Benjamim – Palavra-chave: Paciência

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Benjamim – Palavra-chave: Paciência

Benjamim

Palavra-chave: Paciência

Benjamin era o mais aventureiro de todos os filhos de Pintadinha. Ele lhe causava realmente muita ansiedade, embora não tivesse essa intenção, naturalmente. Mesmo quando era um pintinho fofo e redondo, já se perdia fora de seu viveiro. Começava com uns gritinhos agudos de “Piu-piu-piu”, que queria dizer:

– Estou perdido, estou perdido.

Como só ia até ao lado de fora do galinheiro, Pintadinha podia ouvir seu chamado e cacarejava:

– Có, có, estou aqui, Benjamin, estou aqui.

Assim, aprendeu a confiar em sua mãe, mas não aprendeu a cuidar de si mesmo.

Perdia-se várias vezes em um dia e, no dia seguinte, a mesma coisa acontecia. Era mesmo bom que Pintadinha tivesse bastante paciência com ele, não era?

Algumas vezes, Benjamin corria para outra galinha pensando que era sua mãe. Porém, logo descobria o engano, ao ganhar uma boa bicada. Essa era a maneira das galinhas puxarem as suas orelhas e o mandarem de volta à mãe.

O quintal em que Benjamin vivia era cercado por uma tela de arame. Em alguns lugares havia buracos na tela, suficientemente grandes para permitir a passagem de um pintinho. Pintadinha avisava os filhos para nunca se aventurarem fora da tela, pois havia muito perigo lá fora. Benjamin não era realmente travesso ou desobediente, mas um dia, quando estava perseguindo um besouro, atravessou um buraco na tela sem mesmo saber o que estava fazendo. Depois, quando percebeu onde estava, olhou ao redor com muita surpresa. Ele achou o lugar muito bonito e, como não visse nada que lhe parecesse perigo, pensou que Pintadinha havia se enganado.

Encontrou uma quantidade tão grande de gafanhotos para perseguir que se divertiu muito, embora fosse difícil apanhá-los. Correu e correu até ficar exausto. Quando estava quase conseguindo um gafanhoto, este voava com um farfalhar de asas e Benjamin tinha que correr atrás de outros.

Finalmente, decidiu voltar para casa e descansar sob as asas de Pintadinha. Mas onde estava sua casa? Onde estava Pintadinha? Alarmado, ele levantou sua cabeça e gritou: “Piu, piu!”. Ficou escutando, mas nem um som ouviu em resposta. Nenhum “Có, có” de boas-vindas da mãe dele. Ficou nas pontas dos pés, esticou seu pescoço e chamou, chamou, chamou até ficar rouco, mas em vão. Começou a correr, a correr em todas as direções. Suas perninhas doíam de tanto correr, mas não conseguiu achar sua casa.

– Oh, se achar o caminho de minha casa, nunca mais serei descuidado, prometeu a si mesmo. Depois piou novamente: Estou perdido. Oh! Mamãe, onde está você?

Nesse instante, Benjamin ouviu um barulhinho no capim e viu uma grande cobra rastejando. Nunca vira uma antes, mas tinha certeza de que não era uma minhoca. Deve ser perigosa, pensou, assim correu o mais rápido possível, soltando gritos de medo. Ficou novamente na ponta dos pés e soltou um grito desesperado de socorro.

A sombra de um gavião voando baixo sobre sua cabeça projetava-se ao longo do gramado. Foi bom para Benjamin que Pintadinha tivesse ensinando muito bem seus filhos a se esconderem de coisas que voavam. Escondeu-se dentro de um arbusto, chorando baixinho e tremendo de medo. Depois de algum tempo, saiu do esconderijo, gritando novamente pela mãe.

O Sol já se punha e logo chegaria a noite. Como poderia ficar ali sozinho, naquele campo enorme? Só de pensar nisso tremia de frio e medo. Caminhou sem rumo, por um longo tempo, tropeçando em galhos e pedras por estar muito cansado e fraco, soltando a cada momento um grito desesperado:

– Mamãe estou perdido, estou perdido. Oh, Mamãe, onde está você?

Já estava para desistir quando pareceu ouvir, à distância, a voz da mãe dele. Ficou à escuta. Sim, tinha certeza. O “Có-có” da mãe era a música mais linda para o ouvido dele. Esqueceu-se o quanto estava cansado e como correu! A cada momento parava e chamava:

– Onde está você?

– Estou aqui, respondeu Pintadinha.

Correu, então, na direção da voz dela. Finalmente, chegou à cerca, mas tão cansado que não conseguiu encontrar o buraco. Pintadinha ficou cacarejando, encorajando-o a não desanimar e finalmente ele encontrou o lugar certo e entrou no quintal. Coitado do pequeno, empoeirado e cansadíssimo Benjamin. Correu para baixo das asas de sua mãe e aninhou-se bem juntinho dos irmãos e irmãs. Que lugar maravilhoso era sua casa! Nunca mais seria descuidado a ponto de perder-se. Nunca se esqueceu da cobra e do grande gavião. Aprendera uma lição que jamais esqueceria.

(Do Livro Histórias da Era Aquariana para Crianças – Vol. V – Compilado por um Estudante – Fraternidade Rosacruz)

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