Nos primórdios do desenvolvimento da humanidade, no Período Terrestre, todos eram Clarividentes involuntários. A causa poderia ser encontrada na debilidade ou frouxidão existente entre os Corpos Denso e Vital. Daquela época para cá, esses veículos se interpenetraram e ajustaram-se com rigidez gradativamente mais acentuada. Isso é válido para a maioria, porém, nas pessoas sensitivas o laço é pouco firme. Eis aí a diferença entre aqueles dotados de manifesto psiquismo e os comuns, isto é, aqueles inconscientes de todas as vibrações imperceptíveis aos cinco sentidos físicos. Encontramos as pessoas sensitivas tipificadas em duas classes:
No grupo 2 encontramos uma subdivisão:
Os seres assim classificados, como Clarividentes negativos ou médiuns, muitas vezes tornam-se vítimas de espíritos inferiores, apegados à Região Química do Mundo Físico.
Esses espíritos inferiores, dizendo-se “Guias”, procuram transformar suas vítimas em “médiuns de transe”. Se o elo entre os Corpos Denso e Vital não é muito rígido, desenvolvem-nas como “médiuns de materialização”.
É importante frisar: os espíritos de elevada natureza moral não procuram exercer controle sobre médiuns. Só os espíritos inferiores tendem a fazer essas tentativas. E não raro logram êxito seus nefastos propósitos.
Ao contrário do que pensam alguns, a morte não tem poder de transformação. Não converte o pecador em santo, nem o ignorante em sábio. É patético, para o Clarividente positivo, observar espíritos carentes de experiência controlarem pessoas sensitivas.
Os espíritos mais experimentados procuram exercer controle sobre os órgãos da linguagem e outras partes do corpo, de fora. O espírito sem experiência, contudo, às vezes entra e se apossa do corpo, de tal modo a não poder sair dele quando bem entender.
Em casos dessa natureza, diz-se que o Ego perdeu seu corpo e sua personalidade passa por uma transformação.
Os elementais são uma classe de espíritos sub-humanos. Frequentemente, apossam-se de Corpos de Desejos já abandonados por seres humanos inferiores, agindo, em seguida, sobre os médiuns, como espíritos de controle.
Os estudantes novos sempre demonstram interesse em conhecer como se processa a materialização. Vejamos, então: na materialização de espíritos, o Éter do Corpo Vital do médium é retirado via baço. Atrai partículas de matéria química, tornando possível a materialização, ou seja, a elaboração de uma forma visível. Isso reduz seriamente a vitalidade do médium, prostrando-o em um extremo esgotamento. Essa condição pode se agravar, induzindo-o a viciar-se em drogas e outros estimulantes.
Pode ocorrer que, durante anos, espíritos perversos, assumindo uma falsa e enganadora postura de santidade, consigam ludibriar e dominar suas vítimas. Depois de tê-las dominado durante toda uma vida, podem, quando do desenlace, usurpar-lhes os veículos que contêm a experiência da vida, retendo-os possessivamente durante muito tempo. Assim, atrasam, desgraçadamente, a evolução do Ego. Atentemos bem para a gravidade desse fato, e na medida do possível, dentro do que as circunstâncias permitirem, não nos omitamos em alertar as pessoas para tão grande perigo.
A prancheta é outro meio pelo qual os espíritos desencarnados ou elementais podem dominar as pessoas mal avisadas. Ao empregar esse objeto como divertimento — e muitos o fazem — um indivíduo de natureza negativa é gradativamente controlado: primeiro a mão e o braço usados nessa prática, e finalmente toda a personalidade. A prancheta, também chamada de “ouija” é uma espécie de mesa sobre a qual se espalham as letras do alfabeto. A pessoa que se utiliza dela faz o papel do médium: coloca a mão sobre um copo, ou sobre um pequeno tripé que, deslizando pela mesa, para defronte às letras. O espírito controlador, dominando o braço do experimentador, faz com que empurre o copo em direção a determinadas letras. Formam-se as palavras, isto é, traduz-se a “mensagem do espírito”. Nunca é exaustivo repetir o quanto tal prática é perniciosa e totalmente desaconselhável. Nem por curiosidade deve-se fazer a tentativa.
Como é fácil depreender-se, as condições negativas acima apontadas, se assumidas por um indivíduo, convertem-no em escravo de forças inferiores. Isso pode ser psiquismo, mas jamais poderá caracterizar-se como espiritualismo. Um espiritualista evidencia-se como um ser liberto, emancipado de influências externas, confiante em si mesmo no mais alto grau. Só assim estará em condições de ajudar a humanidade em sua marcha ascensional.
(De Gilberto A V Silos, Publicado na Revista Rosacruz de fevereiro/1978)
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