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PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Saiba o porquê a oportunidade NÃO bate apenas uma vez na porta de uma pessoa

Quantas vezes ouvimos alguém que se considera “deprimido” dizer: “Bem, eu tive minha oportunidade uma vez e a perdi”. Não há maior falácia do que a ideia de que “a oportunidade só bate uma vez na porta do ser humano”; e aqueles que estudam Astrologia Rosacruz devem estar particularmente atentos a esse fato. Pois, mesmo que não haja outra ajuda em um horóscopo, Júpiter faz um circuito pelos doze Signos uma vez a cada onze anos e durante esse período ele encontrará e fará Aspectos benéficos (Sextis, Trígonos e algumas Conjunções) com todos os Astros do nosso horóscopo.

Além disso, todos os anos as Lunações surgem para frutificar pelo menos alguns dos Aspectos do seu horóscopo e trazer para sua vida chances de melhorar sua condição. Essas influências duram apenas um mês; mas são fatores potentes para fertilizar a semente da oportunidade para que ela dê frutos em sua vida.

Se um Eclipse acontecer em seu horóscopo em Aspecto com qualquer um dos Astros ditos bons, ou vivificando qualquer um dos Aspectos benéficos em sua natividade, essa influência durará um ano inteiro e trará chances repetidas. Basta estar desperto e agarrar a oportunidade nas suas asas, pois ela é como uma semente: a menos que você a plante no solo e a cultive, ela não crescerá.

Então pare de reclamar. Observe o que há de bom em seu horóscopo e faça o melhor uso dele. Você é obrigado a vencer!

Aqui está um bom poema sobre “Oportunidade”, de Walter Malone.

Eles me fazem mal, quando dizem que eu não venho de novo.

Quando uma vez eu bato e não consigo te encontrar;

Pois todo dia eu estou ao lado de fora da sua porta.

E ordeno que você acorde e se levante e lute e vença.

Não chore por preciosas chances passadas.

Não chore por eras douradas em declínio;

Toda noite eu queimo os registros do dia.

Ao nascer do Sol, todas as almas nascem de novo.

Ria como um menino em esplendores que se aceleraram.

Para alegrias que se foram, seja cego, surdo e mudo;

Meus julgamentos selam o passado morto com seus mortos,

Mas nunca selam um momento ainda por vir.

Embora mergulhado na lama, não torça as mãos e chore.

Dou meu braço a todos que dizem: “Eu posso”.

Mesmo os párias envergonhados que mais afundaram

Podem se levantar e ser novamente seres humanos.

(Publicado na Revista Rays from the Rose Cross de novembro/1915 e traduzido pelos irmãos e pelas irmãs da Fraternidade Rosacruz em Campinas-SP-Brasil)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

O Saco de Ouro Mágico

O Saco de Ouro Mágico

Num lindo e distante país, morava um bondoso e amável rei. Ele tinha muitos filhos e, à medida que cada um deles ia ficando preparado para enfrentar o mundo e buscar sua fortuna, o rei dava-lhe uma sacola cheia de ouro mágico.

Essa hora chegou para o Príncipe Jolly e para a Princesa Prudence. O rei chamou os dois, deu-lhes a sacola de ouro mágico e disse:

— Meus filhos, essa sacola de ouro tem poderes mágicos; se for usada com finalidade boa, a sacola nunca ficará vazia; mas se for usada para coisas erradas ou egoístas, ela logo estará vazia e nunca mais poderá ser preenchida. E aqui está um novelo de fios de prata, que também tem poderes mágicos. Quando vocês estiverem em apuros, é só dar um apertãozinho de leve e terão ajuda imediatamente. Mas, em hipótese alguma, quebrem o fio, pois se não for quebrado, ele os conduzirá de volta para casa. E agora eu os abençoo. Na volta, tragam-me um presente.

— Oh, muito obrigado, papai! Os dois disseram.

Depois pegaram a estrada, conversando alegres e contentes sobre as coisas maravilhosas que iriam fazer e ver. No caminho, Prudence viu um passarinho que havia caído do ninho e quebrado sua asa. Pegou-o cuidadosamente e exclamou:

— Oh, irmão, veja, sua asinha está quebrada. Venha, ajude-me a curá-la.

Sem muita vontade, o príncipe ajudou a preparar uma tala para fixar a asa quebrada. Com alguns galhos e um pouco de grama, Prudence fez um novo ninho e colocou lá a pequenina ave, sem sacudi-la. De quando em quando, ela lhe dava um pouco d’água para beber.

— O que você vai fazer com o passarinho? Perguntou o Príncipe Jolly.

— Cuidar dele até que possa voar. Ele, um dia, encontrará uma companheira para formar um lar, respondeu Prudence.

Dias depois, eles encontraram uma criancinha chorando amargamente.

— Você, pobre queridinha, o que aconteceu? Perguntou a Princesa Prudence.

— Eu estou com fome, soluçou a criança.

— Onde você mora? Perguntou Prudence.

A criança apontou para uma pequena cabana perto dali abandonada numa floresta de árvores enormes.

— Irmão, disse a Princesa, vamos até a cabana. Nós poderemos ajudar as pessoas que estiverem lá; certamente estão com problemas.

— Se você for parar para ajudar todo pássaro, animal ou pessoa que encontrarmos, nunca chegaremos a parte alguma. Eu quero conhecer o mundo e me divertir! Reclamou o Príncipe Jolly.

— Só esta vez, por favor, Jolly, pediu Prudence.

— Oh, está bem, mas esta é a última vez.

Prudente pegou na mão da criança e disse docemente:

— Leve-nos até a sua casa, querida, e nós vamos ver o que podemos arranjar para você comer.

Em poucos minutos, eles chegaram à cabana, que só tinha um cômodo grande e um “puxado” para a cozinha. Havia uma mulher deitada na cama, muito pálida, com um bebê doente nos braços. Prudence chegou perto dela, com os olhos cheios de compaixão.

— O que posso fazer por você? Você está sozinha? Ela perguntou.

— Sim, respondeu a mulher. John, meu marido, foi ao médico ontem e ainda não voltou. O bebê adoeceu e eu estou doente demais para fazer alguma coisa para Jeanette. Ela está com fome, mas é muito pequena para fazer alguma coisa sozinha; ela só tem cinco anos. Deve ter sido Deus que mandou você aqui, eu rezei muito pedindo ajuda. Seus olhos encheram-se de lágrimas.

— Agora, não fale mais nada, disse Prudence. Eu farei alguma coisa para Jeanette.

A menininha seguiu Prudente com os seus grandes olhos castanhos e sentou-se na cama perto da mãe.

Prudence encontrou pão, leite, manteiga, frutas e ovos. Ela fez uma jarra de chá para a mulher e, enquanto a água esquentava para o banho da criança, alimentou Jeanette. Enquanto a mãe estava comendo, Prudence deu banho no bebê. Jeanette assistiu a tudo isso com os olhos arregalados. Depois de entregar o bebê limpinho e cheiroso para sua mãe, Prudence foi até onde o Príncipe estava sentado, com ar carrancudo, e disse-lhe:

— Jolly, eu vou ficar aqui até que essa mulher fique forte o suficiente para poder trabalhar. Você vai para a cidade e tente encontrar o Senhor White e um médico. A mulher está muito doente.

— Eu não vou voltar, pretendo ver o mundo e me divertir, disse Jolly, saindo sem dizer mais uma única palavra.

Prudence olhou tristemente para ele e depois entrou na cabana.

— Jeanette, você quer alimentar o passarinho enquanto eu limpo a casa? Ela perguntou.

— Meus Deus! O que aconteceu com ele? Perguntou Jeanette ao ver a asa enfaixada.

Prudence contou-lhe o que havia acontecido e mostrou-lhe como dar ao pássaro uma gota de água de cada vez, e uma migalha de pão ou uma semente. Quando a casa já estava toda em ordem e a cama da Senhora White arrumada, Prudence sentou-se e elas começaram a conversar.

Levou dois dias para o Senhor White voltar, trazendo o médico e muita comida. Prudence sabia que isso era obra de seu irmão, mas o Príncipe Jolly não voltou e ela só o tornaria a ver novamente muitos anos mais tarde.

Prudence ficou na cabana por três semanas e depois seguiu seu caminho, sempre ajudando os outros, fazendo tudo o que podia para alegrar e confortar as pessoas tristes e alimentar os que tinham fome, e ficava emocionada vendo sua sacola sempre cheia, por muito que gastasse. Ela falava sempre de sua casa e de quando voltaria para lá.

Muitos anos se passaram. Prudence já estava cansada e queria voltar para junto de seu Pai. Como estava contente ao ver seu novelo de prata brilhando intacto, o saco mágico ainda cheio de ouro e o presente que levava para seu Pai. No começo, ela não estava muito satisfeita com o seu presente. Queria ter sido uma grande musicista ou pintora ou escritora de lindos poemas e histórias que alegrariam os corações dos homens, mas seu presente era só uma vida de serviços amorosos. Parecia muito pouco comparado com o dos outros, mas ela sentia que seu Pai ficaria satisfeito.

A Princesa Prudente percorreu seu caminho, sem pressa, quando um dia viu um velhinho andando de bengala, curvado e quase aleijado por causa do reumatismo. Ele parecia tão triste e abandonado que ela correu para ele para consolá-lo e, para sua surpresa, reconheceu nele seu irmão, o Príncipe Jolly.

— Oh, meu irmão, como eu estou contente em vê-lo! Ela exclamou.

— Prudence! É você? Como está jovem e bonita! E a sua sacola ainda está cheia! Exclamou Jolly.

— Sim, duas vezes os ladrões tentaram roubá-la de mim, mas eu dei um puxãozinho no fio de prata e papai mandou-me ajuda imediatamente, contou-lhe a Princesa.

O Príncipe Jolly suspirou tristemente:

— Minha sacola está vazia há muito tempo. Na minha ânsia de me divertir, eu esqueci tudo o que papai nos disse.

— Você aproveitou a vida, Jolly? Perguntou docemente a Princesa, olhando com pena para aquele homem arruinado na sua frente.

— Durante um certo tempo eu aproveitei, mas o ouro acabou tão rápido, que logo eu fiquei sem nada. Procurei trabalhar, mas não tinha saúde e os outros tinham que tomar conta de mim. Lágrimas de autopiedade caíam dos olhos do Príncipe enquanto ele falava.

— Por que você não me avisou, Jolly? Perguntou sua irmã. Eu o teria ajudado com prazer.

Jolly enrubesceu ao responder:

— Eu ouvi dizer muita coisa sobre suas boas ações e fiquei com vergonha.

— Oh, sinto muito. Mas, irmão, estou vendo que seu fio de prata está estragado e aqui há um lugar em que o fio está quase partido. Que aconteceu? Perguntou a Princesa.

O Príncipe Jolly baixou os olhos, envergonhado, sem conseguir encarar a irmã.

— Meu irmão, disse Prudence gentilmente, você não fez isso de propósito?

O Príncipe balançou a cabeça e murmurou:

— Eu estava doente, não tinha para onde ir, não tinha dinheiro nem amigos. Já o tinha quase cortado quando me lembrei da recomendação de papai: “Em hipótese alguma corte o fio; puxe-o devagar e eu atenderei seu pedido”. Então, eu dei um puxãozinho e alguém me achou e me levou para o hospital. Depois de algum tempo, consegui emprego por uma ninharia, mas tentei realmente ajudar os outros e uma vez até impedi que alguém cortasse o fio.

— Estou tão contente. Sei que papai vai perdoá-lo e dar-lhe uma nova oportunidade, disse a Princesa animando-o.

— Mas, irmã, eu não estou levando nenhum presente para ele, suspirou Jolly.

— Oh, sim, você o tem em suas mãos. A vida que você salvou da destruição, a comida e o médico que você mandou para a Senhora White e seu marido. Se não fosse você, querido, ela teria morrido. Lembra-se? Perguntou Prudence.

— Você acha que papai aceitará esse presente? Perguntou o Príncipe ansiosamente, com um novo brilho nos olhos.

— Tenho certeza que sim, respondeu a Princesa.

“Nossos presentes podem parecer pequenos aos nossos próprios olhos, mas não sabemos como eles parecerão aos olhos dele”.

Enquanto os dois viajavam, Prudence ajustou seus passos aos de seu irmão, bem mais lentos e finalmente eles chegaram à casa do Rei, o Pai, que os veio receber.

Para o Príncipe Jolly ele disse, tristemente:

— Filho, você não foi muito bem desta vez, mas depois de um longo descanso e uma completa purificação de sua alma, você irá novamente e sei que se sairá melhor. Seu presente lhe rendeu esta oportunidade.

Gentilmente, o pai colocou sua mão sobre os olhos cansados do Príncipe e o fez dormir.

Para Prudence ele disse:

— Filha, você realmente se saiu muito bem e é merecedora de uma tarefa maior. Entre para as alegrias do reino. Seu presente é muito valioso para mim.

(Do Livro Histórias da Era Aquariana para Crianças – Vol. IV – Compiladas por um Estudante – Fraternidade Rosacruz)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

O Menino Laércio – Palavra Chave: Oportunidade

O Menino Laércio
PALAVRA CHAVE: Oportunidade

Logo na esquina do enorme prédio de apartamento onde moravam Diego e Rosália, ficava uma antiquada casinha térrea. Ela tinha sido branca há muito, muito tempo atrás, pois agora era qualquer coisa menos branca, quando nossa história começou.

Diego e Rosália nunca tinham notado aquela casinha estranha. De fato, eles não sabiam que ela estava ali, até que certa manhã o jornal não chegou. O pai de Diego parecia perdido de manhã sem o jornal e já estava saindo para comprar um quando Diego disse:

– Por favor, papai, deixe-me ir.

E Diego saiu para comprar o jornal. Quando chegou a porta da frente, perguntou ao porteiro por que o jornal não tinha vindo.

– Bem, meu rapazinho, eu não sei, mas acho que deve ter havido algum tipo de problema na casinha da esquina.

Diego não estava interessado na casa da esquina, mas estava ansioso para conseguir um jornal para seu pai, por isso indagou:

– Você sabe onde eu posso conseguir um jornal da manhã?

– O entregador mora na casinha da esquina; você pode tentar lá. Não custa tentar.

Assim, Diego correu até lá para ver. Quando chegou sem fôlego, ia bater na porta, mas parou rapidamente porque ouviu vozes.

– Laércio, meu filho, por favor, comece logo a entrega. Você pode perder sua freguesia se você não for e amanhã você estará contente por continuar a fazê-lo. Laércio, meu filho, você deve ir – ainda que seja só para agradar sua mãe.

– Não posso fazer isso, nem mesmo para agradá-la, querida mamãe. Tenho que me transformar em um homem, agora. Não posso continuar sendo entregador de jornais a vida toda. Preciso ter mais oportunidades.

– Oportunidades, querido? Esta é uma palavra estranha para um garotinho. Você sabe o que ela significa?

– Sei mamãe, significa que eu posso ser livre e ter a oportunidade de fazer grandes coisas.

– Você é um menino inteligente, Laércio e eu tenho orgulho de você! Mas não acha que poderia aparecer uma oportunidade para um trabalho melhor que lhe dê liberdade, mesmo sendo entregador por mais algum tempo?

– Mas, mamãe, como posso cuidar de você neste mundo, sendo apenas um entregador de jornal?

– Meu querido, é por aí que a oportunidade virá. Se você continuar neste emprego por mais um pouco, ficará mais conhecido e seus fregueses vão encomendar revistas também. E aí não demorará muito para que possa até pintar a casa. Já pensei em tudo. Teremos a nossa casa limpa e bonita e logo estarei forte de novo.

Com as revistas e jornais, quem sabe, poderemos ter um verdadeiro negócio e você voltar para a escola.

– Oh, mamãe, eu realmente acredito que você tem razão. Você pensou em tudo. Eu queria uma oportunidade, mas não sabia como consegui-la depressa e ia jogar fora a única coisa que me daria liberdade e meios de progredir.

Sim, mamãe, vou entregar meus jornais agora mesmo. Estou um pouco atrasado, mas é a primeira vez, e acho que meus fregueses vão me perdoar.

Saiu bem na hora em que Diego bateu na porta. Imaginem a surpresa de Diego quando Laércio a abriu. Ele mal podia acreditar que, à sua frente, estava Laércio Gordon, o aluno mais brilhante da classe, que desistira repentinamente de estudar. E pensar que ele nunca soubera que Laércio morava ali na esquina.

Bem, vocês podem imaginar que Diego contou a seu pai tudo sobre o menino Laércio e sua “oportunidade”. Toda a família, o pai, a mãe, Rosália e Diego, decidiram ajudar Laércio a conseguir sua liberdade.

Um pouco mais tarde, a “casinha branca da esquina” conseguia a tão necessitada pintura, como Mamãe disse. Na janela havia flores coloridas e toda a casa era tão atraente que um dia chamou a atenção de um homem muito rico. Ele gostou tanto da casa que a comprou, pagando uma enorme quantia em dinheiro, suficiente para que Laércio e sua mãe tivessem várias e novas oportunidades, como também mais liberdade para Laércio estudar e se divertir.

Vocês veem, é fazendo realmente bem e com amor as coisas que temos que fazer todos os dias, que surgem novas oportunidades, por isso, vamos fazer com toda a nossa força o que nossas mãos e as nossas Mentes tem para fazer.

(Do Livro Histórias da Era Aquariana para Crianças – Vol. V – Compiladas por um Estudante – Fraternidade Rosacruz)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

O Menino Lauro – Palavra-chave: Oportunidade

O Menino Lauro
Palavra-chave: Oportunidade

Logo na esquina do enorme prédio de apartamentos onde moravam Dino e Rosalina, ficava uma antiquada casinha térrea. Ela tinha sido branca há muito, muito tempo atrás, pois agora era qualquer coisa menos branca, quando nossa história começou.

Dino e Rosalina nunca tinham notado aquela casinha estranha. De fato, eles não sabiam que ela estava ali, até que certa manhã o jornal não chegou. O pai de Dino parecia perdido de manhã sem o jornal e já estava saindo para comprar um, quando Dino disse:

– Por favor, papai, deixe-me ir.

E Dino saiu para comprar o jornal. Quando chegou à porta da frente, perguntou ao porteiro porque o jornal não tinha vindo.

– Bem, meu rapazinho, eu não sei, mas acho que deve ter havido algum tipo de problema na casinha da esquina.

Dino não estava interessado na casa da esquina, mas estava ansioso para conseguir um jornal para seu pai, por isso indagou:

– Você sabe onde eu posso conseguir um jornal da manhã?

– O entregador mora na casinha da esquina; você pode tentar lá. Não custa tentar.

Assim, Dino correu até lá para ver. Quando chegou, sem fôlego, ia bater na porta, mas parou rapidamente porque ouviu vozes.

– Lauro, meu filho, por favor, comece logo a entrega. Você pode perder sua freguesia se você não for e amanhã você estará contente por continuar a fazê-lo. Lauro, meu filho, você deve ir, ainda que seja só para agradar sua mãe.

– Não posso fazer isso, nem mesmo para agradá-la, querida mamãe. Tenho que me transformar em um homem, agora. Não posso continuar sendo entregador de jornais a vida toda. Preciso ter mais oportunidades.

– Oportunidades, querido? Esta é uma palavra estranha para um garotinho. Você sabe o que ela significa?

– Sei mamãe, significa que eu posso ser livre e ter a oportunidade de fazer grandes coisas.

– Você é um menino inteligente, Lauro e eu temos orgulho de você! Mas não acha que poderia aparecer uma oportunidade para um trabalho melhor que lhe dê liberdade, mesmo sendo entregador por mais algum tempo?

– Mas, mamãe como posso cuidar de você neste mundo, sendo apenas um entregador de jornal?

– Meu querido, é por aí que a oportunidade virá.

Se você continuar neste emprego por mais um tempo, ficará mais conhecido e seus fregueses vão encomendar revistas também. E ai não demorará muito para que possa até pintar a casa. Já pensei em tudo. Teremos a nossa casa limpa e bonita e logo estarei forte de novo.

Com as revistas e jornais, quem sabe, poderemos ter um verdadeiro negócio e você voltar para a escola.

– Oh, mamãe, eu realmente acredito que você tem razão. Você pensou em tudo. Eu queria uma oportunidade, mas não sabia como consegui-la depressa e ia jogar fora a única coisa que me daria liberdade e meios de progredir. Sim, mamãe, vou entregar meus jornais agora mesmo. Estou um pouco atrasado, mas é a primeira vez, e acho que meus fregueses vão me perdoar.

Saiu bem na hora em que Dino bateu na porta. Imaginem a surpresa de Dino quando Lauro a abriu. Ele mal podia acreditar que, a sua frente, estava Lúcio Gordon, o aluno mais brilhante da classe, que desistira repentinamente de estudar. E pensar que ele nunca soubera que Lauro morava ali na esquina.

Bem, vocês podem imaginar que Dino contou a seu pai tudo sobre o menino Lauro e sua “oportunidade”. Toda a família, o pai, a mãe, Rosalina e Dino, decidiram ajudar Lauro a conseguir sua liberdade.

Um pouco mais tarde, a “casinha branca da esquina” conseguia a tão necessitada pintura, como Mamãe disse. Na janela havia flores coloridas e toda a casa era tão atraente que um dia chamou a atenção de um homem muito rico. Ele gostou tanto da casa que a comprou, pagando uma enorme quantia em dinheiro, suficiente para que Lauro e sua mãe tivessem várias e novas oportunidades, como também mais liberdade para Lauro estudar e se divertir.

Vocês vêm: é fazendo realmente bem e com amor as coisas que temos que fazer todos os dias, que surgem novas oportunidades, por isso, vamos fazer com toda a nossa força o que nossas mãos e as nossas mentes têm para fazer.

(do Livro Histórias da Era Aquariana para Crianças – Vol. V – Compilado por um Estudante – Fraternidade Rosacruz)

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