Carta de Max Heindel: Páscoa, uma Promessa de Vida Recém-construída e Bem Desenvolvida

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Carta de Max Heindel: Páscoa, uma Promessa de Vida Recém-construída e Bem Desenvolvida

Abril 1916

Essa é a lição de Páscoa, embora não contenha uma só palavra relacionada com o evento cósmico da presente estação. Mas, enfatiza em uma nova ou diferente forma o grande fato vital que o nascimento e a morte são meros incidentes na vida do Espírito, que não tem princípio nem fim.

A velhice, a doença, a guerra ou os acidentes podem destruir essa habitação terrena, mas possuímos “uma casa celestial” que nenhum poder pode mover ou mudar. E assim, não importa o quanto a morte chegue perto de nós ou dos nossos entes queridos, sabemos que, assim como a Sexta-feira Santa é seguida da gloriosa Páscoa, assim também a porta da morte não é mais do que a porta para uma vida mais longa, onde a doença e a dor, que tanto abatem o nosso Corpo Denso não têm mais domínio sobre nós.

Apenas pense no que isto significa para os nossos pobres irmãos e nossas pobres irmãs que têm sido destroçados e mutilados pela pavorosa da “desumanidade do homem para com o homem”[1], e vamos agradecer por eles terem escapado do sofrimento que deveriam suportar, se não houvesse a morte para libertá-los.

A grande maioria considera a morte como “o rei dos terrores”, mas, quando estamos bem instruídos, percebemos que, nas nossas condições atuais, a morte é realmente uma amiga. Nenhum de nós possui um corpo perfeito e, como ele se deteriora num alarmante grau durante os poucos anos que o utilizamos, pense o que seria ele daqui a um milhão de anos – e um milhão de anos é menos que um fugaz momento comparado com a duração infinita. Ninguém além do Espírito pode suportar o infinito e, portanto, a Páscoa é o penhor de nossa esperança de imortalidade e Cristo é as primícias da imortalidade, e muitos irmãos com Ele.

Vamos então, caro amigo, nos aproximarmos da próxima Páscoa numa atitude de aspiração espiritual, para imitar o nosso grande Líder, o Cristo, crucificando a nossa natureza inferior. Que cada dia do próximo ano seja uma Sexta-feira Santa; que cada noite seja passada na prisão purgatorial ministrando aos Espíritos ali confinados, como Cristo também fez, e que cada manhã seja uma Páscoa gloriosa pela qual nos elevemos numa vida recém-construída e bem desenvolvida para ações maiores e melhores.

“Cuide dos tostões que os milhões cuidarão de si mesmos”, diz um prudente ditado mundano. Podemos parafraseá-lo e adaptá-lo à vida espiritual, dizendo: “Tome cuidado para que cada dia seja bem gasto e os anos renderão muito tesouro”.

(Carta nº 65 do Livro “Cartas aos Estudantes” – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz)


[1] N.T.: Trecho da obra: “Man was made to Mourn: A Dirge” que é um canto fúnebre de onze estrofes do poeta escocês Robert Burns, publicado pela primeira vez em 1784 e incluído na primeira edição de Poemas, principalmente no dialeto escocês em 1786. O poema é um dos poemas de Burns muitas das primeiras obras que criticam as desigualdades de classe. Tornou-se conhecido por sua linha de protesto “A desumanidade do homem para com o homem”, que foi amplamente citada desde sua publicação.

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