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PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Pergunta: Aqueles que se retiraram da vida terrena ficam vigiando e protegendo os que ficaram? Por exemplo, cuidarão as mães dos seus filhos pequenos ou até dos maiores?

Pergunta: Aqueles que se retiraram da vida terrena ficam vigiando e protegendo os que ficaram? Por exemplo, cuidarão as mães dos seus filhos pequenos ou até dos maiores?

Resposta: Sim, muitas vezes, uma mãe recentemente falecida zelará pelos seus filhinhos durante um longo tempo, e registraram-se casos em que os salvaram de perigos. Embora não soubessem conscientemente como se materializar, o amor pelos pequeninos e uma intensa preocupação pela sua segurança as levaram a atrair para si o material para que pudessem ser vistas pelos filhos. Aqueles que chamamos de mortos, geralmente, não se afastam da casa onde viveram, senão algum tempo depois de ter ocorrido o funeral.

Permanecem nos aposentos familiares e se movimentam ao nosso redor, embora invisíveis para nós. Naturalmente, quando chega o momento em que devem ir para o Primeiro Céu, não permanecem mais nas nossas casas, mas a visita frequentemente.

Quando entram no Segundo Céu, não têm mais consciência dessa esfera física, no sentido de terem tidos lares, amigos ou parentes. Devem ser considerados mais como forças da natureza, enquanto estão no Segundo Céu, pois trabalham sobre a Terra e a humanidade, da mesma maneira que as forças da natureza não tomam a forma humana. Portanto, é perfeitamente natural que velem por seus queridos por muito tempo após terem morrido.

Algumas vezes, pessoas que presenciaram a morte de uma pessoa, cujos filhos haviam falecido alguns anos antes, verificaram que, no momento da morte, ela via os filhos à sua volta e exclamava: “Ora, aqui está o Johnny, e como cresceu”, e assim por diante.

As pessoas presentes podem julgar que seja uma alucinação, mas não é. Observa-se que certo fenômeno sempre acompanha aquelas visões, isto é, quando uma pessoa desencarna sente se aproximar e cair uma escuridão sobre ela. Muitas pessoas morrem sem rever novamente o Mundo Físico. Essa é a mudança das nossas leves vibrações para as vibrações do Mundo do Desejo, que é semelhante à escuridão que se estendeu sobre a Terra por ocasião da crucificação. No entanto, com outras pessoas acontece que a escuridão se dissipa após um momento e, em seguida, a pessoa se torna Clarividente, vendo tanto o Mundo Físico como o Mundo do Desejo. Nesse momento, naturalmente, aparecem aos entes queridos que foram atraídos por sua morte, a qual corresponde a um nascimento no mundo espiritual. Podemos dizer que os nossos entes queridos se interessam pelo nosso bem-estar por um longo período após terem morrido.

Contudo, devemos lembrar que não há poder transformador na morte; que ela não lhes acrescenta qualquer habilidade especial para cuidar de nós, não influenciará realmente nos nossos problemas, de forma que não seria muito correto considerá-los os nossos “anjos guardiões”. São meros espectadores interessados, com exceção de alguns poucos casos específicos em que um amor intenso os capacita a nos dar algum ligeiro auxílio, em caso de grande necessidade. Esse auxílio, no entanto, nunca seria usado para nos enriquecer ou qualquer coisa desse gênero, mas uma forma de nos avisar de algum perigo ou algo parecido.

(Pergunta nº 64 do Livro: Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas – Vol. I – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz)

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A Ciência e o Amor: postura do aspirante e estudioso da Filosofia Rosacruz

A Ciência e o Amor: postura do aspirante e estudioso da Filosofia Rosacruz

É um fato notável, o de que a técnica e a ciência evoluíram muito, desde meados do século passado, mas o desenvolvimento moral e a força equilibradora do amor não seguiram paralelamente, ficou muito para trás. Com isto, o ser humano recebe recursos materiais, conforto de toda ordem, mas, carecendo de base moral para usar dignamente essas coisas, passa a ser prejudicado por elas. No fundo é esse desequilíbrio que lhe faz mal.

Sendo um ser complexo de espírito, alma e veículos (mental, emocional, etérico e físico), tem que ser atendido globalmente em suas necessidades. O materialismo não leva em conta os fatores extras físicos e daí verificamos que a ilustração apenas, o conhecimento cientifico, será os valores éticos superiores e o conhecimento do ser humano interno, não podem proporcionar-lhe o equilíbrio e felicidade de que prescinde neste mundo. Sabemos de muitos sábios, porém, quantos santos conhecemos?

E quantos seres humanos ocultos se roem na infelicidade e na doença, desconhecendo quase completamente as causas reais de seu desequilíbrio, que provêm da carência moral?
A ciência e a técnica têm se caracterizado pela violência, pela agressividade aos direitos humanos mais sagrados. Elas estabeleceram uma ordem de coisas em que o HOMEM, o Filho de Deus, feito a imagem e semelhança do Criador, herdeiro de todas as promessas bíblicas, foi convertido à força num ACESSÓRIO da máquina, num produtor de lucros, ainda escravo de injustiças sociais. Os Papas da igreja enxergaram e se preocuparam com este estado de coisas; Leão XIII com sua encíclica “RERUM NOVARUM” e João XXIII com suas “PACEM IN TERRIS” e “MATER ET MAGISTRA” lançaram dramático apelo às forças materialistas escravizadoras do ser humano e das nações subdesenvolvidas. E a luta pelo direito humano real e estabelecimento de uma sociedade democrática contínua. Lentamente, nos centros mais despertados, como na cidade de São Paulo, os seres humanos vão tratando de conhecer a tão desprezada e útil disciplina das RELAÇÕES HUMANAS e da FILOSOFIA DA DISCUSSÃO, para chegar ao entendimento do “AMAI-VOS UNS AOS OUTROS”, após 2.000 anos de lutas e conflitos. Então chegam a compreender a frase de Cristo: “Não vim trazer a paz, senão a espada”.

Os Irmãos Maiores da Rosacruz, vigilantes da evolução humana, perceberam nos Mundos Invisíveis o reflexo antecipado dessa onda de materialismo. E para contrabalançar essa influência desmoralizadora, têm difundido muitos ensinamentos ocultos. No início deste século, por intermédio de Max Heindel – o iluminado mensageiro, iniciado capaz, místico e ocultista – fundaram a Fraternidade Rosacruz com esse fim: preparar cada Aspirante a conhecer devidamente as leis que regem o mundo e o ser humano para, através de seu exemplo e ação em todas as esferas, possa neutralizar a onda materialista; para que eduque seus filhos e oriente sua família e, dentro do respeito ao livre arbítrio, se capacite a influir beneficamente no sentido de fazer compreender a obra de Deus no mundo e vislumbrar Sua Sabedoria em nosso plano evolutivo. Pensou-se que oferecendo esses conhecimentos e educando os poucos que os recebessem, seria possível contrabalancear o materialismo, pelo menos as almas que se acham mais atinadas e que, sem essa ajuda, poderiam ver mui retardada sua evolução, com a influência material.

Com efeito, a base que nossos filhos recebem nas escolas e faculdades é quase sempre materialista, pretensiosa e irreverentemente materialista. A menos que tenhamos conquistado, pelo respeito, nossos filhos, desde pequenos, e passamos neles influir após a puberdade, os efeitos daquela orientação causarão prejuízos maiores ou menores, segundos suas tendências. Quando conseguirão os especialistas, organizados, constituir faculdades reconhecidas em que se ensinem a religião, a arte e a ciência em bases realmente condizentes com as verdades cósmicas, observadas nos mundos superiores? Hão de vir com a aproximação de Aquário.

O certo é que, tendo negado tanto tempo a espiritualidade, muita gerações se ressentem de equilíbrio quando, pela morte se vem privado do Corpo Denso e percebem que continuam existindo, mais conscientes do que antes. E a tuberculose, que tanto grassou entre nós, é uma das causas de crenças materialistas em vidas anteriores.

Como Aspirantes sinceros e estudiosos da Filosofia Rosacruz, temos o dever de andar a par das coisas aí fora, embora sugerimos a conduta apolítica; de incentivar e apoiar o estudo das relações humanas, porque sempre se fundam em bases cristãs; de ler e estudar a psicologia profunda, que encaminha o conhecimento humano para rumos acertados; e, sobretudo, de agirmos como verdadeiros cristãos, coerentemente, em nossas esferas de ação, porque a prática é que demonstra o que entendemos e constitui a mudança, porém, convincente argumentação do que desejamos testificar.

(Revista: Serviço Rosacruz – 03/65 – Fraternidade Rosacruz – SP)

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Renovação: porque devemos nos transformar em novos seres humanos, em novidade de Espírito?

RENOVAÇÃO: porque devemos nos transformar em novos seres humanos, em novidade de Espírito?

 

Renovação é um termo muito empregado na atualidade. Exprime, talvez, o objetivo das lutas que observamos quotidianamente na arena do mundo. À palavra renovação associamos, intuitivamente, outro vocábulo: adaptação. A adaptabilidade é um fator favorável a qualquer tipo de mudança. O ser humano, as estruturas sociais, políticas ou religiosas não podem renovar-se sem a existência dessa faculdade que permite um ajustamento harmonioso as novas condições.
Não podemos negar ou ignorar as transformações que atualmente vem se operando no mundo.

Uma força irresistível impele a humanidade para novos rumos. É o curso natural da evolução. Na natureza tudo progride lenta, mas, seguramente. A inércia inexiste. Contudo, na atualidade esse avanço parece processar-se num ritmo bem acelerado.

Analisando, detida e acuradamente tal fato, parece-nos encontrar-se a humanidade atravessando uma fase de transição para uma nova era. Transformações profundas se avizinham. Isto dá margem a esse clima de insegurança e incerteza observado nos dias de hoje. Alguns conseguem entrosarem-se com facilidade às inovações; outros, porém, preferem conservarem-se refratários a quaisquer movimentos que visem revolucionar o “status quo” vigente. Deparamos, então, com um conflito entre duas facções: os conservadores, representantes das velhas estruturas; e os jovens, desejosos de erigir um novo mundo. Lamentamos o fato destas duas facções permanecerem extremamente radicais e intransigentes em seus objetivos. Eis porque surgem lutas, às vezes, marcadas por derramamento de sangue. Eis porque o diálogo entre velhos e moços, mestres e alunos, pais e filhos, geralmente, resulta em fracasso. Uma facção não reconhece os méritos do outro. Não aceitam um intercâmbio de valores. Há um terceiro caminho conciliador, porém, uma minoria procura trilhá-lo. Os jovens levados pelo seu entusiasmo refutam em utilizar as experiências e o cabedal de conhecimento do polo contrário, como base para as transformações pretendidas. Desejam prescindir de algo que eles mesmos conquistaram em vidas passadas. É impossível fugir dessa realidade. No ímpeto de ganhar terreno tendem, muitas vezes, para a violência. Convenhamos: sobre a violência ninguém edifica coisa alguma, a não ser ódio, misérias e ressentimentos.

Por outro lado, lamentamos profundamente a atitude dos conservadores, pela sua teimosia intransigente em não aceitar a verdade de que tudo na vida é suscetível de uma transformação para melhor. Tudo pode e deve ser aprimorado. Aquilo que não se renova acaba por cristalizar-se, perdendo sua utilidade. Inadaptar-se às novas condições é comodismo, é inercia, é apego a uma rotina agradável, porém sumamente prejudicial. Somos Espíritos, e como tal encontramo-nos acima de estruturas, de formalismos de tradições e convenções. Não devemos nos apegar a ninguém e a nada, a não ser a um ideal elevado que gradativamente nos leve a perfeição.

Pitágoras, de certo modo, tinha razão ao afirmar em seus famosos “Versos Áureos” que “o bem consiste, muitas vezes, no meio termo”. Como aspirantes à vida superior e estudantes de uma profunda filosofia, compreendemos a necessidade de conservarmo-nos sempre dispostos a aceitar todas as inovações edificantes. Não vacilemos em substituir o antigo pelo novo desde que seja para melhorar. Porém, é mister darmos o devido valor àquilo que foi construído no passado, pois constitui-se na base para as conquistas presentes, como estas refletir-se-ão no futuro.

A renovação externa constitui uma necessidade, contudo, encontra-se fundamentada na renovação interna. Jamais uma comunidade sofrerá uma benéfica transformação, se os membros que a compõem não se renovarem internamente. Se não cultivarem as virtudes cristãs, se não aprimorarem o seu caráter, se não agirem como verdadeiros alquimistas, “transformando os metais impuros em ouro”, todas as suas realizações externas levarão a marca de suas imperfeiçoes. Tão somente construirão castelos sobre a areia.

O objetivo primordial de cada um de nós deve ser, antes de tudo, renovar-se internamente. Transformemo-nos, pois em novos seres humanos, em novidade de Espírito.

(Revista: Serviço Rosacruz – 11/68 – Fraternidade Rosacruz – SP)

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A Importância da Conquista de Si Mesmo para a sua Vida

A Importância da Conquista de Si Mesmo para a sua Vida

“O domínio próprio desenvolve o valor, atrai bons amigos, causa excelente impressão nos demais, abre as portas a uma posição melhor e proporciona profundas e duradouras satisfações”.

Antes de lançar-se na conquista da vida você deve conquistar-se a si mesmo, porque o que a si mesmo não se governa, é-lhe impossível governar bem aos outros. Todo aquele que deseja dirigir os outros, aprenda antes a dirigir-se a si mesmo e a dominar seus impulsos e paixões.
Pode ser que você diga: “Sou assim mesmo, não posso evitar, não posso dominar-me; o meu temperamento, é mais forte do que eu”. Mas olhe amigo; se o domador, na presença da fera que ruge, arrazoasse da mesma maneira, por certo que não se sairia bem. Mas não tema a sorte dele: ele não arrazoa assim, porém, armado de chicote e revólver, com astúcia e com guloseimas, consegue dominar a fera. Se o ser humano tem conseguido dominar as feras, não poderá subjugar sua própria natureza?

Sim, você pode e deve aprender a arte de modificar seu temperamento, herdado ou adquirido, e dobrar suas inclinações mórbidas a vontade soberana.

Vença-se a si mesmo. O verdadeiro governo de si mesmo conta com duas partes: a positiva ou impulso e a negativa ou domínio, que mutuamente se completam. Impulsione sua natureza indolente a fazer com denodo o seu dever e prenda sua natureza vulcânica, evitando com energia o que não deve fazer.

Na subida faz falta uma vontade que empurre; na descida, uma vontade que segure. Há necessidade de empregar o poder do arranque e da sujeição, segundo convenha empregar o motor ou os freios. Devem-se empregar sentimentos poderosos e, às vezes, exercer um forte domínio sobre os mesmos.

Poucas são as pessoas que possuem tal domínio próprio. É penoso comprovar-se diariamente este fato, sobretudo achando-se este poder ao alcance de qualquer pessoa normal. Por que você não o adquire? Se o conseguir, porá à sua disposição uma força maravilhosa.

O domínio próprio “lubrifica” todo o sistema nervoso, desenvolve o valor, atrai bons amigos, causa excelente impressão nos demais, abre as portas a uma posição melhor e proporciona profundas e duradouras satisfações.

Quando você praticar os conselhos que vem a seguir, será mais apreciado por seus chefes, os subordinados lhe obedecerão melhor e será mais respeitado por todos. O domínio de si mesmo é a maior conquista que você pode conseguir. Somente possui a verdadeira grandeza quem possui o domínio de si mesmo. O domínio próprio fará de você um ser superior.

(Revista: Serviço Rosacruz – 05/68 – Fraternidade Rosacruz – SP)

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Pergunta: O que é a Memória? Tem alguma relação com a imaginação?

Pergunta: o que é a Memória? Tem alguma relação com a imaginação?


Resposta: A Memória tem, na sua essência, três aspectos: Consciente, Subconsciente e Supra-Consciente.

A Memória Consciente consiste das impressões de nossos sentidos que são inscritas no Éter Refletor do Corpo Vital através da atividade da Mente e da criação das formas de pensamento. Estas se refluem para dentro da Mente sempre que o registro etérico é vitalizado por alguma associação de ideias, causando, por esse meio, o fenômeno conhecido como Memória Consciente.

A Memória Subconsciente tem a sua existência duma forma completamente diferente e está fora de nosso controle, presentemente.
O Éter contido no ar que respiramos leva consigo imagens detalhadas e precisas de tudo que nos rodeia, não só das coisas materiais, mas também das condições existentes em cada momento dentro de nossa aura. Estas imagens são gravadas nos átomos negativos do Corpo Vital e constituem o que se chama a Memória Subconsciente.

A Memória Supra-Consciente é o depósito de todas as faculdades adquiridas e de todo o conhecimento obtido nas vidas anteriores e na vida presente. A gravação da memória Supra-Consciente está indelevelmente inscrita no Espírito de Vida. Manifesta-se normalmente, embora não em toda a sua amplitude, como consciência e caráter.

A imaginação é a força criativa mental-formativa que cria imagens. É o poder de visualização que cria as formas-pensamento de acordo com as ideias projetadas na Mente Consciente pelo Espírito. É de natureza feminina e unida as forças da Lua, que são ativas na construção das formas.

(P&R da Revista Serviço Rosacruz mar/78 – Fraternidade Rosacruz SP)

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Pergunta: Por que as crianças morrem?

Pergunta: Por que as crianças morrem?

Resposta: Há várias causas para a morte de crianças. Apresentaremos as principais.

Quando um Ego volta à vida terrena, dirige-se a uma determinada família porque aí poderá obter o ambiente previsto para o seu desenvolvimento, podendo liquidar parte do destino gerado em existências anteriores. Mas, quando os pais fazem alterações radicais em suas vidas e o Ego não mais consegue adquirir aí essa experiência, ou liquidar esse destino, é retirado e enviado para outro lugar onde possa conseguir as condições propícias para o seu crescimento nesse determinado momento. Ou, poderá ser afastado por pouco tempo e renascer na mesma família, quando essas condições forem mais adequadas para esse progresso. Porém, existe outra causa responsável pela mortalidade infantil. Situa-se numa época bem mais remota, isto é, em vidas anteriores. Para podermos entender essa causa, é necessário saber algo a respeito do que ocorre no momento e imediatamente após a morte.

Quando um Ego abandona seu veículo denso, leva consigo o Corpo de Desejos, o Corpo Vital e a Mente. No Corpo Vital, naquele momento, contém as imagens da vida passada, que foram gravadas no Corpo de Desejos, e que lhe são mostradas durante os três dias e meio que se seguem imediatamente à morte. O Corpo de Desejos torna-se, então, o árbitro do destino do Ego no Purgatório e no Primeiro Céu. Os sofrimentos causados pelo expurgo do mal e a alegria sentida pela contemplação do bem praticado durante a vida são transferidos para a próxima vida como consciência. Ela impedirá o Ego de repetir os erros de vidas passadas e o estimulará a praticar o bem que lhe proporcionou imensa alegria na vida anterior.

Quando os parentes mais próximos da pessoa agonizante (N.R.: ou mesmo quaisquer pessoas), presentes em no ambiente onde está o Corpo do Ego, irrompem em lamentações histéricas no momento do desenlace, e continuam assim por alguns dias mais, perturbam o Ego, em um momento que está ainda em contato muito íntimo com o Mundo Físico. O sofrimento dos entes queridos prejudica sensivelmente esse momento, fazendo com que ele não seja capaz de concentrar firmemente sua atenção na contemplação da vida passada.

A gravação impressa no Corpo de Desejos não será tão profunda quanto deveria ser, se o Ego, ao passar por tal processo, fosse deixado em paz sem ser perturbado. Consequentemente, os sofrimentos no Purgatório não serão tão intensos, nem as alegrias no Primeiro Céu seriam tão confortantes como deveriam ser. Por isso, ao retornar à vida terrena, o Ego terá perdido certa parte da experiência da vida anterior. A voz da consciência não se fará ouvir com a intensidade necessária, quando o Ego é perturbado pelas lamentações dos familiares e amigos. Para compensar essa falta, o Ego é, geralmente, levado a renascer entre os mesmos amigos que o prantearam, e deles é retirado quando na infância. E levado para o Mundo do Desejo. Naturalmente, uma criancinha não terá cometido quaisquer pecados que necessitem ser expurgados, e, desta forma, o seu Corpo de Desejos e a sua Mente permanecem intactos. Vai diretamente para o Primeiro Céu, esperando a oportunidade de um novo renascimento. Esse tempo de espera serve para instruir o Ego diretamente sobre o efeito das diferentes emoções, tanto as boas como as más. Frequentemente, um parente o encontra e toma conta dele, tendo a incumbência de ensinar-lhe aquilo que perdeu devido às lamentações ocorridas. Também pode ser instruído por outros. Em todo caso, a perda é mais do que compensada, pois quando a criança retorna a um segundo nascimento, terá alcançado um crescimento moral tão pleno quanto o teria sob circunstâncias normais, se não tivesse havido lamentações no momento de sua passagem.

(Livro: Perguntas e Respostas – Vol. I – pergunta 51 – Max Heindel)

 

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Uma Análise do Simbolismo dos Mitos

Uma Análise do Simbolismo dos Mitos


Ao contemplar o progresso da humanidade, encontramos sempre uma tendência pesquisadora que aparece através das idades. Esta tendência é uma busca do Espírito Humano em prol daquilo que, de novo, una o ser humano com seu Pai Celestial. Depois da época que designamos como “a queda do homem”, este instintivamente compreendeu que se estava afastando de seu Criador. Ele mesmo se ausentou de sua fonte até que o anelo de retornar se tornou tão grande que corrigiu seus erros e tomou coragem para retornar a seu Pai Celestial. Esta é a história relatada por Cristo a Seus seguidores sob a forma do Filho Pródigo, que nos narra São Lucas em seu Evangelho.

Nosso presente caminhar de esforço espiritual é determinado por nossas existências passadas, pelo menos em certa medida, e, se desejamos obter uma perspectiva verdadeira de nossos objetivos presentes, devemos familiarizar-nos com os registros dos acontecimentos do passado. As lendas de um povo são importantes em relação a isto. Essas lendas chegam até às origens de nossa consciência e, portanto, estão profundamente submergidas nos corações dos seres humanos. Quando só uma pequena parte da humanidade podia ler, a sabedoria tinha de ser transmitida de uma geração a outra por meio da palavra. Os oradores e cantores iam de cidade em cidade, levando ao povo as notícias dos acontecimentos do dia anterior. Depois, cantavam seus velhos contos e lendas. Isto geralmente tinha lugar nas praças das aldeias, após finalizarem os labores do dia.

Estas lendas, repetidas em forma de canção e de contos através dos anos, foram finalmente escritas para serem legadas à posteridade. Cada nação possui seu próprio acervo destas tradições, que datam de remota antiguidade. Algumas destas lendas foram, sem dúvida, transmitidas a humanidade por seres avançados que, assim, ajudavam-na a despertar a uma consciência superior e maior, dentro do plano de Deus para a evolução do ser humano.
É uma ideia errônea pensar que um mito seja uma ficção criada pela fantasia humana, sem nenhum fundamento de realidade. Pelo contrário, um mito é uma área que contém, às vezes, as mais profundas e preciosas joias da verdade espiritual, pérolas de beleza tão rara e etérea que não podem ser expostas ao intelecto material. Com o fim de resguardá-las e, ao mesmo tempo, deixar que atuassem sobre a humanidade para sua ascensão espiritual, os Grandes Instrutores que guiaram nossa evolução, invisíveis, mas poderosos, deram estas verdades espirituais à nascente humanidade envoltas no pitoresco simbolismo dos mitos, para que pudessem atuar sobre seus sentimentos até o instante em que seu nascente intelecto se tivesse desenvolvido e espiritualizado suficientemente a ponto de, ao mesmo tempo, sentir e conhecer.

A lenda do Santo Graal é uma destas antigas narrativas, assim como as histórias dos Cavalheiros da Távola Redonda. Nossos Ensinamentos nos dizem que alguns desses Cavalheiros foram Iniciados das Escolas de Mistérios que, então, prevaleciam na Europa. Também nos informam que antigamente, durante as assim chamadas Idades Negras (Idade Média), Jesus trabalhou com as Escolas Esotéricas da Irlanda e do norte da Rússia num esforço para difundir, entre os seres humanos, o impulso espiritual. Conta-nos a lenda como os Cavalheiros do Santo Graal guardavam o Cálice do Graal, o cálice utilizado por Cristo Jesus, na Última Ceia. Mais tarde receberam também em custódia a lança que atravessou Seu flanco na Crucificação, quando se consumou a missão para a qual veio a Terra. Estas lendas não podem ser agora demonstradas materialmente, mas são inestimáveis como pontos focais para o Espírito intuitivo em seu esforço por cultivar o lado superior da vida.

James Russel Lowell em seu poema, “A Visão de Sir Launfal”, nos conta a lenda de um dos Cavaleiros que saíram em busca do Santo Graal. Fala-nos com profunda intuição poética da vida de um homem que, depois de muito buscar, aprende por meio da experiência que devemos ser o guardião de nosso irmão. Conclui seu poema com o bem conhecido verso:

 

“A Sagrada Ceia se rememora em verdade naquilo que compartimos na necessidade do próximo;

 

Não o que damos, mas o que compartimos, porque a dádiva sem doador é vazia;
Quem se dá a si mesmo em sua esmola alimenta três: a si mesmo, a seu próximo faminto e a Mim”.

 

Sir Launfal viajou até o fim do mundo para encontrar o Santo Graal, precisamente, na porta de seu próprio castelo. Vemos também que o aspirante a espiritualidade deve ao fim encontrá-la perto de si, em seu próprio coração. Pode ser que isto não se reconheça de momento, porque “ninguém pode reconhecer espiritualmente nos demais até que, em certa medida, a tenha desenvolvido em si mesmo”. Que é a espiritualidade? A ideia de que ela se manifeste somente por meio da oração e da meditação é necessária e essencial para o crescimento da alma; mas quando nossa vida é vivida alegremente no serviço, por amor a humanidade e o fazemos para glória de DEUS, nossa vida inteira se converte em oração.

Cristo Jesus, nosso Guia, andou entre o povo e quando este necessitou de alimento físico alimentou-o. Deu-lhe de Seus ensinamentos e curou os enfermos. No verdadeiro sentido, Ele foi um servidor da humanidade. Quando participamos do Cálice da Comunhão o fazemos em Seu Nome e em memória do serviço que nos prestou.

O Cálice que Cristo Jesus levou aos lábios na última Ceia foi utilizado por José de Arimatéia, na Crucificação para receber o Precioso Sangue de Vida que fluía da ferida do flanco do Salvador. Mais tarde esse Cálice foi dado em custódia aos Anjos e, quando se construiu um castelo – Mont Salvat – um lugar de paz onde toda a vida é sagrada, essa relíquia foi colocada sob a guarda de Cavaleiros castos e santos. Converteu-se, então, no Centro de onde fluem poderosas influências espirituais.

(Revista: Serviço Rosacruz – 08/69 – Fraternidade Rosacruz – SP)

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Pergunta: Como educar crianças “difíceis”?

O seguinte comentário, sobre um problema de educação infantil, é uma ótima ilustração do valor do exemplo na orientação dos filhos. Conforme nos ensinam os “Princípios Rosacrucianos na Educação da Criança”. Foi ele publicado em “Rays from the Rose Cross”, revista oficial de nossa Sede Mundial.

 

Pergunta: Finalmente, este mês, vimos o horóscopo de nossa filha Marjorie, comentado na revista. Estivemos esperando por ele e estamos mais gratos do que possam imaginar. Como sabe, a criança está com três anos e meio de idade. Ela já evidencia uma grande energia a cada explosão temperamental (Sol em Conjunção com Marte e em Quadratura com Urano) a cada tentativa de restrição a sua liberdade. Reage com uma teimosa resistência, tanto mental como física. Como transmutar e canalizar essa energia é nosso problema. Para citar o horóscopo: “Os pais devem começar imediatamente o trabalho de exemplo”. Temos estudado o caso da Marjorie e procurado obter resultados. Ela não corresponde aos nossos carinhos.

Um pouco antes de recebermos o horóscopo comentado pela revista já havíamos decidido que o único recurso seria o castigo corporal. Sei muito bem que a educação pode ser obtida por outros meios. Porém, muitas coisas, que são possíveis na Escola, não são praticáveis no lar. Além disso, nunca tivemos orientação dos métodos educacionais para crianças da idade de Marjorie. Minha esposa tem lido muito a respeito do treinamento infantil, leituras estas que reprovam castigos corporais, mas falham porque não dizem qual o método que poderia substituir esse rigor. Como poderemos conseguir a obediência dela, sem que tenhamos de recorrer à punição física? Nós somos fieis no que lhe dizemos, até nos menores detalhes e ela não esquece, mas nos corresponde com egoísmo. Gostaríamos que o Sr. nos desse um exemplo concreto, uma sugestão a respeito do método a adotar, alguma ideia de como devemos proceder. Muito lhe agradeceríamos, pois queremos, acima de qualquer coisa neste mundo, operar na Marjorie o milagre da transmutação. Embora isto nos entristeça, devemos admitir que a criança é mesmo ingrata e não nos devemos queixar por isso. Mas, honestamente como operar esse milagre, Sr. Heindel?

 

Resposta: Algumas crianças são mais difíceis para se lidar do que outras. Na verdade até nós devemos alegrar com uma criança como a Marjorie. A razão é simples: ela tem espírito e individualidade. A chamada “boa criança”, que é um modelo de comportamento e de obediência, às mais das vezes é motivo de mais preocupação, pois, sua natureza carece de iniciativa. As crianças difíceis estão sempre destinadas a abrir caminho no mundo e adquirir muitas experiências, tanto por meio de uma vida virtuosa e de glorioso serviço como também pelos revezes de uma vida de mau procedimento, que se transmutará no Purgatório em aumento de consciência. Já com a “boa criança” isto não se dá, embora cresça e viva uma existência inteira sem haver feito mal e nem bem aos outros causticantes. Todo aquele que trilha os caminhos do vício com passo firme, pisará também firmemente o caminho da virtude, quando seus pês se voltem para a direção oposta. Porém as pessoas mornas, que não são nem quentes nem frias, essas realmente são as que causam preocupações. Portanto, o Sr. não deve temer por Marjorie. Afinal, ela está em ótimas condições. Somente uma alma forte possui tais configurações estelares, com essas características tão marcantes.

Com referência ao método de correção e ajuda para que ela mude sua rebeldia, sugerimos que o mais certo é o Sr. não andar tomando nota das pequenas negligências, aquelas ofensazinhas que ela faz. Quando muito, poderia o Sr. dizer a pequena: “eu não faria isto ou aquilo”; ou então, como um conselho indireto: “não deixe que os outros vejam isto que você fez, pois podem pensar que você não é uma menina educada”. É preciso que o Sr. compreenda que à medida que ela vai formando novos hábitos, irá rompendo com os mais antigos. Levando isto em conta, você desistirá das repetidas correções à pequena, que poderiam vir a embrutecê-la. Muitas oportunidades surgirão para que o Sr. adote uma linha melhor de conduta. Em tais ocasiões, o Sr. conhecendo as preferências e gostos da menina em matéria de alimentação, divertimentos, vestuário ou passeios, poderá apertar o parafuso no momento certo. No início fá-lo-á delicadamente. Aos poucos fará mais pressão, até que a objetivo seja atingido. Uma criança nunca deverá ser privada da alimentação, mas, com a nutrição indispensável para a manutenção de seu bem-estar poderá ficar privada dos manjares que ela aprecia. Em casos como este de que estamos tratando, é perfeitamente legítima a aplicação do “Suplicio de Tântalo”. Tendo ela feito uma grande reinação ou cometido desrespeito, o Sr. coloca na mesa os manjares preferidos da pequena, dizendo que ela não poderá comê-los por haver feito aquilo. Ela então verá o papai e a mamãe comerem com satisfação aquilo que lhe é negado por recalcitração. Assim deverá ser feito até que ela concorde em fazer o que deve ser feito. É o método que nos parece mais seguro para conquistar a obediência. De certa forma, a mesma coisa se aplica com referência a outros gostos. Em relação ao vestuário, fá-la vestir a roupa de que ela não gosta (a qual, muitas vezes, é a que serve de chacota por parte dos companheiros de brinquedo). Assim a criança tudo fará para que os companheiros não a vejam. Sacrifica, assim, a contragosto, o que gostaria de estar fazendo: brincar. Deste modo, apertando cada vez mais o torniquete, a obediência será obtida. E ela dirá: “deixa-me usar o outro vestido que eu não farei mais aquilo”.

Há outros métodos do mesmo gênero. Entretanto, tais corretivos devem ser usados apenas como último recurso e nunca frequentemente, para que a criança não se torne indiferente a eles. Em geral, o apelo ao amor que deve ter para com os pais, as boas lembranças que deverão existir e que a pequena goste de relembrar, os “porquês” decorrentes etc., estes sim, deverão ser os únicos meios, que reputamos os mais eficazes, para mudar uma criança.

(Revista: Serviço Rosacruz – 04/65 – Fraternidade Rosacruz –SP)

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Pergunta: A Filosofia Rosacruz oferece um ensinamento específico relativo à educação das crianças?

Pergunta: A Filosofia Rosacruz oferece um ensinamento específico relativo à educação das crianças?


Resposta: Talvez não haja assunto mais importante como o da educação das crianças. Em primeiro lugar, pais sábios, que desejam proporcionar à criança todos os benefícios, já começam antes do nascimento, antes mesmo da concepção, a voltar reverentemente seus pensamentos para a tarefa da qual vão incumbir-se.

Cuidam para que a união que vai gerar o novo ser se realize sob influências astrológicas apropriadas, isto é, quando a Lua estiver transitando por um Signo que possibilite a construção de um corpo forte e sadio, conservando eles mesmos, tanto quanto possível, seus próprios corpos nas melhores condições físicas, morais e mentais.

Durante o período de gestação, devem evocar constantemente a imagem ideal de uma vida saudável e útil para o ser que se aproxima. Logo em seguida ao nascimento, procuram fazer o horóscopo da criança, pois o pai ideal é também um astrólogo. Se os pais não estiverem capacitados para levantar um tema natal, podem pelo menos estudar os Signos astrológicos que os capacitará a compreender o que o astrólogo lhes disser. Em nenhuma circunstância, contudo, devem recorrer ao astrólogo profissional que avilta esta ciência por amor ao dinheiro, mas buscar a ajuda de um astrólogo espiritual, ainda que demorem nessa busca. No mapa natal da criança, suas fortalezas e fraquezas de caráter podem ser identificadas muito facilmente, o que deixa seus pais em vantajosa posição para estimular o bem e adotar os meios adequados para reprimir o mal, antes que as tendências convertam-se em realidades. Desta maneira, eles podem realmente ajudar a criança a superar suas fraquezas.

Depois, os pais devem conscientizar-se que esse nascimento é, na verdade, apenas o nascimento do corpo físico visível, que nasce e atinge seu atual e elevado estado de eficiência em tempo menor que os veículos invisíveis do ser humano, porque teve uma evolução mais longa. Assim como o feto é resguardado dos impactos do mundo visível pelo útero protetor da mãe durante o período de gestação, do mesmo modo, os veículos mais sutis são protegidos por um envoltório de éter e de matéria de desejos que os resguardam até que estejam suficientemente amadurecidos e aptos para suportar as condições do mundo exterior.

Portanto, o Corpo Vital nasce quando a criança atinge os sete anos de idade, ou quando os dentes permanentes começam a romper as gengivas. O Corpo de Desejos nasce, aproximadamente, aos quatorze anos, na época da puberdade. A Mente surge aos vinte e um anos, quando o ser humano atinge a sua maioridade.
Há certos assuntos importantes que devem ser cuidados durante o período apropriado de crescimento, e os pais deveriam saber quais são eles. Embora os órgãos tenham sido formados na época em que a criança estava para nascer, as linhas de crescimento são determinadas durante os primeiros sete anos. Se elas não se delinearem bem durante esse período, uma criança, que poderia ser saudável, tornar-se-á um homem ou uma mulher doente.

No primeiro Capítulo de São João lemos que: “No princípio era o Verbo, e sem Ele nada do que foi feito se fez e o Verbo se fez carne”. O Verbo é um som rítmico e o som é o grande construtor cósmico. Portanto, durante a primeira fase setenária de sua vida, a criança deveria estar cercada por música apropriada, por uma linguagem musical onde os versos e as cantigas de ninar possam ser particularmente valiosas.

Embora, muitas vezes, não tenham sentido, elas são portadoras de um maravilhoso ritmo que é essencial, e quanto mais a criança participa, mais forte e saudável ela crescerá.

As duas palavras chaves que se aplicam neste período de vida da criança são: Exemplo e Imitação. Nenhuma criatura debaixo dos céus é mais imitativa do que a criança; ela segue, tanto quanto lhe é possível, o nosso exemplo nos mínimos detalhes. Os pais que procuram educar bem os seus filhos, serão sempre cuidadosos na presença deles. É inútil ensinar-lhes moralidade ou fazê-los raciocinar neste período. A criança ainda não possui a Mente nem a razão. O exemplo é o único mestre que precisa e que entende.

Não pode esquivar-se à imitação, do mesmo modo que a água não pode evitar de correr colina abaixo. Quanto ao alimento, devemos ter cuidado em não fazer para nós um prato e outro diferente para nosso filho, argumentando que o que comemos não é bom para ele. Nesse momento, ele não poderá imitar-nos, mas desperta-lhe um secreto desejo pelo alimento proibido e cuja satisfação buscará quando crescer. Os pais cuidadosos deverão abster-se de alimentos e bebidas que não desejam que seus filhos venham a ingerir.

Quanto às roupas, certifiquemo-nos de que estejam sempre folgadas, pois nesse período a criança deve estar ainda inconsciente dos seus órgãos sexuais, e a natureza imoral, que desencaminha uma vida, tem sido primeiramente despertada pelas fricções das roupas demasiadamente apertadas, particularmente no caso dos meninos.

O castigo corporal é também um fator preponderante no despertar prematuro da natureza sexual, pelo que deve ser cuidadosamente evitado. Não há criança, por mais indócil que seja, incapaz de reagir ao método de recompensa pelas boas ações e à supressão de privilégios como retribuição da desobediência. Reconhecemos que o chicote dobra o espírito de um cão, mas deploramos os indivíduos sem fibra e de vontade fraca. Deve-se isto aos açoites impiedosos a que foram submetidos na infância.

Coloquemo-nos no lugar de uma criança: gostaríamos de viver hoje com alguém de cuja autoridade não pudéssemos escapar, que fosse muito maior do que nós, e que nos espancasse quase todos os dias? Ponhamos de lado essa prática e notaremos que muitos dos males sociais desaparecerão em uma geração.

Por volta dos sete anos, o Corpo Vital da criança atinge a suficiente perfeição que permite que as faculdades da percepção e da memória possam ser educadas. As palavras-chaves para este período devem ser: Autoridade e Aprendizado. Se temos um filho precoce, procuremos não estimulá-lo a cursos que exijam esforços mentais extremos. Crianças prodígio geralmente vêm a ser homens e mulheres de inteligência abaixo do normal. Neste particular, deve-se permitir à criança seguir as suas próprias inclinações. Sua faculdade de observação precisa ser cultivada e deve ser ensinada, especialmente através dos exemplos. Mostrem-lhe uma pessoa embriagada e onde o vício a levou. Em seguida, mostrem-lhe uma pessoa sóbria e apresentem-lhe ideais elevados. Ensinem o seu filho a aceitar tudo o que disserem sobre autoridade e esforcem-se para que ele passe a respeitá-los como pais e professores. Neste período pode-se começar a prepará-lo para economizar a força que principia a despertar nele e que vai capacitá-lo a reproduzir a espécie ao fim do segundo período de sete anos. Que ele nunca busque informar-se a esse respeito através de fontes duvidosas, porque seus pais, muitas vezes, tolhidos por um falso senso de pudor, evitam esclarecê-lo devidamente. A flor pode servir como lição objetiva, e todas as crianças, das maiores às menores, devem receber as mais belas instruções em forma de conto de fadas. Pode-se ensiná-las que as flores são como as famílias, sem precisar confundi-las com termos de botânica. Mostrem-lhes então algumas flores dizendo: “Aqui está uma família-flor em que todos são meninos (as com estaminas); e aqui está uma outra onde estão somente meninas (uma flor pistilada). Aqui está uma outra onde estão meninos e meninas (uma flor que tem tanto estames como pistilos). Mostrem-lhes o pólen nas anteras. Digam-lhes que estas flores são idênticas aos meninos nas famílias humanas; que são destinados e estão sempre desejosos de sair pelo mundo afora e lutar na batalha da vida, enquanto as meninas (os pistilos) ficam mais tempo em casa. Mostrem-lhes as abelhas com as cestas de pólen em suas pernas e contem-lhes como os meninos-flores cavalgam nesses corcéis alados, tal como os cavaleiros iam pelo mundo em busca da princesa aprisionada no castelo encantado (o óvulo oculto no pistilo); mostrem-lhes como o pólen – cada cavaleiro – abre caminho através do pistilo até alcançar o óvulo. Digam-lhes, então, que esse encontro significa o casamento da flor-homem com a flor-mulher, os quais daí em diante viverão felizes e se tornarão pais de muitas flores meninos e flores meninas. Quando eles compreenderem isto completamente, estarão também sabendo bastante sobre o acasalamento nos reinos animal e humano; uma vez que não existe diferença, pois a geração em um reino é tão casta, pura e santa como nos outros. A criança educada desta maneira sempre olhará a função criadora com reverência. Cremos que não há melhor modo de introduzi-la no assunto.

Quando assim preparada, ela estará pronta para o nascimento do Corpo de Desejos, na ocasião da puberdade. Quando os desejos e emoções são libertados, o adolescente atinge o período mais perigoso de sua vida, a fase do ardor da juventude, entre os quatorze e os vinte e um anos. O Corpo de Desejos está, então, desenfreado e a Mente, como ainda não nasceu, não pode atuar como um freio. Se ele habituou-se a confiar na palavra dos mais velhos e estes sempre lhe deram ensinamentos sábios, ele terá adquirido uma firmeza que o guiará com segurança neste período turbulento, até que o seu nascimento seja plenamente completado na idade de vinte e um anos, quando ocorre o nascimento da mente.

(Livro: Perguntas e Respostas – Vol. I – pergunta 27 – Max Heindel)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Pergunta: Os Rosacruzes acreditam na Medicina, ou seguem o método de cura de Cristo?

Pergunta: Os Rosacruzes acreditam na Medicina, ou seguem o método de cura de Cristo?


Resposta: Os melhores clínicos geralmente admitem que a medicina é uma ciência empírica; que os remédios não atuam da mesma forma sobre todas as pessoas e, portanto, o médico precisa experimentá-los no seu paciente. Por esta razão, a medicina não é satisfatória.

Não podemos esperar que os remédios surtam efeito em todas as ocasiões. Observamos que embora os bois alimentem-se de ervas e todos os leões se satisfaçam com uma alimentação carnívora, tal não ocorre com o ser humano, pois há sempre uma individualidade que diferencia cada um de todo o resto da sua espécie. Esta peculiaridade da raça humana surge do fato de que, enquanto cada espécie do mundo animal é a expressão de um único espírito-grupo que guia os vários animais externamente, há em cada ser humano um espírito interno individual, um Ego e, por essa razão, o que é alimento para um homem, pode ser veneno para outro.

É somente quando a medicina leva esse ponto em consideração, que ela pode tornar-se realmente útil em todos os casos. E a maneira de descobrir as peculiaridades do espírito que habita o corpo do paciente é calcular o seu horóscopo para descobrir quais as épocas propícias para a administração de remédios, prescrevendo as ervas medicinais apropriadas no momento favorável.

Paracelso agiu assim, por isso, foi sempre em sucedido com seus pacientes, nunca cometeu um erro. Há algumas pessoas que recorrem atualmente à astrologia com este propósito; o autor, por exemplo, usou-a para diagnosticar muitos casos, foi sempre capaz de perceber as condições dos pacientes nas crises do passado, do presente e do futuro, podendo proporcionar muito alívio às pessoas que sofrem das mais diversas doenças.

A astrologia deveria ser utilizada para esses fins e não ser degradada por adivinhos à busca de ouro, pois, como todas as ciências espirituais, ela deve ser usada em benefício da humanidade, independente de considerações mercenárias.

Se os médicos estudassem a ciência astrológica, seriam capazes, num esforço muito menor, de diagnosticar a condição de seus pacientes com mais precisão do que da forma usual. Alguns médicos estão despertando para esse fato e descobriram, através de suas experiências, que os corpos celestiais exercem real influência sobre a estrutura humana.

Por exemplo, quando o autor esteve em Portland, Oregon, um médico mencionou, como resultado de suas observações, que sempre que lhe era possível operar quando a Lua crescia em brilho, ou seja, no período que se estende da Lua Nova à Lua Cheia, a operação era bem-sucedida e nenhuma complicação surgia. Por outro lado, ele verificou que quando as circunstâncias o obrigavam a realizar uma cirurgia no período que transcorria da Lua Cheia para o Quarto Minguante, havia grande probabilidade de complicações e que tais operações nunca eram tão satisfatórias quanto àquelas realizadas quando o brilho da lua crescia.

Há também uma tendência crescente entre os médicos de curar pela sugestão, dando ao paciente uma pílula inócua e uma boa sugestão. Toda mãe, conhecedora ou não desse poder, aplica-o muitas vezes, até inconscientemente, no caso do seu filho. Quando a criança cai, ela pode, através da sugestão, levá-la a chorar ou a rir. Se ela lhe disser: “Oh, coitadinho, você está muito machucado, pobre filhinho”, a criança começará a chorar; se, por outro lado, ela apontar para o chão e exclamar: “Oh, querido, olhe como você machucou o pobre chão, que pena – vamos acariciá-lo!” a criança irá sentar-se tão penalizada por ter machucado o chão, que nem pensará tanto nas suas próprias lesões. De uma maneira semelhante, o médico influencia o seu paciente.

Seria um ato criminoso um médico entrar no quarto do paciente mostrando-se sombrio, sugerindo que fizesse o seu testamento, dizendo-lhe que não tem muito tempo de vida. Esses atos influem sobre o paciente muito mais do que se imagina e, desse modo, muitos médicos ajudaram a matar aqueles que poderiam ter salvo. Se o médico entrar no quarto do paciente com uma fisionomia alegre, um sorriso e palavras animadoras, administrando um remédio inócuo e uma boa sugestão, o paciente poderá recuperar-se quando, em outras circunstâncias, poderia sucumbir à doença. A sugestão surte muito mais efeito que a medicina. A fé que o paciente deposita no seu médico fará maravilhas, tanto para o bem como para o mal.

A fé foi o método usado por Cristo nas curas que fez. Se o querido amigo procurar na Bíblia como Cristo curou um doente, verá que a fé daquele que procurava a cura sempre foi salientada. A cada suplicante, Cristo dizia: “Faça-se segundo a tua fé”.

O fato de que o ceticismo destruía até o Seu poder, talvez se evidencie no trecho onde lemos que Ele fez o trajeto até a Sua cidade natal e descobriu que nenhum profeta é bem recebido em sua própria terra. Esse fato está relatado no décimo terceiro capítulo por Mateus e também por Marcos, e é significativo que, no último versículo, constatamos que Ele não fez ali muitos milagres por causa da incredulidade das pessoas. Marcos diz que, por causa do ceticismo local, Cristo só pôde curar uns poucos colocando a Sua mão sobre eles.

A mente aberta é um requisito fundamental para qualquer investigação, e o ceticismo é absolutamente fatal na obtenção do conhecimento. Para ilustrar melhor este ponto, o autor, quando esteve em Columbus há alguns anos, foi assistir a uma palestra ministrada pelo Professor Hyslop, Secretário da Sociedade de Pesquisa Psíquica. O assunto em questão era: “Nova Evidência de uma Vida Futura”. O autor ficou admiradíssimo ao descobrir que o Prof. Hyslop não apresentara em sua palestra um único ponto que já não tivesse sido revelado nos últimos vinte anos nos relatórios da Sociedade à qual ele pertencia. A explicação veio logo após a palestra, quando uma pergunta revelou o fato de que o Prof. Hyslop não acreditava em nada que havia sido declarado nos relatórios da Sociedade. Ele não acreditava nos resultados conseguidos por outro que não fosse ele próprio. A prova que acabara de apresentar tinha sido coletada por ele, sua pesquisa totalmente nova; esperava que o público confiasse em sua palavra embora ele mesmo estivesse relutante em confiar em quem quer que fosse. Ilustrando como age o ceticismo, ele deu-nos, inconscientemente, um oportuno exemplo quando nos relatou que, certa vez, através de um médium, o defunto Richard Hodgson manifestou-se, e o Prof. Hyslop começou a fazer-lhe perguntas que, embora fossem muito simples, o Sr. Hodgson teve grande dificuldade em responder. Finalmente, o Prof. Hyslop exclamou impaciente: “Ora, o que há com você, Richard; quando vivo, você era bastante rápido; por que não consegue responder agora?” A resposta veio rápida como um relâmpago: “Oh, sempre que entro na sua péssima atmosfera fico em pedaços”. O Prof. Hyslop não podia entender a razão daquilo. Mas, qualquer pessoa que já tenha observado um aluno diante de uma banca examinadora que resolveu tachá-lo de tolo, compreenderá que foi a atitude mental cética e crítica do Prof. Hyslop que dificultou a comunicação de Richard Hodgson.

Portanto, podemos dizer que acreditamos na medicina quando usada em conjunto com a astrologia, como também acreditamos no método curador de Cristo, na Cura pela , no poder de sugestão e nos vários outros sistemas de cura. Todos contém alguma verdade, embora, infelizmente, muitos deles sejam transformados em modismos e levados a extremos. Assim, perdem o seu poder benéfico e tornam-se uma ameaça para aqueles que, do contrário, poderiam ser beneficiados por eles.

(Livro: Perguntas e Respostas – Vol. I – pergunta 35 – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz)

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