Arquivo de categoria Treinamento Esotérico

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

A Pequena Sombra

A Pequena Sombra

A carinha de Betina estava muito vermelha e as lágrimas rolavam de sua face, enquanto ela batia com seu pé no chão iradamente e gritava:

– Eu não me importo! Essa é minha boneca e Maria a pegou. Eu dei umas palmadas nela e não me arrependo!

Ela segurou a boneca desafiadoramente em seus braços e bateu seu pé no chão novamente, ainda soluçando.

Mamãe sacudiu sua cabeça com tristeza e disse:

– Oh! Betina, Maria é apenas uma garotinha. Ela mal completou três anos e você já é uma menina de cinco. Foi muito errado de sua parte bater nela. Você poderia tê-la deixado brincar com sua boneca por um momento, pois sabe que suas coisas sempre voltam para você. Agora, o que devo fazer? Eu quero que entenda e seja gentil. Especialmente gentil com os que são menores que você. As crianças menores não entendem ainda muito bem as coisas que você já entende. Sabe disso e é por esse motivo que deve ser gentil e prestativa até que elas sejam de seu tamanho. Quando Maria tiver a sua idade, ela não pegará as coisas porque ela entenderá melhor.

Betina ficou quieta enquanto sua mãe falava. Ela se envergonhou, mas não quis admitir. Era o que sempre acontecia. Seu temperamento explodia dentro dela como uma grande nuvem negra, e ela se esquecia de ser carinhosa e boa. Ficava realmente brava e magoava as pessoas. Chorava, chorava e batia o pé. Mais tarde, quando pensava sobre isso, não conseguia entender. Era como se houvesse outra menina dentro dela fazendo todas essas coisas más.., pois ela sabia que a verdadeira menininha que ela era não queria fazer isso, absolutamente. E, mesmo assim, acontecia todas as vezes. Não sabia o que fazer sobre isso. Simplesmente esquecia e ficava furiosa novamente.

Mamãe tomou sua mão e a conduziu até o alpendre ensolarado que ficava no fundo do quintal.

– Olhe, disse ela, veja, você tem sua sombra. Veja como é bem maior que você. Veja como ela se dirige para frente, se você estiver de costas para o Sol. Veja também como ela pula para trás e a segue, se você se virar. Às vezes, ela fica até menor que você, mas sempre a segue enquanto você estiver à luz do Sol.

Betina olhou para sua mãe, com surpresa. Ela gostaria de saber o que isso tinha a ver com o fato dela ser uma menina má. Sabia que devia existir algo nisso. Sua mãe não a repreendia com frequência. Em vez disso, costumava contar-lhe histórias que faziam com que ela tentasse ser melhor. A repreensão devia produzir esse mesmo efeito, mas mamãe preferia a história.

Mamãe sentou-se nas escadas do alpendre e colocando Betina gentilmente ao seu lado, começou a falar:
– Vou contar a você uma história sobre uma sombra. Quero que ouça bem atentamente, depois deixarei você aqui sozinha por uns minutos, para que possa pensar sobre ela.

Este era o modo com que mamãe fazia as coisas. Depois da história, você devia pensar sobre ela e saber o que fazer a fim de adaptar a história à realidade de sua vida. Algumas histórias podem ajudá-la, como essa.

A voz suave de mamãe continuou:

Era uma vez uma menininha bonita e que tinha uma bela casa. Tinha tudo o que uma menininha necessitava para ser feliz. Às vezes, algumas meninas não têm tudo o que necessitam. É difícil a vida para essas garotinhas, mas isto não era desculpa para a menininha da qual estamos falando. Ela tinha tudo o que precisava – só que não tinha beleza dentro dela. Quando queria ela sabia ser muito educada, mas, às vezes, tinha um gênio muito ruim. Quando ficava nervosa fazia coisas terríveis. Chegava a ser cruel. Com muita frequência tornava as outras pessoas muito infelizes. Depois, quando conseguia controlar o seu temperamento ruim, sentia-se infeliz. Mesmo assim, continuava com o mesmo temperamento. Mas, um dia, algo muito estranho lhe aconteceu. Ela estava terrivelmente nervosa, tinha dado um tapa na sua melhor amiga. Depois bateu seu pé no chão, gritou e chorou tanto que feriu o ouvido de quem a ouvisse. Ninguém queria se aproximar dela. Iam embora e a deixavam sozinha, e foi aí que essa coisa estranha aconteceu.

– Você, Betina, pode adivinhar o que foi?

– Bem, deixaram-na sozinha no jardim. O Sol estava se pondo e sua sombra pulava para cima e para baixo, do mesmo jeito que ela fazia. De repente, e muito simplesmente, sua sombra se afastou dela e disse-lhe: “Garotinha, estou cansada de a seguir. Não vou mais ficar com você. Será a única menina no mundo que não terá uma sombra. 

E não voltarei até que pare de fazer com que os outros sofram. Olhe o jeito que você está me sacudindo, para cima e para baixo, cada vez que tem um desses seus acessos de mau humor. Nenhuma sombra gosta disso. A sombra gosta de seguir as pessoas boas. Só voltarei quando você se tornar boa. Até logo!”. E a sombra foi-se embora.

– Ela começou logo a sentir-se muito só. Não queria nem gostava mais de andar ao Sol, porque todos perceberam que ela não tinha sombra e ninguém se aproximava mais dela. Eles a apontavam à distância e diziam: “Olhem que menina estranha. Ela não tem sombra! Ela deve ser muito má, pois nem sua sombra quis segui-la mais! “. Isto tornou a menina muito infeliz, e ela começou a lastimar a maneira pela qual tratava as outras pessoas. Assim, começou a tentar ser mais gentil e considerar seus sentimentos em relação aos outros, bem como se descontrolar. Ela tentou tanto, que logo não teve mais acessos de mau humor. Descontrolar-se é um mau hábito realmente, e as pessoas podem aprender a formar o bom hábito de NÃO perder o controle se tentarem. A garotinha estava um tanto surpresa ao perceber que isso era realmente verdade, apesar de sua mãe já lhe ter dito. Agora, sua sombra voltara e seus amigos voltaram também. Ela era novamente uma adorável companheira.

Mamãe se levantou.

– Por favor, pense sobre essa história, Betina. Eu acho que ela ajudará você a controlar seu mau temperamento.

Betina ouviu a porta fechar-se atrás dela, silenciosamente, pois mamãe tinha entrado na casa para preparar o jantar. Era apenas um conto de fadas naturalmente – ela sabia disso. Ninguém neste mundo ouviu contar tal coisa, que uma sombra não acompanhasse alguém. Mas ela sabia o significado da história. Ela sabia como a garotinha devia se sentir. Se essas coisas pudessem acontecer, seria terrível. Para ela seria o mesmo que estar sem o vestido, se não tivesse consigo a sua sombra. Ela sabia que a história serviria para lembrá-la que não deveria mais ficar zangada. Cada vez que olhasse para sua sombra, deveria lembrar-se disso.

Ela saiu do alpendre e sua sombra a seguiu alegremente. Atravessou o quintal e se dirigiu à casa de Maria. Sentiu-se muito mal quando viu no rosto de Maria uma acentuada marca vermelha, no lugar onde, pouco antes, havia lhe dado um tapa. Ela sentou-se e entregou a boneca à Maria dizendo:

– Aqui está, Maria, você pode brincar com ela. Eu sinto muito.

Maria sorriu feliz, o perdão estampado nos seus olhos. Querendo fazer as pazes, Betina disse a Maria:

– Vou contar-lhe uma história.

E falou sobre a história da sombra que sua mãe acabara de lhe contar. Elas estavam sentadas juntas, felizes, quando Betina ouviu sua mãe chamando-a para jantar.

Ela foi saltitando para casa, com sua sombra saltitando atrás dela. Atirando-se nos braços da sua mãe, disse:

– Mamãe, minha sombra me seguiu. É divertido olhar para ela e tentarei lembrar-me de não ficar sacudindo-a para cima e para baixo, procurando não me zangar mais.

Mamãe, deu-lhe um beijo e respondeu:

– É isso mesmo que espero que você faça, querida. Eu quero vê-la tão bonita por dentro, como você é por fora.

Betina sorriu feliz, pois tudo agora estava bem. Ela também queria ser linda por dentro como mamãe lhe dissera. Era tão melhor ser assim!

(Do Livro Histórias da Era Aquariana para Crianças – Vol. II – Compiladas por um Estudante – Fraternidade Rosacruz)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

As Aventuras de Rex e Zendah no Zodíaco – A Terra do Arqueiro

NA TERRA DO ARQUEIRO

 

   

Os meninos estavam muito contentes diante dos portões da terra seguinte, pois mesmo de fora, pareciam agradáveis e acolhedores. Lembraram os meninos o fogo que sua mãe acendia na lareira, no inverno, porque lançavam chamas azuis e depois esverdeadas.

Havia figuras em movimento sobre estes portões, como os primeiros que eles visitaram, mas não puderam vê-las bem, devido às luzes cintilantes que saíam da sua superfície. A única coisa que eles puderam ver claramente foi um rolo de papel com letras prateadas perto da parte superior dos portões. Depois de observá-lo cuidadosamente durante algum tempo, os meninos viram que lá estava escrito:
“APONTA PARA A ESTRELA E ACERTA NA LUA”

– “Que quer dizer isso? Perguntou Rex.

– “Tem algo a ver com atirar”, respondeu Zendah, “devemos procurar alguma coisa para atirar”.

Procuraram em redor e logo acharam um arco muito pequenino pendurado de um lado do portão, e também uma pequena bolsa de setas ao lado.

– “Não podemos, ambos, usá-lo ao mesmo tempo”, explicou Rex. “Eu, penso que sou melhor atirador”.

Apanhou o arco e apontou uma seta para o portão, mas errou e acertou no pilar da esquerda. Apontou novamente e acertou o pilar da direita.

– “Pensei que você fosse melhor atirador”, riu Zendah. “Experimente apontar mais alto”.

Rex apontou para um lugar acima do portão e acertou num pequeno escudo bem abaixo do rolo de papel que ele não havia percebido antes.

Imediatamente todo o portão ficou iluminado, podendo- ver-se ao centro uma seta grande, de fogo. De cada lado estava um personagem, metade homem e metade cavalo; um deles estava vestido com linda armadura e o outro com peles grosseiras como um selvagem.

Uma voz pediu a senha e os meninos responderam: “Liberdade”.

– “Entre livremente, Rex e Zendah, na terra do Arqueiro”, ouviu-se em resposta. Como nas outras terras, os portões abriram-se imediatamente.

Um jovem vestido com uma pequena túnica azul, pernas nuas e sandálias como os antigos gregos, correu ao encontro dos meninos. Segurava, com uma correia dois elegantes galgos. Levantando sua mão direita num gesto de saudação, deu-lhes as boas vindas e convidou-os a segui-lo.

Era uma terra linda com planícies onduladas, cobertas de grama e cercadas de pequenas cadeias de montanhas.

Aqui e ali, graciosos templos com pilares resplandecentes de diferentes pedras coloridas, como aqueles que ainda se podem ver na Grécia ou em Roma. Levando um apito de prata aos lábios, o guia fez soar uma nota limpa e imediatamente surgiram quatro magníficos cavalos.

– “Sabem montar?”, perguntou ele.

– “Sim”, gritaram as crianças.

Porque já haviam passeado a cavalo nos campos próximos de sua casa. Rex montou num cavalo preto; Zendah, num cavalo branco e o guia ficou de pé, com um pé sobre um cavalo baio e o outro num tordilho. Com as rédeas nas mãos, ele dirigia os quatro cavalos. Partiram e com alegres gritos de animação os cavalos voavam como o vento pelos caminhos. Os cavalos, não estavam encilhados e os meninos seguravam nas crinas dos cavalos, porque estes iam tão velozes que era necessária toda atenção para não caírem.

Por toda parte viam quantidade de cavalos de todas as cores e tipos perseguindo caça e correndo, alguns com cavaleiros, outros com cabeça de homem e corpo de cavalo da cintura para baixo. Havia também muitos cães ajudando na brincadeira. Pararam repentinamente defronte de um pátio pavimentado com pedras quadradas, brancas e pretas. Desmontando, o jovem amarrou as rédeas dos cavalos em um anel em um dos postes do portão.

Os meninos seguiram-no do centro do pátio até uma curiosa construção feita de metal branco brilhante, com nove lados e nove janelas, uma em cada lado. Não parecia haver caminho de entrada, a não ser voando através de uma janela!

 

Em torno de cada janela havia uma guarnição de pedra, entalhada com folhas e sinais fantásticos, e em cima de cada uma, uma espécie de pássaro surgindo de chamas.

Seu guia fez um som baixo, interessante, e de súbito toda a frente do edifício abriu-se, e eles se encontraram olhando para dentro de um estábulo feito inteiramente de pedra purpúrea, polida como espelho.

– “Veja, Rex, veja!”, gritou Zendah, “É Pégaso, o cavalo voador”.

Na verdade, vindo em direção dos meninos, estava o mais bonito cavalo branco que eles jamais viram. Seu pelo era brilhante como seda, e logo atrás dos seus ombros haviam duas grandes asas prateadas que ele mantinha dobradas ao longo do seu dorso enquanto não voava. Zendah chegou-se perto dele e fez-lhe uma carícia no focinho.

– “Podemos dar um passeio nele?”, perguntou ela.

– “Não creio que vocês possam dirigi-lo”, disse-lhes o guia sacudindo a cabeça, “‘ e se vocês não puderem, como ele pode voar por toda parte, até mesmo para as estrelas que vocês têm dificuldades para ver, poderá levá-los para uma delas de onde será muito difícil vocês voltarem.

Quando tiverem aprendido todas as senhas das terras do Zodíaco, talvez então estejam aptos a montá-lo e a darem um passeio pela via Láctea. Nosso Rei dará a vocês um apito de estanho; não será fácil soprar a nota exata para chamar Pégaso, mas quando vocês conseguirem, ele virá e vocês poderão montá-lo.

Depois de deixarem o estábulo, desceram uma planície coberta da mais linda grama curta e musgo; um verdadeiro tapete de relva, por toda a parte havia bancos cobertos de relva uns diante dos outros como se fossem degraus de uma escada.

Homens, mulheres e crianças estavam sentados nessas ondulações, olhando outros que estavam no espaço central, tomando parte em toda a espécie de corrida e de jogos.

– “Como parecem alegres e bem-humorados”, disse Rex depois de ter observado uma das corridas. “Parece que não se preocupam nada com o que percam ou ganham”.

Mal foram pronunciadas essas palavras, os meninos viram dois outros que acabavam de terminar uma corrida, ao mesmo tempo, empatados, e estavam discutindo para ver a quem cabia a coroa de folhas de figueira, que era o prêmio da corrida.

O jovem que acompanhava Rex e Zendah foi até eles e disse: “Se vocês não chegam a um acordo terão de ir à presença do Rei”.

Chamando mais dois cavalos para aqueles meninos, todos eles montaram e saíram percorrendo as verdes campinas até chegarem a um castelo que tinha nove torres com espirais agudos. Homens vestidos com longas túnicas e capacetes brancos vieram ao seu encontro, e os acompanharam desde a entrada até a sala principal. Aí eles viram sentado no seu trono, o mais alegre Rei jamais visto, com face rosada e olhos azuis e pestanejantes.

– “Com certeza esse rei tem algum parentesco com o velho Rei Repolhudo”, pensaram as crianças, pois parecia que ele estava pronto para rir, mesmo quando estava sério! Não era possível a ninguém ficar triste olhando para ele; tinha que se sentir feliz”.

Os pajens que estavam de serviço, mostraram a Rex e Zendah algumas almofadas nos degraus próximos do trono, e depois de se curvarem para o Rei que lhes deu um dos seus alegres sorrisos, eles se sentaram.

Dois outros pajens trouxeram os dois contendores à presença do Rei Júpiter (pois esse era o seu nome), que pareceu sério por alguns minutos, enquanto ouvia a história.

– “Que malucos são vocês”, disse ele, “Não tem a mínima importância quem chegou primeiro, pois que ambos vocês correram o mais que puderam. Vocês conhecem o ditado que está por cima da entrada, desta terra: TODOS PODEM APONTAR PARA A ESTRELA, MAS ENQUANTO NÃO TIVEREM PRÁTICA, NÃO ESPEREM ALCANÇÁ-LA”.

Então Júpiter dividiu a coroa entre os dois que ficaram muito satisfeitos. Júpiter levantou-se do trono e bateu palmas.

“Tragam o banquete, e que meus alegres músicos toquem suas melhores músicas para mostrarem a Rex e Zendah como os súditos do Rei Júpiter podem ser alegres e felizes”.

 

Em poucos minutos apareceram mesas e grandes pratos com frutas, bolos e doces que foram colocados diante deles. Havia abundância de tudo, todos procuraram fazer com que os meninos se sentissem em casa, e encheram-nos de presentes de figos e abricós para que os levassem consigo.

Eles não sabiam o que fazer primeiro: se agradecer a todos, se comer as frutas ou se ouvir a música que era muito bonita. Nesse momento, um homem idoso que estava sentado no extremo da mesa levantou-se e ergueu sua mão.

Todos silenciaram e ele disse: “Cantemos nossa canção de gratidão aos Anjos; por nos terem auxiliado a cultivar todas estas lindas frutas”.

Um glorioso hino de agradecimento foi cantado por todos. Terminado o hino as crianças foram levadas de novo diante do trono de Júpiter.

Aí, Rex recebeu o prometido apito, e Zendah recebeu uma estrela de nove pontas feita de carbúnculo; e para seu desapontamento, disseram-lhe que era tempo de partirem.

Jamais eles estiveram antes em um lugar onde todos fossem tão generosos, nem de onde ficassem tão tristes por terem de sair. Seus guias trouxeram seus cavalos até a porta do palácio e eles montaram. Desta vez permitiram que eles mesmos dirigissem os cavalos de volta ao portão de entrada. Centenas de pessoas acompanhavam os meninos para se despedirem. Quando chegaram do lado de fora dessa terra maravilhosa e os portões aos poucos se fecharam, eles ouviram vozes gritando:

– “Adeus, adeus; voltem em breve; ficamos muito contentes em ver vocês”.

– “Eu amo essa terra do Arqueiro”, disse Zendah.

– “Por certo”, replicou Rex. “É o seu Signo!

 

(The Adventures of Rex and Zendah In The Zodiac – por Esme Swainson – publicado pela The Rosicrucian Fellowship – publicado na revista Rays from the Rose Cross nos anos 1960-61; As Aventuras de Rex e Zenda no Zodíaco (as Ilustrações são originais da publicação) –Fraternidade Rosacruz – SP – publicado na revista Serviço Rosacruz de 1980-81)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Lúcia encontra as Fadas do Pensamento

Lúcia encontra as Fadas do Pensamento

Lúcia e Ana eram primas. Lúcia estava visitando Ana e como elas estavam se divertindo! Ana era dois anos mais velha que Lúcia, mais alta e mais forte. Mas ela era muito boa para sua priminha menor. A maior maçã, o pêssego mais suculento e o doce mais confeitado sempre iam para Lúcia. Lúcia cavalgava no pônei de Ana e brincava com suas bonecas e pratinhos. Mesmo quando ela quebrava um dos minúsculos pratos de porcelana de Ana, esta não ficava brava.

Mas, finalmente Lúcia e Ana brigaram. Elas queriam brincar de escola, mas cada uma queria ser a professora. Ana achava que devia ser a professora porque era mais velha e Lúcia achava que devia ser a professora porque – bem, porque…

Então, elas brigaram. E Ana deitou-se na grama macia, debaixo da macieira e chorou até que adormeceu. E Lúcia deitou-se na grama macia debaixo do pessegueiro e teve pensamentos de raiva, maus pensamentos sobre Ana.

De repente, ela admirou-se de ver uma multidão de criaturas minúsculas, feias, anãs deformadas, paradas todas em volta dela. Todas estavam mostrando os dentes para ela e Lúcia escondeu sua face, aterrorizada. A mais horrenda criatura de todas, que parecia ser a líder, falou-lhe numa voz dura, ríspida:

– Nós somos as Fadas do Ódio, Lúcia, ela disse. É nosso trabalho levar pensamentos de ódio, ira e maldade de uma pessoa para outra. Nós tivemos que trabalhar muito esta tarde levando esse tipo de pensamentos de você para Ana e de Ana para você. Agora, você irá para a Terra das Fadas do Ódio e lá você deverá viver até encontrar o caminho da saída.

Lúcia tentou gritar e correr, mas não pôde e sentiu-se carregada pela multidão de criaturas hostis que lhe mostravam os dentes. Entraram numa caverna escura que parecia estar no centro da terra. O ar dentro da caverna era frio e úmido, e Lúcia tremia e desejava ver um pequeno raio de sol. Não havia absolutamente luz em toda a caverna, mas Lúcia podia ver as faces brancas das pessoas doentes brilhando na escuridão.

– Pessoas que habitam a terra do ódio e ira geralmente são doentes, disse a líder que estava parada perto de Lúcia. E choram como você vê, pois nunca são felizes.

– Eu ficarei doente e infeliz como essas pessoas? Perguntou Lúcia, com muito medo.

-Se você permanecer aqui por muito tempo, ficará, respondeu a líder. E quanta mais tempo ficar, mais difícil será encontrar uma maneira de sair daqui. Esta caverna fica cada vez mais profunda, escura e mais distante do brilho do sol, da saúde e da felicidade.

– Oh! meu Deus! gritou Lúcia, quando uma fada muito má e horrível parou perto dela, pois ela estava pensando:
– Bern, talvez Ana venha para cá e, então, ficará doente, infeliz e eu me alegrarei.

Antes que ela tivesse terminado esse pensamento mal e pouco caridoso, a fada tomou seu braço, e dirigiu-a para um lugar mais distante ainda na negra caverna.

Agora Lúcia estava muito assustada. Como ela poderia sair desse lugar? Ela não podia, não queria ficar ali.

– Por que essas outras pessoas não saem? ela perguntou.

Virou-se para a líder e batendo seu pé no chão com raiva, exigiu que ela a tirasse da caverna imediatamente.

– Você mesma tem que encontrar a saída, ela disse calmamente. Essas outras pessoas infelizes poderiam ter saído se realmente quisessem, mas preferiram ficar aqui.

Não querem fazer a única coisa que poderia libertá-las.

– O que é? Indagou Lúcia. Eu o farei.

Mas as fadas somente arreganharam os dentes de uma maneira repulsiva. Ai, Lúcia viu Ana, que estava muito triste e chorava. De repente, Lúcia sentiu pena de Ana. Correu para a sua prima e colocou seus braços ao redor dela. E um pequeno raio de luz pareceu brilhar por um momento na caverna escura.

– Oh, Ana, Lúcia também estava chorando, oh, Ana, você está doente, infeliz e eu sinto tanto! Você foi tão boa para mim. Eu amo você, Ana.

(Do Livro Histórias da Era Aquariana para Crianças – Vol. II – Compiladas por um Estudante – Fraternidade Rosacruz)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

As Aventuras de Rex e Zendah no Zodíaco – A Terra do Escorpião

As Aventuras de Rex e Zendah no Zodíaco
A Terra do Escorpião

 

Depois que os portões da terra do Arqueiro se fecharam completamente, Rex e Zendah procuravam a entrada da próxima Terra, mas não viram nenhum vestígio dela.

– “Como podemos tentar abrir um portão que não parece existir?” – disse Rex. “Talvez Hermes venha nos ajudar”.

Para passar tempo, eles sentaram-se no chão e começaram a olhar para a lista da senha que Hermes lhes dera. Enquanto eles abriam a lista, Zendah percebeu pequenos pedaços de pedras brilhantes, que pareciam ir um em direção dos outros, quando ele os remexia com os pés.

Ela sentou-se quietinha e observou. Não eles não se moviam: deve ter sido sua imaginação. Nesse momento, Rex deixou cair o canivete que havia tirado do seu bolso; como isso acontecera ele nunca soube, mas, para seu espanto, os estranhos pedaços de pedra moveram-se para o canivete e arrumaram-se em volta dele.

– “Por que será – disse Rex – “que parecem partes de um quebra-cabeças?”.

Apanharam algumas pedrinhas.

– “Você acha que pode ser um quebra-cabeça?” – perguntou Zendah – “Vamos tentar fazer uma palavra juntando algumas”.

Juntaram uma quantidade dessas pedrinhas esquisitas, escuras e brilhantes e viram que podiam fazer várias palavras com elas. Afinal fizeram a palavra “SEGREDO”.

Imediatamente um ruído curioso por trás deles fez que eles se voltassem. Era um ruído semelhante ao ruge-ruge das sedas e eles viram algo que parecia água correndo ligeira sobre pedras num leito de rio, depois de muitas chuvas.

Viram então um movimento, onde antes parecia nada haver. No fundo do leito do rio havia inúmeras linhas movendo-se em espiral, elevando-se aos poucos, indo de um lugar para o outro, ligeiras, para cima e para baixo até formarem um funil, uma tromba d’água, tão alta, quanto uma casa e com cerca de oito pés de largura no alto.

No fundo, sua cor era púrpura escura quase preta; mas as linhas móveis tornaram-se mais claras, mais avermelhadas, até parecerem de uma linda cor carmesim. Então formou-se no fundo do funil uma bolha que aos poucos foi subindo até em cima, para rebentar sem ruído.

Mais sete bolhas, cada uma maior do que a outra, subiram, e quando a última, a oitava, rebentou, toda a água desapareceu e eles viram o portão que dava acesso àquela Terra. Era feito de ferro primorosamente trabalhado, com a figura de uma enorme águia bem por cima.

Nenhuma voz pediu a senha; o portão abriu-se subitamente com um plangor, e também subitamente fechou-se logo que os meninos o transpuseram.

Na sua frente o caminho estava bloqueado por grandes pedras sobrepostas que fechavam também os lados, até onde estava o portão que agora desaparecera.

Não era possível avançar nem retroceder, mas parecia haver uma entrada, pois uma corrente de água escura passava sob a pedra próxima dos meninos.

“Vamos tentar dando a senha” – disse Zendah – “Pode ser que aqui seja como a caverna de Ali-Babá”.

E eles murmuraram: “PODER”.

Oito vezes essa palavra ecoou pelas pedras, como se fora um coro de pessoas invisíveis zombando deles. Mas súbito apareceu uma passagem à sua frente. Do outro lado, havia um bote.

Os meninos entraram no bote, e sem qualquer aviso o bote partiu em grande velocidade, como se o rio descesse pela montanha. Passaram por cavernas tão negras como azeviche; atravessaram torrentes tão rápidas que o bote estremecia tanto ao ponto de pensarem que seria lançado fora dele! Por vezes as águas eram geladas e eles viam blocos de gelo, de todas as formas e tamanhos, espichando-se para cima, de ambos os lados como se fossem os pilares de uma catedral. Depois passaram por um lugar que era tão quente quanto era frio o lugar que haviam deixado. Fontes de água fervente lançavam-se para o teto da caverna e os meninos mal podiam respirar naquela atmosfera abrasadora.

Quiseram parar o bote, mas não puderam porque as paredes da caverna eram revestidas de vidros coloridos que pareciam as joias que sua mamãe usava no pescoço.

Afinal o bote foi lançado em terra aberta e parou ao lado de um outeiro onde cresciam sabugueiros e amieiro. No outeiro estava de pé um personagem que eles reconheceram. Era Marte. Pularam do bote e correram para ele.
– “Vocês não demoraram a encontrar o segredo da entrada da caverna, disse ele, “e estou muito satisfeito porque a viagem subterrânea não amedrontou vocês. Na terra do Escorpião-Águia vocês terão de descobrir muitas coisas por vocês mesmos. Agora escolham: querem ir para leste ou para oeste?”.

– “Oeste” – disse Zendah, falando primeiro, antes que Rex pudesse decidir. Logo que ela falou, desceu uma carruagem voadora puxada por quatro águias.

Subiram na carruagem e voaram sobre campos gelados, sobre quedas d’água; subiram até muitas milhas de altura, até que o ar se tornou mais quente e chegou até eles um perfume parecido com o de um jardim.

Desceram da carruagem. Estavam num terreno extenso e plano, cheio de canteiros com plantas. Algumas eram conhecidas porque no jardim de sua casa havia delas, mas a grande maioria, eles jamais haviam visto antes.
– “Como cheiram bem” – disse Rex indo de um canteiro para outro, apanhando aqui e ali uma folha enquanto iam e vinham pelas aleias – “Mas porque são precisas tantas?

– “Elas têm muitos usos como você verá” – respondeu Marte, levando-o mais longe. No meio do jardim das plantas havia uma casa comprida e baixa; dentro dela viram muitas mulheres pondo as plantas em bandejas para secar, e depois passando-as por peneiras e por fim colocando-as em garrafas. Viram as plantas, em outra parte da casa, sendo fervidas em grandes vasilhas para servirem de remédios que os médicos usam para curar pessoas doentes.
– “Existe uma planta para cada doença; basta que o povo se dê ao trabalho de descobri-la” – disse Marte.

No centro da construção havia um quarto com janelas de vidros pelas quais as crianças viram oito homens idosos em torno de uma mesa sobre a qual havia um vaso de vidro arrolhado. Para seu espanto, viram que o vaso estava cheio de um líquido de cor linda que se movia e pulava como se quisesse sair do vaso. Era de linda cor carmesim, semelhante a vinho com centenas de bolhas douradas. Era tão bonito que pediram para levar um pouco para casa, mas disseram-lhes que ainda não estava pronto e que quando ficasse pronto curaria qualquer doença.

– “É o Elixir da Vida que os antigos alquimistas sempre tentaram fazer, e eles vieram da Terra para esta terra para descobrirem como fazê-lo” – disse Marte.

Outra coisa interessante que eles viram foi uma porção de pessoas fazendo óculos. O interessante é que não havia dois pares de formato semelhante e cada um tinha vidros de uma cor diferente.

Pediram para olhar um desses óculos. Todas as pessoas puseram-se a rir e disseram em coro:

– “Vocês já têm um par”.

De onde vieram os óculos subitamente, eles não tinham ideias, mas Rex estava com óculos cor de rosa e Zendah com óculos azuis.

Que maravilha viram por esses óculos! Podiam ver dentro da terra, como se esta fosse transparente, ver onde estavam os poços de petróleo e ver correntes d’água subterrâneas. Olhando para os rios, viram que estavam cheios de ondinas brincando uma com as outras. No ar, viram milhares de figuras pequeninas que antes não haviam visto e perceberam algumas delas em torno das flores com pincéis e paletas de tinta, colocando as cores nos bastões que se abriam e nos frutos. Aqueles óculos eram mágicos; “Todo o mundo tem um par”, disse Marte, “mas muito poucas pessoas sabem como usá-los e a maioria nem sabe que os possui”.

Saindo da fábrica de óculos, viram, num pátio próximo, um poço profundo coberto com uma grande pedra mármore. 

Marte retirou a pedra e eles viram que o poço estava seco. Na areia do fundo do poço rastejavam alguns bichos escamosos que tinham um ferrão na extremidade das caudas que mantinham curvadas por cima de suas costas.

– “Estes não deviam estar aqui!”, disse Marte. “Já foram todas bonitas águias, mas toda vez que uma criança da terra diz uma palavra má ou grosseira, uma das nossas águias vira escorpião”.

– “E nunca mais voltam a ser águias?” – perguntou Zendah, sentindo muita pena das pobres águias condenadas a rastejar em vez de voar.

– “Oh, sim, mas as crianças devem fazer três boas ações antes que eles possam virar águias de novo”.

Os meninos viram muitas outras coisas curiosas; todas estavam ocultas, e, para se tornarem visíveis, tinham de pronunciar uma palavra mágica. Afinal chegaram às escadas de um palácio.

Este palácio estava sobre oito pilares e tinha um fosso em toda a volta, de modo que todo o palácio se refletia na água do fosso; a ponte de acesso parecia feita de nuvens e cada passo que Rex e Zendah davam era como se andassem em flocos de algodão. Mulheres vestindo capas vermelho-escuro e com véus em suas cabeças, presos por um ornamento em forma de serpente, estavam em pé nas passagens e corredores para saudar a Marte e aos meninos levantando a mão. Meninos-pajens de olhos negros penetrantes e com cachos de cabelos escuros ondulados, afastaram as cortinas do salão central.

A parte superior do salão era feita de mármore preto e branco e o trono era uma grande pedra verde salpicada de pequenos pontos vermelhos. De cada lado havia grandes vasos de ferro nos quais cresciam brancas papoulas.

Uma lâmpada de luz vermelha pendia do teto defronte ao trono e braseiros de cada lado desprendiam nuvens de fumaça aromática. Havia alguém sentado no trono, vestindo roupa de cor carmesim róseo debruada com bordados de várias cores e ricamente cravejada de joias. Os meninos não puderam ver o rosto do rei porque estava coberto por oito véus, mas viram que usava uma coroa cravejada de joias cintilantes.

Uma voz profunda apresentou-lhes as boas-vindas e ordenou que seu assistente enchesse a taça e desse às crianças a bebida da lembrança. “Pois sem ela não seriam capazes de evocar o que haviam visto na Terra do Escorpião-Águia.” Uma mulher alta estendeu-lhes uma taça lindamente lapidada, cheia com líquido vermelho, ao mesmo tempo que passava a mão sobre os olhos dos meninos. Era uma beberagem estranha, muito doce enquanto bebiam, mas deixando um gosto amargo na boca depois de bebida.

Devolvendo a taça, olharam para o trono e viram atrás dele uma pessoa com asas – um grande Ser que atingia quase o teto do salão, tendo uma estrela cintilante na cabeça.

Era um dos quatro Guardiães dos Ventos, disseram-lhe, e a Quarta parte do mundo estava a seu cargo. Outro robusto Guardião vivia na Terra do Homem do jarro, mas como os meninos ainda não haviam bebido da água da lembrança, eles não tinham podido ver nenhum dos quatro Guardiães.

Estavam embevecidos olhando para as lindas asas e para a estrela cintilante do anjo até que a voz do rei os despertou.

 

– “Tragam o Capacete de Invisibilidade”, ordenou o rei.

Um pajem entrou trazendo uma almofada de cetim, mas eles não viram nada nela. Este “nada” foi posto na cabeça de Zendah. Ela sentiu como se tivesse pondo um chapéu na sua cabeça, só que não via o que era e quando o chapéu foi colocado nela, Rex não mais a viu; ela tornara-se invisível.

Em torno do pescoço de Rex foi pendurado um cordão vermelho com um pendente feito de um topázio em formato de águia.

– “O capacete invisível ajudará vocês a verem as coisas ocultas, e também servirá para torná-los invisíveis na terra, como ficaram aqui.

– “Vocês já ficaram muito tempo nesta terra, mas ainda tem muito o que ver”, disse o Rei, “e eu mandarei vocês rapidamente para a próxima Terra”.

O Rei levantou-se e elevando as mãos para cima da cabeça falou uma palavra estranha que os meninos jamais se lembraram qual foi.

O assoalho pareceu levantar-se, tudo ficou escuro, e a primeira coisa que eles perceberam é que estavam ao lado de fora do portão, e, como tinha acontecido antes de entrarem não viram nenhum sinal dele.

“Este é o segundo terremoto”, disse Zendah.

(The Adventures of Rex and Zendah In The Zodiac – por Esme Swainson – publicado pela The Rosicrucian Fellowship – publicado na revista Rays from the Rose Cross nos anos 1960-61; As Aventuras de Rex e Zenda no Zodíaco (as Ilustrações são originais da publicação) –Fraternidade Rosacruz – SP – publicado na revista Serviço Rosacruz de 1980-81)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

RECEITA – Bolinhos de Brócolis

BOLINHOS DE BRÓCOLIS

 

  • Ingredientes:

 

  • 1 brócolis
  • 2 dentes de alho
  • 1/4 de copo de queijo de sua preferência picadinho
  • 1/4 de copo de farinha de rosca, de aveia ou de trigo integral
  • sal a gosto
  • 1 ovo
  • Se gostar, uma pitada de pimenta do reino

 

Modo de preparo:

 

  • Cozinhe o brócolis no vapor com uma pitada de sal por 2 minutos.
  • Pique o brócolis bem picadinho ou passe pelo processador.
  • Misture todos os ingredientes.
  • Faça pequenas bolinhas com essa massa
  • Coloque para assar em forno pré aquecido, entre 10 a 15 minutos.
  • É super prático.
PorFraternidade Rosacruz de Campinas

O Menino Laércio – Palavra Chave: Oportunidade

O Menino Laércio
PALAVRA CHAVE: Oportunidade

Logo na esquina do enorme prédio de apartamento onde moravam Diego e Rosália, ficava uma antiquada casinha térrea. Ela tinha sido branca há muito, muito tempo atrás, pois agora era qualquer coisa menos branca, quando nossa história começou.

Diego e Rosália nunca tinham notado aquela casinha estranha. De fato, eles não sabiam que ela estava ali, até que certa manhã o jornal não chegou. O pai de Diego parecia perdido de manhã sem o jornal e já estava saindo para comprar um quando Diego disse:

– Por favor, papai, deixe-me ir.

E Diego saiu para comprar o jornal. Quando chegou a porta da frente, perguntou ao porteiro por que o jornal não tinha vindo.

– Bem, meu rapazinho, eu não sei, mas acho que deve ter havido algum tipo de problema na casinha da esquina.

Diego não estava interessado na casa da esquina, mas estava ansioso para conseguir um jornal para seu pai, por isso indagou:

– Você sabe onde eu posso conseguir um jornal da manhã?

– O entregador mora na casinha da esquina; você pode tentar lá. Não custa tentar.

Assim, Diego correu até lá para ver. Quando chegou sem fôlego, ia bater na porta, mas parou rapidamente porque ouviu vozes.

– Laércio, meu filho, por favor, comece logo a entrega. Você pode perder sua freguesia se você não for e amanhã você estará contente por continuar a fazê-lo. Laércio, meu filho, você deve ir – ainda que seja só para agradar sua mãe.

– Não posso fazer isso, nem mesmo para agradá-la, querida mamãe. Tenho que me transformar em um homem, agora. Não posso continuar sendo entregador de jornais a vida toda. Preciso ter mais oportunidades.

– Oportunidades, querido? Esta é uma palavra estranha para um garotinho. Você sabe o que ela significa?

– Sei mamãe, significa que eu posso ser livre e ter a oportunidade de fazer grandes coisas.

– Você é um menino inteligente, Laércio e eu tenho orgulho de você! Mas não acha que poderia aparecer uma oportunidade para um trabalho melhor que lhe dê liberdade, mesmo sendo entregador por mais algum tempo?

– Mas, mamãe, como posso cuidar de você neste mundo, sendo apenas um entregador de jornal?

– Meu querido, é por aí que a oportunidade virá. Se você continuar neste emprego por mais um pouco, ficará mais conhecido e seus fregueses vão encomendar revistas também. E aí não demorará muito para que possa até pintar a casa. Já pensei em tudo. Teremos a nossa casa limpa e bonita e logo estarei forte de novo.

Com as revistas e jornais, quem sabe, poderemos ter um verdadeiro negócio e você voltar para a escola.

– Oh, mamãe, eu realmente acredito que você tem razão. Você pensou em tudo. Eu queria uma oportunidade, mas não sabia como consegui-la depressa e ia jogar fora a única coisa que me daria liberdade e meios de progredir.

Sim, mamãe, vou entregar meus jornais agora mesmo. Estou um pouco atrasado, mas é a primeira vez, e acho que meus fregueses vão me perdoar.

Saiu bem na hora em que Diego bateu na porta. Imaginem a surpresa de Diego quando Laércio a abriu. Ele mal podia acreditar que, à sua frente, estava Laércio Gordon, o aluno mais brilhante da classe, que desistira repentinamente de estudar. E pensar que ele nunca soubera que Laércio morava ali na esquina.

Bem, vocês podem imaginar que Diego contou a seu pai tudo sobre o menino Laércio e sua “oportunidade”. Toda a família, o pai, a mãe, Rosália e Diego, decidiram ajudar Laércio a conseguir sua liberdade.

Um pouco mais tarde, a “casinha branca da esquina” conseguia a tão necessitada pintura, como Mamãe disse. Na janela havia flores coloridas e toda a casa era tão atraente que um dia chamou a atenção de um homem muito rico. Ele gostou tanto da casa que a comprou, pagando uma enorme quantia em dinheiro, suficiente para que Laércio e sua mãe tivessem várias e novas oportunidades, como também mais liberdade para Laércio estudar e se divertir.

Vocês veem, é fazendo realmente bem e com amor as coisas que temos que fazer todos os dias, que surgem novas oportunidades, por isso, vamos fazer com toda a nossa força o que nossas mãos e as nossas Mentes tem para fazer.

(Do Livro Histórias da Era Aquariana para Crianças – Vol. V – Compiladas por um Estudante – Fraternidade Rosacruz)

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As Aventuras de Rex e Zendah no Zodíaco – A Terra da Balança

As Aventuras de Rex e Zendah no Zodíaco
A Terra da Balança

 

No momento em que as crianças se voltaram e viram o portão seguinte, exclamaram: “Que lindo!”
De certo era o portão mais bonito de todos os que já viram. Os pilares eram semelhantes a pessegueiros, com cachos de frutos pendentes dos ramos. O portão propriamente dito era de cobre polido tendo em cima um sol de cobre meio mergulhado num mar também de cobre. Cada raio do sol terminava por um ponteiro.

No centro do portão erguia-se outro pilar em cuja extremidade, que ficava justamente sob o sol de cobre já mencionado, havia uma balança de dois pratos. Um dos pratos estava erguido e o outro abaixado; neste último estava uma bola que cintilava com muitas cores.

– “Esta é a terra da Balança”, disse Rex; “não me admira se antes de podermos entrar tivermos de procurar algo para botar no outro prato a fim de equilibrar a balança”.

– “O melhor que fazemos é procurar logo”, disse Zendah, examinando os bolsos. Neles encontrou apenas um lenço. Rex achou apenas o canivete que deixara cair nas proximidades do portão anterior.

Ficando nas pontas dos pés, colocaram esses objetos no prato da balança; nada aconteceu. Aquilo não era bastante para equilibrar a bola.

Olhando em torno, viram no pilar central uma pequena caixa onde se lia:

“PROCURA BEM; ESCOLHE SABIAMENTE”

Abrindo a caixa, encontraram dentro dela pequenos grãos de ouro, alguns corações também de ouro, pequenas espátulas e vários livros pequenos. Rex apanhou os grãos de ouro e empilhou-os no prato da balança, mas esta não se moveu. Apanhou então uma porção de espátulas que colocou no prato. Nada; a bola continuava em baixo. Tentaram com os livrinhos, mas não obtiveram resultados.

– “Bem só ficou faltando uma coisa”, disse Zendah; “talvez dê certo”. Apanhou os corações de ouro e colocou-os no prato da balança. Imediatamente a balança começou a movimentar-se, ora súbito um dos pratos, ora outro, até que ficou em equilíbrio, com os dois pratos nivelados…

Nessa ocasião ouviram-se vozes entoando um acorde, acompanhadas de sons musicais.

– “Dê a senha do equilíbrio perfeito”.

– “Harmonia”, responderam os meninos.

O portão abriu-se tão silenciosamente que os meninos ficaram maravilhados.

Lá dentro estava de pé o Pai Tempo. Os meninos olharam para ele espantados pois estava diferente daquele que já conheciam. Não estava com a capa que aparecera na Terra de Capricórnio; agora vestia uma túnica branca prateada, coberta de pedras cintilantes e de ornamentos verdes.

Vendo-o, as crianças lembraram-se daqueles magníficos dias de sol no inverno, quando a neve cintilava como diamante nos pinheiros. Pai Tempo sorriu vendo o espanto dos meninos e disse-lhes:

– “Eu só visto esta túnica quando venho visitar a Rainha Vênus. Em geral, nas outras terras, todos me julgam malvado, mas não sou assim tão severo. Vocês verão quando me conhecerem melhor. Aprendam tudo o que puderem aqui e reflitam. A Rainha Vênus lhes dirá como”.

Apanhou sua capa escura e sua ampulheta em um nicho próximo ao portão pelo qual saíra, fechando-o após passar.

– “Refletir, refletir em que? – Perguntou Rex.

– “Sei lá”, disse Zendah, “mas espero que logo saberemos”.

Olharam em volta; tudo era bonito; o céu iluminado pelo mais bonito crepúsculo como jamais viram. O perfume de várias flores chegava até eles, mas era difícil identificar tais flores porque a fragrância era muito diferente daquela a que estavam acostumados.

Sete estradas abriam-se defronte deles e por uma delas, vinha em direção aos meninos um homem e uma mulher de braços dados. Era agradável olhar para esse casal, mas o que surpreendia era que eles não caminhavam pelo chão, mas flutuavam. Ambos trajavam roupas da mesma cor azul que o mar mostra quando o sol quente do verão brilha. Em sua cintura traziam cintos de cobre com camadas de opalas. Não pareciam ser sólidos pois, por vezes as crianças julgaram ver através deles.

Quando chegaram perto de Rex e Zendah, a eles se juntou outro casal e os quatro entoaram o acorde que os meninos ouviram na estrada: Fá sustenido, lá sustenido, e fá sustenido, imediatamente surgiram centenas de pequeninas fadas segurando um tapete de várias cores que mais parecia uma nuvem ao pôr do sol. Com sorrisos e gestos, as fadas convidaram os meninos a se sentarem nesse tapete.

Os meninos sentaram-se e o tapete deslizava tão suavemente que os meninos nem perceberam quando ele se elevou nos ares. Viajando assim era muito mais fácil verem tudo. Esse meio de transporte foi que utilizaram na visita às Terras do Zodíaco, pensam os meninos. Coisa curiosa eles puderam observar: todas as casas estavam suspensas no ar; nenhuma estava construída em terra firme. Não puderam compreender como eram feitos os alicerces.

Por toda a parte viram lindos jardins cheios de flores nas quais as abelhas sugavam o néctar.

Ouvindo uma música em surdina, procuravam ver de onde vinha. Eram as fadas cantando para adormecer as flores a fim de poderem depositar nelas o mel que as abelhas encontrariam no dia seguinte, sobre suas cabeças precipitaram-se os sons de uma música gloriosa. Eles olharam para cima e viram um palácio.

O palácio era feito de nuvens; suas torres e ameias , multicores: vermelho, alaranjado, verde, púrpura e aquele azul bonito que você vê no céu durante o crepúsculo de um dia claro. Subindo sempre, os meninos chegaram à entrada. Ao seu encontro vieram fadas para saudá-los e orná-los com colares feitos de rosas que colocaram em volta dos seus pescoços.

Descendo do tapete, subiram os degraus mágicos do castelo e entraram na antecâmara. Por toda a parte, havia flores e fadas. Logo chegaram a um corredor com muitos quartos, sete dos quais tinham o mesmo tamanho, mas diferiam na cor; vermelho, alaranjado, verde, amarelo, azul, violeta e índigo.

Cada quarto parecia mais bonito que o anterior e quando os meninos passavam pelos seus umbrais, dos quartos, ouvia-se uma nota musical. Cada quarto agia sobre os meninos de modo diferente. Passando pelo quarto vermelho, eles sentiam-se cheios de vida e de energia; nada os perturbava e caminhavam através desse quarto como que marchando; de fato, a nota musical desse quarto soava como marcha para os meninos. No quarto alaranjado eles sentiam-se como se estivessem ao sol; queriam sentar-se a gozar desse sol e planejar sobre o que desejavam fazer.

O quarto amarelo fê-los sentirem-se capazes, Rex pensou nas notas que não conseguira no colégio e imediatamente achou todas as respostas às questões que não soubera responder. Zendah lembrou-se de todas as datas da História que, para ela, sempre foram difíceis de guardar.

No quarto verde Zendah lembrou-se que não havia dado comida aos seus coelhos na noite anterior e que não ajudara sua mãe na jardinagem conforme havia prometido. Rex lembrou-se do rapaz de perna quebrada que morava na casinha isolada da estrada e que lhe pedira para ler um livro para ele.

O quarto azul dava a sensação de estarem numa igreja e eles o atravessaram nas pontas dos pés e falavam baixinho, murmurando. Imaginaram ver Anjos em torno, e ouviram um órgão tocando, como ouviam aos domingos.
O quarto violeta, os meninos nunca puderam explicar exatamente como se sentiram dentro dele. Era uma sensação algo parecido com a que tiveram na terra dos Peixes e no Templo do Santo Graal.

Finalmente entraram no quarto azul marinho, no grande hall. Lá no fim, viram a Rainha Vênus sorrindo para eles, sentada em seu trono de marfim.

O trono era alto e seu espaldar curvava-se para a frente por cima da cabeça da rainha dando a impressão que ela estava sentada dentro de uma bola de marfim. No trono havia uma bonita almofada azul e por trás dele, nas paredes, pendiam cortinas de seda azul pintadas a várias cores. Por toda a parte viam-se vasos com flores e as pessoas presentes tinham grinaldas na cabeça. A Rainha Vênus estava vestida de pura seda branca bordada em azul com opalas. As crianças correram para ela e seguraram suas mãos.

– “Sentem-se nas almofadas, perto de mim”, disse ela, “e reflitam. Os meninos entreolharam-se e murmuraram:

– “De novo, refletir? Que quer dizer isso?”

Sentando-se nas almofadas que lhe foram designadas, eles observavam. Chegavam à sala muitas pessoas com o rosto triste, melancólicas e irritadas. A Rainha Vênus voltava-se para elas, murmurava algumas palavras nos seus ouvidos e mandava-as sair acompanhadas por um dos presentes.

Em pouco tempo voltaram, completamente diferentes, e beijando as mãos da Rainha, retiravam-se da sala.

– “Sabem o que passa com essas pessoas? Perguntou Vênus às crianças. Rex fez que não com a cabeça.

– “Todos sentem-se infelizes ou estão descontentes. Vem aprender a fazer a paz em vez de serem causadores de perturbações no mundo. Eles não compreendem que cada um tem sua nota musical particular, sua cor própria, e se eles não usarem sua nota própria, sairão do tom. Por isso mando tais pessoas através dos quartos pelos quais vocês já passaram, para que encontrem sua nota musical e aprendam a usá-la corretamente. Depois eles voltam para a terra com sua tonalidade restaurada e não mais se queixam.

Tudo tem sua nota própria; prestem atenção às quedas d’água e ao vento que sopra entre as árvores e vocês ouvirão suas tônicas. Até as estrelas tem seu acorde. Ouçam!”

A Rainha ergueu sua mão e fez-se silêncio na sala. Ela levantou-se e entoou algumas notas de um acorde. No ar, sobre os assistentes apareceu uma lira com sete cordas. A primeira corda vibrou e emitiu um som, depois a segunda, a terceira, a quarta, até que as sete cordas vibraram conjuntas. Sobre a lira relampagueou uma estrela que desapareceu em seguida. Os meninos jamais ouviram sons iguais, tão sublimes que eles sentiram medo e foram para perto da Rainha Vênus.

Rindo do receio dos meninos, disse Vênus:

– “Esta é a música dos sete Planetas; na Terra, somente os poetas e os grandes músicos podem ouvi-la. Os grandes músicos nunca ficam satisfeitos com o seu trabalho porque é muito difícil transportar a música das esferas para o papel, a fim de que outras pessoas possam tocá-la. Se vocês sempre pensarem em coisas bonitas e procurarem causar felicidade por onde andarem poderão voltar a esta Terra e ouvir de novo a música dos Planetas, porque esta é a “Terra da Harmonia”.

– “Foi isso o que o Pai Tempo quis dizer quando disse a vocês para refletirem; reflitam antes de falar, para que não pronunciem palavras más que vão ferir e prejudicar a harmonia do mundo. Reflitam antes de agir, para verem se o que vão fazer será de ajuda para os outros e não para vocês mesmos”.

– “Para que vocês se lembrem desta terra tomem esta estrela de opala com cinco pontas, Zendah. E você Rex, tome esta pequena lira de sete cordas para com ela tentar fazer músicas de verdade para o mundo”.

Os meninos beijaram as mãos de Vênus ao se despedirem dela, e disseram que se sentiam muito entristecidos por terem de deixá-la, mas Vênus sorriu e disse-lhes que eles a veriam de novo antes de regressarem para casa.
Fora do palácio retomaram o tapete mágico e voaram para o portão. Em vez de saírem pelo portão aberto, os meninos sentiram que passavam através do portão fechado.

O tapete e as fadas desapareceram, e os meninos desceram lentamente até o chão, no lado de fora.

A balança pendia novamente para um lado. O sol, que se punha no alto do portão, desapareceu sob o mar de cobre e aos poucos fez-se a escuridão.

(The Adventures of Rex and Zendah In The Zodiac – por Esme Swainson – publicado pela The Rosicrucian Fellowship – publicado na revista Rays from the Rose Cross nos anos 1960-61; As Aventuras de Rex e Zendah no Zodíaco (as Ilustrações são originais da publicação) –Fraternidade Rosacruz – SP – publicado na revista Serviço Rosacruz de 1980-81)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

RECEITA – Almôndegas de Abobrinha

Almôndegas de Abobrinha

  • 4 abobrinhas pequenas
  • 1 colher de manteiga
  • 4 fatias de pão integral molhadas no leite
  • 2 colheres de queijo ralado
  • 1 macinho de cheiro verde
  • sal
  • 1 pitada de orégano

 

  • Rale as abobrinhas, depois de bem lavadas e enxutas com um guardanapo, na parte do ralador em que sai como tirinhas,
  • Junte uma colher de manteiga, o pão molhado no leite, o queijo ralado e os temperos.
  • Enrole e frite-as ou leve a cozinhar em molho de tomate.
  • Se a massa ficar muito mole, junte farinha de trigo integral ou aveia integral.
PorFraternidade Rosacruz de Campinas

As Aventuras de Rex e Zendah no Zodíaco – A Terra de Virgem

As Aventuras de Rex e Zendah no Zodíaco
A Terra de Virgem

A entrada para a próxima terra se fazia por meio de um pórtico cujos pilares eram inteiramente cobertos por espigas de milho seguras por meio de folhas entre as quais apareciam ramos de frutas e flores. Rex e Zendah lembraram-se do festival da colheita.

 

Na base de cada um dos pilares havia uma bacia com água; em torno de cada bacia havia palavras gravadas.

Numa estava escrito: “Somente com mãos e pés limpos podem entrar nesta terra”. E na outra: “O asseio é quase religiosidade”.

O espaço entre os pilares não era fechado por portão, mas parecia coberto de pés de milho mais altos do que as crianças. Não se via nenhum caminho e quando as crianças tocavam os pés de milho com as mãos sentiam que eles eram duros, não dobravam. Não havia nenhuma passagem entre os pés de milho… Zendah olhou para o rolo que Hermes lhe dera e mostrou a Rex o que lá estava escrito: “Quando chegarem à Terra da Virgem, lavem-se na água das bacias e esvaziem-nas diante dos pés de milho entre os pilares: depois pronunciem a senha”.

Os meninos dirigiram-se para as bacias. Rex lavou as mãos em uma e Zendah na outra.

– “Você acha que nós devemos lavar em ambas as bacias? “, perguntou Rex.

– “É claro, bobinho”, disse Zendah. “Suponho que sejam espécies diferentes de água. Senti isso quando pus minhas mãos dentro delas”. Sentando-se no chão, Zendah pôs os pés nas águas de ambas as bacias.

– “Não vejo necessidade de fazer isso”, resmungou Rex, pensando que estavam perdendo tempo com tanta lavagem. Todavia, Zendah mostrou a Rex que numa das bacias estava escrito sobre limpeza de pés e mãos e Rex concordou que era melhor lavar os pés também. Depois de se lavarem, despejaram a água como estava ordenado. Na areia apareceram as seguintes palavras: PUREZA e SERVIÇO. Essas palavras formaram-se lentamente e logo desapareceram. Uma voz assustou-os – “Sejam bem-vindos meninos”.

Olharam para cima e viram que onde havia pés de milho que não dobravam estava Hermes com os braços estendidos para eles.

– “Vocês se conduziram muito bem até aqui sem mim”, disse Hermes, “mas nunca me afastei de vocês, embora vocês não me percebessem. Era eu quem “soprava” nos seus ouvidos quando vocês não sabiam o que fazer”.
Chamou os meninos para perto de si e afastando os pés de milho com uma das mãos, com a outra apontou para um caminho que havia entre eles.

Caminharam por extensos milharais, por grandes plantações de aveia, cevada, trigo e outras espécies de grãos.

Tudo madurinho, pronto para ser colhido. No fim do caminho encontraram uma bonita cidade onde várias mulheres, vestidas, de amarelo – cor de milho maduro – foram ao seu encontro. Essas mulheres pareciam não ver Hermes, mas falaram com as crianças.

– “Lavaram seus pés? “, perguntou uma.

– “Suas mãos estão limpas? “, perguntou outra.

– “Espero que vocês não tragam a menor partícula de sujeira para a Terra da Virgem”, disse uma terceira.

Rex e Zendah ficaram atarantados e olharam para Hermes para saber o que deviam dizer.

– “Senhoras”, disse ele, “não há necessidade de fazerem tais perguntas. Estariam bem empregadas para muita gente: não para esses meninos que estão usando seu corpo astral que, como sabem, está sempre limpo. Além disso, eles não poderiam entrar nesta terra sem usarem antes a água das bacias do portão”.

As mulheres inclinaram-se solenemente para as crianças que seguiram com Hermes pela cidade ensolarada. Por toda a parte viam-se pequenas casas com jardins, cada um diferente dos outros.

 

Umas coisas tinham esses jardins em comum; não se via nenhuma erva má, e em todos eles havia canteiros de flores e passeios limpos, sem uma pedra fora do lugar. Era tudo tão bem arrumadinho que os meninos chegaram a ter receio de passar por ali.

Passando além desses lugares floridos chegaram à cidade principal que Hermes disse chamar-se cidade da Perfeição.

Lá havia lindas casas limpas que, na maioria, pareciam lojas dos mais variados negócios. Dentro delas, escreventes trabalhavam afanosamente escrevendo em enormes livros, fazendo soma de parcelas com várias ordens de algarismos.

Todas as paredes eram cobertas de prateleiras divididas em centenas de repartições, cheias de papéis e todas rotuladas com nomes diferentes. Pessoas andavam apressadas pondo ou tirando papéis dessas repartições.

Estavam muito atarefadas para poderem explicar aos meninos que também não se mostraram muito interessados até que Hermes lhes explicou que aquilo que ali escreviam era de grande utilidade para outras terras porque lá se escreviam e conservavam guardadas as coisas importantes que aconteciam.

De lá foram ter a um grande quarto na subloja que muito os interessou.

Era o maior laboratório que já haviam visto. Homens e mulheres de aventais brancos, auxiliados por vários rapazes da idade de Rex, estavam agrupados em torno de pequenas chamas azuis de gás, observando vasos de vidro de formas estranhas.

Outros esmagavam coisas em almofarizes. De quando em quando havia explosões nos vidros e todos se juntavam em redor anotando em seus cadernos de apontamento.

Um homem tirava o sumo de várias frutas, enchia vidros com ele e experimentava o efeito de gotas de líquidos coloridos sobre eles. Esses resultados também eram anotados. Rex perguntou: – “Que fazem eles? ”

– “Tentam descobrir quais as coisas que têm maior valor alimentício para as pessoas comerem”. Rex replicou: – “Pensei que os melhores alimentos fossem o de melhor gosto.

Daí eles passaram por um corredor até uma sala verde cheia de plantas e de flores desabrochadas; muitas delas desconhecidas dos meninos.

– “Por que”, perguntou Zendah, depois de andar de uma planta para outra, “elas não se parecem nem um pouco com as que temos em casa? ”

 

O jardineiro-chefe chegava nesse momento e respondeu:

– “Não, não são: aqui as Fadas nos ajudam desenvolver novas espécies de frutas e flores. Vejam: assim é que fazemos, mas primeiramente precisamos ver se as estrelas dizem ser o tempo propício”. Dirigiu-se para um livro pendurado num dos cantos da sala e correu seu dedo por uma página.

– “Bem, em cinco minutos poderemos começar”.

Tirou uma pequena escova de uma caixa e dirigindo-se a uma planta branca semelhante a um lírio que crescia próximo, tirou um pouco de pólen dos seus estames e depositou-o no longo talo verde que crescia no centro de uma magnífica flor vermelha.

– “Agora”, disse, “devemos atá-lo num saquinho de musselina para que ninguém o toque. Quando as sementes amadurecerem, veremos delas nascer um lindo lírio, vermelho com pintas brancas ou então branco com pintas vermelhas. Não podemos afirmar como será porque tudo depende das Fadas”.

Depois, deu aos meninos um pêssego com gosto de abacaxi e uma maçã almiscarada, sem sementes.
Mostrou-lhes uma rosa azul e uma ervilha amarelo-brilhante.

– “Todas essas flores e esses frutos são descobertos aqui, antes de vocês poderem produzi-los na terra”, disse ele.
Zendah segurou em seu braço.

– “Quando poderemos produzir uma rosa azul? “, perguntou. Ele balançou a cabeça misteriosamente.
– “Quando o jardineiro-chefe for morar com vocês”, respondeu.

Os meninos não queriam mais sair dali. Afinal, Hermes disse-lhes que se apressassem e levou-os a um jardim cercado por altas paredes de pedras. As paredes eram cobertas por árvores frutíferas. No meio do jardim havia um canteiro hexagonal cheio de lírios brancos. No centro desse canteiro havia uma árvore estranha; suas folhas brilhavam como prata e os frutos cintilavam como joias de diversas cores. No alto do galho mais elevado havia uma maçã dourada que brilhava como o sol.

– “Esta é a coisa mais valiosa desta Terra”, disse Hermes, “a maçã Dourada do conhecimento e da cura. Em todo o universo só existe este exemplar. Algumas das pessoas que vocês acabaram de ver estão tentando fazer nascer outras árvores semelhantes a esta. Conseguiram fazer uma maça prateada que fará muito benefício, mas ainda não descobriram como fazer nascer a maçã vermelha”. Saindo desse pátio, penetraram no palácio. Aí, como em toda parte, tudo estava onde devia estar; nada faltava, embora não fosse tão bonito nem tão confortável quanto o Palácio de Vênus.

 

As paredes eram cobertas de linho amarelo. Pequenas correntes d’água passavam por canais nos corredores de modo que para se entrar nos quartos era preciso passar pela água. Isso era para evitar a entrada de poeira nos quartos.

Na sala maior, bem no fundo, havia um dossel sob o qual estavam sentados cinco homens sábios em torno de uma mesa redonda. Havia uma cadeira vazia na mesa; a diferença entre essa cadeira e as outras estava em ser mais belamente entalhada. Hermes disse que essa era a sua cadeira, mas que sempre estava tão ocupado como mensageiro dos deuses que os cinco homens governavam por ele quando estava ausente.

– “Meu irmão Vulcano também ajuda, mas está tão ocupado em forjar obras de arte que também não tem muito tempo para governar. Pouca gente sabe quando ele aqui aparece”.

Os meninos olhavam para uma oficina ao lado da sala. Lá viram Vulcano martelando folhas de metal. Muitos jovens faziam inúmeras coisas úteis, desde vasos e bacias até pequenos baldes. Era notável a delicadeza dos detalhes e o polimento dado a cada peça. Voltando à sala grande, Hermes apanhou em um prato uma bonita maçã colorida e deu-a a Zendah. Olhando-a surpresa, Zendah verificou que era de metal embora parecesse verdadeira.

– “Esta é uma cópia da maçã da saúde”, disse Hermes, “mas poderá fazer passar a dor de cabeça quando você cheirar, também cura uma porção de outros males”.

Nas mãos de Rex, Hermes depositou um alfinete com feitio de lírio, cuja cabeça era de jaspe, dizendo-lhe para conservá-lo como lembrança da Terra da Virgem.

De um outro prato tirou um grande pedaço de bolo e partindo-o ao meio deu um pedaço a cada um dos meninos.
– “Em parte alguma vocês encontrarão pão que satisfaça tanto como este da Terra da Virgem”, disse.

De fato, depois de terem provado, Rex e Zendah concordaram que jamais provaram pão tão delicioso.

De regresso ao portão de entrada, passavam por todas as casas tão limpinhas e de novo chegaram aos campos de milho. Hermes mostrou-lhes o caminho acenando com a mão.

Os meninos penetraram no caminho mostrado e logo chegaram ao lado de fora da Terra da Virgem, próximo do portão seguinte.

(The Adventures of Rex and Zendah In The Zodiac – por Esme Swainson – publicado pela The Rosicrucian Fellowship – publicado na revista Rays from the Rose Cross nos anos 1960-61; As Aventuras de Rex e Zenda no Zodíaco (as Ilustrações são originais da publicação) –Fraternidade Rosacruz – SP – publicado na revista Serviço Rosacruz de 1980-81)

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A Faísca Insatisfeita – Palavra Chave: Coragem

A Faísca Insatisfeita
PALAVRA CHAVE: Coragem

No fundo, bem no fundo da Terra, existem ricos leitos de carvão ou minas. Vocês sabiam disso, não é? Não sabiam? Bem, agora vocês sabem e algum dia aprenderão tudo sobre essas camadas de carvão, mas nossa história de hoje é sobre algo um pouco diferente.

Alguém que tem ouvidos muito aguçados ouviu certo dia uma conversa muito, muito interessante. Os gnomos que trabalham com o carvão estavam conversando com os raios do Sol. Vocês sabem, eles entendiam-se perfeitamente. Eis o que falou o Mais Sábio dos Gnomos:

– No fundo da Terra há uma faísca de luz insatisfeita, sempre dizendo: “Deixe-me sair! Estou cansada de ser prisioneira. Quero sair. Estou tão tolhida aqui neste carvão tão, tão negro! Deixe-me sair, por favor! Por favor! Não pertenço a este lugar porque sou uma faísca de luz. Por que tenho que ficar trancada no escuro? Oh, deixe-me sair! Quanto tempo mais terei que ficar aqui”?

Os raios do Sol dançavam e brincavam à volta de onde estava sentado o Mais Sábio dos Gnomos.

– Pare de dançar por um minuto, Alegre Raio de Sol, disse o Mais Sábio dos Gnomos a um dos raios mais alegres e animados. A Faísca deve ter algum parentesco com vocês. Vamos ver se pensamos em alguma maneira de ajudar essa pobre encerrada. Como vocês acham que uma faísca de luz conseguiu ficar dentro do leito do carvão? Mas já que está lá, talvez possamos tirá-la.

Alegre Raio de Sol, sempre tão brilhante disse:

– Sábio Gnomo, você não sabe que todas somos faíscas de luz do Grande Espírito do Sol, manifestadas em diferentes aspectos, maneiras e formas? Algumas faíscas, como os raios do Sol, brilham de dia, enquanto os raios lunares e o das estrelas brilham à noite. Algumas estão totalmente escondidas dos olhos, nos corações dos seres humanos e nas flores; algumas escondidas nas pedras e rochas e sim, até mesmo no negro, negro carvão. Mas todas elas pertencem ao Grande Espírito do Sol. Sempre, sem falhar, quando o tempo certo chega, as faíscas são todas libertadas de seus esconderijos. Agora, Mais Sábio Gnomo, apresse-se, continuou o Alegre Raio de Sol, e conforte essa Faísca insatisfeita. Diga-lhe para ser um pouco mais paciente. Ela ficará escondida por algum tempo – talvez cem anos, ou por aí, mas isso não é muito tempo. Algum dia, o carvão será descoberto pelos seres humanos e trazido para a luz do dia, para fora da terra totalmente. Então, em algum dia de muito frio, o carvão se encontrará em um fogo maravilhoso, todo vermelho e brilhante, e de dentro dele sairá a Faísca. Ela voará diretamente para o Sol e estará junto com os outros raios outra vez e brilhará, brilhará, brilhará. Então, dançará com os raios do Sol nas árvores, nas flores, e será feliz e brilhante.

O Mais Sábio dos Gnomos achou que o plano do Alegre Raio de Sol era muito bom e concordou em fazer o que lhe fora sugerido.

Novamente, o Alegre Raio de Sol falou, murmurando muito baixinho:

– Por favor, Sábio Gnomo, diga também para a Faísca não ficar mais se lastimando, ela deve ser corajosa. Algum dia se libertará do negro, negro carvão e será uma linda faísca de luz. E diga-lhe que nunca se esqueça de que mesmo estando escondida no fundo da terra, ela é uma faísca de luz do Grande Espírito do Sol, o dador da luz e da vida.

(Do Livro Histórias da Era Aquariana para Crianças – Vol. V – Compiladas por um Estudante – Fraternidade Rosacruz)

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