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PorFraternidade Rosacruz de Campinas

A Páscoa e as 9 Iniciações Menores e as 4 Maiores

Feliz Páscoa! – Dizemos todos os anos, trocando cartões, coelhinhos e ovos. Mas, aproveitemos a pausa da semana santa e meditemos seriamente: por que “Feliz Páscoa”? Que sentido tem ela para nós?

Um religioso nos dirá: “Comemoramos gratamente a Páscoa, em homenagem Àquele que se sacrificou por nós; que demonstrou a vitória sobre a morte, ao ressurgir do túmulo, três dias depois da crucifixão, conforme prometera; que, finalmente, ascendeu aos céus, quarenta dias após. Está à direita de Deus-Pai, intercedendo por nós”.

Insatisfeitos, perguntamo-nos: que significa isto para nós?

A Filosofia Rosacruz ensina que as nove Iniciações Menores representam os nove principais passos da vida de Jesus, pois a biografia do Mestre foi tomada para velar, em cada Evangelho, o caminho de iluminação de cada Aspirante. Os nove passos ou mistérios de Jesus, são:

  1. Batismo;
  2. Tentação;
  3. Transfiguração;
  4. Última Ceia e Lavapés;
  5. Getsemani ou Jardim da Agonia;
  6. Estigmata;
  7. Crucifixão;
  8. Ressurreição; e
  9. Ascensão.

Duas etapas se distinguem nessa luminosa ascese:

  1. a) – a primeira vai da 1ª à 5ª Iniciação Menor. Corresponde à conscientização de toda a evolução humana, desde o Período de Saturno até meados da Época Atlante ou metade do atual Período Terrestre. É a tomada de consciência do que acumulamos na Memória Supraconsciente, contida no Átomo-semente, da primeira metade deste Grande Dia de Manifestação. No fim desta etapa o candidato atinge o grau de primogênito.
  2. b) – a segunda vai da 6ª à 9ª Iniciação Menor (a última). Este período corresponde ao desabrochar da consciência do Iniciado, para o trabalho a ser desenvolvido na metade Mercurial (segunda metade) deste Período Terrestre.

A penetração da consciência do Iniciado na obra evolutiva referente aos Períodos de Júpiter, Vênus e Vulcano, dizem respeito às 1ª, 2ª e 3ª Iniciações Maiores. Na 4ª Iniciação Maior, o Iluminado candidato atinge a condição de Libertador, optando entre permanecer ajudando seus irmãos na Terra ou partir para uma evolução mais alta, em Júpiter. A Páscoa trata da segunda etapa. É o processo de libertação do Período Terrestre. É a superação de todo o trabalho deste Período. É o cortar do cordão umbilical que nos condiciona ao Planeta, quando nos conscientizamos de todas as suas leis ou mistérios.

Começa a Páscoa quando o candidato, no plano mental abstrato, na 5ª Iniciação, deve transcender sua personalidade. São Paulo, o Apóstolo que conheceu essa experiência, que dura mais ou menos tempo, conforme o Candidato. Ele se refere a si próprio quando diz “conhecer um homem que foi arrebatado ao 3º céu e lá viu e ouviu coisas que não lhe é lícito contar”. Estava no plano mental abstrato, onde a universalidade do Espírito se limita a uma consciência egóica.

São Paulo sentiu agudamente o Horto da Agonia, nos embates entre a personalidade e o Divino interno. Mas venceu a prova, pois afinal exclama triunfante: “Não mais eu quem vivo, mas o Cristo vive em mim!”.

O próximo passo – a 6ª Iniciação Menor – foi vivenciada por São Francisco de Assis, que apresentou os sinais interiores das estigmatas (dos ferimentos), naqueles pontos físicos em que o Espírito fica preso ou crucificado à cruz do corpo.

Na 7ª Iniciação Menor, o Candidato experimenta o morrer para o sentido humano. Esse processo dura certo período, simbolizado pelos três dias no túmulo. São três etapas em que dissolvemos os traços humanos dos corpos físico, emocional e mental. Então elevamos o grau vibratório de nossa tripla instrumentação e podemos ressurgir para mais alto estado. Não que a gente suba aos céus. Isto é um sentido simbólico. Não subimos para nenhum lugar, senão que experimentamos uma expansão de consciência e alcançamos mais profundamente os mistérios de nosso ser e de nosso Planeta.

Vem a Ressurreição – a 8ª Iniciação – na qual o Candidato adquire a capacidade de sutilização do corpo, a faculdade plena de materializar-se e desmaterializar-se, mediante o domínio da vontade e poder excepcional de concentração. Eis a explicação de o Mestre haver passado através das paredes e entrado na habitação fechada onde se achavam reunidos dez Apóstolos (Tomé estava ausente); e depois aos onze (Tomé junto). Mas ainda remanescem os sinais da estigmata – os últimos vestígios de influência terrena, que devem ser definitivamente dissolvidos, nos simbólicos quarenta dias (período indeterminado de tempo).

Aí vem a última etapa ou 9ª Iniciação Menor, em que estava João Batista: a Ascensão. Seu mesmo espírito havia animado, em anterior encarnação, a expressiva figura de Elias – o profeta – que subiu aos céus num carro de fogo (Ascensão). João Batista, estava a ponto de passar à primeira Iniciação Maior, como Adepto. Por isso foi dito dele, por Cristo: “Dos nascidos de mulher, João Batista é o maior” – isto é, dos que ainda têm de nascer do ventre materno, porque ligado às leis da Terra, João Batista era o mais alto Iniciado. Quando o Iniciado passa à primeira Iniciação Maior, adquire o mistério da Alquimia Espiritual. Ele domina todas as leis da matéria, e pode reunir elementos restantes da assimilação dos alimentos e conservá-los, para ir formando outro corpo, além do que ocupa. Quando ele termina sua missão num certo país e deve começar outra num país diferente, deixa o corpo antigo e toma o novo, para surgir como uma nova pessoa. Então se diz que “fulano morreu”. Esses elevados Iniciados trabalham no mundo, em missão de equilíbrio, para assegurar os rumos do destino evolutivo humano, dentro de certos limites de respeito ao livre arbítrio.

Todos teremos de passar, a nosso modo, por esses estágios.

 (Revista ‘Serviço Rosacruz’ – 04/76 – Fraternidade Rosacruz – SP)

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