A Origem do Pecado, como aprendemos com ele e como sublimá-lo

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

A Origem do Pecado, como aprendemos com ele e como sublimá-lo

A Origem do Pecado, como aprendemos com ele e como sublimá-lo

Deus é perfeito. Contudo, nós, individualmente, não somos perfeitos.

Devido ao processo de evolução nós estamos sujeitos a cometer erros. E a maioria desses erros nós cometemos por causa da nossa ignorância.

Em parte, isso é devido a irmos contra as leis da natureza. Na maioria das vezes deixamos nosso “eu inferior” dominar a situação.

Nosso “eu superior” sabe como não pecar, como obedecer às Leis da Natureza. Isso prova nossa imperfeição. Usamos nosso livre arbítrio de modo contrário às Leis de Deus. Cometemos mais pecados por omissão do que por comissão. São pequenos pecados a que, na sua maioria, nem damos importância. Entretanto, ao passar do tempo esses pecados começarão a atrapalhar o nosso progresso espiritual.

O pecado é “consequência natural das Religiões de Raça, as Religiões de Jeová”. Essas Religiões eram Religiões de Leis, originadoras do pecado como consequência à desobediência dessas leis. Sob essas leis todos pecavam. E chegou-se a tal ponto que a evolução teria demorado muito, e muitos de nós perderíamos a evolução de nossa onda de vida se não fossemos ajudados.

Isso porque não sabíamos agir com retidão e amor. Nossa natureza passional tornou-se tão forte que não sabíamos mais controlá-la. Pecávamos continuamente.

Na Época Lemúrica, a propagação da raça e o nascimento eram executados sob a direção dos Anjos, por sua vez enviados por Jeová, o Regente da Lua.

A função criadora era executada durante determinados períodos do ano, quando as configurações estelares eram favoráveis. Como a força criadora não encontrava obstáculo, o parto realizava-se sem dor.

A consciência do Lemuriano era igual à nossa hoje, quando estamos dormindo. Assim, ele era inconsciente do Mundo Físico e, portanto, inconsciente do nascimento e da morte. Ou seja, essas duas coisas não existiam para o lemuriano. Eles percebiam as coisas físicas de maneira espiritual, como quando as percebemos em sonhos, quando parece que tudo está dentro de nós.

Quando, nessa Época, havia o íntimo contato das relações sexuais entre o homem e a mulher, o espírito sentia a carne e, por um momento, o ser humano atravessava o véu da carne e observava uma ligeira consciência. A isso se referem várias passagens da Bíblia: “Adão conheceu a sua mulher”, ou seja: sentiu-a fisicamente. “Adão conheceu Eva e ela concebeu Seth”; “Elkanah conheceu Havah e ela concebeu Samuel”. Mesmo no Novo Testamento, quando o Anjo anuncia à Maria que será a mãe do Salvador, ela contesta: “Como pode ser isso possível se eu não conheço a nenhum homem?“. Essas coisas perduraram até aparecerem os Espíritos Lucíferos.

Como o ser humano via muito mais facilmente no Mundo do Desejo, os Espíritos Lucíferos manifestaram-se por aí, e chamaram-lhe a atenção para o mundo exterior. Ensinaram-lhe como podia deixar de ser manipulado por forças exteriores, como poderia converter-se em seu próprio dono e Senhor, parecendo-se aos Deuses, “conhecendo o bem e o mal” (Gn 3:5). Também lhe mostraram como podia construir outros corpos, sem a necessidade da ajuda dos Anjos.

O objetivo dos Espíritos Lucíferos era dirigir a consciência do ser humano para o exterior. Essas experiências proporcionaram a dor e o sofrimento, mas deram também a inestimável benção da emancipação das influências e direção alheias e o ser humano iniciou a evolução dos seus poderes espirituais.

A partir daí foram os seres humanos que dirigiram a propagação e não mais os Anjos. Eles passaram, então, a ignorar a operação das forças solares e lunares como melhor época para a propagação e abusaram da força sexual, empregando-a para a gratificação dos sentidos. Então, restou a dor que passou a acompanhar o processo de gestação e nascimento.

Passaram, também, a conhecer a morte, pois viam quando eles atravessavam do Mundo Físico para os mundos espirituais e vice-versa, quando voltavam, ao renascerem.

A partir daí, como diz a Bíblia: “conceberás teus filhos com dor”. Isso não foi uma maldição de Jeová, como normalmente se acha. Foi uma clara indicação do que iria ocorrer quando se utilizasse a força criadora na geração de um novo ser sem tomar em conta as forças astrais.

Então, é o emprego ignorante da força criadora que origina a dor, a enfermidade e a tristeza.

Esse é o pecado original. “A terra te produzirá espinhos e abrolhos, e tu terás por sustento as ervas da terra. Tu comerás o teu pão no suor do teu rosto, até que te tornes na terra, de que foste formado”. (Gn 3:18-19)

A partir daí o ser humano teve que trabalhar para obter o conhecimento. Através do cérebro, interioriza parte da força criadora para obter o conhecimento no Mundo Físico.

Isso é egoísmo.

Contudo, a partir da queda na geração, não há outro modo de se obter conhecimento.

Assim, uma parte da força sexual criadora do ser humano ama egoisticamente o outro ser, porque deseja a cooperação na procriação. A outra parte pensa, também, por razões egoístas, porque deseja conhecimento.

Como resultado cristalizou os seus veículos e esqueceu-se de Deus. Os corpos debilitados e as enfermidades que vemos ao nosso redor foram causados por séculos de abuso, e até que aprendamos a subjugar nossas paixões não poderá existir verdadeira saúde na humanidade.

Em resumo: o pecado original veio porque o ser humano usou o seu livre-arbítrio e quis obter a consciência cerebral e a do Mundo Físico. Transformou-se, de um autômato, guiado em tudo, num ser criador pensante.

Aos poucos, através do sábio uso da Força Criadora e da espiritualização dos seus corpos, o ser humano vai respondendo aos impactos espirituais e escapando do estigma do pecado original.

A partir do momento em que o ser humano tomou para si as rédeas de sua evolução, ele começou a experimentar, agindo bem ou mal, fazendo o certo e o errado.

Na Época Atlante, quando lhe foi dado a Mente, o Ego era excessivamente débil e a natureza de desejos muito forte, motivo por que a Mente uniu-se ao Corpo de Desejos, originando a astúcia; a partir daí, então,  a tendência foi fazer mais o mal do que o bem, mais o errado do que o certo, desenvolvendo mais o vício do que a virtude.

Assim, devido à sua ignorância, foi lhe dada uma Religião que tinha como base o látego do medo, impelindo-o a temer a Deus.

Por causa desse medo, tentava-se fazer o bem, o certo. Mas a astúcia e a ignorância eram muito fortes e o ser humano fazia mais o mal do que o bem.

Após isso, foi lhe dada uma Religião que o levava a certa classe de desinteresse, coagindo-o a dar parte dos seus melhores bens como sacrifício: “Noé levantou um altar ao Senhor: tomou de todos os animais puros e de todas as aves puras, e ofereceu-os em holocausto ao Senhor sobre o altar”(Gn 8:20).

Noé simboliza os Atlantes remanescentes, núcleo da quinta raça, a Raça Ária, e, portanto, nossos progenitores. Isso foi conseguido pelo Deus de Raça ou Tribo. Um Deus zeloso que exigia a mais estrita obediência e reverência. Contudo, era um poderoso amigo, ajudava o ser humano em suas batalhas e lhe desenvolvia multiplicados “os carneiros e cereais” que lhe eram sacrificados.

O ser humano não sabia que todas as criaturas eram semelhantes, mas o Deus de Raça ensinou-lhe a tratar benevolentemente seus irmãos de raça e fazer leis justas para os seres da mesma raça.

Entretanto, houve muitos fracassos e desobediências, pois o egoísmo estava – e ainda está – muito enraizado na natureza inferior.

No Antigo Testamento, encontramos inúmeros exemplos de como o ser humano se esqueceu dos seus deveres e de como o Deus de raça o encaminhou, persistentemente, uma e outra vez.

Só com os grandes sofrimentos ditados pelos Espíritos de Raça foi que os seres humanos caminharam dentro da lei. Isso porque o propósito da Religião de Raça é dominar o Corpo de Desejos, na maioria das vezes apegado à natureza inferior, de modo que o intelecto possa se desenvolver. Portanto, essas Religiões são baseadas na lei, originadoras do pecado, como consequência à desobediência a essas leis.

Exemplos dessa desobediência e de suas consequências vemos no Pentateuco Mosaico, os cinco primeiros livros do Antigo Testamento. O ser humano foi pecando – pois não sabia agir por amor – por desobediência a essas Leis, baseadas na Lei de Consequência, e acumulando uma quantidade tão grande de pecados que, se não houvesse uma intervenção externa, muitos teriam sucumbido e toda a evolução perdida.

E essa ajuda foi a vinda do Cristo. Por isso ele disse que veio para “buscar e salvar os que estavam perdidos“. Cristo não negou a Lei, nem a Moisés, nem aos profetas.

Disse que essas coisas já tinham servido aos seus propósitos e que, para o futuro, o AMOR deveria suceder a Lei.

Ele é: “O Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo”. E o tirou, mas não o pecado do indivíduo!

Purificou, e continua purificando todos os anos, o Mundo do Desejo de modo que tenhamos matéria de desejos, emoções e sentimentos mais pura para construir nossos Corpos de Desejos e desejos, emoções e sentimentos superiores, mais puros.

Assim, por inanição, vamos eliminando nossas tendências inferiores, nossos vícios, o egoísmo, etc.

Ele nos deu a doutrina do Perdão dos Pecados. Ela não vai contra a Lei de Consequência, como muitos pensam, mas a complementa.

Dá aos que se interessam pela vida espiritual forças para lutar, apesar de repetidos fracassos e para conseguir subjugar a natureza inferior.

Mediante o Perdão dos Pecados foi nos aberto o caminho do arrependimento e da reforma íntima.

Aplicando uma lei superior à Lei Mosaica, a lei do amor, conseguimos esse perdão. Se não o fazemos, teremos que esperar pela morte que nos obrigará a liquidar nossas contas.

Para conseguir o perdão dos nossos pecados temos que, quando cometermos um erro, ter um sincero arrependimento seguido de uma devida regeneração que pode ser um serviço prestado a quem injuriamos ou uma oração para essa pessoa – se for impossível o serviço – ou, ainda, um serviço prestado a outrem. Com esse sentimento e essa compreensão tão intensas quanto possível do erro cometido, a imagem desse ato se desvanece ao Átomo-semente, no qual foi gravado.

Lembremos que são as gravações desse Átomo-semente que formam a base da justa retribuição depois da morte e que é o livro dos Anjos do Destino. Com isso, no Purgatório esse registro não estará mais lá e não sofreremos por esse ato errado, pois já aprendemos que ele é errado, restituindo-o voluntariamente.

Lição aprendida, ensino suspenso!

Nesse ponto, muito nos ajuda o Exercício da Retrospecção. É ele que nos faz viver o nosso Purgatório diariamente e nos ajuda na compreensão e no discernimento em fazer o bem e o que é fazer o mal.

Portanto, não sigamos tanto “a carne”, o Mundo Físico, pois já é passado o tempo que precisávamos disso.

Não sejamos preguiçosos, gulosos, impudicos, voluptuosos, soberbos, avarentos. Pois no ponto em que nós pecamos seremos gravemente castigados.

Relembremos, agora, os nossos pecados para podermos aproveitar melhor o tempo após a morte para ajudarmos os nossos irmãos e para construirmos melhores corpos.

Sejamos sábios utilizando toda essa ajuda que os nossos irmãos mais evoluídos nos dão.

Se vivemos para Cristo, veremos que toda tribulação dará prazer, pois a sofreremos com paciência e que: “a iniquidade não abrirá a sua boca” (Sl 106:42).

E pela paciência e persistência estaremos entre os escolhidos no dia do Juízo, pois: “erguer-se-ão naqueles dias os justos com grande força contra aqueles que os oprimiram e desprezaram.” (Sb 5:1).

Que as rosas floresçam em vossa cruz

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