Senso de Valor: veja onde está o seu
“Disse o Senhor a Samuel: não atentes para a aparência nem para a altura de sua estatura, pois o tenho rejeitado. O Senhor não vê como vê o homem; o homem vê o que está diante dos olhos, porém o Senhor olha para o coração.” (ISm 16:7)
A passagem citada, do Velho Testamento, foi extraída do trecho em que Jeová manda Samuel escolher seu sucessor entre os 7 filhos de Jessé. Samuel julgava que o eleito seria dos mais fortes e de mais belo parecer. No entanto, foi escolhido David, rapazito ainda, que logo depois prostrou o gigante Golias com uma pedra atirada por uma funda.
Eis um belo tema de meditação. Influenciados, a todo passo, pelas opiniões da sociedade materialista em que vivemos, somos levados a avaliar as coisas segundo suas aparências, quando Deus nos solicita buscar os valores internos.
Na antiga Grécia, o conceito de elite era mais correto. Os realmente mais sábios e virtuosos pontilhavam na vida política, científica, artística e social. Sabemos que Xantipa, esposa de Sócrates, tinha violentas discussões com o sábio, porque ele trazia fama e não dinheiro para casa. Ainda hoje existem pessoas de grande valor, em todos os campos, que mal ganham para suas necessidades. Poucos são os que se guindam na opinião pública, como Einstein e Schweitzer, ainda em vida.
Heróis anônimos, aos milhares, estão por aí, na classe média, participando da elite de Deus, mas não da dos seres humanos.
É muito comum ouvirmos falar: “minha filha casou muito bem. Seu marido é diretor de tal firma e ganha muito bem”. Casou com o conforto, com o dinheiro, que torna lindo o noivo. Todos os dias, vemos falsos destaques serem agraciados por falsas honrarias. E, como dizem os Evangelhos, “quem já recebeu seu galardão dos homens, nada tem a receber de Deus”.
Não podemos negar que o simples fato de um indivíduo se diplomar médico, engenheiro etc., pressupõe esforço e mérito individual, que para chegar a determinado posto deve ter provado o desenvolvimento de qualidades incomuns, a menos que se haja guindado por apadrinhamento.
Mas não basta isso. A conquista de maiores faculdades ou bens sejam quais forem suas naturezas, se de um lado acarreia mérito individual, de outro lado atrai maiores responsabilidades, porque “a quem muito foi dado, muito lhe será exigido”. O uso que fará então, das faculdades ou bens que conquistou é que provará seu verdadeiro valor perante Deus. “De que vale ganhar o mundo e perder sua alma?”
O abuso de autoridade, de faculdades e de propriedade tem trazido muito sofrimento aos seres humanos. Somos apenas despenseiros dos bens que o Senhor põe à nossa disposição. Veja-se na parábola dos Talentos que o Senhor “deu mais ao que multiplicou seus talentos e tirou o único que tinha dado ao que, por medo de perdê-lo, o havia enterrado”.
A Fama, o Poder, o Dinheiro e o Amor são os meios mais usados atualmente, pelos Senhores do Destino, para adiantar a evolução humana. Por um deles somos capazes dos maiores sacrifícios, vidas inteiras. Mas quem é capaz de renunciar a si mesmo e servir os demais com o mesmo entusiasmo?
Sem exigir tanto, quantas pessoas se dedicam diariamente à prática de virtudes cristãs, pelo menos duas horas? Ou quem ora sinceramente meia hora por dia?
— Não tenho tempo! — é o que ouvimos constantemente. E lembramo-nos daquela passagem: “onde está o teu tesouro, ali está o teu coração…”
Sabendo isso e não exigindo mais do que podem dar os seres humanos, os Senhores do Destino lhes apresentam os incentivos da Fama, do Poder, do Dinheiro e do Amor. Em sua conquista tudo fazem e nesse esforço, sem o saberem, vão desenvolvendo qualidades de confiança própria, de persistência, de luta, que mais tarde serão aproveitadas num sentido superior. Quanto ao mau uso que agora fazem disso tudo, sofrerão inevitavelmente as consequências e seu efeito saturnino far-lhes-á crescer a alma, pela dor.
Muito mais, contudo, farão os que com o mesmo empenho constroem o mundo para servir seus semelhantes dos mais variados modos, administrando os bens e faculdades com perfeita renúncia de si mesmos. Esses crescerão muito e depressa, recebendo, com toda certeza, progressivamente mais, para verter no mundo, os recursos de Deus, pela evolução de seus filhos menores.
Cuidemos, pois, de avaliar devidamente as coisas e as pessoas. Muitas vezes o vidro brilha mais do que um diamante bruto… Melhor é não nos iludirmos com as aparências e buscarmos em todos “a divina essência que existe em cada um, pois isso constitui a verdadeira fraternidade”. Melhor dizendo, encaremos cada semelhante como irmão espiritual, com suas virtudes e defeitos. Não sejamos servis com os poderosos e superiores nem déspotas e infraternais com os inferiores na escala social. Tratemos a todos com a mesma lhaneza, amor e prudência, cuidando de merecer, por nossa conduta equânime e coerente, a graça de nos tornarmos dignos de ser “fiéis administradores dos bens do Senhor”.
(Publicado na revista Serviço Rosacruz de maio/1966)
Os Egos escolhendo servir à Deus, seus renascimentos e suas missões
Muitos Egos escolheram servir a Deus, vida após vida. E um destes Egos foi Davi, filho de Jessé. Davi era um poderoso guerreiro, um doce cantor, bom músico, escritor e poeta. David renasceu, mais tarde, como Jonas e salvou a cidade de Nínive da destruição, devido a sua sinceridade e eloquência.
Este mesmo Ego renasceu, depois, como Simão Pedro, e tornou-se o pescador da Galileia. Depois foi um dos doze Discípulos de Cristo. Pedro foi um homem devoto que seguiu praticando o Evangelho e curando os enfermos, até que encontrou a morte nas mãos dos inimigos do Cristianismo.
Centenas de anos depois, este mesmo Ego renasceu num corpo de um jovem italiano que morreu na cidade de Assis. Este grande Ego havia renascido antes do seu tempo e quando seu Corpo Denso se tornou desgastado para ser utilizado de maneira eficaz, ele foi vinculado a um outro Corpo Denso, pelos Irmãos Maiores. Então, recebeu o nome de Francisco. E por muitos anos, Francisco de Assis trabalhou entre os pobres leprosos desta região, e viveu de maneira simples e humilde. Ele fundou muitos Mosteiros, e era muito amado e reverenciado pelo povo.
Durante essa vida Francisco recebeu sua décima terceira Iniciação. Foi dito que este Ego se encontra nos Mundos superiores, ainda trabalhando para ajudar a humanidade, como fazia anteriormente.
Quando este Ego renasceu como Jonas, teve uma experiência incomum, pois, foi salvo da morte por uma baleia. Vejamos como isto aconteceu.
No livro de Jonas (1:1-4): “A palavra de Iahweh foi dirigida a Jonas, filho de Amati: ‘Levanta-te, vai a Nínive, a grande cidade, e anuncia contra ela que a sua maldade chegou até mim’. E Jonas levantou-se para fugir para Társis, para longe da face de Iahweh. Ele desceu a Jope e encontrou um navio que ia para Társis, pagou a passagem e embarcou para ir com eles para Társis, para longe da face de Iahweh. Mas Iahweh lançou sobre o mar um vento violento, e houve no mar uma grande tempestade, e o navio estava a ponto de naufragar”.
Jeová (Iahweh) somente teve que enviar uma mensagem a alguém, para que as Ondinas, nas águas, e os Silfos, no ar, iniciassem sua maior atividade, e, assim, houve uma terrível tempestade. Um elevado Irmão Leigo disse a Jonas que ele deveria ir à Nínive; mas, Jonas estava amedrontado e fugiu, ao invés de ir. A tempestade foi tão assustadora que os marinheiros estavam aterrorizados, e todos os homens rezavam para que Deus os salvasse. Até jogaram toda carga no mar para aliviar o navio.
O capitão do navio encontrou Jonas dormindo na parte de inferior do navio, e ordenou-lhe que orasse a Deus pela sua segurança. Os marinheiros lançaram sortes para ver quem era o culpado por estarem em apuros, e a sorte caiu sobre Jonas.
Os marinheiros perguntaram a Jonas o que tinha feito para trazer esta desgraça sobre eles. Jonas disse que era um hebreu e que temia a Deus, e havia fugido de Sua presença. Os homens perguntaram a Jonas como eles poderiam ajudá-lo para que o mar se acalmasse. Jonas pediu que o lançasse ao mar por ser o causador do problema. Antes que fizessem isto, os homens remaram para tentar levar o navio à terra, mas não conseguiram devido a força da tempestade.
Em seguida, os marinheiros oraram novamente a Deus, e pediram que eles não perecessem por causa de Jonas. Pediram a Deus para não os condenar pelo que iam fazer a Jonas. Eles, então, pegaram Jonas, o lançaram ao mar e este se acalmou.
“Os homens foram então tomados por um grande temor para com Iahweh, ofereceram um sacrifício a Iahweh e fizeram votos” (Jn 1:16).
A Bíblia com a nova versão diz o seguinte: “E Iahweh determinou que surgisse um peixe grande para engolir Jonas. Jonas permaneceu nas entranhas do peixe três dias e três noites” (Jn 2:1).
Esta última parte está incorreta, e ilustra como a Bíblia tem sido traduzida incorretamente. Um elevado Irmão Leigo disse que grande parte da tradução da Bíblia está incorreta, e que aqueles que buscam diligentemente a verdade na Bíblia, encontrarão o seu significado correto. Aqui está a maneira que Jonas foi realmente salvo do afogamento pela baleia. Jonas estava abrigado na parte de trás da baleia e não no estômago.
Esta história tem causado muita preocupação e constrangimento aos estudantes da Bíblia, e é utilizada pelos incrédulos como um argumento contra a toda a Bíblia. A maioria das pessoas não acredita que a baleia engoliu Jonas vivo, e que depois o atirou para cima pelo seu estômago após três dias. A vida de Jonas foi salva por uma baleia de uma maneira notável, mas de uma maneira que possa ser facilmente aceita pelos estudantes de Ocultismo.
Depois que os homens, a bordo do navio, descobriram que Jonas havia desobedecido à ordem de um Irmão Leigo, pois, tinha sido enviado a uma missão em Nínive, para alertar as pessoas do perigo iminente que eles corriam, eles foram influenciados a jogar Jonas ao mar, a fim de que pudesse aprender que não poderia escapar dos Seres Superiores, que guiam os destinos das pessoas neste Planeta. Este mesmo Irmão Leigo, que tinha sugerido que jogassem Jonas ao mar, solicitou também a uma baleia que seguisse ao lado do navio para apanhar Jonas na parte de trás do navio. A baleia se manteve na superfície da água com Jonas em cima e assim ficou por três dias.
Assim aconteceu para que Jonas tivesse a oportunidade de se arrepender das suas ações, e aprender a obedecer; pois, algumas vezes ele se mostrava muito teimoso, apesar de ser um bom servo da humanidade, quando estava de bom humor. Depois de Jonas ter se arrependido e prometido obedecer, foi levado, então, para o outro lado esquerdo da margem. E as ondas o levaram à terra firme e ele ficou em segurança.
Enquanto Jonas se encontrava no mar, muitos outros peixes e outras espécies se acercavam perto dele. Mas ninguém poderia tocá-lo, pois, ele tinha sido protegido da morte por Auxiliares Invisíveis que o guiavam.
O destino de Jonas era ir a Nínive, e salvar as pessoas que estavam sob seus cuidados. Mais tarde conseguiu cumprir tão bem sua missão, que as pessoas malvadas daquela cidade o escutaram, arrependeram e oraram para Deus por libertação. Estas pessoas eram tão sinceras e fervorosas em suas orações que todos se salvaram do desastre.
Agora, algumas pessoas podem dizer que não havia entendido como a baleia poderia ter feito para nadar até o navio, e permitir que Jonas ficasse nas costas dela por três dias; e também como alguém poderia manter a baleia imersa no mar durante três dias inteiros.
Esses Espíritos-Grupo têm corpos que parecem com humanos, e suas cabeças parecem com os animais que estão aos seus cuidados. Muitos Auxiliares Invisíveis veem e conversam com esses Espíritos-Grupo, no transcurso de seu trabalho à noite, enquanto estão fora de seus corpos durante o sono.
Um Irmão Leigo, que tem alcançado cinco ou mais Iniciações Menores, pode se comunicar com estes Espíritos-Grupo, e terá suas ordens obedecidas pelos animais. O Irmão Leigo, que estava cuidando de Jonas, tinha o poder de dirigir o Espírito-Grupo das baleias para resgatar o Profeta Jonas. Depois que Jonas compreendeu sua condição, orou a Deus para salvá-lo da morte, e prometeu ir ao povo de Nínive. Em seguida, ele foi levado para a terra.
O mundo de hoje é muito parecido com a cidade de Nínive, e precisamos de alguém como o profeta Jonas, para dizer às pessoas que se voltem a Deus em busca de orientação. A maioria das pessoas gastam seu tempo com filmes, boates e barzinhos muito mais do que se supõe. A humanidade está se tornando propensa ao materialismo, e um grande número de pessoas está se afastando de Deus, e só estão interessados na aquisição de riqueza e ter uma vida tranquila. Há pouco interesse ou crença nas coisas espirituais.
As palavras de Josué: “Escolhei hoje a quem quereis servir”, é tão importante para nós, como foi para as pessoas daquela época. Nós somos Egos renascidos do passado, e certamente ainda teremos muitas lições a aprender. Os velhos ódios e amores do passado ainda estão dentro de nós, e a lei do Destino Maduro está ativa, pois, agora estamos colhendo o que plantamos no passado. O que se espera é que vivamos em paz uns com os outros, e amemos aos nossos inimigos. A maioria das pessoas apenas parece ser verdadeira a seus amigos, e muitas delas são falsas a si mesmas.
(IH – de Amber M. Tuttle)