O Nosso Templo Divino: como você está cuidando do seu?
A autoridade, a firmeza suave, é indispensável na condução dos veículos humanos pelo espírito.
As antigas tendências muitas vezes buscam levar a falsos caminhos, à fraude; procuram habilmente justificar certos atos errôneos. Mas o Eu superior atento, vigilante, cheio de discernimento, imparcial, não pode consentir que a personalidade transforme o templo do corpo num “covil de salteadores” (“Não sabeis que sois templos do Altíssimo que habita em vós? O Reino de Deus está dentro de vós”).
Não devemos permitir que em nosso íntimo se aceitem vícios e enganos, hipocrisia e “venda” de coisas que devem servir para o sacrifício ao Cristo interno; não podemos vender nosso Cristo por favores, prestígios e confortos.
Há muitas formas de cobrar… E quantas vezes permitimos que nossos veículos se tornem vendilhões e exploradores de coisas sagradas, comprando prazeres, vendendo emoções animalescas, em detrimento de nossas potencialidades sacrossantas? Por isso não devemos permitir que a personalidade nos atravesse o templo de leste a oeste (percorra a coluna de baixo para a cabeça) conduzindo os animais dos instintos à cabeça, como imaginações eróticas ou egoístas. Só os sacerdotes devem entrar (sublimação de forças que se elevam para servir a Deus).
Em certas ordens religiosas usavam chicotes de cordéis para martirizar o Corpo Denso quando apareciam os impulsos instintivos.
Mas o Corpo Denso não tem culpa.
Ao contrário, ele deve ser preservado como instrumento útil, sadio, a serviço do espírito. O azorrague deve descer sobre os instintos do corpo de desejos. Não sugerimos violência geradora de recalques, ainda mais prejudiciais que os atos cometidos. Repetimos: firmeza suave, autoridade, disciplinando a pouco e pouco os maus hábitos passados e construindo, paciente e firmemente, novos e melhores hábitos. Daí a importância que o Cristo dá à intenção, à ideia inicial. Nessa causa primeira é que deve estar nossa vigilância, nosso azorrague.
Reconhecer o que é errado é o primeiro passo. Desejar corrigir é o segundo; decidir expulsar os “vendilhões” é o terceiro e grande passo para a realização interna.
Condescendência própria é ignorância, quando não sabemos discernir; é fraqueza, quando desejamos permanecer no vício. Mas para assumirmos a direção de nossa vida, como Melquisedeque (rei e sacerdote de nosso templo corporal) em Jerusalém (paz interna), é indispensável o DISCERNIMENTO, a DECISÃO e a FIRMEZA.
(Publicado na Revista ‘Serviço Rosacruz’ – 10/77)