Os dez mandamentos são indicações conducentes à consciência crística – Terceiro Mandamento
“Não tomarás o nome do Senhor, teu Deus, em vão”
Cristo confirmou no “Pai Nosso” ou “Oração do Senhor” esse mandamento de forma positiva, ao ensinar: “santificado seja o teu Nome”.
Para o povo hebreu, o “nome” (shem) tinha significação mais ampla e profunda do que a que lhe atribuímos hoje para identificar uma pessoa ou coisa. Embora se fale de “bom nome”, referindo-nos à reputação ou ao caráter de uma pessoa, a palavra “shem” dá a entender a natureza, a essência ou a honra do indivíduo.
A locução “em vão” significa, basicamente “de forma inútil” ou “por nada, por vaidade, por falsidade, por leviandade”.
“Tomar” era usado no sentido de “elevar, carregar, proferir ou aceitar”.
Assim, o “proferir ou aceitar o nome ou a natureza de Deus” é, ao mesmo tempo, uma honra e um desafio que não devem ser tomados levianamente.
O uso da palavra era, é e será algo sagrado. Empregada conscientemente e de forma ajustada, a vibração de uma palavra tem poder. Hoje, infelizmente, é deplorável o abuso nesse campo.
Deus é inominado. Quando Moisés recebeu a revelação e a missão na “montanha”, sabendo que tinha de enfrentar pessoas comuns que só conheciam a forma e o nome, perguntou: “Senhor, se me perguntarem quem foi que me enviou que direi?” E o Senhor respondeu-lhe: “Dize que foi o “EU SOU”.
Basta ser. Eis a mais expressiva conjugação: “eu sou, tu és, nós somos . . . espíritos. Simplesmente.
Mas o mundo precisa de identificação. Quem nomeou as coisas foi Adão. É um esforço de isolar o que parece isolado.
Não devemos confundir a realidade espiritual com um conceito mortal. Dizemos: raios de Sol, porque sabemos que eles continuam unidos a sua Fonte, apesar de haverem caminhado 149 milhões e 400 mil quilômetros em 8 minutos, quando chegam à Terra. E nós, não somos também, por acaso, centelhas divinas, uma vez que “em Deus vivemos, nos movemos e temos o nosso ser”?
Não tomemos, pois, levianamente, os nomes pelas coisas que representam, principalmente em relação à verdadeira identidade de semelhante. Em que ele é semelhante a ti? Senão pelo Espírito?
Ainda mais quando nos referimos a Deus: se a palavra Deus foi tomada para representá-lo (e a palavra “Deus” está ligada a ideia de Luz e Dia: “Deus é Luz” – Jo), usemo-la de forma sagrada, erguendo nossa mente ao Inominado, ao Imanente e Transcendente, ao Onisciente, Onipotente e Onipresente Criador.
A essência desse mandamento nos exorta a não tomar a aparência pela realidade. Ainda que surjam as pessoas, coisas e lugares, por meio do testemunho dos cinco sentidos, saibamos que são expressões provisórias do real e divinamente infinito.
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