Pergunta: Por que as crianças morrem?
Resposta: Há várias causas para a morte de crianças. Apresentaremos as principais.
Quando um Ego volta à vida terrena, dirige-se a uma determinada família porque aí poderá obter o ambiente previsto para o seu desenvolvimento, podendo liquidar parte do destino gerado em existências anteriores. Mas, quando os pais fazem alterações radicais em suas vidas e o Ego não mais consegue adquirir aí essa experiência, ou liquidar esse destino, é retirado e enviado para outro lugar onde possa conseguir as condições propícias para o seu crescimento nesse determinado momento. Ou, poderá ser afastado por pouco tempo e renascer na mesma família, quando essas condições forem mais adequadas para esse progresso. Porém, existe outra causa responsável pela mortalidade infantil. Situa-se numa época bem mais remota, isto é, em vidas anteriores. Para podermos entender essa causa, é necessário saber algo a respeito do que ocorre no momento e imediatamente após a morte.
Quando um Ego abandona seu veículo denso, leva consigo o Corpo de Desejos, o Corpo Vital e a Mente. No Corpo Vital, naquele momento, contém as imagens da vida passada, que foram gravadas no Corpo de Desejos, e que lhe são mostradas durante os três dias e meio que se seguem imediatamente à morte. O Corpo de Desejos torna-se, então, o árbitro do destino do Ego no Purgatório e no Primeiro Céu. Os sofrimentos causados pelo expurgo do mal e a alegria sentida pela contemplação do bem praticado durante a vida são transferidos para a próxima vida como consciência. Ela impedirá o Ego de repetir os erros de vidas passadas e o estimulará a praticar o bem que lhe proporcionou imensa alegria na vida anterior.
Quando os parentes mais próximos da pessoa agonizante (N.R.: ou mesmo quaisquer pessoas), presentes em no ambiente onde está o Corpo do Ego, irrompem em lamentações histéricas no momento do desenlace, e continuam assim por alguns dias mais, perturbam o Ego, em um momento que está ainda em contato muito íntimo com o Mundo Físico. O sofrimento dos entes queridos prejudica sensivelmente esse momento, fazendo com que ele não seja capaz de concentrar firmemente sua atenção na contemplação da vida passada.
A gravação impressa no Corpo de Desejos não será tão profunda quanto deveria ser, se o Ego, ao passar por tal processo, fosse deixado em paz sem ser perturbado. Consequentemente, os sofrimentos no Purgatório não serão tão intensos, nem as alegrias no Primeiro Céu seriam tão confortantes como deveriam ser. Por isso, ao retornar à vida terrena, o Ego terá perdido certa parte da experiência da vida anterior. A voz da consciência não se fará ouvir com a intensidade necessária, quando o Ego é perturbado pelas lamentações dos familiares e amigos. Para compensar essa falta, o Ego é, geralmente, levado a renascer entre os mesmos amigos que o prantearam, e deles é retirado quando na infância. E levado para o Mundo do Desejo. Naturalmente, uma criancinha não terá cometido quaisquer pecados que necessitem ser expurgados, e, desta forma, o seu Corpo de Desejos e a sua Mente permanecem intactos. Vai diretamente para o Primeiro Céu, esperando a oportunidade de um novo renascimento. Esse tempo de espera serve para instruir o Ego diretamente sobre o efeito das diferentes emoções, tanto as boas como as más. Frequentemente, um parente o encontra e toma conta dele, tendo a incumbência de ensinar-lhe aquilo que perdeu devido às lamentações ocorridas. Também pode ser instruído por outros. Em todo caso, a perda é mais do que compensada, pois quando a criança retorna a um segundo nascimento, terá alcançado um crescimento moral tão pleno quanto o teria sob circunstâncias normais, se não tivesse havido lamentações no momento de sua passagem.
(Livro: Perguntas e Respostas – Vol. I – pergunta 51 – Max Heindel)
O seguinte comentário, sobre um problema de educação infantil, é uma ótima ilustração do valor do exemplo na orientação dos filhos. Conforme nos ensinam os “Princípios Rosacrucianos na Educação da Criança”. Foi ele publicado em “Rays from the Rose Cross”, revista oficial de nossa Sede Mundial.
Pergunta: Finalmente, este mês, vimos o horóscopo de nossa filha Marjorie, comentado na revista. Estivemos esperando por ele e estamos mais gratos do que possam imaginar. Como sabe, a criança está com três anos e meio de idade. Ela já evidencia uma grande energia a cada explosão temperamental (Sol em Conjunção com Marte e em Quadratura com Urano) a cada tentativa de restrição a sua liberdade. Reage com uma teimosa resistência, tanto mental como física. Como transmutar e canalizar essa energia é nosso problema. Para citar o horóscopo: “Os pais devem começar imediatamente o trabalho de exemplo”. Temos estudado o caso da Marjorie e procurado obter resultados. Ela não corresponde aos nossos carinhos.
Um pouco antes de recebermos o horóscopo comentado pela revista já havíamos decidido que o único recurso seria o castigo corporal. Sei muito bem que a educação pode ser obtida por outros meios. Porém, muitas coisas, que são possíveis na Escola, não são praticáveis no lar. Além disso, nunca tivemos orientação dos métodos educacionais para crianças da idade de Marjorie. Minha esposa tem lido muito a respeito do treinamento infantil, leituras estas que reprovam castigos corporais, mas falham porque não dizem qual o método que poderia substituir esse rigor. Como poderemos conseguir a obediência dela, sem que tenhamos de recorrer à punição física? Nós somos fieis no que lhe dizemos, até nos menores detalhes e ela não esquece, mas nos corresponde com egoísmo. Gostaríamos que o Sr. nos desse um exemplo concreto, uma sugestão a respeito do método a adotar, alguma ideia de como devemos proceder. Muito lhe agradeceríamos, pois queremos, acima de qualquer coisa neste mundo, operar na Marjorie o milagre da transmutação. Embora isto nos entristeça, devemos admitir que a criança é mesmo ingrata e não nos devemos queixar por isso. Mas, honestamente como operar esse milagre, Sr. Heindel?
Resposta: Algumas crianças são mais difíceis para se lidar do que outras. Na verdade até nós devemos alegrar com uma criança como a Marjorie. A razão é simples: ela tem espírito e individualidade. A chamada “boa criança”, que é um modelo de comportamento e de obediência, às mais das vezes é motivo de mais preocupação, pois, sua natureza carece de iniciativa. As crianças difíceis estão sempre destinadas a abrir caminho no mundo e adquirir muitas experiências, tanto por meio de uma vida virtuosa e de glorioso serviço como também pelos revezes de uma vida de mau procedimento, que se transmutará no Purgatório em aumento de consciência. Já com a “boa criança” isto não se dá, embora cresça e viva uma existência inteira sem haver feito mal e nem bem aos outros causticantes. Todo aquele que trilha os caminhos do vício com passo firme, pisará também firmemente o caminho da virtude, quando seus pês se voltem para a direção oposta. Porém as pessoas mornas, que não são nem quentes nem frias, essas realmente são as que causam preocupações. Portanto, o Sr. não deve temer por Marjorie. Afinal, ela está em ótimas condições. Somente uma alma forte possui tais configurações estelares, com essas características tão marcantes.
Com referência ao método de correção e ajuda para que ela mude sua rebeldia, sugerimos que o mais certo é o Sr. não andar tomando nota das pequenas negligências, aquelas ofensazinhas que ela faz. Quando muito, poderia o Sr. dizer a pequena: “eu não faria isto ou aquilo”; ou então, como um conselho indireto: “não deixe que os outros vejam isto que você fez, pois podem pensar que você não é uma menina educada”. É preciso que o Sr. compreenda que à medida que ela vai formando novos hábitos, irá rompendo com os mais antigos. Levando isto em conta, você desistirá das repetidas correções à pequena, que poderiam vir a embrutecê-la. Muitas oportunidades surgirão para que o Sr. adote uma linha melhor de conduta. Em tais ocasiões, o Sr. conhecendo as preferências e gostos da menina em matéria de alimentação, divertimentos, vestuário ou passeios, poderá apertar o parafuso no momento certo. No início fá-lo-á delicadamente. Aos poucos fará mais pressão, até que a objetivo seja atingido. Uma criança nunca deverá ser privada da alimentação, mas, com a nutrição indispensável para a manutenção de seu bem-estar poderá ficar privada dos manjares que ela aprecia. Em casos como este de que estamos tratando, é perfeitamente legítima a aplicação do “Suplicio de Tântalo”. Tendo ela feito uma grande reinação ou cometido desrespeito, o Sr. coloca na mesa os manjares preferidos da pequena, dizendo que ela não poderá comê-los por haver feito aquilo. Ela então verá o papai e a mamãe comerem com satisfação aquilo que lhe é negado por recalcitração. Assim deverá ser feito até que ela concorde em fazer o que deve ser feito. É o método que nos parece mais seguro para conquistar a obediência. De certa forma, a mesma coisa se aplica com referência a outros gostos. Em relação ao vestuário, fá-la vestir a roupa de que ela não gosta (a qual, muitas vezes, é a que serve de chacota por parte dos companheiros de brinquedo). Assim a criança tudo fará para que os companheiros não a vejam. Sacrifica, assim, a contragosto, o que gostaria de estar fazendo: brincar. Deste modo, apertando cada vez mais o torniquete, a obediência será obtida. E ela dirá: “deixa-me usar o outro vestido que eu não farei mais aquilo”.
Há outros métodos do mesmo gênero. Entretanto, tais corretivos devem ser usados apenas como último recurso e nunca frequentemente, para que a criança não se torne indiferente a eles. Em geral, o apelo ao amor que deve ter para com os pais, as boas lembranças que deverão existir e que a pequena goste de relembrar, os “porquês” decorrentes etc., estes sim, deverão ser os únicos meios, que reputamos os mais eficazes, para mudar uma criança.
(Revista: Serviço Rosacruz – 04/65 – Fraternidade Rosacruz –SP)
Pergunta: A Filosofia Rosacruz oferece um ensinamento específico relativo à educação das crianças?
Resposta: Talvez não haja assunto mais importante como o da educação das crianças. Em primeiro lugar, pais sábios, que desejam proporcionar à criança todos os benefícios, já começam antes do nascimento, antes mesmo da concepção, a voltar reverentemente seus pensamentos para a tarefa da qual vão incumbir-se.
Cuidam para que a união que vai gerar o novo ser se realize sob influências astrológicas apropriadas, isto é, quando a Lua estiver transitando por um Signo que possibilite a construção de um corpo forte e sadio, conservando eles mesmos, tanto quanto possível, seus próprios corpos nas melhores condições físicas, morais e mentais.
Durante o período de gestação, devem evocar constantemente a imagem ideal de uma vida saudável e útil para o ser que se aproxima. Logo em seguida ao nascimento, procuram fazer o horóscopo da criança, pois o pai ideal é também um astrólogo. Se os pais não estiverem capacitados para levantar um tema natal, podem pelo menos estudar os Signos astrológicos que os capacitará a compreender o que o astrólogo lhes disser. Em nenhuma circunstância, contudo, devem recorrer ao astrólogo profissional que avilta esta ciência por amor ao dinheiro, mas buscar a ajuda de um astrólogo espiritual, ainda que demorem nessa busca. No mapa natal da criança, suas fortalezas e fraquezas de caráter podem ser identificadas muito facilmente, o que deixa seus pais em vantajosa posição para estimular o bem e adotar os meios adequados para reprimir o mal, antes que as tendências convertam-se em realidades. Desta maneira, eles podem realmente ajudar a criança a superar suas fraquezas.
Depois, os pais devem conscientizar-se que esse nascimento é, na verdade, apenas o nascimento do corpo físico visível, que nasce e atinge seu atual e elevado estado de eficiência em tempo menor que os veículos invisíveis do ser humano, porque teve uma evolução mais longa. Assim como o feto é resguardado dos impactos do mundo visível pelo útero protetor da mãe durante o período de gestação, do mesmo modo, os veículos mais sutis são protegidos por um envoltório de éter e de matéria de desejos que os resguardam até que estejam suficientemente amadurecidos e aptos para suportar as condições do mundo exterior.
Portanto, o Corpo Vital nasce quando a criança atinge os sete anos de idade, ou quando os dentes permanentes começam a romper as gengivas. O Corpo de Desejos nasce, aproximadamente, aos quatorze anos, na época da puberdade. A Mente surge aos vinte e um anos, quando o ser humano atinge a sua maioridade.
Há certos assuntos importantes que devem ser cuidados durante o período apropriado de crescimento, e os pais deveriam saber quais são eles. Embora os órgãos tenham sido formados na época em que a criança estava para nascer, as linhas de crescimento são determinadas durante os primeiros sete anos. Se elas não se delinearem bem durante esse período, uma criança, que poderia ser saudável, tornar-se-á um homem ou uma mulher doente.
No primeiro Capítulo de São João lemos que: “No princípio era o Verbo, e sem Ele nada do que foi feito se fez e o Verbo se fez carne”. O Verbo é um som rítmico e o som é o grande construtor cósmico. Portanto, durante a primeira fase setenária de sua vida, a criança deveria estar cercada por música apropriada, por uma linguagem musical onde os versos e as cantigas de ninar possam ser particularmente valiosas.
Embora, muitas vezes, não tenham sentido, elas são portadoras de um maravilhoso ritmo que é essencial, e quanto mais a criança participa, mais forte e saudável ela crescerá.
As duas palavras chaves que se aplicam neste período de vida da criança são: Exemplo e Imitação. Nenhuma criatura debaixo dos céus é mais imitativa do que a criança; ela segue, tanto quanto lhe é possível, o nosso exemplo nos mínimos detalhes. Os pais que procuram educar bem os seus filhos, serão sempre cuidadosos na presença deles. É inútil ensinar-lhes moralidade ou fazê-los raciocinar neste período. A criança ainda não possui a Mente nem a razão. O exemplo é o único mestre que precisa e que entende.
Não pode esquivar-se à imitação, do mesmo modo que a água não pode evitar de correr colina abaixo. Quanto ao alimento, devemos ter cuidado em não fazer para nós um prato e outro diferente para nosso filho, argumentando que o que comemos não é bom para ele. Nesse momento, ele não poderá imitar-nos, mas desperta-lhe um secreto desejo pelo alimento proibido e cuja satisfação buscará quando crescer. Os pais cuidadosos deverão abster-se de alimentos e bebidas que não desejam que seus filhos venham a ingerir.
Quanto às roupas, certifiquemo-nos de que estejam sempre folgadas, pois nesse período a criança deve estar ainda inconsciente dos seus órgãos sexuais, e a natureza imoral, que desencaminha uma vida, tem sido primeiramente despertada pelas fricções das roupas demasiadamente apertadas, particularmente no caso dos meninos.
O castigo corporal é também um fator preponderante no despertar prematuro da natureza sexual, pelo que deve ser cuidadosamente evitado. Não há criança, por mais indócil que seja, incapaz de reagir ao método de recompensa pelas boas ações e à supressão de privilégios como retribuição da desobediência. Reconhecemos que o chicote dobra o espírito de um cão, mas deploramos os indivíduos sem fibra e de vontade fraca. Deve-se isto aos açoites impiedosos a que foram submetidos na infância.
Coloquemo-nos no lugar de uma criança: gostaríamos de viver hoje com alguém de cuja autoridade não pudéssemos escapar, que fosse muito maior do que nós, e que nos espancasse quase todos os dias? Ponhamos de lado essa prática e notaremos que muitos dos males sociais desaparecerão em uma geração.
Por volta dos sete anos, o Corpo Vital da criança atinge a suficiente perfeição que permite que as faculdades da percepção e da memória possam ser educadas. As palavras-chaves para este período devem ser: Autoridade e Aprendizado. Se temos um filho precoce, procuremos não estimulá-lo a cursos que exijam esforços mentais extremos. Crianças prodígio geralmente vêm a ser homens e mulheres de inteligência abaixo do normal. Neste particular, deve-se permitir à criança seguir as suas próprias inclinações. Sua faculdade de observação precisa ser cultivada e deve ser ensinada, especialmente através dos exemplos. Mostrem-lhe uma pessoa embriagada e onde o vício a levou. Em seguida, mostrem-lhe uma pessoa sóbria e apresentem-lhe ideais elevados. Ensinem o seu filho a aceitar tudo o que disserem sobre autoridade e esforcem-se para que ele passe a respeitá-los como pais e professores. Neste período pode-se começar a prepará-lo para economizar a força que principia a despertar nele e que vai capacitá-lo a reproduzir a espécie ao fim do segundo período de sete anos. Que ele nunca busque informar-se a esse respeito através de fontes duvidosas, porque seus pais, muitas vezes, tolhidos por um falso senso de pudor, evitam esclarecê-lo devidamente. A flor pode servir como lição objetiva, e todas as crianças, das maiores às menores, devem receber as mais belas instruções em forma de conto de fadas. Pode-se ensiná-las que as flores são como as famílias, sem precisar confundi-las com termos de botânica. Mostrem-lhes então algumas flores dizendo: “Aqui está uma família-flor em que todos são meninos (as com estaminas); e aqui está uma outra onde estão somente meninas (uma flor pistilada). Aqui está uma outra onde estão meninos e meninas (uma flor que tem tanto estames como pistilos). Mostrem-lhes o pólen nas anteras. Digam-lhes que estas flores são idênticas aos meninos nas famílias humanas; que são destinados e estão sempre desejosos de sair pelo mundo afora e lutar na batalha da vida, enquanto as meninas (os pistilos) ficam mais tempo em casa. Mostrem-lhes as abelhas com as cestas de pólen em suas pernas e contem-lhes como os meninos-flores cavalgam nesses corcéis alados, tal como os cavaleiros iam pelo mundo em busca da princesa aprisionada no castelo encantado (o óvulo oculto no pistilo); mostrem-lhes como o pólen – cada cavaleiro – abre caminho através do pistilo até alcançar o óvulo. Digam-lhes, então, que esse encontro significa o casamento da flor-homem com a flor-mulher, os quais daí em diante viverão felizes e se tornarão pais de muitas flores meninos e flores meninas. Quando eles compreenderem isto completamente, estarão também sabendo bastante sobre o acasalamento nos reinos animal e humano; uma vez que não existe diferença, pois a geração em um reino é tão casta, pura e santa como nos outros. A criança educada desta maneira sempre olhará a função criadora com reverência. Cremos que não há melhor modo de introduzi-la no assunto.
Quando assim preparada, ela estará pronta para o nascimento do Corpo de Desejos, na ocasião da puberdade. Quando os desejos e emoções são libertados, o adolescente atinge o período mais perigoso de sua vida, a fase do ardor da juventude, entre os quatorze e os vinte e um anos. O Corpo de Desejos está, então, desenfreado e a Mente, como ainda não nasceu, não pode atuar como um freio. Se ele habituou-se a confiar na palavra dos mais velhos e estes sempre lhe deram ensinamentos sábios, ele terá adquirido uma firmeza que o guiará com segurança neste período turbulento, até que o seu nascimento seja plenamente completado na idade de vinte e um anos, quando ocorre o nascimento da mente.
(Livro: Perguntas e Respostas – Vol. I – pergunta 27 – Max Heindel)
Pergunta: Faço muitas vezes, a mim mesmo, perguntas relacionadas com a ascensão e a descida anual de Cristo em nosso Planeta. Como poderá isso ser feito tão lentamente? Trata-se da Sua radiação ou da descida de Si mesmo? Peço também, por favor, me explicar qual é o Espírito da Terra e quem é Cristo, o Senhor da nossa Terra. São dois Espíritos individuais ou e apenas um?
Resposta: Tudo que é descrito no Conceito Rosacruz do Cosmos é visto sob a ponto de vista dos seres humanos que habitam a Terra. Como o Ego humano possui veículos que vão desde o Espírito Divino até o Corpo Físico, da mesma forma, o Espírito de Cristo possui veículos que vão desde o Mundo de Deus até ao Mundo do Desejo. O Corpo de Desejos é o Seu veículo mais inferior, porque ele pertence à onda de vida dos Arcanjos, que foram “humanos” no Período Solar. Desde que o Cristo Arcanjo uniu-se a Deus, a Sua consciência focalizou-se no Mundo de Deus, o que O levou a dizer: “Eu e Meu Pai somos Um”. Nessa Consciência, Deus o Cristo atua como o Segundo Aspecto de Logos Solar.
Assim como cada onda de vida astrológica atinge certa eficiência espiritual, o Cristo dirige um Raio de Sua Consciência para este Planeta, de modo especial. Assim, tanto como o Planeta seja afetado, podemos dizer que é como se o Cristo visitasse o Planeta em pessoa. Esse é um dos grandes mistérios da consciência espiritual. Não existe uma explicação simples desse mistério.
Uma alegoria tenta uma descrição desse fato, assim:
O ESPÍRITO DA TERRA
O Espírito de Cristo olha para outro Planeta. Cada um deles, por sua vez, reflete a Imagem de Sua Face, da mesma forma que um alquimista observa seus vasos de metal fundido e vê a Sua própria face refletida. Na medida em que o Raio de Consciência dirige-se para cada Planeta, tempo virá em que esse Raio assume a direção deles.
A nossa Terra atingiu esse ponto no tempo em que Cristo apareceu na Terra. O Raio de Cristo entrou na pessoa de Jesus de Nazareth tornando-se visível para a humanidade como um homem entre os homens. A ciência oculta explica esse processo dizendo que o Cristo Arcangélico, realmente, descendo ao Mundo do Desejo do Planeta Terra, reativou a sua forma Arcangélica, que usou quando em estado “humano”, nessa forma Arcangélica. Portanto, tomou conta dos Corpos Etérico (Vital) e Físico (Denso) do homem Jesus, deixando-os por ocasião da sua morte. Essa tomada de posse é descrita como ter sido efetuada no Batismo.
O Espírito Planetário Original da Terra foi um “Raio” ou parte do Logos Original que Max Heindel conta ter sido retirada do nosso Sistema Solar no início da nossa evolução, dirigida por aqueles Grandes Seres a quem designamos como: “O Pai”, “O Filho” e “O Espírito Santo”. Por determinado tempo, neste Período Terrestre, o Planeta Terra foi governado de fora, tal como a criança no útero materno não tem um espírito interno por determinado tempo. A descida do Cristo Arcangélico ao centro da Terra pode ser comparado à descida do Ego encarnante numa criança.
Cada ano, desde então, o Cristo Solar (o Espírito do Cristo Cósmico) emite um Raio de Sua Consciência, para a Terra, do mais alto nível do Mundo do Espírito Divino, baixando em direção ao Centro da Terra. Esse é algo como o focalizador da atenção de um nível para outro, tal como um holofote projeta a sua luz do topo de uma colina em direção ao seu sopé e para todos os pontos da planície até onde possa alcançar, das profundezas dos abismos, às mais obscuras profundidades. Da mesma forma, a luz poderá ascender dos pontos mais profundos e obscuros, subindo dos vales, para os aclives, para finalmente atingir o tôpo da montanha e desaparecer nos céus.
Você compreenderá naturalmente que se trata de uma analogia, porém isso ilustra uma ideia em relação daquilo que acontece. Não é algo no sentido de “lentidão” de tempo, nem de “distância” no sentido de passar através do espaço, mas da focalização de um Raio de Consciência no envoltório terrestre, numa busca exterior, para depois penetrar no mais íntimo da Terra.
Para a concepção humana É COMO SE O RAIO DE CRISTO lentamente descesse e lentamente ascendesse através dos vários níveis. Podemos pensar dessa forma, pois tal é o modo que mais se adapta as nossas concepções, tal como parece que, no horizonte a terra e o céu se encontram. Entretanto, a Consciência de Cristo não é uma ilusão; Ele realmente está aqui conosco.
Atualmente a Terra está regida superiormente pelo Pai, por Cristo e por Jeová. O segundo, Cristo, é o Espírito interno da Terra a cada seis meses do ano. O Espírito Planetário da Terra tinha a cargo a nossa evolução durante os Períodos de Saturno, Solar e Lunar e, provavelmente, a primeira parte do Período Terrestre. Então, esse Espírito, que era um dos Setes Espíritos diante do Trono, retirou-se da participação ativa da direção da evolução da Terra entregando suas almas ao Pai, ao Filho e a Jeová que ainda os guiavam. A fonte autorizada para essa afirmação poderá ser encontrada no capítulo V – Relação do Homem com Deus, no livro: Conceito Rosacruz do Cosmos:
“Pode-se acrescentar que, pelo menos em nosso esquema planetário, as entidades mais avançadas, as que alcançaram um elevado grau de perfeição em evoluções anteriores, assumem, nos primeiros estágios, as funções do Espírito Planetário original e continuam a evolução. O Espírito Planetário original retira-se de toda participação ativa, porém, guia os ‘seus Regentes'”.
De todo o exposto, torna-se claro, então, que, presentemente, o nosso Espírito Terrestre é realmente Cristo. Porém, há outro cujo Ser está velado no mais profundo mistério.
(Revista: Serviço Rosacruz – 09/67 – Fraternidade Rosacruz – SP)
Pergunta: Quando marido e mulher desejam ardentemente filhos e estes não chegam, há algum modo de induzir uma alma do mundo invisível a aceitar o convite desse casal para a reencarnação? Quando as condições de um lar são bastante favoráveis, parece-nos que alguma, dentre as numerosas almas que esperam pela encarnação, acharia essas condições adequadas.
Resposta: Esta é, sem dúvida, uma das situações em que aqueles que poderiam ser pais, negligenciaram essa oportunidade numa vida anterior, ou realmente evitaram ter filhos. No entanto, se não houve esses precedentes, é possível que mais tarde as suas esperanças se realizem. O autor observou o caso de um espírito procurando renascer e que seguia a mãe em perspectiva, sendo informado por alguém, que a conhecera anteriormente, que este Ego já a acompanhava mesmo antes dela se casar. O casamento, no entanto, foi estéril e, recentemente, chegou-nos a notícia do divórcio. É evidente que este Ego, apesar de desejar renascer através da mãe, rejeitava o pai. Às vezes, tomamos conhecimento de certos casamentos que se revelam estéreis, mas quando os cônjuges se separam e mais tarde voltam a casar, ambos se tornam pais, o que demonstra que os dois tinham perfeitas condições físicas para conceber, mas o que faltava realmente era o Ego encarnante. Notemos que, se não houver um Ego procurando renascer através de um casal, os esforços destes serão infrutíferos. Do ponto de vista comum, isso pode não parecer assim, mas prontamente constatamos que, se os constituintes químicos do sêmen e dos óvulos são sempre os mesmos, não há razão para que a união dos sexos seja fecunda certas vezes e estéril outras, se estes forem os únicos fatores. Sabemos que se misturarmos o hidrogênio e o oxigênio nas devidas proporções, sempre obteremos água. Sabemos que a água sempre escorrerá pela colina abaixo, e que as leis da natureza são invariáveis. Assim a menos que houvesse outro fator que não a mistura química do sêmen e dos óvulos, haveria sempre prole. E este fator desconhecido e invisível é o próprio Ego reencarnante – que só se dirige para o lugar que lhe agrada – sem o qual não haveria descendência.
Se a pessoa orar sinceramente para o Anjo Gabriel, que é o embaixador do Regente da Lua na Terra, portanto, um fator primordial na geração dos corpos (vide a Bíblia), é possível que isto lhe traga o resultado desejado. O melhor momento é na segunda-feira, ao nascer do Sol, e no período que vai da Lua Nova à Lua Cheia.
(Livro: Perguntas e Respostas – Vol. I – pergunta 29 – Max Heindel)
Solução dos Problemas da Vida
Pergunta: Qual o princípio da Filosofia Rosacruz considerado de maior valia para ajudar a humanidade a solucionar os problemas da vida?
Resposta: Os dois principais ensinamentos para auxiliar a humanidade e solucionar seus problemas de vida, encontram- se na compreensão da Lei de Causa e Efeito e no conhecimento da Doutrina do Renascimento.
Essas duas leis contêm os princípios vitais que são da mais alta importância para todos. A Lei de Causa e Efeito nos ensina que estamos onde estamos por causa das nossas ações passadas e não porque alguém sejao responsável. Se não gostamos de nosso ambiente de então, podemos, certamente, mudá-lo tão cedo tenhamos aprendido as liçõesque ele contém. A vida não é algo sem esperança. Tãocedo estejamos aptos para um novo ambiente, ele se apresentará. A vida éum processo ativo. Devemos estar amplamente despertos e alertas, prontos a tirar a vantagem em cada oportunidade apresentada e sempre ávidos emaprender as liçõesnela contidas.
O conhecimento da Doutrina do Renascimento nos revela a justiça perfeita do grande plano cósmico. Os nossos hojesão os resultados dos nossos ontem (ou vidas passadas), os nossos amanhãs (vidas futuras) dependem dos nossos hoje. Sempre existem oportunidades à nossa frente. Fizemos de nós aquilo que somos e podemos no devidotempo, fazer de nós mesmos aquilo quegostaríamos de ser.
Podemos, sozinhos, desenvolver as potencialidades doDeus interno. Outros poderão indicar o método, porém, devemos fazer o trabalho uma vez que o renascimento nos oferece repetidas oportunidades. Aqueles que amamos em uma vida não somente encontraremos entre as vidas nos mundos celestes, mas,também quando retornamos a Terra. Ao crescermos na graça, cessaremos de terinimigos, em virtude de nos tornarmos demasiados grandes para abrigar a inimizade. Amaremos sempre, sejamos retribuídos ounão. Basicamente esse amor atrai os outros nos laços de saúde e confiança.
Com o conhecimento dessas duas grandes Leis (de Causa e Efeito e de Renascimento) vamos, gradualmente, aprendendo a solucionar todos os problemas que se nos deparam e a vida se torna uma alegria.
(Revista: Serviço Rosacruz – 11/67 – Fraternidade Rosacruz – SP)
Aspectos Ocultos do Transplante de Coração
PERGUNTA:Com profundo interesse acompanhamos o noticiário sobre transplantes de coração. Gostaríamos de conhecer os fatos ocultos relacionado com essa cirurgia.
RESPOSTA:Antes de tudo vamos considerar o assunto em relação ao que se costuma chamar de “morte”. Na carta nr. 05 aosEstudantes, Max Heindel diz-nos oseguinte: “Quando chega o momento determinante do fim de nossa existência física, o Ego retira-se pela cabeça, levando consigo a Mente, e o Corpo de Desejos”. Ésemelhante ao que costuma fazer todas as noites, durante o sono. Como o Corpo Vital já cumpriu também sua finalidade retira-sejuntamente. Rompe-se então o cordãoprateado que ligava os veículos superiores ao veiculo físico.
Após esse fato surge para o Ego um momento de extrema importância: Uma grande parte do valor da vida passada depende de sua atenção.
No “Conceito Rosacruz do Cosmos” paginas 97 e 98, lemos: “Quando o ser humano se liberta do Corpo Denso, que foi o maior obstáculo ao seu poder espiritual (como as luvas grossas nas mãos do músico, do exemplo citado), o poder espiritual volta-lhe de novo, até certo grau. Podendo ler as imagens do polo negativo do Éter Refletor de seu Corpo Vital, sede da memória subconsciente, toda a suavida lhe passa ante a visão, como um panorama. Os acontecimentos apresentam-se em ordem inversa: em primeiro lugar os incidentes do dia que precedeu a morte e, assim, seguem para trás através da velhice, maturidade. juventude, meninice e infância. Tudo érevisto, o ser humanopermanece como expectador ante esse panorama daVida passada. As cenas passam, vão se imprimindo nos veículos superiores, mas como o Ego se encontra ainda na Região Etérica do Mundo Físico está impassível diante dela. O sentimento será despertado na hora de entrar no Mundo do Desejo, do sentimento e da emoção. Estepanorama dura entre umas quantas horas até vários dias. Depende da capacidade que a pessoa tenha de concentrar-se e de manter-se desperta. E desde que as experiências purgatoriais, a assimilação das experiências e o crescimento da consciência, dependem da nitidez destas cenas impressas nos veículos superiores, é muito importante que o morto não seja perturbado durante esta gravação (até três dias e meio após a morte). Autópsias, choros e lamentações em torno do corpo; remoções, etc., sãofatores que se devem evitar.
Continua Max Heindel: a ciência material reconhece que dentro do próprio coração se encontra opoder que o faz funcionar. O ocultista-cientifico percebe um espaço no ventrículo esquerdo, próximo ao ápice. Ali se encontra um pequeno átomo, chamado átomo-semente ou permanente. A força que existe nesse átomo, bem como em todos os outros átomos, nada mais é do que Vida indiferenciada de Deus. Sem esta força omineral não poderia materializar-se em cristal. Igualmente a planta, o animal e a humanidade estariam impossibilitados, sem ela, de formarem o próprio corpo.
A forçaexistente nesse átomo-semente éque movimenta o coração, dando vida ao organismo. Todos os demais átomos do como vibram no tom desse átomo especial. Suas forças estão imanentes em todo Corpo Denso possuído por um Ego particular que por seu intermédio age. Neste átomo, que poderíamos chamar “O livrinho de Deus”, imprimem-se todas as experiências de um determinado Ego, até as mais delicadas. Nele também se encontra o arquivo de todas as experiências em vidas passadas (Mente Supra consciente).
Ocordão prateado passa pela raiz do nariz desce ao grande vórtice do fígado, passa pelo plexo solar e termina no átomo-semente situado no coração, ligando o Ego aos seus veículos Mental, Emocional, Etérico e Denso. Quando a vida material está chegando naturalmente ao fim, as forças do átomo-semente desligam-se, saindo do corpo através do nervo pneumogástrico, através das comissuras dos ossos parietais e occipital. Percorrem o trajeto do cordão prateado e acompanham os veículos superiores que acompanham o Ego. Esta ruptura no coração determina a morte física, porém, a conexão do cordão prateado, em alguns casos, só se desfaz depois de vários dias.
O Corpo Vital é o veiculo da percepção sensorial. Permanece com o Corpo de Desejos e o cordão prateado quando se libertam do corpo físico. Evidentemente, até que o cordão prateado se desligue, continuará gravando as sensações experimentadas pelo Ego quando o Corpo Denso for perturbado. Em consequência, toda cautela é pouca para não causar sofrimentos e incomodar o Espírito que se está desligando.
No caso de transplantes de um coração, como a cirurgia é realizada logo após a morte do doador, haverá interferência no processo panorâmico e sua gravação, pois também este se inicia imediatamente após amorte do corpo físico, ou seja, logo depois da ruptura do cordão prateado que estava ligado ao coração, no átomo-semente. Contudo, embora imperfeitamente devido aos incômodos ocasionados pela intervenção cirúrgica, cremos seja possível continuar o processo panorâmico do doador.
Mas, que sucederá ao átomo-semente do receptor nesse meio tempo? Permanece inerte na contraparte etérica que ali continua, apesar de haver saído o coração denso. O cordão prateado desta pessoa continua em seu lugar e ligado, mesmo que o coração físico tenha sido removido, pois se fosse rompido, o individuo não poderia viver. Em face de tal situação, surge a pergunta: Teriam os Seres angelicais e seus auxiliares transferido o átomo-semente do receptor para o ápice do coração do doador? Não há dúvida que isto pode acontecer. Se o receptor vive, quer nos parecer que isto acontece. O destino deste último é uma provável relação em vidas passadas com o doador, poderá constituir elemento importante para o sucesso do transplante. Então, será também este o caso do arquétipo, que supomos ficar sensibilizado por algum tempo com a ocorrência. É um fator a ser considerado.
Há outro ponto a ser lembrado no caso de transplante de órgãos humanos: cada átomo de um corpo pertence peculiarmente ao Espirito que nele habita. A condição de um corpo com seus nervos, órgãos, tecidos, etc., reflete a modo como o Espírito viveu anteriormente na Terra. A recordação fiel de todas as suas experiências está registrada no átomo-semente e este, em cada renascimento atrai matéria para onovo corpo segundo as qualidades pessoais inatas. Se tiver violado as leis de Deus os resultados estarão presentes na estrutura de seus veículos.
Assim, as doenças são atraídas pelo próprio Ego, enraizando-se como uma manifestação de ignorância, e desobediência às leis superiores, podendo ser erradicadas permanentemente com uma transformação interna moral. O transplante de um órgão saudável para substituir o órgão enfermo, pode ser efetuado e em alguns casos poderá prolongar a vida do receptor. Contudo, acreditamos que seja um arquétipo de matéria mental o que determina a extensão da vida, tal como segue: “A Lei de Causa e Efeito” é o árbitro da maneira como a vida transcorre. Ao Ego é dado escolher certas oportunidades de crescimento espiritual em vários momentos de sua vida terrena. Se tais oportunidades forem aproveitadas a vida continuará pautada em reta conduta. Mas se forem negligenciadas, o Ego mergulhará num beco sem saída, onde a vida é terminada pelas Hierarquias Superiores com a destruição do arquétipo.
Assim, podemos dizer que a extensão de uma vida na Terra é determinada antes de nosso renascimento. Mas poderá ser reduzida (se negligenciarmos as oportunidades de avanço) ou excepcionalmente prolongada (quando, ao contrário, vivermos retamente e nos esforcemos em bem aproveitar todas as experiências).
(Traduzido da revista “Rays from the Rose Cross” – publicado na revista: Serviço Rosacruz – 05/68 – Fraternidade Rosacruz – SP)
Pergunta:Conforme as suas afirmações, se o Ego reside no sangue, a prática da transfusão de sangue de uma pessoa sadia para outra doente não se torna perigosa? Isso afeta ou influencia os Egos de alguma forma? Se for assim, como isso acontece?
Resposta: Entre as mais recentes descobertas da ciência temos a hemólise – o fato de que a inoculação de sangue das veias de um animal de espécie superior nas de um de espécie inferior destrói o sangue desse último e provoca a sua morte. Na realidade, o sangue do ser humano injetado nas veias de qualquer animal é fatal. Contudo, de indivíduo para indivíduo, descobriu-se que a transfusão pode se realizar, embora, às vezes, haja efeitos prejudiciais.
Nos tempos antigos, as pessoas casavam com membros da família e o ato de “procurar carne estrangeira” era considerado um sacrilégio. “Quando os filhos de Deus se casavam com as filhas dos homens” (N.R.: Gn 6:1-4), ou seja, quando os súditos de um guia se casavam com membros estranhos à tribo, isso causava grandes distúrbios, pois eram repudiados pelo seu guia e, em seguida, aniquilados. Naquela época, certas qualidades, que agora possuímos, deveriam ser desenvolvidas pela humanidade e mantidas no sangue comum que devia permanecer puro na família ou pequena tribo. Posteriormente, quando o ser humano teve de passar por condições mais materialistas, os casamentos entre as tribos foram recomendados e, daquela época em diante, passou-se a considerar como sacrilégio o casamento entre membros de uma mesma família. Os antigos Vikings não permitiam que ninguém casasse com membros de suas famílias sem que antes passasse pela cerimônia da mescla de sangue, a fim de verificar se a entrada do estrangeiro para a sua família não seria prejudicial. A razão disso era que, em épocas mais remotas, a humanidade não era tão individualizada como é hoje. Os seres humanos estavam mais sob o domínio dos Espíritos de Raça ou de família que residiam em seu sangue, da mesma forma que o Espírito-Grupo dos animais reside no sangue dos animais. Mais tarde, os casamentos entre pessoas de diversas nações libertaram a humanidade daquele jugo e tornaram cada Ego distinto, o único possuidor do seu próprio corpo, sem interferência externa.
A ciência descobriu, ultimamente, que o sangue de pessoas diferentes contém cristais diferentes, de forma que é possível distinguir hoje em dia o sangue de um negro do sangue de um branco. Contudo, chegará o dia em que eles saberão de uma diferença ainda maior, pois da mesma forma que existe uma diferença nos cristais formados pelas diferentes raças, existe também uma distinção nos cristais formados por cada indivíduo individualmente. Não há duas impressões digitais idênticas, e se descobrirá a tempo que o sangue de uma pessoa é diferente do sangue de qualquer outra pessoa. Essa diferença já se tornou evidente para o investigador oculto, e é apenas uma questão de tempo para que a ciência faça a descoberta, pois as características estão se tornando mais marcantes à medida que o ser humano passa a ficar cada vez menos dependente e mais autossuficiente. Esta alteração no sangue é muito importante e, com o passar do tempo, se tornará mais enfática, pois, gerará consequências de grande importância.
Diz-se que a natureza geometriza. Ela é somente o símbolo visível do Deus invisível, e nós fomos criados à Sua imagem e semelhança. Tendo sido feitos à Sua semelhança, estamos também começando a geometrizar, e estamos naturalmente iniciando com a substância sobre a qual nós, os espíritos humanos, os Egos, temos o maior poder, isto é, no nosso sangue.
Quando o sangue flui pelas artérias, que são profundas no corpo, é um gás; mas a perda de calor, que ocorre na região mais próxima da superfície do corpo, leva-o a condensar-se parcialmente, e é nessa substância que o Ego está aprendendo a formar cristais minerais. No Período de Júpiter, aprenderemos a envolvê-los com uma forma baixa de vitalidade e fazê-los sair de nós mesmos como estruturas vegetais. No Período de Vênus seremos capazes de infundir-lhes o fator desejo e torná-los semelhantes aos animais. Finalmente, no Período de Vulcano daremos uma Mente e os governaremos como Espíritos de Raça.
No momento, estamos justamente no princípio dessa individualização do nosso sangue. Atualmente, é possível fazer uma transfusão de sangue de um ser humano para outro, mas está próximo o dia em que isto se tornará impossível. O sangue de um ser humano matará todo aquele que for de um nível inferior, e o sangue de uma pessoa mais evoluída destruirá quem for menos evoluída.
A criança atualmente recebe o suprimento de sangue dos pais, armazenado na glândula Timo para os anos da infância. Chegará a época em que o Ego estará tão individualizado que não poderá atuar com sangue que não seja gerado por ele próprio. O modo atual de procriação terá que ser substituído por outro, quando o Ego poderá criar o seu próprio veículo sem o auxílio dos pais.
(Livro: Perguntas e Respostas – Vol. I – pergunta 43 – Max Heindel)
Pergunta:Teremos contato com amigos de uma vida anterior quando nascermos para uma nova vida terrena?
Resposta:A Lei do Renascimento tem como companheira a Lei de Causa e Efeito. É evidente que deve haver muitas causas geradas por todos nós e que não trarão efeitos nesta vida. Por exemplo, um marido está doente e é cuidado pela esposa com grande abnegação. Surge, obviamente, uma dívida ali e se a doença continuar até o término da vida do esposo, não haverá, nessa vida, oportunidade para a retribuição desses cuidados. Mas, se soubermos quais são as leis da natureza e como funcionam, saberemos que não são anuladas por coisas tão insignificantes como o cessar da vida em certo corpo. Se fraturarmos um membro, ele não estará recuperado no dia seguinte, embora possamos ter dormido à noite inconscientes da nossa lesão. Ao acordarmos, o membro estará praticamente nas mesmas condições do dia anterior. Assim também ocorre com os atos praticados no corpo numa vida. Embora passemos pelo estágio que transcorre entre a morte e um novo nascimento e estejamos agora inconscientes de vidas anteriores, quando iniciamos uma nova vida, a Lei de Associação e as causas geradas numa existência anterior, levar-nos-ão a um novo meio onde encontraremos os nossos velhos amigos e alguns dos inimigos. Conhecemo-los também, embora não os possamos reconhecer diretamente.
Às vezes, encontramos uma pessoa pela primeira vez e sentimo-nos atraídas por ela como se já a tivéssemos conhecido e a quem podemos confiar tudo que possuímos. Isso ocorre quando o espírito interno vê um velho amigo e o reconhece, embora o seu cérebro atual não tenha registro desse fato. Às vezes, encontramos uma pessoa e sentimos que não queremos permanecer em sua companhia. É uma antipatia instintiva embora não existam razões aparentes para esse desafeto. Mas aí há também o reconhecimento por parte do espírito, que se transpõe para o passado e vê um inimigo dos velhos tempos. Deste modo, as nossas antipatias e simpatias instintivas são guiadas por experiências anteriores que, geralmente, mostrarão ser confiáveis à luz de experiências posteriores.
(Livro: Perguntas e Respostas – Vol. I – pergunta 69 – Max Heindel)
Pergunta: O que é Psicocinésia?
Resposta: Nada há na natureza, que permaneça no mesmo estado; ou evolui ou retrocede. Muitas vezes perguntam por que devemos renascer e evoluir constantemente. É uma condição inerente ao Espírito, feito à Imagem e Semelhança do Criador. Como semente, ele deve germinar, crescer, frutificar até atingir a estatura da Árvore Mãe. Diríamos que o Espírito evoluinte é como o alpinista do romance “The White Tower”. Perguntaram-lhe “porque insistia em subir ao pico de uma montanha onde homem algum havia atingido ainda”. Respondeu: “Porque Ele está lá – à minha espera“.
No desenvolvimento do sexto sentido, previsto para a Era de Aquário, Psicocinésia é o domínio da natureza superior sobre a matéria. Decompondo a palavra, teremos: “psico” que se refere à alma, e “cinésia”, do grego “kinesis“, significando movimento; quer dizer, moção anímica, atividade anímica pela qual exercemos domínio sobre a matéria. Há muitos anos um grande industrial me surpreendeu com esta declaração: “Se realmente viermos, a saber, como utilizar a força do Espírito Humano – e apontou para um cinzeiro sobre a mesa – poderemos, provavelmente, mover este cinzeiro, empregando apenas, habilmente, a força espiritual”. Acho, hoje, que ele disse pouco, ao pensar nos enormes blocos de pedra assentados e ajustados com perfeição nas pirâmides, em tempo que os seres humanos possuíam poder interno e não tinham máquinas. E mesmo com as máquinas de hoje não poderiam erguer e colocar aqueles blocos tão pesados. Pensei nas gigantescas estátuas de pedra da Ilha de Páscoa. O ocultismo explica muito bem isto. Já possuímos o poder modelador da palavra na Época Lemúrica e início da Época Atlante: com ele modelávamos a flora e a fauna. E está prometido que um dia usaremos a Palavra Criadora- a palavra perdida – além de outros poderes sobre a matéria, conforme diz no Evangelho de Mateus, Cap. 17-20: “Eu lhes asseguro que se vocês tiverem fé do tamanho de um grão de mostarda, poderão dizer a este monte: ‘Vá daqui para lá’, e ele irá”. São muitas as citações encontradas na Bíblia. Mesmo fora do campo religioso encontramos expressiva coleção de fatos: iogues que permanecem vivos vários dias, enterrados ou mergulhados na água; a eliminação de verrugas e outras intumescências da pele, sem recorrer a meios físicos. Há também os casos de bruxarias e de baixo nível religioso, que trabalham com os elementares na levitação de objetos, arremesso de pedras, provocação de chuvas, relógios que param ou se quebram, como sinal de que alguém morreu; a sugestão sobre o corpo, etc.
A Parapsicologia tratou com muito interesse deste assunto, fazendo experiências com dados especiais e cercando as provas de todas as cautelas, sujeitando as pessoas a restrições incomuns.
Pois bem, apesar de usarem meios mecânicos e restringirem a ação das pessoas, limitando os lances a meras induções mentais, notou-se que “algo mais”, além do movimento das máquinas de lançar dados, influía na queda e posição dos dados. Isto revelava a influência de “algo” material sobre eles. Passaram, então, a investigar se essa influência era cerebral ou um processo mental, não físico. Provou-se que a massa, o número e a forma não eram fatores determinantes nos testes de psicocinésia. Como bem disse o Dr. Rhine, em poucas palavras “Quase não resta dúvida de que a psicocinésia não é de origem física”.
Qual a explicação ocultista para o fato?
Como disse Max Heindel:” para toda ação há um agente”. O poder mental, o desejo fortemente concentrado, submete elementais à vontade humana e logra agir sobre a matéria dos mais variados modos. Os elementais são físicos, embora invisíveis ao ser humano comum. Seus corpos são etéricos. Mas, note-se bem, isto não é espiritualidade; é mera ação física envolvendo emoção e pensamento. Espiritualidade é cultivo do Espírito, através de reforma de caráter. Todavia, fazemos concessões a tais experiências. Tudo o que existe é necessário, é efeito provocado pelo materialismo, é recurso para, apouco e pouco, levar as pessoas a atividades espirituais, convencidas que estejam da existência de coisas extraterrenas.
Em 1882, num protesto isolado contra a indiferença geral e materialismo da época, um grupo de eruditos fundou em Londres a “Sociedade Inglesa de Pesquisas Psíquicas”, com o objetivo de investigar tudo o que se relacionasse com a telepatia (transmissão do pensamento do espírito, sem emprego dos sentidos); telestesia (clarividência); assuntos mesméricos (magnetismo); previsão (profecia ou previsão de um acontecimento futuro sem a força do raciocínio); psicocinésia (domínio da natureza superior sobre o corpo); enfim, para estudar e compor uma ciência das manifestações que transcendem os princípios conhecidos. Por isso, a esse conjunto de pesquisas deram o nome de Parapsicologia, que quer dizer: “além da psicologia”. Em outros países, cientistas fortemente interessados nesses estudos imitaram o exemplo da Inglaterra. Nos U.S.A., em 1930, o homem que agora aparece como o incontestável guia nesse setor; J.B. Rhine, lançou um ataque em grande escala, com três outros membros da seção de Psicologia da Universidade de Duke. Era a primeira vez, na história que um grupo de membros do corpo docente de uma universidade se arriscava a um trabalho pioneiro de tanta crítica.
Entrementes, a literatura, nesse campo, começou a aumentar. Estudiosos de vários países passaram a contribuir com livros e relatórios.
Experiências comprovadoras foram meticulosamente levadas a efeito em inúmeras universidades, inclusive as de Bonn, na Alemanha; de Cambridge, Oxford e Londres e em muitas escolas norte-americanas. Por volta de 1940 o professor Thouless, de Cambridge, declarava: “Deve-se considerar provada a realidade dos fenômenos com a mesma segurança que se tem das provas feitas com outras experiências científicas”. Em 1954 o Dr. Raynor C. Johson, um físico, escreveu: “É uma questão das mais profundas e da mais considerável importância poder agora afirmar que a telepatia, a clarividência e a previsão constituem, inegavelmente, fatos incontestáveis, cuja prova merece fé e está tão bem estabelecida quanto às leis básicas da física e da química. O Dr. Rhine e o Laboratório de Parapsicologia de Duke, USA, como resultado de milhares de experiências controladas, pelo método de “cartas”, tem provado que a telepatia e clarividência, representam, hoje em dia, uma realidade.
A dificuldade que os parapsicologistas tiveram de enfrentar foi a de determinar se os fenômenos de telepatia e de clarividência eram físicos ou suprafísicos. Se a percepção extra-sensorial fosse puramente física, então o espírito seria estritamente mecânico e nesse caso o fator distância (espaço) teria certo efeito mensurável na ocorrência. Mas, as experiências posteriores provaram conclusivamente que a distância não mostra efeito algum sobre uma demonstração de percepção extra-sensorial. Isto os levou à conclusão que há muito que considerar impossível: o espírito é capaz de ultrapassar o tempo e o espaço, porque é superior a condições físicas interdependentes.
Pensamos que seria útil aos nossos estudantes conhecer as principais experiências catalogadas nas principais obras da matéria e assim dispor, como conhecimento geral, meios de confirmação científica do que estudam na filosofia – essas verdades básicas expostas na literatura oculta, desde vários milênios e que agora irrompem sob a casca de materialismo, enfeitados com nomes científicos. Isso é previsto por muitos. Antes de sua morte, ocorrida em 1923, o formidável matemático e engenheiro eletricista Charles Steinmetz, anunciou ao mundo que a ciência, quando voltasse finalmente para as descobertas do espírito, haveria de ter um progresso maior, em cinquenta anos, do que o que tivera em toda a sua história passada. Se este grande gênio estivesse vivo, provavelmente concordaria em que o gongo finalmente soou. O meio século decisivo já está em plena marcha.
(Revista Rosacruz – 04/72)