Arquivo de categoria Método e Leis cósmicas que regem a evolução

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

O porquê o Coração Tem Razões que a Própria Razão Desconhece

O porquê o Coração Tem Razões que a Própria Razão Desconhece

 

Segundo o dito popular, “o coração tem razões que a própria razão desconhece”. Essa expressão encontra sua origem no fato de algumas pessoas agirem intuitivamente, de maneira até a contrariar as diretrizes do raciocínio lógico. Essa maneira pouco convencional de tomar decisões ou reagir a determinadas circunstâncias, causa perplexidade e estranheza a muitos.

De um modo geral, o ser humano é condicionado, desde tenra idade, a viver consoante regras de um raciocínio linear. Quando alguém foge a esse padrão de conduta, não raro recebe a pecha de excêntrico, quando não de paranormal.
A luz dos ensinamentos rosacruzes encontramos explicações para esse aparente “fenômeno”. Em primeiro lugar é necessário analisar esses chamados “impulsos intuitivos”, verificando qual a sua natureza. Nem tudo é intuição. Muitas vezes trata-se de meros impulsos emocionais ou baixo psiquismo, com resultados até funestos. Porém, todo ato motivado por “intuição pura” raramente deixa de produzir resultados benéficos.

A intuição é uma faculdade latente em todos os seres humanos, entretanto, manifesta em poucos. Sua expressão, em maior escala, será uma das características da Idade Aquariana. Vejamos, agora, qual a relação entre o coração e certas manifestações intuitivas. O sangue, ao passar pelo coração, ciclo após ciclo, durante a vida, grava todas as imagens no Átomo-semente. Elabora um arquivo fidelíssimo, que na existência após a morte se imprimirá indelevelmente na alma. O coração encontra-se em estreito e permanente contato com o Espírito de Vida, o Espírito do Amor, fonte do sentimento de unidade. Dessa forma torna-se o centro do amor altruísta.

Depois das imagens passarem ao Mundo do Espírito de Vida, no qual se encontra a verdadeira Memória da Natureza, não retornam através dos lentos sentidos físicos, mas por meio do quarto éter, o Éter Refletor, contido no oxigênio que respiramos.

O Espírito de Vida percebe muito mais nitidamente no seu Mundo do que nos planos mais densos da natureza. Na elevada região, que lhe é própria, vive em íntima relação com a Sabedoria Cósmica. Isto lhe faculta, em qualquer circunstância, sabendo de imediato o que há de fazer, a enviar mensagens de orientação e iniciativa ao coração. Este logo a retransmite ao cérebro, por meio do nervo pneumogástrico. As chamadas “primeiras impressões” formam-se dessa maneira. Nada mais são que impulsos intuitivos emanados diretamente da fonte da Sabedoria e do Amor Cósmico.
É um processo rapidíssimo. O coração o elabora antes da razão poder considerar a situação. Não sendo assim, predominará o raciocínio lógico, válido até certo ponto, porquanto suas limitações esbarram no transcendente.
Quando a Mente humana esgota seus recursos para resolver determinado problema só restará uma saída: a intuição. E mesmo assim, poucos se tornaram sensíveis ao seu processo.

Embora não se constituindo em regra geral é válido afirmar que nas pessoas mais devotas as mensagens intuitivas se fazem mais presentes. Eis uma das razões porque o Método Rosacruz de Desenvolvimento procura estabelecer um equilíbrio entre o intelecto e o coração.

O que o ser humano pensa em seu coração é certo, porque assim ele é. Não é raro ouvirmos esta expressão: “as pessoas espiritualizadas têm um coração inteligente”. Max Heindel é quem nos diz no Conceito Rosacruz do Cosmos: “Se pudéssemos agir segundo os impulsos do coração, o primeiro pensamento, a Fraternidade Universal, seria realizado agora mesmo”.

(Revista Serviço Rosacruz – 09/80 – Fraternidade Rosacruz – SP)

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Uma Mensagem Rosacruz: permaneça firme em meio a situações adversas

Uma Mensagem Rosacruz: permaneça firme em meio a situações adversas

Nesses conturbados tempos, os Ensinamentos Rosacruzes constituem uma sólida e confiável mensagem de esperança. Notamos até pessoas dotadas de um vasto cabedal de conhecimentos espirituais, com dificuldades para não manterem- intensas as vibrações de desânimo, irritações e cólera circulantes pelo mundo. Há momentos em que a estrutura interna mais equilibrada aparenta vacilar, quando não vacila mesmo.

O estudante Rosacruz tem a seu favor o fato de viverem consoantes conhecimentos profundos das Leis Universais. Procurando aprofundar-se nos mistérios da natureza, extrairá, desse esforço, uma orientação segura diante dos embates da vida. Mas o que o sustém diante de quaisquer circunstâncias é a FÉ. Max Heindel a define como “uma perspectiva otimista acerca do bem final”.

Em realidade, sejam os acontecimentos agradáveis ou desagradáveis, carregam em seu bojo valiosas lições de vida. Não importa quão difícil seja a nossa existência. Se a vislumbrarmos como uma gama de oportunidades de aprendizado e crescimento anímico, por certo ela não nos será um fardo incômodo. Converter-se-á numa aventura fascinante e gratificante, onde os contrastes, as alternâncias, as supostas contradições, nada mais são que etapas a serem queimadas, capacitando-nos a agir melhor, futuramente. Nossa consciência moral nasce em meio às dificuldades, quando nosso caráter é tentado a agir erroneamente. Quantas vezes um indivíduo de boa formação cede aos reclamos insidiosos da natureza inferior, procurando tirar partido de determinadas situações, esquivando-se ao cumprimento de certos deveres, ou pecando por omissão em ocasiões onde deveria manifestar-se.

Se não ignorarmos essa faceta do ser humano, observando-o como um diamante bruto em processo de lapidação, mais fácil nos será cultivar a tolerância e o entendimento de uma verdade fundamental: embora filhos do mesmo Pai, emanados da mesma Fonte Divina, vivemos experiências diferentes. Dessa forma cada um se encontra num determinado estágio evolutivo. A maneira como reagimos a essas experiências é determinante de nosso atraso ou adiantamento.

Hoje mais do que nunca, o estudante Rosacruz deve cultivar a delicada flor da esperança, na expectativa de uma venturosa fluência para um bem final. Portanto, a coragem deve acompanhá-lo em todos os momentos e em todas as suas atividades, sejam de caráter material, sejam de natureza espiritual.

Em primeiro lugar, deve permanecer firme em meio a situações adversas.

Devem manter-se equilibrados pela conscientização de suas potencialidades anímicas, fatores capazes de modificar quaisquer situações. Deve imbuir-se da inabalável fé de que Cristo, nele, é mais poderoso do que as aparências antagônicas.

Os Ensinamentos Rosacruzes ensejam a podermos constatar em nosso íntimo, a existência de algo superior às circunstâncias. Assim, não nos abalemos com os acontecimentos, mas procuremos descobrir o seu significado.

A cada manhã quando acordarmos e dedicarmo-nos às práticas espirituais, façamo-lo seriamente, convictos de que aquele dia recém-iniciado será o mais importante de nossas vidas, com Deus manifestando-se a cada instante, através de nossos atos amorosos.

(Revista Rosacruz – 08/80 – Fraternidade Rosacruz – SP)

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Unicidade: vencendo todo o sentimento de oposição entre o mundo – ou “os outros” – e você próprio

Unicidade: vencendo todo o sentimento de oposição entre o mundo – ou “os outros” – e você próprio

O ser humano não seria um indivíduo se, em determinada altura de sua jornada evolucional, ele não sentisse ser ele próprio, um indivíduo separado dos outros indivíduos. Porém, ele não será um ser humano, no mais alto sentido da palavra, até que aprenda a transformar esta sensação de isolamento numa nova sensação de unicidade com o Universo como um Todo.

Ângelus Silésius, um místico cujos comentários sobre o nascimento de Cristo dentro de nós devem ser familiares a todos os estudantes dos escritos de Max Heindel e sendo um ser dotado de percepção sensorial, ensinou ao longo destas concepções que o ser humano é uma entidade no meio de outras entidades e seus órgãos sensoriais trazem-lhe informações de que existem, no tempo e no espaço, coisas que parecem estar fora dele. Todavia, quando o Espírito fala no ser humano não existem mais “dentro” ou “fora” e “antes” ou “depois”. Espaço, tempo e separatividade dissipam-se na contemplação do que Silésius chamava de “O Todo Espiritual”.

É neste ponto, disse Silésius, que “o mundo não te restringe; tu próprio és o mundo que te limita… tão fortemente em fronteiras de cativeiro. O ser humano não atinge a perfeita bem aventurança até que a Unidade tenha absorvido a diversidade ou o não eu”.

O pináculo do ser é atingido quando uma pessoa aprende a considerar-se mais do que o seu individual “Eu” e vence todo o sentimento de oposição entre o mundo – ou “os outros” – e ele próprio. Então uma vida superior começa para ele. Ele aniquilou tudo que dentro dele é arbitrário, individualista e que procura o interesse próprio. Ele sente, desde então, a irresistível obrigação de atuar duma forma que seja necessária para o todo. O seu senso de responsabilidade moral cresce muito além do que tinha sido no seu estado de separatividade. O ser humano integral, agora uno com Deus e o Cosmos, faz tudo para o bem do Todo, porque ele sabe que fazer de outro modo, seria retirar a sua contribuição do bem estar universal.

(Revista Serviço Rosacruz – 05/80 – Fraternidade Rosacruz – SP)

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Autoconhecimento: a única maneira de compreendemos o mundo que nos rodeia

Autoconhecimento: a única maneira de compreendemos o mundo que nos rodeia

 

O princípio do autoconhecimento anuncia a chegada do princípio do auto despertar. Místicos como Meister Eckart (N.R.: frade dominicano, reconhecido por sua obra como teólogo e filósofo e por seu misticismo. Ele é considerado como um dos grandes símbolos do espírito intelectual da idade média) e Angelus Silesius (N.R.: Pseudônimo de Johannes Scheffler (1624-1667), poeta, Místico cristão, filósofo, médico, poeta, jurista Germânico) e filósofos como Platão e Goethe examinaram com todo o cuidado o problema do autoconhecimento. De forma geral concluíram que um aumento de cuidados e autoconhecimento é paralelo com um aumento da compreensão da unicidade da vida e da unidade de tudo. Quanto mais claramente nos conhecemos a nos próprios, mais claramente compreendemos o mundo que nos rodeia e vice- versa.

 

O mundo exterior existe para nós, na medida em que se comunica com a nossa consciência ou, mais exatamente, na medida em que nossa consciência esteja preparada para compreendê-lo. Exatamente como o acesso a todos os livros do mundo, não será de nenhuma valia, se não soubermos lê-los, assim, também, não poderemos compreender a mensagem de algo externo a nós, a menos que tenhamos desenvolvido dentro de nós a habilidade para compreender a sua “linguagem”.

 

Uma vez que tenhamos aprendido a “linguagem” de qualquer coisa ou faceta externa que desejamos compreender, estaremos aptos a recebê-la e absorvê-la dentro de nós. Então, se realmente estamos “vigilantes e sensíveis”, ela pode tornar-se, literalmente, uma parte de nós. O conhecimento, então, não provém tanto das coisas observadas, como do observador. As cores existem em tudo que vemos, mas não podem transmitir ao olho nada que nele não exista. Ao contrário, o olho é que deve reconhecer qual a cor observada.

 

(Revista Serviço Rosacruz 05/80 – Fraternidade Rosacruz – SP)

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Autopercepção e os Princípios Herméticos

No Templo de Apollo em Delfos estão gravadas as seguintes palavras: “Conhece-te a ti mesmo e conhecerás o Universo e os Deuses”.

“Homem, conhece-te a ti mesmo” é um conselho transmitido através das idades para todos os que procuram, seriamente, a iluminação espiritual.

As verdades mais elevadas da iluminação espiritual só serão nossa posse quando nos conhecermos a nos próprios, muito mais profundamente do que possamos imaginar agora. Tal como lemos no Conceito: “Quando o ser humano na sua involução progrediu até ao ponto de precisar dum parceiro para propósitos de geração, ele perdeu o conhecimento de si próprio; por conseguinte a sua consciência tornou-se cada vez mais voltada para as coisas exteriores e ele perdeu sua percepção interna. Isto não poderá ser completamente recuperado até que ele tenha passado ao estágio onde não haverá mais necessidade de um parceiro para propósito de geração e tenha atingido um grau de desenvolvimento em que possa, novamente, utilizar toda a sua força criadora à vontade. Então, ele novamente conhecer-se-á a si próprio como quando estava no estágio idêntico ao reino vegetal que conhecemos, mas com a importante diferença de que usará sua faculdade criadora conscientemente e não será restringido a usá-la para fins de procriação, mas poderá criar tudo que quiser”.

Conhece-te a ti mesmo, então, significa muito mais do que meramente conhecermo-nos em termos de Mundo Físico. Na verdade, até mesmo esta forma de autoconhecimento não é fácil de obter. Quando iniciamos a prática do exercício de Retrospecção e, frequentemente, mesmo depois de estar executando-o por algum tempo, é dolorosamente óbvio quão pouco realmente nos conhecemos, mesmo em termos puramente materiais.

O autoconhecimento completo significa algo mais do que conhecer como vivemos nossa vida terrena e do que mostrar-nos nossas reações no contato com as outras pessoas e no cumprimento de nossos deveres. Significa, também, compreender nossas naturezas espirituais, nossas origens, nosso destino e as potencialidades divinas que a maioria da humanidade nem sonha que estejam latentes dentro de nós.

A familiaridade com os sete princípios herméticos que constituem a base dos ensinamentos da ciência oculta, desde o antigo Egito até aos nossos dias, é uma ajuda inestimável na obtenção do autoconhecimento.

O primeiro princípio hermético define a natureza própria do Universo, assim como de todas as coisas nele contidas; é o princípio do mentalismo: “O Todo (o Absoluto) é Espírito; o Universo é mental”. O Todo pode ser considerado como uma Mente vivente, infinita e universal, e nós, assim como os outros fenômenos do Universo, somos criações mentais do Todo. Assim é verdadeiro que no Todo “nós vivemos e nos movemos e temos o nosso ser”.

O segundo princípio é o da correspondência: “Assim como é em cima é em baixo; assim como é em baixo é em cima”. Sabendo isto, o ser humano pode raciocinar inteligentemente do conhecido para o desconhecido, incluindo, particularmente, as profundidades desconhecidas de si próprio.

O terceiro princípio há o princípio de vibração: “Nada repousa; tudo se move; tudo vibra”. Este princípio pode ser aplicado na obtenção do domínio dos fenômenos naturais de várias maneiras, nas palavras de um antigo escritor: “Aquele que entende o princípio da vibração, empunhou o cetro do poder”.

O quarto princípio, da polaridade, mantém que “Tudo é dual; tudo tem polos; em tudo existe o par de opostos que são idênticos em sua natureza, mas diferentes em grau; nos extremos encontram-se, portanto, todos os paradoxos podem ser reconciliados”. Neste princípio é baseada a faculdade da transmutação; e, o que é mais importante, a transmutação do mal em bem. A compreensão deste princípio tornará, também, a pessoa apta a mudar sua própria polaridade, se para isso quiser devotar tempo e esforço.

O quinto princípio, do ritmo, enuncia que “Tudo flui para fora e para dentro; o movimento pendular manifesta-se em todas as coisas; a medida da oscilação para a direita e a medida da oscilação para a esquerda”.

Todas as pessoas que se elevam a qualquer grau de domínio de si mesmo estão, pelo menos intuitivamente, a par deste princípio. Usando sua força de vontade para, em todas as coisas, ficarem em equilíbrio são capazes de neutralizar os efeitos do princípio do ritmo dentro deles próprios e, desse modo, desenvolver um grau de equilíbrio, essencial para o autocontrole.

O sexto princípio, o de Causa e Efeito, é um com o qual se tornam familiares todos os que fazem o retrospecto de suas atividades diárias.

“Toda a causa tem o seu efeito; todo o efeito tem a sua causa; há muitos planos de causação; nada escapa à Lei”.

A maioria das pessoas são arrastadas de dia para dia, obedecendo aos caprichos das circunstâncias, meio ambiente, desejos, lassidão ou as vontades mais fortes dos outros. Porém, à medida que nós vamos nos conhecendo melhor aprendemos até que grau nos deixamos manobrar por fatores externos. Então, podemos tomar providências para usar os princípios de Causa e Efeito, em nosso benefício, em vez de sermos simples joguetes ou peões no xadrez dos afazeres mundanos.

Finalmente o princípio do gênero enuncia que “Tudo tem seu princípio masculino e princípio feminino; o gênero manifesta-se em todos os níveis de desenvolvimento”. Nenhuma criação física, mental ou espiritual é possível sem este princípio. O princípio feminino encarrega-se do trabalho de gerar novos pensamentos, imaginação e conceitos. O principio masculino faz o trabalho da vontade, que ativa os pensamentos e imaginação. Idealmente, os princípios masculino e feminino agem de forma coordenada e harmoniosa um com o outro. Em muitas pessoas, todavia, a força de vontade é muito débil – ou, pelo contrário, age irrefletidamente, sem a preparação de pensamento apropriado – e a completa cooperação e coordenação entre os dois elementos é ainda uma coisa do futuro. Novamente, devemos recordar-nos que o autoconhecimento total e completo poderá ser atingido somente quando o Ego se desenvolver ao ponto de não mais precisar de parceiro para a geração e possa utilizar a totalidade de suas forças criadoras harmoniosamente coordenadas, segundo sua vontade.

(Revista Serviço Rosacruz – 05/80 – Fraternidade Rosacruz – SP)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

O mais importante é o Exemplo para você que está sempre sendo observado

O mais importante é o Exemplo para você que está sempre sendo observado

Segundo um velho ditado, “só árvore que dá frutos é que leva pedrada”. Isso nos faz lembrar o estudante esoterista, cuja aspiração a ideais superiores coloca-o em posição singular junto à sociedade.

E, não poderia ser de outra maneira. Seu esforço em viver a vida conforme com as Leis Divinas produz frutos a seu devido tempo. Sua conduta difere do ser humano comum, porque a aquisição de conhecimentos implica numa séria responsabilidade em vivenciar esses ensinamentos. Não se exige que o estudante se converta num santarrão fanatizado, figura, às vezes, antipática, às vezes, motivo até de zombaria. Não, não é assim. Tudo deve obedecer a um processo natural, cujo cerne é uma transformação gradativa do íntimo da pessoa. Não deve, por isso, o Aspirante fugir do convívio social, valiosa fonte de experiências. No relacionamento diário encontra meios de testar seu progresso teórico, além de oportunidades de ajudar seus semelhantes.

Mas, nesse convívio, o esoterista deve manter-se coerente com os princípios que, consciente ou voluntariamente adotou. Se exigida sua presença num evento social, não lhe cabe omitir-se. Nada, entretanto, o obrigará a comportar-se mundanamente. Não lhe é necessário ingerir bebidas alcoólicas, nem saborear alimentos cárneos. Nada pode compeli-lo a fumar, muito menos a manter conversações frívolas ou maliciosas. Deve, isso sim, marcar sua presença positivamente por meio de diálogos edificantes, alegres – mas não ruidosos – estimulando sempre o bem, toda vez que necessário.

De uma coisa pode estar certo o Aspirante: com o decorrer do tempo ele passará a ser mais e mais observado. Sua vida será examinada constantemente. Seu posicionamento filosófico-espiritualista poderá ser veementemente questionado, quando sua conduta se mostrar incoerente com suas ideias. Aquelas pessoas mundanas, incapazes de um esforço maior de autorregenerarão, não perdoam a vivência de um espiritualista, porque ela ressalta demais suas falhas de caráter. E se convivem no lar, no trabalho ou em outro setor qualquer da comunidade, o contraste entre os dois estilos de vida envergonha e irrita o ser humano não espiritualizado. Daí estar sempre pronto a agredir ou caluniar quem optou pela vida superior.

O espiritualista, no afã de servir e colaborar na elevação do próximo, estará sempre propenso a divulgar os ensinamentos que abraçou. E o fará sempre com a melhor das intenções. Seguramente prestará uma valiosa ajuda à humanidade. Acautele-se, porém. Cuide de que sua vida seja um exemplo prático de suas ideias, porque, se resvalar, não faltará quem lhe atire pedras.

Max Heindel sempre reiterava: “Não se nos julga pela filosofia que difundimos, mas sim pela vida que levamos. Observa-se o tratamento que dispensamos ao nosso conjugue e filhos, nossa conduta nos negócios, nossa conversação, seja ela de natureza espiritual, divertida ou frívola. Atenta-se para nossas companhias, para o ambiente que frequentamos, para o bem que fizemos ou deixamos de fazer”.

Nossas falhas não são desculpadas, e, o que é pior, julgam nossa religião ou filosofia pelos efeitos produzidos em nossa vida.

Portanto, caro leitor espiritualista, tenha certeza de uma coisa: você está sendo diuturnamente observado. Se você quer divulgar os Ensinamentos Rosacruzes, faça-o. Mas não se esqueça: um exemplo vale mais que mil palavras.

(Revista Serviço Rosacruz – 10/80 – Fraternidade Rosacruz – SP)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Qualidades: o Exercício Esotérico de ver o bem em tudo

Qualidades: o Exercício Esotérico de ver o bem em tudo

Quando Cristo-Jesus e seus Discípulos passaram por um cão morto, em estado de putrefação, houve quem preocupasse com o mau cheiro, e, não se contendo, comentou-o. Prontamente Cristo-Jesus chamou a atenção dos Discípulos para a alvura dos dentes daquele animalzinho fazendo com que vissem apenas o que nele havia de bom.

No fato que acabamos de descrever percebe-se, com clareza, a profunda lição que o Mestre dera aos Discípulos de todos os tempos e à humanidade.

Feliz, portanto, de quem procura se compenetrar da sublime lição dada por Cristo-Jesus. Vão, gradativamente, enxergando em seu próximo tão somente as qualidades. Com isto, a sua felicidade avulta, tendo em vista a possibilidade que alcança de fazer, em maior proporção, a felicidade dos outros. Esta realidade é, sem dúvida, o que há de mais importante, não apenas no Mundo Físico.

Max Heindel, nosso Amigo, em perfeita consonância com Cristo-Jesus, ensina-nos no “Conceito Rosacruz do Cosmos” que devemos ver o BEM em TUDO. Aliás, entre os Estudantes da Fraternidade Rosacruz, felizmente, alguns já se compenetraram bem da lição conscientemente. Outros atingiram certo ponto e continuam se esforçando. E, há, ainda, aqueles que estão iniciando a maravilhosa jornada.

Caminhando, pois, como ensinara o Mestre verificaremos, no correr dos dias, que EIe tinha e tem toda razão desaparecendo por completo, o “mau cheiro” que antes sentia, por ventura, nos fatos e pessoas.

Lembremo-nos, finalmente, de que a Bíblia Sagrada diz o seguinte: “Deus Criou tudo e viu que tudo era bom”. É conveniente, portanto, meditar diariamente sobre isto.

(Revista Serviço Rosacruz – 07/66 – Fraternidade Rosacruz – SP)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

As Manifestações da Luz de Cristo na sua vida

As manifestações da Luz de Cristo, toda vibrante, linda e cheia de mistério, são tão numerosas que seria impossível apresentar mais que um resumo deste vasto assunto em um simples artigo.

À medida que oramos em nossa Sede Central, dia após dia, a Luz de Cristo, vibrando em cada um de nós, juntam-se e irradiam um raio luminoso que forma uma deslumbrante luz dentro e em volta de todo o edifício da Sede. Pela mesma razão, a Luz de Cristo emana do nosso Templo de Cura, mas num grau muito maior.

Se analisarmos um pouco o assunto, verificaremos que a maioria das coisas verdadeiramente belas da vida são criadas por intermédio da Luz de Cristo. Por outro lado, a Luz de Cristo é acionada pelo amor que manifestamos – amor a toda a Criação, que é uma manifestação de Deus.

A Luz de Cristo pertence a todo indivíduo, tanto os seres humanos livres como os escravos. É difícil para nós que somos livres, conceber que há neste mundo homens e mulheres que são escravos. Estes seres não são donos de seus corpos físicos, mas possuem a centelha da Luz de Cristo dentro de seus corações. É essa centelha que, eventualmente, os libertará de toda escravidão.

Os Raios de Cristo constituem o princípio ativo da nutrição e do crescimento em todas as obras da Natureza. O lavrador experiente leva em consideração estes Raios quando são refletidos pela Lua, na ocasião do plantio. O ser humano que faz curas leva em conta os Raios de Cristo que vêm diretamente do Sol. Cristo é a concretização do Princípio da Sabedoria, e à medida que Cristo se forma dentro de nós, alcançamos o estado de saúde. A cura espiritual deriva do emprego das diversas categorias de vibrações dos Raios de Cristo. A Força curativa empregada por Cristo sempre esteve ao alcance da humanidade, de acordo com o preparo do indivíduo para tornar-se um canal receptor e transmissor da força curativa.

À medida que damos, assim também recebemos. Por isso se quisermos receber esta grande força curativa precisamos por nossa vez, distribuí-la à humanidade sofredora; tornando-nos assim um canal adequado para a passagem desta força.

Antigamente o caminho da Iniciação não estava aberto a todos. Mas somente aos poucos escolhidos. Os Discípulos que estivessem preparados para a Iniciação, antes do nascimento de Cristo, elevavam-se a um estado de exaltação no qual eles transcendiam as condições físicas. Para a sua visão espiritual, a Terra sólida tornava-se transparente e eles viam o Sol à meia-noite: “a Estrela”. Esta é a Estrela que brilhou para o místico na escuridão da noite. A Estrela Fulgurante está sempre presente para guiá-lo, e sua alma ouve o cântico profético: “Paz e Boa Vontade a todos”. Isto se aplica a todos, sem exceção. Não há lugar para um único inimigo ou rejeitado! É de admirar que seja difícil educar a humanidade para conceber um nível tão elevado? Existe melhor caminho para demonstrar a beleza, a necessidade da paz, da boa vontade e do amor do que se contrastando com o estado atual de guerras, egoísmo e ódio?

Diz-se que a Estrela de Belém surgiu na ocasião do nascimento de Jesus e guiou os três Reis Magos (que representam o povo da Terra) até o Salvador. A natureza da Estrela tem sido motivo de muita especulação. A maioria dos cientistas materialistas consideram-na um mito, mas todo místico conhece a Estrela bem como a Cruz – não somente como símbolos ligados a vida de Jesus e de Cristo-Jesus como nas suas próprias experiências devida.

No momento em que o Grande Espírito do Cristo Solar livrou-Se do veículo físico de Jesus na Crucificação, uma enorme onda de luz espiritual inundou a Terra. Naquele momento o caminho da Iniciação foi aberto a todos que o buscassem. Esta onda de luz espiritual tinha um brilho tão ofuscante que as massas disseram que o Sol se tinha obscurecido. O Sol não se obscureceu. Foram as fortíssimas vibrações causadas pela luz excessiva que cegaram o povo. Este foi o espetáculo mais vibrante dos Raios de Cristo até hoje registrado.
Os raios do Sol Espiritual e invisível possibilitam o crescimento anímico sobre diferentes partes da Terra sucessivamente, assim como os raios do Sol físico possibilitam o crescimento da forma. Este impulso espiritual também se dirige na mesma direção que o Sol físico – do Leste para o Oeste. Isto explica a onda de espiritualidade que se disseminou sobre a Terra, dirigindo-se do Oriente para o Ocidente, compreendendo numerosas religiões até que finalmente vem atingir o Mundo Ocidental, onde assume a forma elevada da Religião Cristã. E assim como o brilho do Sol ultrapassa a estrela mais brilhante dos céus, assim também num futuro muito remoto a verdadeira Religião de Cristo substituirá e obscurecerá todas as outras religiões. Todas as religiões foram dadas à humanidade pelos Anjos do Destino, os quais conhecem as necessidades espirituais de cada classe, nação e raça, mas agora essas religiões já serviram o fim a que se destinava, qual seja, servir de ponto de partida para a compreensão do Cristianismo Esotérico que ainda não foi ensinado publicamente, nem o será enquanto a humanidade não atravessar a fase materialista e estiver preparada para recebê-la. No decorrer da Sexta Época vindoura, ou Nova Galileia, a Luz de Cristo unificadora, sob a forma de Religião Cristã, abrirá os corações da humanidade, assim como seu entendimento espiritual está aumentando agora.

O Cristianismo como conhecemos teve início há mais de 2.000 anos, mas o verdadeiro Cristianismo sempre existiu e sempre existirá, simplesmente porque há um só Filho de Deus, o Cristo Cósmico. Todas as outras religiões, encerrando somente uma parte daquilo que o Cristianismo possui em proporções maiores, têm apenas conduzido a humanidade para a religião Cristã. Quando Cristo apareceu em estado físico e uniu-Se a esta Terra, a verdadeira religião em existência recebeu o nome de Cristã. Somente por intermédio da percepção consciente do Cristo interior pode a verdadeira compreensão espiritual do Cristianismo raiar sobre o mundo.

Toda a humanidade está se tornando sensível a mais uma oitava de visão, porque o Éter que circunda a Terra está ficando mais denso e o ar mais rarefeito. Isto é verdade especialmente em certas partes do mundo, no Sul da Califórnia entre outras, e a nossa Sede é particularmente favorecida neste ponto. A este respeito, é digno de nota o fato de que a magnificência da Aurora Boreal do Norte congelado, está se tornando mais frequente e mais potente nos seus efeitos sobre a Terra. Nos dias primordiais da Era Cristã este fenômeno era desconhecido, mas com o correr do tempo, à medida que a Onda de Cristo, que penetra na Terra durante parte do ano, transmite uma quantidade cada vez maior de sua própria vida, a massa terrestre inerte, os Raios Etéricos Vitais, tornam-se visíveis de intervalos a intervalos. Depois se tornam cada vez mais numerosos, e agora estão começando a perturbar as nossas atividades elétricas, cujas funções são, às vezes, completamente alteradas pela irradiação destes raios.

As correntes relativamente fracas e invisíveis produzidas pelos Espíritos-Grupo das plantas e os fortíssimos raios de força produzidos pelo Espírito de Cristo, ora visíveis sob a forma da Aurora Boreal, tiveram até agora mais ou menos a mesma natureza que a eletricidade estática, ao passo que as correntes produzidas pelos Espíritos-Grupo dos animais e que circundam a Terra podem ser comparadas a eletricidade dinâmica, a qual deu a Terra a sua força de movimento em eras passadas. Agora, porém, as correntes de Cristo estão se tornando cada vez mais poderosas e sua eletricidade estática vai sendo libertada, transformando-se, assim, em dinâmica. O impulso etérico que elas produzem iniciará uma nova Era e os órgãos sensoriais que a humanidade possui atualmente, precisam acomodar-se a esta transformação.

Com o correr do tempo, e à medida que Cristo, através de Sua intervenção benéfica, atrai uma quantidade cada vez maior do éter interplanetário para a Terra, tornará o globo mais luminoso e estaremos caminhando num mar de luz, devido ao constante contato com estas vibrações benéficas de Cristo. E também nos tornaremos luminosos. Então a vista humana, tal como ela se constitui, não teria utilidade para nós; por isso ela está começando a modificar-se e nós estamos passando pelo incômodo que acompanha qualquer reconstrução. Ainda com referência a Aurora Boreal (os poderosos raios de força produzidos pelo Espírito de Cristo), e seus efeitos sobre nós, , irradia através de todas as partes da Terra, que é o Corpo de Cristo, partindo do centro para a periferia, mas não são visíveis nas regiões habitadas do mundo, porque estes raios são absorvidos pela humanidade, assim como os raios do Espírito-Grupo das plantas são absorvidos pela flor. Estes raios constituem o “impulso interior” que lenta, mas seguramente, vai impelindo a humanidade a adotar uma atitude de altruísmo.

Quando olhamos para os dias anteriores ao nascimento do Salvador verificamos que o altruísmo, em qualquer sentido da palavra, era desconhecido. Cada criatura humana pensava em si mesma, gananciosa, indiferente e licenciosa. Mas com a presença do Salvador na Terra, os raios benéficos foram atraídos e lentamente, muito lentamente, mas com segurança, todas as vibrações começaram a manifestar-se, e no decorrer dos milênios que se passaram o amor e a generosidade para com nossos semelhantes positivaram-se.

À medida que o ser humano progride espiritualmente, ele absorve uma quantidade cada vez maior da Luz de Cristo e, consequentemente, aumenta cada vez mais a presença dessa Luz na Terra. Isto explica todas as nossas grandes instituições de ensino e de caridade, bem como a enorme generosidade que existe em toda parte.

Certamente é grande o mérito da humanidade pela prática de tanto altruísmo e de sua constante intensificação. Tudo isto é a manifestação da inesgotável Luz de Cristo; a Luz que impregna e que torna a alma produtiva, eventualmente, realizará a Imaculada Concepção e o Cristo nascerá dentro de cada um de nós. Então, caminharemos na luz, porque Ele está sempre na luz, e nós amaremos uns aos outros.

(Revista Serviço Rosacruz – 09/65 – Fraternidade Rosacruz – SP)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

O Magno Mistério da Rosacruz: os ensinamentos são somente “a casca que tem de ser removida, a fim de ser saboreado o fruto”

O Magno Mistério da Rosacruz: os ensinamentos são somente “a casca que tem de ser removida, a fim de ser saboreado o fruto”

Costumamos receber cartas de estudantes, nas quais se queixam de que se encontram desamparados nos estudos que fazem da Filosofia Rosacruz; que suas esposas ou esposos, filhos ou demais parentes não só antipatizam, como são antagônicos aos ensinamentos dessa filosofia, apesar dos esforços que dispendem para interessá-los, e, ao mesmo tempo, para obterem cooperação e liberdade para levarem a cabo as suas inclinações. Esse atrito é causa de certa infelicidade, proporcional aos distintos temperamentos e, por isso, nos rogam que lhes aconselhemos sobre o modo de converter tais pessoas e vencer esse antagonismo.

Por meio de correspondência particular tivemos o prazer de ajudar a mudar as condições de não poucos lares, quando nossas sugestões foram seguidas devidamente. Entretanto, sabemos que aqueles que por esse motivo mais profundamente sofrem, são aqueles que se calam e, portanto, resolvemos dedicar-lhes curto espaço de tempo para discutir o assunto.

Foi dito, em verdade, mas muito verdadeiramente, que “um ligeiro conhecimento é perigoso”, e isso se aplica ao significado dos ensinamentos Rosacruzes; portanto, o principal é sabermos se temos um conhecimento suficiente para sustentarmos uma atitude apropriada e, então, eu vos faço uma pergunta: O que são esses ensinamentos Rosacruzes que com tanto afã procura inculcar-nos outros, e qual o seu objetivo? Será tornar conhecidas as leis gêmeas da Causalidade e do Renascimento? Elas por si só explicam muitos dos problemas da vida e é um grande consolo quando a temível segadora apareça em vossa casa e arrebate a algum ser querido, porém, não esqueça de que existem muitas pessoas que não tem necessidade de nenhuma explicação, pois são de uma constituição tal que não se acham preparadas para receber o que lhes queiramos transmitir. É natural que agimos com maior vantagem quando temos consciência das leis e seus propósitos, mas atentemos ao fato de que essas leis trabalham para o bem geral, embora a humanidade tenha ou não conhecimento disso; portanto, esse conhecimento não é essencial. As pessoas não sofrerão grandes penas por não adotarem a nossa doutrina, e poderão, talvez, escapar da desvantagem de possuírem um “conhecimento muito limitado”.

Na Índia, onde essas verdades são conhecidas e cridas por milhões de pessoas, o povo faz muito pouco esforço para adquirir o progresso material, por saberem que tem tempo ilimitado para obterem o que quiserem e porque sabem que os que não fizerem nesta vida terão que fazer na futura; assim é que muitos ocidentais, ao abraçarem a doutrina do renascimento, caíram na indolência, deixando de ser úteis à comunidade e deturpando, assim, os chamados ensinamentos elevados. Se seus amigos ou parentes não se interessam por esses ensinamentos, deixai-os tranquilos; converter a outrem não é essencial sob o ponto de vista Rosacruz, pois o Guardião do Umbral não leva em consideração o conhecimento de ninguém, admitirá a alguns que desconheçam completamente o assunto e baterá à porta no rosto de outros que passaram suas vidas lendo, estudando e ensinando os ensinamentos das leis.

De maneira que, se as doutrinas da Casualidade e do Renascimento não são essenciais, o que diremos do conhecimento da complexa constituição do ser humano? Seria essencial saber que nós não somos meramente um corpo visível, senão que temos um Corpo Vital que o carrega de energias, um Corpo de Desejos que consome essas energias, uma Mente para guiar os nossos esforços por canais razoáveis e que somos Espíritos Virginais envoltos como Ego em um véu tríplice? Seria também essencial saber que o Corpo Denso é a contraparte material do Espirito Divino; que o Corpo Vital é a contraparte do Espirito de Vida; e que o Corpo de Desejos é a contraparte do Espirito Humano, e que a Mente é o elo entre o Tríplice Espírito e o Tríplice Corpo?

Não, esse conhecimento não é essencial. Tais conhecimentos, quando usados de modo apropriado, são uma vantagem, mas poderão se tornar em desvantagem para aqueles que tenham “um conhecimento muito limitado”.

Muitos vivem meditando sobre as “coisas superiores”, enquanto os “seres inferiores” gemem na miséria diante de suas portas; muitos sonham, dia e noite, na hora em que tenham de sair de seus corpos em voos da alma, como “Auxiliares Invisíveis” para remediarem os sofrimentos, as enfermidades e tristezas alheias, não sendo, porém, capazes de gastar cinco minutos para consolar um pobre abandonado em um hospital ou para levar uma flor, uma palavra de consolo a alguém que dela necessite. Novamente declaro que o Guardião do Umbral admitirá aquele que fez o que pode e não ao que muito sonhou e nada fez para aliviar os sofrimentos de seus semelhantes.

Se conseguir que alguém estude os nossos ensinamentos sobre a morte e a vida que há depois dela, concluirá que também seria muito importante saber algo sobre o Cordão Prateado que permanece sem se partir, aproximadamente durante três dias, e meio depois que o espírito abandona o Corpo Denso, e que o Corpo Denso deve permanecer em ambiente de tranquilidade, enquanto o panorama de sua vida passada está sendo gravado no Corpo de Desejos, a fim de servir de árbitro na sua passagem pelos Mundos Invisíveis; achará, também, razoável que soubessem tudo o que se relaciona com a vida do Espírito no Purgatório e que como os maus atos da vida reagem sobre o ser humano, como dor, a fim de criar consciência e mantê-lo afastado de ditos atos, nas vidas futuras; igualmente, desejará fazê-lo aprender como os bons atos se transmutam em virtudes nas vidas futuras, conforme a nossa filosofia ensina; entretanto, se você se surpreende com a asserção de que o conhecimento das grandes leis gêmeas não é essencial, muito você se escandalizará, porque eu lhe digo que também não é essencial que conheça a constituição do ser humano, tal como a nossa filosofia ensina e muito lhe poderá entristecer ao lhe afirmar que os ensinamentos Rosacruzes, em relação à morte e a passagem do Espírito pelos Mundos Invisíveis não são, também, necessários para o propósito que pretendemos levar avante. Realmente, não importa que seus parentes ou amigos compreendam, creiam ou não em tais coisas; porém, pelo que diz respeito a sua morte, pode escrever aos vossos familiares que deixem o seu Corpo Denso em paz e que não permitam ruídos durante o período apropriado; todos, naturalmente, assim farão, mormente levando em conta certa superstição em respeitar a “última vontade dos moribundos”; e se ocorrer o falecimento de um seu parente ou amigo estará presente, a fim de que com o seu conhecimento possa ajudá-lo, convenientemente. Portanto, não se preocupe por se recusarem a receber os ensinamentos Rosacruzes.

Mas, dirá o estudante: “Se o conhecimento dessas coisas que parecem ter um tão grande valor prático não é necessário, é de se supor que o estudo dos Períodos, Revoluções, Mundos, Globos, etc. se encontram nas mesmas condições, e isso destrói tudo o que foi ensinado no ‘Conceito’, e nada restará daquilo que aprendemos e aceitamos com toda fé! “.

Que nada reste dos ensinamentos? … pois a verdade é que tais ensinamentos são somente a casca que tem de ser removida, a fim de ser saboreado o fruto. Com certeza você leu o Conceito muitas vezes e se sente orgulhoso em conhecer o mistério do mundo, porém leu o mistério que se oculta em cada uma de suas linhas? Esse é o grande e essencial ensinamento, aquele que interessará aos seus amigos e parentes, o qual quando aprendido deverá ser dado a eles. O Conceito predica em cada uma de suas linhas O EVANGELHO DO SERVIÇO!

Por nossa causa a Deidade manifestou o universo; as grandes Hierarquias Criadoras foram – e algumas delas continuam – sendo nossos servidores, os Luminosos Anjos astrais, cujos ígneos corpos vemos girando através do espaço, trabalharam conosco por muito tempo e, por sua vez, Cristo veio trazer-nos os impulsos espirituais de que carecíamos, sendo significativa a parábola: “Muito bem, bom e fiel servo, entra no gozo do teu Senhor; pois tive fome e me alimentaste, tive sede e me deste de beber” (Mt 25; 21). Não há nessa parábola nem uma só palavra sobre o conhecimento. Todo o seu significado gira em torno da fé e do serviço.

Nisso existe uma profunda e oculta razão: o serviço constrói o Corpo-Alma, o glorioso Traje Nupcial, sem o qual nenhum ser humano poderá entrar no Reino dos Céus, designado ocultamente por a “Nova Galileia”. De modo que se levarmos a cabo o nosso trabalho, não importa que saibamos ou não como se processam as coisas, pois o luminoso Corpo-Alma cresce ao redor da pessoa e a sua luz lhe ensinará tudo quanto concerne aos Mistérios sem que seja preciso recorrer a livros – por esse meio, o indivíduo aprende os ensinamentos de Deus de tal maneira que ultrapassa aquilo que os livros lhe poderiam oferecer. No devido tempo a sua visão interna se despertará e lhe mostrará o caminho para o templo.

Se quer ensinar aos seus amigos, por muito céticos que sejam, eles crerão em você se você pregar o “evangelho do serviço”. Mas a sua prédica deve ser prática; deve se converter em um servidor de todos se quiser que creiam em você; se quer que o sigam, deve guiá-los, pois de outro modo, terão o direito de duvidar da sua sinceridade. Lembra-se que “sois uma cidade sobre uma montanha” (Mt 5: 14-15) e que quando declarar qualquer coisa terão o direito de julgá-la pelos seus frutos; portanto, fale pouco e faça muito.
Muitos gostam de discutir tais coisas à mesa, esquecendo que a carne sangrenta que se acha ante seus olhos e o fumo dos charutos ofusca os sentidos; há muitos que fazem do seu estômago um deus e preferem estudar gastronomia, em vez da Bíblia, estando sempre dispostos a discorrer com seus amigos sobre o último prato em moda.

Conheci um indivíduo que dirigia um centro esotérico, cuja esposa tinha aversão pelo estudo do ocultismo e pela dieta vegetariana. Tal indivíduo advertiu sua esposa que se alguma vez cozinhasse carne ou contaminasse as panelas e prato com alimentos carnívoros seria posta na rua com todo o vasilhame, acrescentando que se ela pensava em torná-lo um porco, que fosse tomar as suas refeições em um restaurante. É de se admirar que tal senhora tivesse aversão pela religião de seu marido e nada quisesse saber dela? Desse caso pode se tirar uma boa lição, embora seja um caso extremo.

Muito digno de louvores foi o procedimento de Maomé, pois a sua primeira discípula foi a sua esposa, e muitos volumes se escreveriam sobre a bondade e consideração que o profeta dispensava em seu lar. Tal exemplo faria muito bem em seguir se quisermos adquirir amigos que nos sigam na vida superior, pois embora os sistemas religiosos difiram em sua parte externa o centro deles todos é AMOR.

(Revista Rosacruz – 12/64 – Fraternidade Rosacruz – SP)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Exatidão Científica da Bíblia

Exatidão Científica da Bíblia

Se há um Deus eterno e onipotente, é razoável esforçar-nos por descobrir se Se tem comunicado com os seres humanos. Certos livros pretendem ser escritos inspirados. Mas entre eles, e ultrapassando a todos na grandeza de sua revelação e na sublime elevação de sua moral, está a Bíblia. Ousadamente dá São Paulo, o grande apóstolo, o testemunho: “Toda a Escritura é divinamente inspirada” (II Tm 3; 16), e a Bíblia deve permanecer ou cair pelos resultados dos testes sobre a genuidade de seus reclamos. A declaração é por demais importante para ser considerada levianamente. Ou este Livro é a Palavra viva de Deus vivo ou é o maior embuste que pode haver. Há muitas maneiras de provar os reclamos da Escritura. Deus mesmo tem em Suas páginas feito muitos desafios diretos aos incrédulos e aos que “voluntariamente ignoram”, mas presentemente só poderemos considerar um deles: A Exatidão Cientifica da Palavra de Deus.

Vivemos na época em que os seres humanos exigem provas objetivas para tudo aquilo que aceitam como verdade. Poderá a Bíblia suportar tais provas? As descobertas da ciência tem mudado tantas das filosofias, por tanto tempo aceitas pela humanidade: sairá a Bíblia incólume?

Notemos, antes de tudo, que a Bíblia não é um compêndio de ciência. Pretende ser uma declaração de Deus a humanidade e uma manifestação de Sua vontade para com as Suas criaturas, e como tal poder-se-ia dizer que qualquer inexatidão científica em nada diminuiria seu real valor.

Entretanto, se é a Palavra eterna de um Deus onipotente, mesmo Suas alusões aos fenômenos naturais devem estar em harmonia com todas as verdades científicas demonstráveis.

Tudo o que reclamamos é o direito de usar este Livro linguagem figurada, como nós o fazemos, em vez de estrita fraseologia dos compêndios de ciência, pois, todos nós sabemos o que se quer dizer ao ser usada a expressão: “O Sol levanta-se no Oriente e põe-se no Ocidente”. Atualmente esta ocorrência poderia ser cientificamente expressa em termos da rotação da Terra. Não há, por certo, discrepância ou contradição alguma em tais expressões.

Um ponto importante e digno de ser salientado é que este velho Livro, que data de três mil e quinhentos anos atrás, excluiu todos os absurdos científicos que se encontram em todos os outros escritos antigos – e em muitos outros escritos, também que não são ainda tão velhos.

Consideremos, primeiramente, alguns fatos a respeito da Terra. Para os antigos, a Terra era o centro do universo (Teoria de Ptolomeu). Supunham-na apoiada sobre uma espécie qualquer de fundamentos fixos. Para muitos deles era plana. Para os entendidos daqueles dias a Bíblia deve ter parecido muito contrária à ciência, pois que figura nos apresenta ela a respeito da Terra? Em primeiro lugar, a Bíblia nos conta, definidamente, que a Terra não é centro do universo. No Evangelho segundo São João, cap. 26; 14, falando dos céus ornados (estrelados), o que inclui a nossa Terra, declara que são apenas as “orlas de Seus caminhos”, ou como um tradutor verteu: Estas são apenas “os limites de Suas obras”.

Quanto à Terra ser suportada por fundamentos fixos, é-nos dito: “O norte estende sobre o vazio; suspende a Terra sobre o nada” – Jo 26; 7. Mais tarde é sobre esta questão feita a seguinte pergunta, em Jo cap. 38; 6: “Sobre que estão fundadas as suas bases, ou quem assentou a sua pedra de esquina?”. A forma da Terra é claramente descrita por Isaias, cap. 4; 22: “Ele é o que está assentado sobre o globo da Terra”. Mais de 2.000 anos antes de Torricelli, o discípulo de Galileu, demonstra que a atmosfera exerce pressão e inventar o barômetro, como já declarado em Jo 28; 24 e 25: “Porque Ele vê as extremidades da Terra… deu peso ao vento”. Sete quilos por polegada quadrada, a pressao atmosférica sobre a Terra é estimada em quinhentos milhões de toneladas.

E a Bíblia já se havia, mais de uma vez, antecipado as descobertas à ciência. O tempo não nos permitiria de maneira alguma tocar nas surpreendentes provas da exatidão histórica da Bíblia encontradas nas descobertas arqueológicas.

Mas as próprias pedras afirmam hoje a historicidade de Belsazar, dos heteus, da queda de Jericó, e de muitas outras histórias tão triunfalmente desdenhadas pelos críticos de poucos anos.

Algumas das declarações feitas pelos chamados seres humanos de ciência não se têm provado dignas de crédito, e permiti-me asseverar, confidencialmente, que ainda não foi provada nenhuma verdade científica que não esteja em harmonia com a verdade bíblica.

Permiti-nos dizer isto em conclusão: Houve tempos, em que divergiam a Bíblia e as teorias da chamada ciência. Mas onde isto se deu, não foi a Bíblia que mudou de posição para produzir a harmonia (Is – 4; 8). A maior dificuldade de hoje é a do ser humano de ciência manter-se em dia. Pessoas que não se especializaram nesta classe de estudos podem-se achar advogando teorias já abandonadas por seus companheiros mais progressistas.

Voltemos ao nosso texto: “A Tua Palavra é a verdade desde o princípio”, e reconheçamos em nossa alma que o honesto indagador da verdade sempre achará perfeita harmonia na Palavra inspirada e na luminosa obra do Grande Criador.

Tenhamos perfeita confiança para aceitar a ambas, como nosso guia e bordão nesta vida e, como nossa certeza, da vida por vir.

(Revista Serviço Rosacruz – 10/65 – Fraternidade Rosacruz – SP)

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