Arquivo de categoria Treinamento Esotérico

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

As Aventuras de Rex e Zendah no Zodíaco – A Terra do Leão

As Aventuras de Rex e Zendah no Zodíaco
A Terra do Leão

Rex e Zendah ficaram por algum tempo diante do portão do Leão admirando-o. De fato eles não podiam decidir qual o mais bonito: se esse ou o portão da Balança.

Era feito de ouro: algumas partes foscas e outras tão polidas que podiam refletir os raios de luz. De cada lado, havia uma alta torre. A porta estava entre elas; era de sistema levadiço. Um sol de ouro constituía a porta enquanto os raios do sol formavam as barras que a completavam. Havia uma pequena portinhola em cada torre, com uma campainha em forma de cabeça de leão.

Rex dirigiu-se para uma delas e bateu: abriu-se a portinha e apareceu um rosto que perguntou:

– “Quem é?”

– “Rex e Zendah”, responderam.

– “Dê a senha”.

– “”, disseram ao mesmo tempo os meninos.

Ouviu-se uma fanfarra de trombetas e o portão foi suspenso deixando passagem livre por uma ponte que conduzia a outra porta.

Dirigiram-se para essa porta que se abriu lentamente diante deles, mas aí eles pararam de súbito; barrando seu caminho, havia dois leões que pareciam ferozes, um com juba preta e outro com juba castanha. O pior era que os leões não estavam presos e pareciam prontos a pular sobre os meninos. Eles não podiam regressar porque a ponte tinha sido suspensa, deviam seguir para a frente.

Zendah teve uma inspiração! O pão que Hermes lhes dera na Terra da Virgem! Ela ainda tinha umas migalhas. Pondo a mão no bolso, tirou-as e timidamente ofereceu-as aos leões.

Bem podem vocês imaginar quão grande foi a surpresa dos meninos quando os leões comeram as migalhas, começaram a ronronar e estiraram as cabeças para serem acariciados. De certo seu ronronar era mais parecido com um longínquo trovão, comparado com o ronronar do gato de Rex e Zendah.

– “Eles serão muito bons se vocês forem valentes, mas evitem que qualquer covarde penetre nesta Terra”, disse uma voz.

Procurando, eles viram um cavaleiro vestido com armadura dourada, sobre a qual havia um manto de linho branco onde se via bordado um coração vermelho sobre uma cruz também vermelha.

Tomou as crianças pela mão e gritou:

– “Em nome do Rei, abram a porta”. Abriu-se a porta e eles se viram defronte de uma estrada cheia de pessoas todas vestidas com lindas roupas de ouro. Carmesim e púrpura.

Cavaleiros armados, pajens com trombetas, servos com bandeiras e uma banda composta de todas as espécies de instrumentos musicais estavam organizados em fila.

Um magnífico coche aproximou-se parando diante deles e Rex e Zendah foram convidados a entrar nele.

O bombo deu um sinal e a banda começou a tocar; todos, em procissão partiram pela estrada, o coche no meio. O povo, postado aos lados da estrada acenava com bandeiras, enquanto eles passavam.

Olhando pela janela enquanto viajavam, Rex e Zendah perceberam que não havia casas pequenas. Todas as casas eram em centro de jardim próprio onde cresciam centenas de girassóis e malmequeres; quelidônias formavam um tapete no chão. Chegando afinal ao palácio, viram que estava situado em um parque circular limitado por uma larga alameda de magníficos cedros, igualmente espaçadas, havia doze entradas que conduziam ao palácio, cada uma ensombrada por cedros. A sombra era necessária já que o Sol brilhava fortemente, pois era sempre verão na Terra do Leão.

Descendo do coche em um dos portões, caminharam sobre lindo tapete purpúreo em direção à entrada principal, escoltados por vários pajens.

Dois arautos foram ao seu encontro e precedendo-os na sala do trono, tocaram as trombetas: as cortinas abriram-se; eles pararam e olharam em torno espantados, pois a sala era circular como o parque e as paredes feitas de ouro: o chão era um enorme rubi. Essa grande sala levava a cinco outras menores cujas paredes também eram de ouro. Pendentes do teto, defronte do trono, havia sete lâmpadas vermelhas acesas. Ao lado do trono, braseiros aromatizavam o ar com fumaça perfumada, tal como na Terra do Escorpião-Águia.

Servos, bem como os grandes senhores, tinham bordados em suas túnicas corações vermelhos. Um carrilhão de sinos bateu doze pancadas; no mesmo instante todos se voltaram para o trono de outro cujos braços eram formados por dois leões. Um sol, semelhante àquele do portão da entrada, estava entalhado no encosto do trono. As nuvens de fumaça perfumadas enchiam o ambiente, e os meninos julgaram ver estranhos animais, montanhas e gigantes, mas, luzindo além deles, perto do teto da sala, via-se uma brilhante estrela. A nuvem de fumaça dissipou-se e eles viram a estrela brilhando na fronte de um Anjo de asas de ouro, era tão alto que ia do chão ao teto. A nuvem de incenso localizou-se sobre o trono e à medida que se dissipava, aparecia uma luz brilhante, tão brilhante que Rex e Zendah cobriram seus olhos. Ninguém pode olhar para o sol.

Uma voz profunda e suave deu-lhes as boas vindas, e olhando para o trono os meninos viram lá, sentado, um formoso jovem. Era jovem mas parecia sábio e bondoso. Seus cabelos ondulados lembravam raios de sol. Sua veste era amarelo-brilhante, algo parecida, com armadura de escamas feitas de pequenas folhas de ouro e trazia ao pescoço uma pesada corrente da qual pendia um rubi em forma de coração. Com uma das mãos segurava uma bola de cristal com uma cruz em cima, e com outra, um cetro de ouro. Enquanto os meninos eram conduzidos a cadeiras próximas ao trono, viram no fundo da sala uma cortina ligeiramente suspensa, deixando ver um palco.
Uma orquestra oculta tocou uma “ouverture”. Terminada essa, seguiu-se uma peça sobre as aventuras de um jovem que procurava um tesouro oculto.

Por toda a parte encontrava dificuldades: em cavernas sombrias, os gnomos se opunham à sua passagem; no mar, furiosas tempestades faziam com que as ondas caíssem em cima dele, e por várias vezes esteve a ponto de naufragar. Do ar, fadas sopravam fortes ventos, para impedir que ele chegasse à ilha do Tesouro de Ouro e quando chegou, um círculo de fogo, antes de poder escalar a Montanha do Tesouro. Durante a subida da Montanha, animais ferozes opunham-se ao seu avanço e embora tivesse de combater durante todo o seu caminho não sofria nenhum dano porque enfrentava todos os perigos sem temor. Chegando em cima, viu um dragão postado na entrada da caverna. Depois de duro combate o dragão foi vencido e o jovem entrando na câmara secreta, achou o Coração de Rubi que é o tesouro da Terra do Sol; um coro de vozes acompanhado pela orquestra entoou um cântico de regozijo, saudando o vencedor. As cortinas desceram e a peça terminou.

Depois da representação, dois pajens conduziram os meninos numa das salas laterais onde eles viram crianças estudando mapas. Um dos pajens explicou que eles estavam se preparando para serem dirigentes e reis e por isso deviam saber e compreender como se fazia tudo antes de poderem mostrar aos outros como se fazem as coisas.
Rex pensou que era muito duro aprender para ser rei. Mais ainda quando viu que aquelas crianças passavam o tempo de folga aprendendo a correr, a pular e a usar todas as espécies de armas ofensivas para poderem proteger seus súditos em caso de ataque embora eles nunca combatessem a não ser para proteger alguém.

Os pajens escoltaram os meninos de volta ao grande salão onde mais uma vez ficaram de pé frente ao rei. De uma almofada segurada por um servo, o rei tirou uma corrente com um rubi pendente e colocou-a em torno do pescoço de Zendah. Essa corrente parecia com a que ele trazia consigo.

Vocês sabem a senha desta Terra, disse ele, “conserve seu coração bondoso para todos, e procure o que há de melhor em cada pessoa. Fazendo assim seu rubi brilhará esplendorosamente”.

Voltando-se para Rex colocou em suas mãos um bastão de ouro com um rubi numa das extremidades.

– “Isto dar-lhe-á poder para dirigir e organizar em qualquer parte que você esteja, mas lembre-se que você não deve ordenar ninguém a fazer algo que você mesmo não possa fazer. Agora vocês devem partir e como esta é a Terra do Terceiro Guardião dos ventos, vocês viajarão velozmente para o portão de entrada”.

Todos se levantaram e fez-se silêncio no grande salão. Os meninos ouviram sussurrar outra palavra estranha, que eles não conheciam. Uma voz depois de outra foram-se unindo até surgir um coro de belíssima música cantado por centenas de vozes.

À medida que as vozes iam-se juntando ao coro, começou a soprar um vento que aos poucos foi aumentando de velocidade.

Ao final, o rei levantou-se e pronunciou uma palavra em linda tonalidade. As vozes do coro foram sumindo em um murmúrio.

O salão estremeceu, como aconteceu na Terra do Escorpião-Águia, e imediatamente os meninos se encontraram do lado de fora da Terra do Leão.

– “O terceiro terremoto”, disse Rex.

(The Adventures of Rex and Zendah In The Zodiac – por Esme Swainson – publicado pela The Rosicrucian Fellowship – publicado na revista Rays from the Rose Cross nos anos 1960-61; As Aventuras de Rex e Zenda no Zodíaco (as Ilustrações são originais da publicação) –Fraternidade Rosacruz – SP – publicado na revista Serviço Rosacruz de 1980-81)

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Aforismos Rosacruzes: Sobre nossa Relação com a Fraternidade Rosacruz

  1. Se admitimos ser a Fraternidade Rosacruz inspirada desde os Planos Internos pelos Irmãos Maiores da Ordem do mesmo nome, não é menos verdade que ela, para sua manutenção e expansão, necessita de nosso apoio no plano físico. Portanto, colabore da forma que puder. Por favor, não se omita!
  2. Quando você participa pessoalmente de reuniões, apresentações, seminários, oficinas, rituais e demais atividades em um Centro Rosacruz, você estará haurindo mais conhecimentos, comungará da atmosfera espiritual reinante, e prestigiará a Fraternidade com a sua presença.
  3. A Mensagem Rosacruz se destina à elevação dos Seres Humanos, por meio do aperfeiçoamento individual, que se conseguirá pela cultura da Mente e do Coração, visando a um intelecto equilibrado, harmonioso, justo; um Coração terno, bondoso, caritativo. Um Corpo são, puro e forte. A sua tônica é Servir.
  4. O desenvolvimento de nossa própria alma depende de nossa atuação no movimento a que nos vinculamos, e por esta razão convém-nos conhecer realmente a missão da Fraternidade Rosacruz.
  5. A missão da Fraternidade Rosacruz é divulgar uma Filosofia capaz de unir a Mente e o Coração. Isto constitui a única e verdadeira, porque nenhum ensinamento a que falte um destes dois extremos pode ser realmente chamado de sábio.
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Os Novos Pintinhos – Palavra Chave: Amor Materno

Os Novos Pintinhos
PALAVRA CHAVE: Amor Materno

Vocês todos se lembram do alvoroço que aconteceu entre as galinhas, quando Pintadinha botou seu primeiro ovo no ninho preparado por Shirley para ela?

Houve uma razão para isso. Os ovos são coisas maravilhosas. Não só são bons para comer, como também é a origem de novos pintinhos. As galinhas sabem disso e ficam contentes. Essa é a razão porque as galinhas cacarejam suas lindas canções quando botam um ovo. Pintadinha estava agora muito ocupada e feliz. Todos os dias cantava sua canção: “Có-có-có-có-ró”, que queria dizer: “Vou botar um ovo”. Então, saia, sentava-se no ninho e sonhava com o futuro. Depois que botava o ovo, saia voando do ninho e cacarejava alto: “Botei um ovo, botei um ovo”.

Quando já havia uma dúzia de ovos no ninho, Pintadinha achou que era suficiente poder cobri-los bem com suas asas. Amava tanto seus ovos, que decidiu ficar com eles bem aconchegados ao seu peito. E assim, em vez de ficar no pátio com as outras galinhas, apreciando o calor do sol, ficava o dia inteira sentada sobre os ovos. Só os deixava por alguns minutos quando saia apressada para buscar água ou comida. Tinha um modo muito engraçado de dizer as outras galinhas que andava ocupada demais para visitá-las. “Có-có-có” dizia, enquanto comia apressadamente para voltar correndo ao ninho. Não queria que seus ovos esfriassem; esse era o motivo de sua pressa.

Pintadinha sabia muitas coisas para uma galinha de seu tamanho e como conseguiu aprender tudo isso era um mistério que muito poucas pessoas sabiam. Não só sabia como manter os ovos bem quentinhos, como também sabia virá-los todos os dias. Como é que ela fazia isso, vocês sabem? Não tendo mãos como nós, acham que os arrastava com os pés? Oh! não! Isso seria muito rude. Ela os virava delicadamente com o bico, um ovo após o outro, até virar todos. Como ela sabia que uns já tinham sido virados e outros não, é ainda um mistério. Levava muito tempo nisso, mas nunca parava até estarem todos virados, sem se importar com o cansaço.

Todos os dias, Shirley saía para ver Pintadinha e dar-lhe alguma coisa saborosa para comer. Pintadinha estava ficando tão magra que parecia cansada e fraca. Sua crista que costumava ser bem vermelha antes estava pálida. Mesmo assim, sentava-se no ninho, pacientemente, mantendo os ovos quentes com seu corpo. Em uma manhã, porém, teve uma experiência maravilhosa. Sentiu um movimentozinho embaixo do seu peito. Um dos ovos parecia vivo, depois outro e outro. Oh, como isso a emocionou! Coraçõezinhos estavam batendo dentro dos ovos, corpos pequeninos lutavam para quebrar as suas cascas de prisões, pintinhos, preparando-se para abandonar os ovos.

– Meus nenês! Meus queridos nenezinhos! Sussurrava Pintadinha. Vão sair logo da casca!

Nesse dia, não largou o ninho nem por um minuto.

Shirley lhe trouxe um pouco de pão macio embebido em leite e ela comeu agradecida.

Pintadinha podia ouvir as bicadinhas dos pintinhos tentando quebrar suas cascas. Um após outro conseguiram fazer uma abertura minúscula. Assim que respiraram o ar em seus pequenos pulmões, sentiram-se tão fortes que esticaram as suas perninhas e empurraram a casca com toda força que podiam. Pouco a pouco, conseguiram partir as cascas em dois e saíram aos tropeços para se aninharem entre as penas macias de sua mãe, Pintadinha.

No dia seguinte, quando Shirley foi ver Pintadinha, ouviu tanto “Piu-Piu,” que imediatamente soube que os pintinhos tinham nascido. Foi correndo chamar a mãe para vê-los. Quando entraram no galinheiro, um pintinho pôs a cabecinha para fora, a fim de olhar o mundo maravilhoso. Era tão bonitinho que Shirley teve vontade de pegá-lo.

Mas, quando estendeu a mão em sua direção, Pintadinha eriçou as penas e ralhou tanto, que Shirley se ofendeu. A mãe, porém, lhe disse para não se importar, pois Pintadinha estava só chamando a atenção de Shirley para não machucar seus pintinhos; mas se ela fosse boazinha e os alimentasse todos os dias, Pintadinha confiaria nela e deixaria que os tocasse.

Então, Pintadinha e sua ninhada foram colocadas em uma casinha especial, toda de ripas, com espaço suficiente entre elas para permitir que os pintinhos entrassem e saíssem livremente. Eram tão pequeninos e macios! Shirley adorava vê-los correr por ali.

Como as crianças, os pintinhos tinham muita coisa a aprender. Quando mamãe Pintadinha os chamava “Piu-piu-piu,” logo aprenderam que ela tinha algo para comer.

A galinha segurava o alimento no bico e os pintinhos disputavam-no. Eram pintinhos tão saudáveis e famintos que estavam sempre prontos para uma nova refeição.

Como cresceram depressa! Em duas semanas tinham rabinhos muito engraçados. Em quatro semanas já estavam tão crescidos que foram colocados no galinheiro com Pintadinha. E como se divertiam correndo para todos os lados com a mãe! Ela era muito boa para eles e sabia tanta coisa! Podia escavar buracos enormes no chão para encontrar minhocas, as maiores e mais gordinhas. Podia apanhar besouros e moscas. Encontrava brotos macios no capim. Sabia quando ia chover, assim como muitas outras coisas, como se esconder de um corvo preto que vivia do outro lado do desfiladeiro. Pintadinha ensinou essas coisas todas para os filhotes e, como vocês podem imaginar, doze ativos pintinhos para alimentar e educar era uma grande tarefa. Quando ficavam exaustos e aninhavam-se debaixo de suas asas, Pintadinha tinha sempre uma linda canção de ninar, que cantava suavemente em língua de galinha. A letra era mais ou menos assim:

– Durmam, durmam queridinhos. Mamãe os manterá quentinhos.

Eram pintinhos bonzinhos e tentavam obedecer à mãe; mas, à medida que iam crescendo, às vezes se afastavam dela para passear. Entretanto, ficavam sempre felizes quando achavam o caminho de volta para casa.

(Do Livro Histórias da Era Aquariana para Crianças – Vol. V – Compiladas por um Estudante – Fraternidade Rosacruz)

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As Aventuras de Rex e Zendah no Zodíaco – A Terra do Caranguejo

As Aventuras de Rex e Zendah no Zodíaco
A Terra do Caranguejo

 

Rex e Zendah sentaram-se, para recobrar o fôlego depois de sua súbita saída da Terra do Leão. Se vocês não estão habituados aos terremotos, eles lhes tirarão o fôlego, embora, como no caso que vimos, eles contribuam para economizar o tempo. Poucos minutos depois os meninos levantaram-se e começaram a procura do portão do Caranguejo. Primeiramente tiveram de esfregar bem os olhos porque não podiam distinguir onde estava o portão por causa do nevoeiro.

Era como se procurasse ver o monte que ficava além do quintal de sua casa em manhã enevoada.

Mas, à medida que acomodavam a vista, a névoa foi-se dissipando e eles viram um portão de prata, brilhante. No centro do portão, um gigantesco caranguejo sustinha entre seus tenazes uma lua crescente que brilhava com a própria lua. Na carapaça do caranguejo havia dois sinais, como notas musicais, lado a lado.

Em torno do portão havia palavras escritas, difíceis de ler porque o portão girava sem parar. Num determinado momento, o crescente lunar estava na parte superior do portão, para pouco tempo depois aparecer na parte inferior. No lugar das dobradiças, existiam estranhas peças de prata parecidas com os tenazes do caranguejo. Havia um sulco nos tenazes, onde o portão estava encaixado e onde deslizava, girando, girando… em cada metade do portão havia uma fechadura e os meninos ficaram embaraçados, sem saber qual das duas servia para abri-lo, mesmo porque eles ainda não possuíam a chave.

Zendah foi a primeira a ver uma portinha num dos pilares, esculpida em formato de caranguejo: tocando-a com seus dedos, ela abriu-se. Dentro, encontrou uma chave de prata.

Rex tentou abrir a fechadura do lado direito do portão. Introduziu a chave e deu-lhe volta. Ouviu o ruído característico de fechadura que se abre, mas… O portão não se abriu. Concluiu então que estava na fechadura errada e foi para a outra, sobre a qual se lia a palavra “TENTE”.

Subitamente, Zendah exclamou:

– “Olhe! É uma das palavras que havia no portão de Capricórnio! “

Tirando do seu bolso a chave de chumbo que havia achado naquela Terra, ela introduziu-a na fechadura da esquerda e viu que servia.

De repente o portão parou de mover-se, com o crescente lunar na parte superior, e os meninos então puderam ler as palavras que não conseguiram ler enquanto ele se movia.

Lá estava escrito:

– “Para Leste ou para Oeste, o lar é melhor! “

Ao longe, ouviram uma voz dizendo:

– “Queridos meninos, sabem a senha? “

Ouvindo isso os meninos ficaram espantados, pois reconheceram a voz de sua mãe. Mas responderam:

– “Paciência”.

Mais surpreendidos ainda ficaram quando o caranguejo, se desprendendo do portão e batendo seus tenazes, mostrou-lhes o caminho no lugar que ele ocupava. Depois que os meninos pularam, o caranguejo voltou ao seu lugar e disse:

– “Torna a girar, ó círculo da lua noturna! “

Querendo ver o que sucedia, os meninos olharam para trás e viram recomeçar a dança do caranguejo e da lua.
Não viram ninguém na entrada dessa Terra. Era noite e havia muito nevoeiro e, espantados, ouviram murmurarem:
– “Sim é”.

– “Não, vai primeiro e vê”.

– “Não há pressa”.

Aos poucos seus olhos se acostumaram à névoa e viram à sua frente um caminho que seguia por uma floresta de grandes árvores; pequenos riachos faziam ruído ao passarem sobre as pedras, como uma miniatura de cachoeira. Uma grande lua amarelada surgiu aos poucos por trás das árvores e, afinal, eles puderam distinguir as coisas como se estivessem iluminadas pela luz do dia. As vozes se aproximavam, Zendah virou-se para Rex e disse baixinho:

– “Estou certa de ter visto algumas crianças escondidas atrás das árvores”.

Sim, elas estavam. Um rosto brejeiro apareceu por trás de um tronco desaparecendo em seguida. O mesmo aconteceu com outros.

Rex impacientou-se.

– “Saiam e sejamos amigos”, gritou ele. – “Não tenham medo pois não lhes faremos mal”.

Em um ou dois minutos, estavam cercados de inúmeras crianças, algumas vestidas com roupas que brilhavam como prata e outras com roupas verde e violeta. Quase todas eram pálidas, de cabelos brancos e moviam-se muito devagar. O chefe, uma menina, disse a Zendah:

– “Desculpem-nos sermos tão lentos. Temos tão poucas visitas aqui e não sabíamos que eram vocês. Somos muito medrosos até conhecermos bem as pessoas”.

Dando-se as mãos, foram pelo caminho até onde havia duas grandes pedras que Rex ficou espantado, pensando quem teria tido tanta força para colocá-las onde estavam.

Todos dançaram em torno das pedras, cantando linda canção que dizia algo acerca do sagrado fogo da lareira, conforme pareceu a Rex e Zendah.

Os dois estavam tão interessados em descobrir o que é que eles cantavam que não perceberam a chegada de uma figura alta que permaneceu sorrindo no meio do círculo, observando os arredores. Subitamente repararam naquela figura e atravessando a roda, penduraram-se no pescoço da senhora, exclamando:

– “Mamãe, mamãe, como veio até aqui! Jamais pensamos encontrá-la aqui entre as estrelas!”.

As outras crianças olharam atônitas. – “É sua mãe?”, perguntaram as crianças. “Ela vem aqui todas as noites contar-nos histórias”.

Mamãe balançou a cabeça.

– “Sim esta é a minha terra, como a Terra do Arqueiro é a sua Zendah, mas vocês devem ficar muito quietinhos porque esta noite é uma noite especial. É a noite de São João e todas as fadas se reúnem para sua festa que principia antes da Lua Cheia”.

Muito quietos, nas pontas dos pés, todos se dirigiam para uma moita de salgueiro onde havia um gramado. Sentaram-se por trás de seus arbustos.

Ouviram uma nota clara, límpida, saída por clarins da fada e logo quatro morcegos passaram voando à luz do luar, cada um conduzindo uma pequena fada às costas. Voando em círculos, baixando até que as fadas puderam pular para o chão. Depois que as fadas desceram, os morcegos foram se dependurar nas árvores próximas, usando para isso os ganchos que possuem nas asas.

De um botão de rosa silvestre, um pequeno pássaro castanho iniciou um belo cântico cheio de trinados. Ao som dessa música as quatro fadas puseram-se a dançar agitando suas varinhas mágicas. Por onde as varinhas passavam nasciam centenas de cogumelos e de fungos.

Ouviram-se de novo os clarins das fadas e as árvores se afastaram abrindo uma clareira onde tomaram lugar sobre a grama. Em baixo das árvores as ninfas da floresta.

Aproximando-se, viam-se, ao longe, centenas de fadas tendo à sua frente a Rainha Titânia e o Rei Oberam precedidos por estranha procissão de caranguejo e de guaiamus, caminhando sobre suas patinhas traseiras.

Quando todos entraram na clareira, sentaram-se. As quatro fadas menores ficaram ao centro e tocaram estranhos instrumentos musicais feitos de conchas e caramujos, com cordas de teia de aranha. Rex e Zendah estavam certos de já terem ouvido antes essa música quando estiveram no bosque perto de sua casa, mas nessa ocasião não sabiam que era a música das fadas. Tinham de prestar muita atenção às fadas que dançavam ao som daquela estranha música, pois não conservava a mesma figura por mais de dois minutos seguidos; às vezes eram grandes, outras vezes menores; às vezes se pareciam com flores, outras vezes com caranguejos.

No fundo da clareira havia um banco de musgos, de cada lado do banco cresciam botões de rosas brancas e centenas de margaridas. Defronte do banco havia um pequeno banhado onde cresciam violetas aquáticas e lírios brancos.

De madrugada a Lua surgia por trás dos salgueiros, a esquerda do banhado. Subiu aos poucos até que parou exatamente por cima do banhado, refletindo-se nas suas águas. Nesse preciso instante, parecia que a lua despedia raios que batiam na água e voltavam, tecendo um gigantesco véu de luar mostrando todas as cores do arco-íris, só que mais pálidas, com menos brilho do que quando se vê durante o dia.

Quando ficou pronto, apareceu um oval de espessa névoa no centro. Aos poucos o oval foi-se tornando maior até que apareceu linda mulher com uma coroa de prata, em pé sobre a superfície do banhado. Tinha cabelos da cor de buganvília e olhos azuis claro. Todas as fadas se voltaram para ela e quando ela subiu no banco de musgos cantaram linda canção de saudação:

Salve a senhora Lua!

Salve a Rainha da Noite!

Se a Lua e Câncer (Caranguejo) aparecem juntos.

As fadas saúdam-na!

Com voz que mais parecia um murmúrio de brisa de verão passando pelas árvores, o Espírito da Lua falou.

– “Salve, filhos dos bosques, das árvores e dos arroios! Passaram bem desde o nosso último encontro? Tem algo a pedir?”

– “Tudo bem, grande Rainha”, responderam inúmeras vozes. A Rainha continuou: – “Apareçam, crianças humanas, vocês viram minha terra; agora venham receber os presentes de recordação que temos para dar àqueles que nos visitam”.

Muito espantados, por não saberem que estavam sendo vistos, Rex e Zendah vieram para a Luz do Luar, segurando as mãos de sua mãe.

– “Não preciso lembrar-lhes, pois vocês têm em casa uma excelente mestra”, disse a Lua sorrindo, “o que esta Terra significa para todos os que amam o lar, mas lembrem-se que bondade e paciência o tornam muito mais bonito, portanto dou a você, Rex, uma couraça de prata para protegê-lo comparada com a violeta de um terremoto ou uma erupção que tem poder transformador muito maior, com menor esforço.

“Para você, Zendah, dou o conjunto de pulseiras de prata com muitas pedras de lua. Uma vez a cada ano, você poderá assistir as fadas e aprender o que elas e a Lua podem ensinar a você”. Agitando sua varinha de prata, um caranguejo grande e verde-roxo se curvou na frente deles e lhes mostrou uma pequena carruagem, desenhado por gatos brancos, apenas grande o suficiente para os dois. Sua mãe os beijou e sussurrou: “Eu vou ver vocês sempre”, e eles voltaram para a entrada. Mais uma vez, o portão parou de girar e o caranguejo de prata desceu da Lua crescente para deixá-los passar. Eles estavam apenas se preparando para saltar, quando uma risada alegre os cumprimentou e o rei Júpiter entrou. “Então vocês terminaram sua visita à Terra do Caranguejo”, disse ele. “Estou um pouco atrasado, mas vou ver o último dos deleites.” E ele ficou de um lado e acenou sua mão para eles enquanto passavam o portão. O caranguejo retomou sua postura de segurar a lua crescente, e o portão começou a girar mais uma vez.

“Quem pensou em ver a mãe na Terra do Caranguejo?”, Disse Zendah. “Eu me pergunto: ela vai se lembrar quando chegarmos em casa?”. “Eu suspeito que ela vai”, respondeu Rex, “ela sempre parece lembrar de tudo”.

(The Adventures of Rex and Zendah In The Zodiac – por Esme Swainson – publicado pela The Rosicrucian Fellowship – publicado na revista Rays from the Rose Cross nos anos 1960-61; As Aventuras de Rex e Zenda no Zodíaco (as Ilustrações são originais da publicação) –Fraternidade Rosacruz – SP – publicado na revista Serviço Rosacruz de 1980-81)

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RECEITA – Bolinhos de Batata

BOLINHOS DE BATATAS

 

INGREDIENTES:

 

  • 4 batatas grandes
  • Sal
  • Tempero à gosto
  • 3 ovos
  • Queijo ralado
  • Muzzarella de búfala
  • Farinha de rosca

 

MODO DE PREPARO

 

  • Descasque as batatas e cozinhe-as mas não deixe que fiquem muito moles.
  • Num prato, amasse-as.
  • Junte sal, os ovos, tempero e um pouco de queijo ralado.
  • Amasse tudo com as mãos.
  • Faça bolas e também um buraco no meio de cada uma, coloque queijo de búfala em cada uma e feche-as.
  • Passe então no ovo batido e na farinha de rosca.
  • Asse-as
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Senhorita Caranguejo e o Besouro Marinho – Palavra-chave: Discriminação

Senhorita Caranguejo e o Besouro Marinho
Palavra-chave: Discriminação

Era uma vez uma caranguejinha chamada Crusti. Morava em uma linda praia, onde havia centenas e centenas de outros caranguejinhos, como também besouros marinhos e outras minúsculas criaturas marinhas. Era um lugar encantador. Podia-se ver o oceano por quilômetros e quilômetros de distância. Em dias claros, se via ao longe grandes navios passando e, bem distante da praia, uma pequena ilha rochosa.

Crusti era só um bebê caranguejo. Ela não era maior do que uma unha de seu polegar. Isso é ser muito pequenininha, não é? Mas, embora fosse tão pequena, chegou o dia em que ela e seus irmãozinhos e primos tiveram que tomar conta de si mesmos e conseguir suas próprias refeições, porque todos os papai e as mamãe caranguejos tinham ido de férias para a ilha rochosa. Lá, a água era fria e funda e, quando o vento do norte soprava, grandes ondas rugiam e se lançavam sobre os rochedos. Era um lugar perigoso demais para os bebês caranguejos e foi essa a razão de terem sido deixados para trás, em suas casinhas na praia.

Vocês já viram uma casinha de caranguejo? É muito diferente das nossas. Os pisos são de areia úmida e fofa e as paredes também são de areia e muito leves. As casinhas não têm janelas nem portas. Quando um caranguejinho quer entrar ou sair, somente precisa fazer um buraco na parede e passar por ele. O teto é a única parte sólida da casa. Consiste em uma pedra lisa e achatada sobre a areia. Talvez alguns de vocês já tenham visto estas casas.

Geralmente ficam ao longo da beirada da água. Se alguma vez um de vocês viesse a pegar uma dessas pedras, que é o teto de uma casa de caranguejo, que comoção teria provocado. Todos os caranguejinhos e os besouros marinhos fugiriam o mais rapidamente possível para se esconderem em uma casa vizinha. Pensem vocês também: não levariam um susto se um gigante enorme aparecesse e lhes tirasse o teto da casa? Vocês não correriam para se esconder?

A pequena Crusti tinha muitos amigos. Era realmente uma caranguejinha muito esperta. Ela podia correr de lado e para trás também. Seu amigo predileto era um grande besouro marinho preto. Era tão preto e brilhante como um botão de sapato e tinha maneiras educadas. Em verdade, pertencia a uma família nobre e muito antiga de besouros marinhos. Gostava muito de Crusti e os dois costumavam comer juntos todos os dias na Poça da Alga Marinha.

Um dia, quando a sineta de conchas do mar tiniu, Crusti não apareceu. O besouro marinho esperou, esperou e ela não veio. Apesar de estar com muita fome não pensava em começar a comer até que sua amiguinha chegasse. Era um cavalheiro muito educado! Quando já estava ficando realmente alarmado, viu-a correr em sua direção.

Imediatamente ofereceu-lhe o braço e conduziu-a para um canto calmo onde o jantar os aguardava. Crusti não conseguiu comer nada e quando lhe foi perguntado o motivo, quase chorou. E teria chorado se não fosse uma caranguejinha valente, que sabia que chorar era tolice. Disse ao besouro que havia decidido lançar-se ao mar e ir para a ilha rochosa.

O pobre besouro ficou muito transtornado. Ficou muito pálido e também não conseguiu comer. Na verdade, sentiu-se tão mal que uma lágrima rolou pelo seu nariz, mas limpou-a rapidamente com uma de suas antenas, pois não queria que Crusti o visse chorar. Sabia que, apesar de ser um bebe caranguejo, Crusti tinha “opinião própria” e gostava de fazer o que queria. Portanto, se ela tinha decidido ir para o mar, ele não poderia impedi-Ia.

Só que não podia suportar a ideia de perder sua companheirinha e, então, lhe pediu que ficasse. Entretanto, ela decidiu que estaria mais segura nas águas profundas.

– Você não imagina que experiência terrível tive esta manhã, disse Crusti, se soubesse não me pediria para ficar.

– Conte-me, pediu o besouro.

– Ouça bem, eu lhe contarei tudinho, disse ela. Esta manhã estava me divertindo, brincando com os peixes-lua em sua poça, quando o chão começou a sacudir e a tremer. Não sabia qual era a causa, talvez um tremor de terra e isto me fez sentir tonta. Nesse instante, duas criaturas enormes, espirrando água para todos os lados, apareceram ali onde eu estava. Que coisas bem estranhas elas eram! As cabeças eram esticadas para cima de um jeito ridículo e tinham só duas pernas para andar. Imagine ter só duas pernas, acrescentou com desdém. Eu morreria mortificada se eu tivesse somente duas pernas, e olhou cheia de admiração para suas próprias e bonitas dez pernas.

O besouro empertigou-se todo com um estalo das mandíbulas, declarando que, se Crusti lhe contasse quem eram essas criaturas, ele iria imediatamente e as beliscaria bem e rudemente. Estava realmente disposto a isso.

Crusti, porém, não sabia quem ou o que eram.

– Você não acha que poderiam ser gigantes? Perguntou ela.

O besouro tocou de leve sua orelha esquerda com uma de suas pernas tortas, uma atitude habitual que o ajudava a pensar.

– Mas isso não foi o pior que aconteceu, continuou Crusti. Quando corria para me esconder nas algas-marinhas, passei sobre um pé enorme que estava no meu caminho e você deveria ter escutado o grito horrível que a criatura deu. Era simplesmente aterrorizante. Então, a outra criatura correu para mim, colocando um de seus pés na água e tentou me agarrar. Oh, fiquei com tanto medo! Perseguiu-me tanto, que fiquei tão cansada que já não aguentava mais correr; finalmente me agarrou e me colocou numa latinha suja. Era tão quente e abafado lá dentro que quase morri. Se o vento não tivesse virado a lata, tenho certeza que não teria condições de escapar. Então, escondi-me sob uma pedra até que as criaturas se fossem. Foi por isso que me atrasei para o jantar e decidi ir para o mar. Mas, diga-me, você tem alguma ideia quem são essas criaturas?

O besouro pensou intensamente por alguns minutos e respondeu um pouco indeciso:

– Estou imaginando que talvez sejam Doroti e Jaque.

– Sim, sim, gritou Crusti, toda excitada. Lembro-me que foi assim que se chamaram.

– Mas, Doroti e Jaque são seres humanos – pessoa, você sabe.

– São? indagou Crusti. Já ouvi falar nas raças humanas. Elas são coisas muito malvadas, não são?

– Não, eu não diria isso, respondeu o besouro.

– Ora, de certo que são, declarou Crusti com indignação. Por que me pegaram então, se não são maus? Minha tia Bengala de Caranguejo bem que me avisou para ter cuidado com eles. Disse-me que, se alguém aparecesse eu deveria me esconder rápido como um relâmpago, para que não me pegassem e cozinhassem para o jantar.

– Não acho que Doroti ou Jaque fossem capazes disso, comentou o besouro. Só as pessoas que não sabem nada melhor para fazer, é que fazem esse tipo de coisa. Tenho certeza de que não tinham intenção de serem cruéis com você. Bem sabe que as pessoas frequentemente fazem coisas sem pensar. Pode ser que tivessem aprendido que você era uma irmãzinha mais jovem deles e estivessem ansiosos por conhecê-la. Talvez não tivessem intenção de ser grosseiros ou fazer-lhe algum mal.

– Bem, disse Crusti, se eles são meus irmãos e irmãs, acho que seria melhor perdoá-los desta vez, e aguardarei mais um pouco antes de ir morar na ilha. Mas, espero que alguém ensine Doroti e Jaque, e também a todos os outros garotinhos e garotinhas, que não está certo perseguir caranguejinhos ou colocá-los em latinhas sujas, mesmo quando só quiserem fazer amizade.

(Do Livro Histórias da Era Aquariana para Crianças – Vol. V – Compilado por um Estudante – Fraternidade Rosacruz)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

As Aventuras de Rex e Zendah no Zodíaco – A Terra dos Gêmeos

As Aventuras de Rex e Zendah no Zodíaco
A Terra dos Gêmeos

O portão da terra dos Gêmeos era delicado e diáfano, quase tão fino quanto uma teia de aranha. Dava a impressão que se poderia passar por ele, mas ao mesmo tempo se sentia que ele barrava a passagem. Sua principal característica é que se movia de leve, constantemente, de modo que nunca se sabia para qual parte dele se estava olhando.

Bem no centro havia um ponto de interrogação cercado por borboletas de metal cujas asas eram extraordinariamente lindas, como nunca se viu em borboletas reais. Os pilares do portão eram diferentes. Um era preto, tendo em cima a cabeça de um menino preto, carrancudo; o outro era dourado e encimado por uma cabeça de menino branco, de rosto sorridente.

Rex e Zendah observaram atentamente o portão, embora seu movimento constante dificultasse a observação, procurando um modo de entrar. Estavam ansiosos para entrar pois parecia uma terra alegre.

– “Não vejo nada que nos ajude”, disse Rex, “acho melhor vermos no livro de Hermes”.

Abriram o rolo e onde havia o símbolo da Terra dos Gêmeos, leram: “Observe o lado direito do portão; lá você verá um canudo de prata. No lado esquerdo você achará uma taça dourada, cheia com um líquido. Rex deverá fazer com o canudo uma bola perfeita e Zendah deverá soprá-la até levá-la exatamente em cima do ponto de interrogação que há no portão; nessa ocasião os Guardiães serão vistos e pedirão a senha”.

– “Que beleza!” exclamou Rex, “temos de fazer bolas de sabão e isso é fácil”.

Logo encontraram o canudo e a taça dourada e Rex sentou-se no chão, próximo ao portão, enquanto Zendah ficou de pé, perto, para tentar soprar as bolas na direção ordenada, logo que Rex a fizesse.

Não foi fácil. Primeiramente nenhuma das bolas era perfeita e quando Rex conseguiu fazer uma, ela, ao soltar-se do canudo, desceu até ao chão e eles não conseguiram fazer com que subisse antes de arrebentar. Tentaram inúmeras vezes até que uma bola perfeita subiu lentamente mas arrebentou quando atingiu o lado esquerdo do portão. Outra bola perfeita foi soprada contra o lado direito do portão onde arrebentou. Somente na terceira tentativa Zendah conseguiu soprar a bola na direção certa. A bola foi subindo, subindo, brilhando com as cores do arco-íris. As crianças esperavam ansiosamente até que ela atingiu a parte de cima do ponto de interrogação onde “bang”, arrebentou. No mesmo instante ouviram um riso e duas vozes gritaram:

– “Digam-nos os nomes deste portão”.

– “Alegria e Vivacidade”, responderam os meninos.

As vozes disseram:

– “Entre Zendah com alegria e Rex com vivacidade”.

O portão dividiu-se ao meio e abriu-se rapidamente com um movimento súbito.

Uma multidão de meninos e meninas correram para eles e puxaram-nos para dentro, todos falando ao mesmo tempo.

– “Venham comigo. De onde vieram?” “Como se chamam?” “Vou mostrar-lhes nossa escola”. “Não, deixem-me levá-los à nossa”, disseram vários meninos.

Rex e Zendah foram puxados de um lado para outro, ficando sem saber para onde ir. Era certo que nenhuma daquelas crianças era tímida!

Afinal, um jovem alto e magro, com um alegre piscar de olhos empurrou os outros para o lado e tomando Rex e Zendah pelas mãos gritou:

– “Que vergonha, meninos! Vocês estão desconcertando nossos visitantes e dando-lhes a impressão que não sabemos o que queremos, embora seja verdade que alguns, nesta terra, tenham dificuldade em decidir-se”.
Voltando-se para Rex e Zendah, perguntou;

– “Estão com suas asas?”

Os meninos balançaram a cabeça negativamente, perguntando:

– “Que asas?

– “Oh! Penso que vocês tenham de esperar até que Hermes chegue”, disse o jovem, “mas até lá pedirei às borboletas que lhes emprestem umas”.

O jovem segurava uma vara de aveleira que brandiu duas vezes sobre sua cabeça. Imediatamente centenas de borboletas amarelas e azuis e de libélulas circundaram-nos. A maior das libélulas, grande como um passarinho, trazia em sua boca dois pares de asas sobressalentes, o jovem apanhou-as e amarrou-as aos pés dos meninos.

– “Agora vocês já podem viajar para qualquer parte da Terra dos Gêmeos, com rapidez. Que querem conhecer primeiro?”, perguntou ele, pois via que ambos estavam ansiosos para fazer perguntas.

– “Por que parece não haver pessoas idosas aqui?” perguntou Rex. O rapaz sorriu e disse:

– “Por uma razão. Não nos inquietamos e somos tão felizes que sempre permanecemos jovens, e viver aqui, mesmo por pouco tempo, todos banham-se na fonte da juventude. Venham ver”.

Foram suavemente pelo ar, passando sobre belas florestas onde cresciam campânulas azuis e buganvílias sobre as quais esvoaçavam milhares de borboletas de todas as cores. Chegaram por fim a um bosque de aveleiras, dentro do qual havia uma fonte de um líquido que brilhava feito prata. O líquido movia-se devagar para a frente e para trás em ondas largas, embora não soprasse nem a mais ligeira brisa. O ar estava perfeitamente parado, mas no bosque de aveleiras parecia ventar. O guia convidou-os a sentarem-se e observar.

 

Logo surgiram voando duas crianças trazendo consigo uma senhora idosa que não tinha asas nos pés. As crianças desceram-na gentilmente num dos lados da fonte segurando-a pelas mãos enquanto a senhora atravessava a fonte.

Para surpresa de Rex e Zendah, quanto mais a senhora penetrava na fonte, mais jovem se tornava; quando chegou ao outro lado já estava completamente rejuvenescida e em seus pés haviam crescido asas. Quando ela viu o que lhe sucedera, elevou-se no ar com um grito de alegria e juntou-se aos outros jovens que a esperavam na margem da fonte.

– “Realmente não há velhos aqui”, disse-lhes o guia levantando-se para reiniciar sua viagem. “Todos os habitantes daqui passam pela fonte da juventude e enquanto aqui viverem, permanecerão jovens”.

Saindo da floresta, voaram para a Cidade de Hermes, onde viram os moradores ocupados em diversos misteres, sempre afanosos, como se tivessem o cérebro nas mãos. Como na Terra do Homem do Jarro (Aquário), encontraram hábeis escultores, outros pintavam quadros ou tocavam com perícia instrumentos de música. Outros escreviam ou iluminavam manuscrito ou gravavam em cobre. Mas o que quer que fizessem, todos pareciam que poderiam deixar seus trabalhos para fazerem os trabalhos dos outros e tão bem quanto os seus próprios.

Por toda a parte os trabalhos eram diferentes. Em uma sala um jovem falava a respeito de suas viagens pelas estrelas. Disseram a Rex e Zendah que aquela era uma terra de conferencistas e que qualquer um podia falar bem, embora os habitantes das outras terras dissessem que eles falavam demais.

Por onde quer que andassem, viam no salão de conferências luzes coloridas e de formas bizarras: centenas de bolinhas flutuando no ar, triângulos, cubos etc. Seu guia explicava que essas figuras luminosas eram pensamentos que se viam mais facilmente ali do que em outras partes, porque lá tudo era muito vivaz e o ar claro.

Por fim chegaram ao palácio de Hermes. Foi bom que eles tivessem asas nos pés pois não poderiam atingir o castelo.

O castelo consiste de duas torres circulares, muito altas e estreitas ligadas por magnífica ponte pênsil que balançava ao sopro da brisa. A entrada principal ficava no meio da ponte.

Todo castelo assentava em um mar de mercúrio e viajava em torno desse mar, incessantemente. Unicamente ao meio dia e à meia noite em ponto, o castelo estava no meio e essa era a ocasião em que se podia voar para a entrada. Em outra ocasião, seria impossível chegar ao castelo.

– “Agora”, disse-lhe o guia, observem atentamente e sigam-me no momento em que o castelo estiver no meio, pois de outra forma vocês não poderão ver Hermes enquanto estiverem nesta terra”.

Ouviram-se badalar de sinos do alto da torre da esquerda. Quando pararam de soar, duas notas profundas saíram dos sinos da torre da direita. Chegara o momento. Eles tinham que voar para a entrada com a velocidade do pensamento e estavam sem fôlego quando chegaram aos degraus da escadaria. Imediatamente o castelo pôs-se a mover, novamente, mas de onde eles estavam parecia-lhes que a terra é que se movia e não o castelo.

No pórtico, dois pagens, um menino e uma menina, puxaram as cortinas. Eram tão parecidas que Rex e Zendah exclamaram:

– “Mas vocês são gêmeos!

Os dois se entreolharam e sorriram;

– “Só os gêmeos são utilizados no palácio de Hermes”.

Tudo era em pares, até as paredes de onde pendiam espelhos coloridos de tal maneira que se você parasse um instante, veria dois de você. Atravessando a ponte e subindo ao topo das torres, entraram na sala do trono que estava suspenso e ladeado por cortinas amarelas amarradas a báculos lá em cima, nas paredes.

Os pagens disseram que essas cortinas eram mudadas constantemente, havendo um modelo diferente para cada dia, pois, quem naquela terra desejaria ver sempre a mesma coisa?

No meio da sala havia espelhos, como nos corredores, e também estátuas de homens correndo ou voando. Em cima pendiam inúmeras fileiras de sinos de prata. No fim da sala, erguiam-se duas plataformas, cada uma com um trono: um amarelo e o outro, púrpura. Hermes estava sentado no amarelo. Sorriu e deu as boas-vindas aos meninos.

– “Imagino que vocês querem saber por que tenho dois tronos, não? Quando todos, nesta terra, fazem tudo direito, uso o trono amarelo, mas quando encontro algo errado, o que acontece às vezes, uso o trono cor de púrpura”.

– “Toquem os sinos de boas-vindas”, gritou ele elevando seu cetro. Os sinos executaram alegre canção.

– “Tudo aqui é juventude, atividade e prazeres, mas há também uma lição a aprender”.

Dizendo isto, Hermes levou-os a um pequeno quarto situado ao lado da sala. Aí os meninos viram uma caixa sobre a mesa, cercada de estranhos instrumentos. Sobre as paredes liam-se as palavras:

“Não calunies, nem dês ouvidos às calúnias”

A caixa é a de Pandora. Faz muito tempo, os deuses deram uma caixa aos homens dizendo-lhes que ela lhes traria felicidade enquanto não a abrissem. Mas Pandora era muito curiosa e abriu-a. Imediatamente saíram da caixa todos os males e doenças que os deuses aí haviam encerrado. Só a esperança permaneceu dentro da caixa.

– “Quando os nossos meninos ficam muito faladores, muito curiosos ou turbulentos, são trazidos para cá a fim de se lembrarem da velha história”.

– “Veem esses instrumentos? Os homens os fizeram na terra para com eles fecharem a boca dos que falam muito. Nós conservamos cópias deles aqui como um aviso contra o falar demasiado”.

Voltaram ao salão do trono. Os pagens vinham constantemente trazer cartas e mensagens a Hermes. Era difícil compreender como Hermes podia atender a todos eles. Finalmente um pagem trouxe lindos pares de asas, semelhantes às que Hermes usava nos pés, e deu-os um a Rex e o outro a Zendah, para substituírem as asas da libélula que haviam usado até então.

– “Agora vocês possuem os sapatos da ligeireza. Eles servem para muitos fins, como vocês verão, mas usem apenas no serviço aos outros. As asas da libélula não servem para trabalhos pesados. Alguns dos meus filhos acham que servem, mas logo verificam que não podem voar longe. A joia que lhes dou é a calcedônia; ela é a senha desta terra, lembrarão a vocês para serem os verdadeiros mensageiros dos deuses, levando a esperança e a alegria onde vocês forem. Tornarei a encontrá-los no último portão para levá-los de volta à casa. Agora não posso mais ficar porque nosso Senhor, o Sol, mandou-me chamar”.

Voltando, passaram pela ponte pênsil e pelo lago de mercúrio. Passaram pela cidade de Hermes onde algumas crianças entravam em edifícios que pareciam escolas. Passaram pelo bosque de borboletas e pela fonte da juventude. Chegaram ao portão de entrada e o mesmo grupo de crianças que os recebeu gritou-lhes, enquanto os portões se fechavam:

– “Não se esqueçam de como se fazem bolhas alegres!

 

 

(The Adventures of Rex and Zendah In The Zodiac – por Esme Swainson – publicado pela The Rosicrucian Fellowship – publicado na revista Rays from the Rose Cross nos anos 1960-61; As Aventuras de Rex e Zenda no Zodíaco (as Ilustrações são originais da publicação) –Fraternidade Rosacruz – SP – publicado na revista Serviço Rosacruz de 1980-81)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

RECEITA – Cocada Rápida e Fácil

COCADA RÁPIDA E FÁCIL

 

Ingredientes:

 

  • 1 lata de leite condensado
  • 200 ml de leite de coco
  • 200 gr de coco ralado fresco
  • 1 xícara (chá) de leite ninho
  • 2 colheres (sopa) manteiga

 

Modo de Preparo:

 

  • Numa panela misture todos os ingredientes.
  • Leve ao fogo baixo e mexa por uns 5 minutos.
  • Prove e se necessário, acrescente mais 1/2 xícara (chá) de leite em pó, se quiser mais grossinha.
  • Se preferir mais mole, não acrescente o leite em pó
  • Retire do fogo e deixe esfriar.
  • Coloque em potinhos e se gostar, polvilhe coco ralado.
PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Os Gêmeos – Palavra Chave: Razão

Os Gêmeos
Palavra-Chave: Razão

Bento e Bernardo eram irmãozinhos gêmeos. Moravam no bonito estado da Califórnia, onde o Sol brilha quase todos os dias e as crianças podem sair de casa para brincar ao sol.

Eles tinham feito cinco anos na véspera e tinham ido pela primeira vez à escola. Todas as noites, mamãe permitia que brincassem meia hora com seus brinquedos, antes de irem para a cama. Esta noite eles estavam brincando de escola, contando os pequenos blocos de madeira com figuras de animais e com letras de A, B, C, etc. Talvez vocês também tenham alguns brinquedos iguais a esses.

De repente, mamãe, que conversava na cozinha com Jane, sua filha mais velha, de dez anos, ouviu as vozes alteradas dos dois meninos.

– Está certo, dizia Bernardo.

– Não está, dizia Bento.

– Está.

– Não está.

– Pelo amor de Deus, disse a mãe a Jane, ouça esses meninos!

Querendo saber o que estava acontecendo, foi à sala de jantar, onde eles brincavam. Viu dois rostinhos perturbados e Bernardo segurando um bloco em cada mão.

– Mamãe, disse Bento. Bernardo quer fazer três blocos de dois; escute o que ele está dizendo.

Segurando os blocos no alto, um em cada mão, Billie exclamou:

– Olhe mamãe, este bloco é um, não é?

– Sim, respondeu a mãe.
– E este outro bloco é dois, não é? – Sim, Bernardo, é claro, concordou.

– Então, disse Bernardo, um e dois fazem três, não é, mamãe?

– Mas você só tem um bloco em cada mão, Bernardo, argumentou a mãe, e um mais um são dois; porém, se você tivesse dois blocos em uma das mãos e um na outra, aí então seriam três.

– Mas, mamãe, insistiu Bernardo, um e dois fazem três, não é?

– Bento, Bernardo, vejamos, disse Mamãe. Suponha que você dá um bloco para Bento, um para a mamãe e você fica com o terceiro.

Bernardo deu um bloco para Bento e um para a mãe e, como era de se esperar, não restou nenhum para ele, o que o deixou muito embaraçado. Essa foi a maneira como aprendeu a pensar por si mesmo e usar a sua mente.
Mamãe ficou contente porque mostrou que os gêmeos tinham começado a usar os olhos, os ouvidos e a mente, e isto eles estavam começando a aprender na escola.

– Agora, crianças, disse Mamãe, como estamos novamente felizes, guardem os brinquedos direitinhos e vamos para a nossa história de hoje.

Todos os dias, a mãe contava uma história sobre alguém que havia feito alguma coisa de valor para ajudar o mundo. Antes já falara sobre um homem chamado Bell, que havia inventado o telefone, e sobre Edison, que havia feito coisas maravilhosas com a eletricidade. Nesta noite, contou-lhes a história de Henry Ford, que fabricara muitos automóveis e tornara muitas pessoas felizes, porque os preços dos carros não eram muito altos, e assim elas podiam chegar mais rápido e facilmente ao trabalho durante a semana. Aos domingos, após a Escola Dominical, elas podiam passear e mostrar às suas respectivas famílias as belas paisagens do campo.

Essa história fez com que os gêmeos desejassem crescer e se tornarem homens, para que também pudessem fazer coisas úteis neste belo mundo de Deus. A mãe disse-lhes que para isso deveriam ir à escola, onde poderiam aprender muitas coisas úteis. Recomendou-lhes também que não deveriam brigar mais um com o outro; quando discordassem sobre alguma coisa, pedissem ajuda de alguém mais velho para resolver o problema. Desse modo, estariam usando a razão e crescendo tanto em bondade como em sabedoria.

(Do Livro Histórias da Era Aquariana para Crianças – Vol. V – Compilado por um Estudante – Fraternidade Rosacruz)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

As Aventuras de Rex e Zendah no Zodíaco – A Terra do Touro

As Aventuras de Rex e Zendah no Zodíaco

A Terra do Touro

 

Uma muralha de pedra, sólida e preta apareceu aos olhos de Rex e Zendah quando se aproximaram da terra do touro. Levantava-se reta e lisa; não se via uma falha. Mais ou menos a seis pés de altura do chão havia muitas esculturas; rostos pequenos, pássaros e animais semelhantes aos que fossem descobertos nas escavações feitas nos desertos do Egito. Os rostos eram esculpidos, sobressaindo ligeiramente da superfície da muralha e o conjunto escultural tinha por fundo linda pedra azul para fazer com que as esculturas sobressaíssem.

Defronte da muralha o chão era arenoso; tão seco que a cada passo que se dava erguia-se uma nuvem de poeira. Os meninos sabiam que era difícil encontrar o Portão do touro, pois estava escondido, e por isso eles começaram a examinar cuidadosamente toda muralha. De súbito, Zendah tropeçou em alguma coisa no chão. Afastou a areia com as mãos e encontrou um alçapão de pedra, quadrado, tendo no meio uma argola de cobre que repousava num cavado feito de pedra. Rex pegou a argola e deu-lhe um puxão, mas a argola não se moveu. Zendah também tentou, mas nada conseguiu.

Súbito, lembraram-se: ‘temos de botar no cavado em que está a argola, o pó azul que Hermes nos deu, e colocar as joais que ganhamos na Terra do Escorpião-Águia e na do Homem do Jarro, uma de cada lado, e a joia do Leão por baixo. Depois disso vamos esperar para ver o que sucede”.

Olharam para as instruções que Hermes lhes dera para se certificarem se era isso que deveriam fazer. Era isso mesmo. Zendah ajoelhou-se e pôs o pó no cavado e arrumou as joais da maneira ordenada. Um minuto depois, subiu uma espiral de fumaça do pó e a terra tremeu tão forte que Rex e Zendah caíram um de cada lado do alçapão.

Ao se levantarem constataram estar ao lado de uma abertura feita no chão. O alçapão estava suspenso de um lado como uma tampa de caixa. As joias enfileiradas adiante, prontas para eles apanharem-nas de novo. A abertura do alçapão era o princípio de uma escada de pedra. Os meninos pensaram que ali estava a entrada da Terra do Touro. Desceram a escada até o fundo onde viram uma arcada com uma porta de pedra na qual havia uma aldrava para bater, em forma de cabeça de touro. Rex deu duas pancadas e ouviu-se uma voz:

– “Quem é?”

– “Rex e Zendah”.

– “A senha?” perguntou de novo a voz.

– “Força”.

A porta caiu para trás e eles tiveram de subir por ela para poderem entrar. O Guardião do portão era uma pessoa alta e estava com um capacete semelhante a cabeça de um touro. Que figura esquisita!

À entrada estava parada uma robusta mulher usando vestido branco com cinto azul. Seus ombros estavam encobertos completamente por um colar chato, de pedras azuis. Uma cinta de cobre mantinha seus cabelos castanhos-escuros em ordem. Na frente da cinta havia um ornamento feito de chifre.

– “Sejam bem-vindos à Terra do Touro”, disse ela. “Possa nossa amizade durar tanto quanto são fortes e duradouros os nossos alicerces”. Afastando-se para um lado, conduziu os meninos para dentro onde estava parado um carro puxado por dois bois brancos com uma coroa de flores nos chifres. Depois dos meninos subirem para o carro, ela subiu na frente e dirigiu a carruagem.

As estradas eram largas e lisas, muito bem conservadas. Não viajaram muito, mas assim mesmo tiveram tempo para olhar os arredores. A primeira parte da terra por que passaram era campo; por toda parte viram homens e mulheres atarefados em arar e plantar. Todos pareciam saudáveis e vigorosos. A maioria possuía esplêndida cabeleira castanho escuros e grandes olhos também dessa cor. Todos cantavam enquanto trabalhavam. Onde havia muitos juntos, podia-se ouvir quase que um concerto. Em alguns lugares as sementes já germinavam.

Parecia não haver lugar que não fosse cultivado.

Pouco adiante viram homens abrindo novas estradas e fazendo as fundações de edifícios. Os edifícios eram fortes e bem feitos. As paredes muito grossas e feitas de pesados blocos de pedra. Parecia que durariam para sempre depois de prontos.

Nas casas já habitadas, os meninos verificaram que cada uma tinha um pequeno campo onde um touro ou uma vaca pastava ou estava deitado, aquecendo-se ao sol. De fato, havia, tanto gado nessa terra quanto cavalos na Terra do Arqueiro.

Logo chegaram à Cidade do Touro. Era um quadrado perfeito, tendo aos lados altas e maciças paredes nas quais havia entradas frente ao norte, ao sul, a leste e a oeste. A carruagem parou no portão norte e eles seguiram seu guia a pé pela cidade. As ruas estavam cheias de pessoas; e como trabalhavam. Parecia que tinham tudo que você possa imaginar para vender. Havia mercadores de todas as parte do mundo tentando vender suas mercadorias dos donos de lojas.

Em algumas lojas havia nas vitrines toda a sorte de coisas boas para comer. Só de olhá-las, ficava-se com fome.

Os meninos pararam a entrada de uma joalheria pois nunca viram, em parte alguma, tanta joia de ouro, nem pedras tão bonitas. Zendah quis comprar algumas para levar para casa, mas… não encontrou dinheiro nos bolsos de sua “roupa estelar”.

Estava difícil afastá-los dali porque havia muitas coisas bonitas para se ver; mas afinal, foram para a parte central do mercado, onde se erguia o edifício principal da terra. Havia uma fonte em cada canto, surgindo das costas de quatro touros de mármore, pois este grande edifício, como toda a cidade, era um quadrado perfeito. O portão de entrada estava guardado por homens com capacetes semelhantes ao que usava o Guardião da entrada da Terra.

Suas túnicas curtas eram azuis e seus escudos brancos, com um touro preto como ornamento.

Rex e Zendah estavam certos de que esse palácio não poderia sair dali; era tão sólido e tão estável quanto era móvel e aéreo o palácio de Hermes. Já no seu interior, os meninos ficaram embasbacados; estavam na parte mais bonita do edifício; cada parede, soalho ou corredor era de desenho diferente feito de pedra de várias cores e feitios.

Para poderem entrar na sala principal tiveram de afastar as cortinas de cor azul celeste. O teto da sala estava pintando de forma a parecer o céu estrelado. Ao redor havia grandes pilares com figuras pintadas semelhantes àquelas da entrada da terra.

O trono tinha por braços touros entalhados e em cima, na parede que ficava por trás, havia grande janela em forma de crescente lunar.

Uma mulher que estava sentada no trono sorriu para os meninos e pouco depois viram que ela era a Rainha Vênus, embora parecesse algo diferente, o que fez com que não a reconhecessem imediatamente. Seu vestido estava todo dobrado ao seu redor, em tantas dobras que ela estava quase escondida, mas seu pescoço e seus braços estavam nus. Usava magnífico colar de esmalte azul com correntes de esmeraldas pendentes e em sua cabeça tinha uma coroa feita de estreita tira de cobre os quais brilhava com círculo de prata.

Já era tarde porque a noite começara a cair enquanto eles iam para o palácio. A lua cheia apareceu brilhando através da janela bem por cima da cabeça da Rainha. Nesse preciso instante um órgão, no fundo do salão, começou a tocar suavemente e vozes em coro cantaram uma canção de agradecimento que, em constante crescente, terminou fortíssimo.

No momento de silêncio que se seguiu, Rex e Zendah viram a figura do quarto grande Anjo, com uma estrela na fronte, muito semelhante aos outros Anjos que haviam visto, com a única diferença que este possuía asas azuis.

Abriram-se as cortinas e uma procissão de pagens apareceu conduzindo bandejas de cobre. Era o festival das Ofertas da Terra. Essas ofertas consistiam em sedas, sementes, buquês de violetas, ornamentos de ouro e de prata, tudo tão bonito! No fim de tudo apareciam vasilhas cheias de moedas de ouro e de prata.

Mercadores de todas as cores e raças davam suas graças. Arquitetos trouxeram seus planos. Durante todo o tempo que durou a procissão de dádivas, o coro entoou a canção da Abundância da Terra.

Cada pagem, à medida que entrava, ocupava determinado lugar a direita ou à esquerda do trono. Depois de terem entrado todos os pagens, Rex e Zendah viram que estavam esperando por eles, para se apresentarem diante do trono.

Ficaram muito encabulados pois nada tinham para oferecer.

A Rainha Vênus sorriu e disse:

– “Não esperamos que nossas visitas nos façam ofertas; ao contrário, somos nós que lhes damos algo, para levarem consigo. Por certo já perceberam que nesta terra há abundância de tudo o que proporciona conforto e bem estar. Eis aqui a bolsa mágica que nunca se esvazia desde que você dê um pouco do seu conteúdo a outro que dele precise ou toda vez que você gastar algum dinheiro com você. Ela lhe dará riqueza, Rex, mas use-a com sabedoria. A você Zendah, concedo o Dom da voz, Dom mais precioso do que o ouro”.

Tendo tocado a garganta da menina com sua varinha ornada com violetas, Vênus colocou-lhe em torno do pescoço um colar de esmeraldas. Zendah sentiu vontade de cantar.

Vênus acenou com a cabeça, dando sinal aos músicos, e antes que pudesse perceber o que fazia, Zendah estava cantando sozinha.

Rex ficou admirado, pois nunca ouvira a irmã cantar, antes. Quando Zendah terminou a canção, a Rainha Vênus acenou aos meninos e ambos subiram os degraus do trono. Vênus abraçou-os e beijou-os.

– “Agora, sentem-se aí defronte, nessas almofadas, para vocês serem transportados ao portão da próxima Terra”.

O órgão tocou um acorde lento e de novo as vozes do coro entoaram algumas palavras que os meninos não compreenderam. Ao final, a própria Rainha Vênus juntou-se ao coro.
As luzes como que se apagaram e eles foram descendo, descendo, como se estivessem penetrando na terra e, de repente… um súbito barulho como se fechasse uma porta… e mais uma vez, com o quarto terremoto, estavam do lado de fora do Portão do Touro.

(The Adventures of Rex and Zendah In The Zodiac – por Esme Swainson – publicado pela The Rosicrucian Fellowship – publicado na revista Rays from the Rose Cross nos anos 1960-61; As Aventuras de Rex e Zenda no Zodíaco (as Ilustrações são originais da publicação) –Fraternidade Rosacruz – SP – publicado na revista Serviço Rosacruz de 1980-81)

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