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PorFraternidade Rosacruz de Campinas

O Amor Casto e Virginal

Jamais foram escritas palavras tão expressivas sobre o amor como aquelas de que trata a 1ª Epístola do Evangelista São João: “Quem vive em amor vive em Deus e Deus nele” (IJo 4:16).

Logo, reconhecemos ser o amor um fator espiritual, um potencial de Deus que foi demonstrado pela primeira vez na Terra por Cristo, na Última Ceia, em união com Seus Discípulos. O que encontramos de mais extraordinário na Última Ceia, além da distribuição do Corpo de Deus em forma de “pão e vinho”, é o que Cristo, no auge da Sua exaltação, ofereceu a Seus alunos nas seguintes palavras: “comei, este é o Meu corpo; bebei, este é o Meu sangue”. É a manifestação da sua imensa ternura.

Um singular acontecimento ocorre ao encontrarmos São João, o mais jovem Discípulo do Mestre, inclinando a sua cabeça no coração de Cristo-Jesus, recebendo, assim, toda a bondade expressa do Salvador; sentindo, também, o latejar do Seu coração, o palpitar da Vida de Deus no Corpo do Messias. Se a todos os seres humanos cabe o direito de tomar parte no amor de Deus, qual deve ser nosso comportamento para o merecermos?

Se desejamos confirmar o Cristo em nós mesmos, o Verbo amor deve ser escrito dentro de nossos corações e não no papel, pois esse desaparece, enquanto aquele permanece até que a ternura divina o tenha envolvido.

Em nossas meditações, associando o cérebro ao coração, nós estamos imitando São João, quando inclinava a sua cabeça sobre o próprio coração de Cristo. Esse é o segredo que nos transforma de seres humanos comuns em “Filhos do Homem”. “Filhos do Homem” espiritualizado e não terreno. Aninhemo-nos no peito do Senhor, pois a nossa vida e o nosso amor são a Sua Vida e o Seu Arnor. Ele nos ama e cria na castidade do coração, porque o ninho em que nasce o Cristo é o nosso próprio coração, a flor branca ou dourada, a flor virginal, a Maria Rosa, o coração da nossa Rosa Maria em que, após uma gestação por imaculada concepção, nasce o Cristo. O Espírito Santo que, com a sua Santa Luz, invade o coração do Discípulo torna-se o portador do unigênito, o Salvador do seu Ego, ressuscitando-o da morte.

Se alguém disser que Cristo não está presente em si, podemos afirmar que esse alguém não o procurou em seu coração. Assim, como São João o encontrou, também nós o encontraremos, quando libertarmos o nosso pensamento durante a meditação e formos envolvidos naquela magnificente atmosfera áurica em que se encontrara São João, após recostar-se no coração do Salvador. Durante a oração ou meditação não há limites que possam impedir que, com a nossa ternura, atinjamos os mais elevados sentimentos. É necessária a imaginação para esse fim, porque ela mesma nos leva ao ambiente cristalino da vida espiritual do amor divino.

O principal é que encontremos o nosso coração unido ao Coração Espiritual do Deus Cósmico, o qual não só lateja em todo o Universo, mas também em toda e qualquer criatura que tenha recebido um coração. Portanto, Deus é Amor e onde Deus cria um coração, ali está, também, o amor de Deus e Deus n’Ele.

Note-se que todo espiritualista que se prepara, visando à Iniciação para o conhecimento da Sua existência no Absoluto, já reconheceu antes o Amor de Deus existente em todo o Universo, em todos os seres, e só mediante esse reconhecimento ele se tornou apto para estar firme no Templo Interior, a divina Catedral amorosa do Cristo Universal.

Abençoado é aquele que reconhece ter o coração do ser humano a faculdade de poder recostar no peito de Cristo.

(de Francisco Phelipp Preuss – Publicado na Revista Rosacruz, nº 242 e 243 de 1965 – Fraternidade Rosacruz de Portugal)

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