As Aventuras de Rex e Zendah no Zodíaco – A Terra do Leão

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

As Aventuras de Rex e Zendah no Zodíaco – A Terra do Leão

As Aventuras de Rex e Zendah no Zodíaco
A Terra do Leão

Rex e Zendah ficaram por algum tempo diante do portão do Leão admirando-o. De fato eles não podiam decidir qual o mais bonito: se esse ou o portão da Balança.

Era feito de ouro: algumas partes foscas e outras tão polidas que podiam refletir os raios de luz. De cada lado, havia uma alta torre. A porta estava entre elas; era de sistema levadiço. Um sol de ouro constituía a porta enquanto os raios do sol formavam as barras que a completavam. Havia uma pequena portinhola em cada torre, com uma campainha em forma de cabeça de leão.

Rex dirigiu-se para uma delas e bateu: abriu-se a portinha e apareceu um rosto que perguntou:

– “Quem é?”

– “Rex e Zendah”, responderam.

– “Dê a senha”.

– “”, disseram ao mesmo tempo os meninos.

Ouviu-se uma fanfarra de trombetas e o portão foi suspenso deixando passagem livre por uma ponte que conduzia a outra porta.

Dirigiram-se para essa porta que se abriu lentamente diante deles, mas aí eles pararam de súbito; barrando seu caminho, havia dois leões que pareciam ferozes, um com juba preta e outro com juba castanha. O pior era que os leões não estavam presos e pareciam prontos a pular sobre os meninos. Eles não podiam regressar porque a ponte tinha sido suspensa, deviam seguir para a frente.

Zendah teve uma inspiração! O pão que Hermes lhes dera na Terra da Virgem! Ela ainda tinha umas migalhas. Pondo a mão no bolso, tirou-as e timidamente ofereceu-as aos leões.

Bem podem vocês imaginar quão grande foi a surpresa dos meninos quando os leões comeram as migalhas, começaram a ronronar e estiraram as cabeças para serem acariciados. De certo seu ronronar era mais parecido com um longínquo trovão, comparado com o ronronar do gato de Rex e Zendah.

– “Eles serão muito bons se vocês forem valentes, mas evitem que qualquer covarde penetre nesta Terra”, disse uma voz.

Procurando, eles viram um cavaleiro vestido com armadura dourada, sobre a qual havia um manto de linho branco onde se via bordado um coração vermelho sobre uma cruz também vermelha.

Tomou as crianças pela mão e gritou:

– “Em nome do Rei, abram a porta”. Abriu-se a porta e eles se viram defronte de uma estrada cheia de pessoas todas vestidas com lindas roupas de ouro. Carmesim e púrpura.

Cavaleiros armados, pajens com trombetas, servos com bandeiras e uma banda composta de todas as espécies de instrumentos musicais estavam organizados em fila.

Um magnífico coche aproximou-se parando diante deles e Rex e Zendah foram convidados a entrar nele.

O bombo deu um sinal e a banda começou a tocar; todos, em procissão partiram pela estrada, o coche no meio. O povo, postado aos lados da estrada acenava com bandeiras, enquanto eles passavam.

Olhando pela janela enquanto viajavam, Rex e Zendah perceberam que não havia casas pequenas. Todas as casas eram em centro de jardim próprio onde cresciam centenas de girassóis e malmequeres; quelidônias formavam um tapete no chão. Chegando afinal ao palácio, viram que estava situado em um parque circular limitado por uma larga alameda de magníficos cedros, igualmente espaçadas, havia doze entradas que conduziam ao palácio, cada uma ensombrada por cedros. A sombra era necessária já que o Sol brilhava fortemente, pois era sempre verão na Terra do Leão.

Descendo do coche em um dos portões, caminharam sobre lindo tapete purpúreo em direção à entrada principal, escoltados por vários pajens.

Dois arautos foram ao seu encontro e precedendo-os na sala do trono, tocaram as trombetas: as cortinas abriram-se; eles pararam e olharam em torno espantados, pois a sala era circular como o parque e as paredes feitas de ouro: o chão era um enorme rubi. Essa grande sala levava a cinco outras menores cujas paredes também eram de ouro. Pendentes do teto, defronte do trono, havia sete lâmpadas vermelhas acesas. Ao lado do trono, braseiros aromatizavam o ar com fumaça perfumada, tal como na Terra do Escorpião-Águia.

Servos, bem como os grandes senhores, tinham bordados em suas túnicas corações vermelhos. Um carrilhão de sinos bateu doze pancadas; no mesmo instante todos se voltaram para o trono de outro cujos braços eram formados por dois leões. Um sol, semelhante àquele do portão da entrada, estava entalhado no encosto do trono. As nuvens de fumaça perfumadas enchiam o ambiente, e os meninos julgaram ver estranhos animais, montanhas e gigantes, mas, luzindo além deles, perto do teto da sala, via-se uma brilhante estrela. A nuvem de fumaça dissipou-se e eles viram a estrela brilhando na fronte de um Anjo de asas de ouro, era tão alto que ia do chão ao teto. A nuvem de incenso localizou-se sobre o trono e à medida que se dissipava, aparecia uma luz brilhante, tão brilhante que Rex e Zendah cobriram seus olhos. Ninguém pode olhar para o sol.

Uma voz profunda e suave deu-lhes as boas vindas, e olhando para o trono os meninos viram lá, sentado, um formoso jovem. Era jovem mas parecia sábio e bondoso. Seus cabelos ondulados lembravam raios de sol. Sua veste era amarelo-brilhante, algo parecida, com armadura de escamas feitas de pequenas folhas de ouro e trazia ao pescoço uma pesada corrente da qual pendia um rubi em forma de coração. Com uma das mãos segurava uma bola de cristal com uma cruz em cima, e com outra, um cetro de ouro. Enquanto os meninos eram conduzidos a cadeiras próximas ao trono, viram no fundo da sala uma cortina ligeiramente suspensa, deixando ver um palco.
Uma orquestra oculta tocou uma “ouverture”. Terminada essa, seguiu-se uma peça sobre as aventuras de um jovem que procurava um tesouro oculto.

Por toda a parte encontrava dificuldades: em cavernas sombrias, os gnomos se opunham à sua passagem; no mar, furiosas tempestades faziam com que as ondas caíssem em cima dele, e por várias vezes esteve a ponto de naufragar. Do ar, fadas sopravam fortes ventos, para impedir que ele chegasse à ilha do Tesouro de Ouro e quando chegou, um círculo de fogo, antes de poder escalar a Montanha do Tesouro. Durante a subida da Montanha, animais ferozes opunham-se ao seu avanço e embora tivesse de combater durante todo o seu caminho não sofria nenhum dano porque enfrentava todos os perigos sem temor. Chegando em cima, viu um dragão postado na entrada da caverna. Depois de duro combate o dragão foi vencido e o jovem entrando na câmara secreta, achou o Coração de Rubi que é o tesouro da Terra do Sol; um coro de vozes acompanhado pela orquestra entoou um cântico de regozijo, saudando o vencedor. As cortinas desceram e a peça terminou.

Depois da representação, dois pajens conduziram os meninos numa das salas laterais onde eles viram crianças estudando mapas. Um dos pajens explicou que eles estavam se preparando para serem dirigentes e reis e por isso deviam saber e compreender como se fazia tudo antes de poderem mostrar aos outros como se fazem as coisas.
Rex pensou que era muito duro aprender para ser rei. Mais ainda quando viu que aquelas crianças passavam o tempo de folga aprendendo a correr, a pular e a usar todas as espécies de armas ofensivas para poderem proteger seus súditos em caso de ataque embora eles nunca combatessem a não ser para proteger alguém.

Os pajens escoltaram os meninos de volta ao grande salão onde mais uma vez ficaram de pé frente ao rei. De uma almofada segurada por um servo, o rei tirou uma corrente com um rubi pendente e colocou-a em torno do pescoço de Zendah. Essa corrente parecia com a que ele trazia consigo.

Vocês sabem a senha desta Terra, disse ele, “conserve seu coração bondoso para todos, e procure o que há de melhor em cada pessoa. Fazendo assim seu rubi brilhará esplendorosamente”.

Voltando-se para Rex colocou em suas mãos um bastão de ouro com um rubi numa das extremidades.

– “Isto dar-lhe-á poder para dirigir e organizar em qualquer parte que você esteja, mas lembre-se que você não deve ordenar ninguém a fazer algo que você mesmo não possa fazer. Agora vocês devem partir e como esta é a Terra do Terceiro Guardião dos ventos, vocês viajarão velozmente para o portão de entrada”.

Todos se levantaram e fez-se silêncio no grande salão. Os meninos ouviram sussurrar outra palavra estranha, que eles não conheciam. Uma voz depois de outra foram-se unindo até surgir um coro de belíssima música cantado por centenas de vozes.

À medida que as vozes iam-se juntando ao coro, começou a soprar um vento que aos poucos foi aumentando de velocidade.

Ao final, o rei levantou-se e pronunciou uma palavra em linda tonalidade. As vozes do coro foram sumindo em um murmúrio.

O salão estremeceu, como aconteceu na Terra do Escorpião-Águia, e imediatamente os meninos se encontraram do lado de fora da Terra do Leão.

– “O terceiro terremoto”, disse Rex.

(The Adventures of Rex and Zendah In The Zodiac – por Esme Swainson – publicado pela The Rosicrucian Fellowship – publicado na revista Rays from the Rose Cross nos anos 1960-61; As Aventuras de Rex e Zenda no Zodíaco (as Ilustrações são originais da publicação) –Fraternidade Rosacruz – SP – publicado na revista Serviço Rosacruz de 1980-81)

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