dos Curadores Invisíveis. Os curadores se disciplinam para se qualificarem, mas nenhum curador “possui” o poder curador – na administração do seu equipamento pessoal ele atua como um “administrador” daquilo que é projetado das Fontes Invisíveis para uso nesse plano. Toda liberação de poder é subsequente à focalização de Poder; o curador que, de modo equilibrado e harmonioso, conserva seus recursos pessoais é aquele que mais efetivamente pode liberar o poder que flui através dele para os seus pacientes; esses recursos são pertinentes aos aspectos físicos, emocional, mental e espiritual do seu ser. Por conseguinte, Escorpião-Touro se refere ao material de poder que torna possível a cura regeneradora através da focalização e liberação; se refere ao Princípio de Administração que opera através da consciência dos curadores invisíveis e visíveis; se refere à Fonte onipresente de Poder, o provimento do Deus Pai-Mãe para a preservação e regeneração das formas evoluintes e microcósmicas. Quem quer que sirva como “curador”, no serviço dedicado, “dá as mãos” aos seus Irmãos Invisíveis e serve como instrumento “embasado” encarnado deles.

A terceira representação desse mandala, enfatizada por Câncer, que é polarizado por Capricórnio, ilustra “aquilo” que inspira ou induz um ser humano a percorrer o Caminho do Serviço Curativo.

É o poder paternal de pura simpatia. Diz-se que “o primeiro hospital foi construído quando um ser humano orou pela primeira vez desinteressadamente e na plenitude da fé pela cura de um semelhante seu”. Esta forma de oração, quando exteriorizada no plano físico é o edifício hospitalar que envolve, assim como o útero envolve o embrião em crescimento, a emergência expansiva da consciência de saúde. Câncer, o símbolo maternal, ilustra as qualidades de simpatia, ternura, misericórdia e compaixão que inspiram os seres humanos a ajudarem na cura de outros; Capricórnio, o símbolo paternal, ilustra a providência da forma material organizada para a proteção e guarda das atividades de cura, correspondendo ao lar material que um pai provê para a proteção de seus filhos. “Embrião no útero” e “paciente no hospital” se correspondem mutuamente no sentido de que cada um está tendo a oportunidade de desenvolver novamente sua consciência de vida, por meio da experiência.

A relação dos administradores e servidores de hospitais com os pacientes tem muitos pontos em comum com a relação dos pais com seus filhos. Todos os terapeutas são “pais” da renovação da consciência de Vida de seus pacientes mediante suas atividades no melhoramento da saúde, e melhoramento de saúde é sempre um meio de liberação. Aquele que quiser se libertar das causas da desarmonia física deve renovar, regenerar e revitalizar sua consciência; aquele que quiser servir, verdadeiramente, no caminho da saúde deve acrescentar ao seu conhecimento e habilidade técnica o aprendizado da importância de ajudar os outros a regenerar suas consciências. A cura é uma coisa espiritual; aqueles que verdadeiramente mais curam são os que servem para revelar a onipotência, a onipresença e a onisciência do Espírito Interior. A oração é a “técnica” para essa revelação; a oração, a habilidade e o conhecimento reúnem os poderes místico-ocultistas no curador. A simpatia, humildade, dedicação à verdade concreta e espiritual, a disciplina pessoal equilibrada e a fé possibilitam, a cada curador, “firmar como uma base” as forças regenerativas dos reinos superiores para uso nos hospitais onde ele serve.

Concluindo, essas três representações do mandala da triplicidade de Água podem ser usadas para se estudar a experiência de prisão. Em sua natureza e propósito essenciais as prisões são hospitais. Em ambos, os resíduos de destino maduro devem ser enfrentados e resolvidos; o mesmo Poder e os mesmos Agentes servem a ambos; o principal objetivo de ambas as formas de serviço é: expiação, e “expiação” significa consciência de unidade elevada, a unificação harmonizada do Corpo, da emoção, da Mente e da Alma com o Espírito.

 

CAPÍTULO X – O CAMINHO ASTROLÓGICO

 

O propósito de apresentar este tema é duplo. É bom que os novos estudantes de Astrologia obtenham uma perspectiva daquilo que esse Caminho requer deles em treinamento mental e o que isso inclui em expansão de conhecimentos e compreensão. Aqueles estudantes que são mais experientes no Caminho deveriam recordar, periodicamente, os requerimentos do Caminho que escolheram e revigorar suas metas, seus métodos e objetivos espirituais. O Caminho Astrológico é longo, contendo muitas complexidades de desenvolvimento; o “ponto-de-vista amplo” e paciência tranquila e inabalável são os principais requisitos para a realização de quaisquer de suas fases. Alguns estudantes, na vida atual, podem estar recapitulando conhecimentos adquiridos por meio do estudo em vidas passadas, agora prontos para começar a aplicar tais conhecimentos e entendimentos; alguns podem, ainda, estar dando continuidade ao seu programa de absorção, e outros ainda podem estar dando seus primeiros passos nesse Caminho. Sem levar em conta o posicionamento atual, todos deveriam ter um conhecimento abarcante do programa global que está envolto nesse estudo complexo, e de tal modo que o ideal e propósito espiritual possam ser mantidos firmemente.

A arte-ciência chamada “Astro-logia” é o estudo das leis universais de como elas se aplicam à consciência que se desdobra evolutivamente; consciência é a única luz primordial e os símbolos das “luzes” – Sol, Lua e Planetas – são usados para designar as faculdades, os veículos e as forças pelos quais a consciência em desdobramento se torna ciente da consciência divina. Assim como o nosso Sistema Solar é um dos sete Sistemas que compreendem um plano cósmico, do mesmo modo, cada uma de nossas “luzes-do-Sistema-Solar” é uma de uma família, inter-relacionada com e interdependente das outras e do Sol central; todas sendo exteriorizações da consciência criadora divina do nosso Logos. A Astrologia, primeiramente, não é um “estudo das estrelas” – isto é função dos astrônomos. O astrólogo é um estudante dos modos de consciência que são externalizados como corpos planetários, solar e lunar do nosso Sistema. Nós, humanos, temos uma correspondência com esses corpos astrais porque nós e eles somos criações da mesma Fonte Divina e a afinidade vibratória nos alinha juntamente a todos nesse Sistema Solar. O astrônomo auxilia o astrólogo provendo-o de dados calculados cientificamente e que dizem respeito às relações geocêntricas e heliocêntricas das “luzes” com as faixas dos Signos zodiacais; esses dados são sincronizados com os princípios de tempo-espaço da encarnação para os cálculos do horóscopo natal que, simbolicamente, representa o atual estado cíclico de uma consciência humana evoluinte. O “astr” da palavra Astrologia se refere à “estrela” somente exotericamente; esotericamente e filosoficamente se refere a aquela luz que é a consciência. É pelo grau e qualidade da consciência evoluinte que todo fenômeno, toda experiência e todo relacionamento são interpretados; isso se refere ao corpo físico, tanto quanto a todos os ambientes, atividades, esforços, lições de destino maduro, aspirações e ideais. Todos esses fatores são representados, simbolicamente, em essência pelo horóscopo natal; a soma total dos “conteúdos” de uma Carta representa as inclinações e tendências básicas da pessoa em perspectiva – o resultado específico do modo pelo qual ela exercitou suas inclinações e tendências nas vidas passadas até a vida presente. Quando o estudante de Astrologia estabelece sua consciência de “caminho Astrológico”, como sendo o estudo da consciência – sempre evoluinte por meio da experiência encarnada e padronizada pelos grandes arquetípicos Princípios do Universo – então ele avaliará, apropriadamente, cada fator do estudo até seu cerne básico, e, assim, mantendo todas as avaliações nas proporções e perspectivas apropriadas. Todo fator em um horóscopo corretamente calculado é um retrato exato dos resultados na consciência a partir das causas na consciência. A regeneração da consciência determina as condições melhoradas, a avaliação das experiências mais verdadeiras e uma apercepção mais clara e perfeita dos poderes – potenciais e reais.

Os antigos eram estimulados, em suas apercepções da Natureza e Consciência Divinas, pela técnica da “personalização”; as modalidades e facetas da Divina Essência eram mostradas como “os deuses e as deusas”[22]. As versões anglicizadas de alguns desses nomes divinos são, agora, aplicadas à nossa identidade dos Planetas – o nome de cada Planeta representando um composto ou síntese de potenciais, princípios e poderes divinos. Portanto, considerando-se as muitas fases do Caminho Astrológico nós também personalizaremos, para concretizar, e, na imaginação, considerar a natureza e as habilidades de alguém a quem chamaremos de “O Astrólogo Mestre”, e a quem identificaremos como o protótipo de todos os astrólogos e estudantes de Astrologia, passados, presentes e futuros. Seu nome será “Astrófilo” (aquele que ama a Astrologia), e é alguém que, através de muitas vidas e durante muitos séculos, tem-se dedicado a uma compreensão cada vez maior dos princípios Astrológicos. Como um Mestre em Astrologia, ele é alguém que agora é capaz de correlacionar todas as fases do aprendizado com o simbolismo Astrológico. Entende-se que ele é o “ideal personalizado” de todos os que trilham o “Caminho dos Astros”.

Astrófilo sempre foi, é agora, e continuará a ser um Aspirante espiritual. Isso significa que ele não permite que seu desejo por conhecimento Astrológico substitua seu desejo de compreender o uso certo desse conhecimento. Ele dedica a aplicação do seu conhecimento ao serviço de iluminação do ser humano, porque sabe que o serviço de iluminação é o propósito básico para a obtenção do conhecimento, em primeiro lugar. Ele sabe que a amplitude máxima do seu conhecimento nada mais é do que um fragmento da sabedoria universal, pelo que, com verdadeira humildade, mantém sua Mente e consciência sempre abertas e sempre adaptáveis à consideração de novas ideias. Ele é tão impessoal e honesto na avaliação de sua própria Carta quanto o é com a Carta de qualquer outra pessoa, pois sabe que somente a total honestidade alimentará seu próprio desenvolvimento e habilidade. Seus esforços intelectual e analítico – extensivos, profundos e cristalinos, o quanto possam ser – são mantidos continuamente pela oração; sempre que sente necessidade, revigora sua consciência e intuição pelos poderes da “Super-Mente”. Todo ato ou esforço em seu serviço Astrológico é dedicado e consagrado por seu amor a Deus e a seu semelhante. Reconhece que é um “Irmão Maior” da maioria da humanidade, provavelmente, mas nunca esquece que ele próprio é um filho do Pai Divino, tanto quanto o é o mais ignorante e pouco inspirado de seus companheiros. Seu cálculo de cada horóscopo é um ato de ritual espiritual pelo qual as forças de sua Mente, de sua consciência e de seu Espírito são focalizadas e reunidas para a realização do seu serviço.

Como um Irmão, Astrófilo é um sincero apreciador dos esforços e aspirações dos seres humanos em todos os caminhos que servem à iluminação e regeneração humanas. Através de suas muitas vidas passadas ele tem compartilhado a absorção de conhecimento com os colegas estudantes que representam todas as linhas de indagação e investigação. E é sempre essencialmente grato a todos os professores e experiências que servem para lhe adiantar a educação astrológica, filosófica e espiritual. Descobrindo uma correlação entre sua Carta e qualquer experiência, ele aprecia a experiência, ainda que dolorosa ou difícil, porque ela serve para lhe ampliar os conhecimentos e o entendimento. Ele lamenta e se ressente da falta de experiências; a adaptabilidade sadia de sua Mente – dedicada à recepção da Verdade – não permite à retenção mórbida de interpretações negativas de experiências, mas, ao contrário, se regozija em cada uma e todas as oportunidades de ampliar sua compreensão e apercepção. Procura sempre evitar atitudes ou pontos de vista tendenciosos, e assim se recusa a reter na consciência essa qualidade de ação mental que gera preconceitos ou a falsa aprovação. Luta para considerar suas próprias experiências com equidade espiritual, e de tal maneira que pode representar mais perfeitamente a equidade da verdadeira iluminação àqueles a quem ele ajuda.

Como um cientista Astrófilo é, antes de tudo, um matemático e um geômetra. Os aspectos técnicos do seu trabalho requerem uma compreensão fluente de todos os princípios aritméticos e de certos princípios revelados pela geometria. Posto que álgebra é a exposição matemática da universal Lei de Correspondência, um conhecimento desse ramo da ciência capacita o Astrófilo a avaliar e tabular quaisquer e todas as equações vibratórias que se encontrem em determinada Carta, ou que formem “padrões de ligação” entre duas ou mais Cartas. No seu treinamento, ainda nos tempos da Atlântida, da Caldéia e do Egito, Astrófilo aprendeu que a exatidão nos cálculos e na compreensão da matemática não somente exteriorizava a apercepção de uma forma da Verdade, mas a aceitação das disciplinas mentais envolvidas no treinamento exteriorizava a sinceridade de sua perseguição à verdade. Acurácia é a verdade exteriorizada; e em virtude da tremenda complexidade das “coisas” estudadas no Caminho Astrológico, a disposição para disciplinar a Mente de tal forma que os resultados corretos sejam obtidos nos esforços matemáticos é um fator importante na dedicação do astrólogo ao seu serviço. Sempre que seja possível fazê-lo, Astrófilo sempre procura determinar a acuidade de todos os dados; ele trabalha com esses dados de tal maneira que a máxima exatidão possa ser conseguida. Em seu trabalho de ensino, Astrófilo encoraja seus alunos de todos os modos possíveis a apreciar o valor do treinamento matemático; ele sabe, por experiência própria, que a humanidade tem um grande débito com as Matemáticas pelo tanto que elas proporcionam em disciplina, harmonia e concentração aos veículos mentais e aos poderes da consciência. Ao se dedicar com sucesso aos esforços matemáticos, ninguém pode ficar satisfeito com nada menos que resultados corretos (verdadeiros)!

É interessante – e significativo – notar quantas formas de exploração visual se podem fazer por meio de uma moldura circular. Nossos dois olhos se focalizam de tal maneira que vemos tudo por uma “janela circular”; o astrônomo olha atentamente por um mecanismo circular para estudar e explorar uma porção do Sistema Solar, uma galáxia ou alguma outra divisão do fenomenal universo fora da Terra; o químico e o biólogo espiam através de um microscópio circular para estudar a “pequenez” do fenômeno material. Em seu trabalho como estudante da consciência humana, Astrófilo também centraliza sua atenção num diagrama circular formado por um certo arranjo da faixa zodiacal, o qual contém um conjunto especializado de símbolos distribuídos de acordo com acurados princípios matemáticos e que transmitem uma revelação de leis espirituais. Astrófilo é um especialista no sentido de que o seu principal objetivo é servir à promoção da iluminação humana, mas os princípios que são inerentes ao seu estudo especializado estão ligados a todas as formas de exploração feitas pelos outros cientistas.

No que tange à área do conhecimento, Astrófilo “dá as mãos” a todos os seus irmãos cientistas; as essências do seu estudo e a exploração se acham representadas de alguma forma ou em certo grau em todos os outros ramos de estudo pelos quais a natureza do universo é revelada e compreendida. Na medida em que a natureza do universo é compreendida, a concepção de unidade com esse universo se desdobra. Astrófilo deve usar o poder de análise do mesmo modo que faz o químico, mas, além disso, ele também deve sintetizar, porque o seu propósito não é ensinar a “separatividade entre o ser humano e o universo”, mas sim revelar a unidade dos seres humanos uns com os outros, com todas as criaturas, e com a fonte divina. O poder de síntese em seu estudo diz respeito ao ser humano como um aspecto individualizado da consciência, com particulares requisitos de destino maduro de experiência e “tendências pessoais” particulares. O poder de síntese é realmente um processo da Mente Superior, pelo qual Astrófilo pode ajudar a pessoa a experimentar uma expansão da consciência de unidade dentro de si mesma pelo desenvolvimento da autonomia espiritual e da consciência da unidade com os outros seres humanos por meio da afinidade do destino comum e das metas evolutivas.

Além de ser um cientista, místico e sacerdote, Astrófilo é também um artista interpretativo. Ele procura encontrar, por meio do estudo das indicações horoscópicas, aquelas modalidades e técnicas pelas quais a pessoa em pauta pode, pela regeneração da consciência, se tornar conscientemente mais e mais familiarizada com as belezas da sua própria consciência espiritual. Todo princípio usado na representação Astrológica tem sua contraparte em uma – ou em todas – das belas artes. Em um exame geral dos fatores Astrológicos, encontramos o desenho, o ritmo, a cor (por envolvimento), a estrutura, a massa (por envolvimento), o espectro e todo aspecto concebível de beleza que pode ser realizado ou exteriorizado pelos seres humanos. Durante os muitos anos e as muitas vidas de sua experiência, Astrófilo desfrutou do contato com artistas e intérpretes artísticos de todos os tipos. Sua afinidade espiritual com tais pessoas se baseava no fator inspirador inerente a todas as expressões artísticas e serviço de iluminação. “Iluminar” pode ser considerado como um processo pelo qual a “luz é lançada na consciência” ou “se revela na presença da luz na consciência”. Qualquer ser humano, seja qual for o modo ou meio, que serve para revelar a harmonia a outras pessoas é um inspirador; a harmonia é a revelação de equilíbrio por todas as partes de uma coisa, e é a reconquista consciente do equilíbrio que caracteriza a nossa meta evolutiva. Foi a partir deste estado que fomos projetados, como individualizações, no começo da nossa experiência como seres humanos. Toda apercepção da Beleza é uma visão de relance do “céu em nossa própria consciência”, e mediante   seu conhecimento de alquimia, Astrófilo é capaz de ajudar as pessoas a compreenderem como elas podem efetuar a regeneração consciente de seus próprios poderes e, desse modo, desenvolverem apercepções mais amplas e mais puras da beleza de sua natureza divina.

Após muitas vidas devotadas à prática de verdades compreendidas e em consonância com os elevados padrões de ética, Astrófilo descobriu um estranho e maravilhoso despertar em sua própria consciência. Isso dizia respeito à cognição de que “os Astros”, que ele havia estudado por tanto tempo nos horóscopos, eram modos pelos quais o divino se revelava a si próprio através da consciência humana. Como um resultado, Astrófilo viu que se tornava cada vez mais consciente da presença de Deus em todos os Aspectos astrais – sendo, portanto, cada Aspecto tido como uma indicação não de “mal absoluto” ou de “bem absoluto”, mas sim do ponto de vista espiritual. Os até então considerados Aspectos “maus” foram então percebidos, verdadeiramente, como representações simbólicas dos métodos de experiência pelos quais um ser humano deve, por fim, conceber sua própria natureza divina. Todos os Aspectos de Quadratura e Oposição registram condições marcadas e qualificadas de destino maduro, pelas quais, por meio da experiência quando encarnado, o ser humano é posto face-a-face com os resultados de pensamentos e ações do passado; ao experimentar esses resultados, ele apreende, em grande medida, aqueles tipos de pensamento e de ação que adiantam, ao invés de atrasarem o desenvolvimento evolutivo e a realização dos mais elevados ideais do Espírito.

Caro Leitor, as coisas ditas aqui sobre “Astrófilo” estão realmente sendo ditas sobre você – agora um estudante de Astrologia, talvez um praticante – que a partir de algum ponto no Caminho pode desenvolver os poderes do veículo mental perfeitamente treinado, o poder alado da intuição e o poder com brilho diamantino da claricognição, por meio da sua contínua e devotada aplicação ao estudo da Astrologia. Possa o Espírito interno conceder a você a fortaleza da paciência, o ânimo do regozijo inspirador e a benção de uma sempre crescente simpatia de seus semelhantes, por meio do estudo de horóscopos, perseguindo a verdade, conforme a necessidade de tal estudo possa lhe chamar a atenção. A vida fornece todas as oportunidades para se realizar no Caminho Astrológico.

 

FIM

[1] N.T.: ocorre quando dois ou mais Astros são ligados pelo regimento que forma frequentemente uma corrente. Um exemplo é Sol em Áries / Marte em Gêmeos / Mercúrio em Peixes / Netuno em Sagitário / Júpiter em Sagitário. Nesta cadeia o Sol dispõe de Marte que dispõe de Mercúrio, que dispõe de Netuno que dispõe de Júpiter. Não pode ir mais longe porque Júpiter está em seu próprio Signo. Todos os cinco desses planetas trabalham juntos e devem ser interpretados dessa maneira. A configuração de disponentes pode-se trabalhar em um tema pessoal ou entre duas ou mais pessoas.

[2] N.T.: Mt 5:39

[3] N.T.: Parte do texto A Promessa de Fidelidade (Pledge of Allegiance) dos Estados Unidos é uma expressão de lealdade à Bandeira dos Estados Unidos e à república dos Estados Unidos da América.

[4] N.T.: Gn 1:3

[5] N.T.: saiba mais sobre Corpo-Alma nesse Capítulo no Livro O Corpo Vital de Max Heindel.

[6] N.T.: Pr 15:1

[7] N.T.: saiba mais sobre o que é o Átomo-semente no Capítulo “Morte e Purgatório” do Livro O Conceito Rosacruz do Cosmos, de Max Heindel.

[8] N.T.: “healing”, em inglês, que é diferente de “curing”. O problema é que em português traduzimos ambas as palavras por “curar”. Entretanto, o conceito delas é bem diferente. “Curing” significa “eliminar todas as evidências da doença”, “eliminar todos os sintomas” – está mais para remediar; enquanto que “healing” significa curar totalmente: o Espírito, a Alma – aqui restaurar, eliminar a causa suprafísica, pois o Espírito e a Alma nunca ficam doentes (!) – e o Corpo – aqui sim: restabelecer o funcionamento normal da parte afetada, pois essa parte está doente. Quando falamos do Método de Cura da Fraternidade Rosacruz, estamos falando de “healing” (veja aqui: Como curam os Rosacruzes os Enfermos, em português e aqui: How the Rosicrucians Heal the Sick, em inglês). Assim, nesse texto todas as vezes que se lê “cura”, entenda “healing” e não “curing”.

[9] N.T.: Jo 10:30

[10] N.T.: Mt 5:48

[11] N.T.: Jo 13:34

[12] N.T.: Pb 23

[13] N.T.: Capacidade que um ser humano pode desenvolver para “ver” nos Mundos Suprafísicos (Região Etérica do Mundo Físico, Mundo do Desejo e Mundo do Pensamento).

[14] N.T.: Capacidade que um ser humano pode desenvolver para “ouvir” nos Mundos Suprafísicos (Região Etérica do Mundo Físico, Mundo do Desejo e Mundo do Pensamento).

[15] N.T.: Capacidade que um ser humano pode desenvolver para “saber sobre eventos ou pessoas” usando os Mundos Suprafísicos (Região Etérica do Mundo Físico, Mundo do Desejo e Mundo do Pensamento).

[16] N.T.: A Mente Subconsciente ou memória involuntária forma-se assim: do mesmo modo que o Éter leva à sensível película da máquina fotográfica uma impressão da paisagem fidelíssima nos menores detalhes, sem ter em conta se o fotógrafo os observou ou não, assim o Éter, contido no ar que aspiramos, leva consigo uma imagem fiel e detalhada de tudo o que está em volta de nós. Não só das coisas materiais, mas também das condições existentes em nossa aura a cada momento. O mais fugaz sentimento, pensamento ou emoção é transmitido aos pulmões, de onde é injetado no sangue. O sangue é um dos produtos mais elevados do Corpo Vital, tanto por ser o condutor de alimento para todas as partes do Corpo quanto por ser o veículo direto do Ego. As imagens nele contidas imprimem-se nos átomos negativos do Corpo Vital, para servirem como árbitros do destino do ser humano no estado pós-morte. Atualmente o acesso a ela está fora de nosso controle. Ela se relaciona totalmente com as experiências dessa vida. Consiste das impressões dos acontecimentos no Corpo Vital. Tais impressões podem ser modificadas ou até apagadas, conforme veremos na explanação relativa ao perdão dos pecados, algumas páginas adiante. Tais modificações ou erradicações dependem da eliminação dessas impressões do Éter do Corpo Vital.

[17] N.T.: Também chamada memória voluntária deriva de imperfeitas e ilusórias percepções dos sentidos. Atualmente o acesso a ela está sob o nosso controle. Ela se relaciona totalmente com as experiências dessa vida. Também consiste das impressões dos acontecimentos no Corpo Vital. E, também, tais impressões podem ser modificadas ou até apagadas, conforme veremos na explanação relativa ao perdão dos pecados, algumas páginas adiante. Tais modificações ou erradicações dependem da eliminação dessas impressões do Éter do Corpo Vital.

[18] N.T.: “healing”, em inglês, que é diferente de “curing”. O problema é que em português traduzimos ambas as palavras por “curar”. Entretanto, o conceito delas é bem diferente. “Curing” significa “eliminar todas as evidências da doença”, “eliminar todos os sintomas” – está mais para remediar; enquanto que “healing” significa curar totalmente: o Espírito, a Alma – aqui restaurar, eliminar a causa suprafísica, pois o Espírito e a Alma nunca ficam doentes (!) – e o Corpo – aqui sim: restabelecer o funcionamento normal da parte afetada, pois essa parte está doente. Quando falamos do Método de Cura da Fraternidade Rosacruz, estamos falando de “healing” (veja aqui: Como curam os Rosacruzes os Enfermos, em português e aqui: How the Rosicrucians Heal the Sick, em inglês). Assim, nesse texto todas as vezes que se lê “cura”, entenda “healing” e não “curing”.

[19] N.T.: Marie-Bernard Soubirous ou Maria Bernarda Sobeirons em occitano (1844-1879) foi uma religiosa francesa. No dia 11 de fevereiro de 1858, em Lourdes – cidade com cerca de quatro mil habitantes – Bernadette disse ter visto a aparição de uma “senhora” envolta em luz na gruta denominada massabielle (“pedra velha” ou “rocha velha”), junto à margem do rio Gave. Outras aparições sucederam até que Bernadette perguntou à “senhora” quem ela era. Segundo seu relato ao pároco local, Pe. Dominique, a resposta foi: “Eu sou a Imaculada Conceição”. O que causou espanto e comoção ao padre, que sabia que a moça não estava inventando: ela não tinha nenhum conhecimento do significado de suas palavras, muito menos conhecimento do termo “Imaculada Conceição”.

A partir daí curas cientificamente inexplicáveis foram verificadas na gruta de “massabielle”. Em 25 de fevereiro de 1858, na presença de uma multidão, surgiu sob as mãos de Bernadette uma fonte – que jorra água até os dias de hoje, cerca de cinco mil litros por dia.

[20] N.T.: Edward Joseph Flanagan (1886-1948). Sacerdote católico irlandês que dedicou toda sua vida à educação de meninos e jovens delinquentes e abandonados. Ele fundou o orfanato conhecido como Boys Town localizado em Boys Town, no condado de Douglas, Nebraska, que agora também serve como um centro para jovens problemáticos. É a maior instituição religiosa americana dedicada ao cuidado de crianças e famílias através do tratamento de problemas comportamentais, emocionais e físicos.

[21] N.T.: Florence Nightingale (1820-1910) foi uma enfermeira britânica que ficou famosa por ser pioneira no tratamento a feridos de guerra, durante a Guerra da Crimeia. Ficou conhecida na história pelo apelido de “A dama da lâmpada”, pelo fato de servir-se deste instrumento para auxiliar na iluminação ao auxiliar os feridos durante a noite. Sua contribuição à Enfermagem, sendo pioneira na utilização do modelo biomédico, baseando-se na medicina praticada pelos médicos. Florence, uma anglicana, acreditava que Deus a havia chamado para ser enfermeira. Também contribuiu no campo da Estatística, sendo pioneira na utilização de métodos de representação visual de informações, como por exemplo gráfico setorial (habitualmente conhecido como gráfico do tipo “pizza”) criado inicialmente por William Playfair.

Nightingale lançou as bases da enfermagem profissional com a criação, em 1860, de sua escola de enfermagem no Hospital St. Thomas, em Londres, a primeira escola secular de enfermagem do mundo, agora parte do King’s College de Londres. O Juramento Nightingale feito pelos novos enfermeiros foi nomeado em sua honra, e o Dia Internacional da Enfermagem é comemorado no mundo inteiro no seu aniversário.

[22] N.T.: Os nomes derivam dos deuses da mitologia greco-romana. Mercúrio: mensageiro dos deuses romanos (Planeta mais rápido – completa uma revolução em 88 dias); Vênus: deusa romana do amor e da beleza (é o objeto mais brilhante no céu noturno, depois da Lua); Marte: deus romano da guerra (sua cor vermelha era associada pelas antigas civilizações com o sangue das batalhas); Júpiter: o rei dos deuses romanos (é o maior de todos os planetas em tamanho em massa); Saturno: deus romano do cultivo e agricultura (também pai de Júpiter na mitologia romana); Urano: deus do céu e das alturas (também pai de Saturno na mitologia romana); Netuno: deus romano do mar; Plutão: deus romano do submundo (deus do Mundo dos Mortos era capaz de se tornar invisível – o Planeta é o mais distante do Sol e em constante escuridão).

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