Libra – Equilíbrio

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Libra – Equilíbrio

Libra: Equilíbrio

 

Sandy estava abatida quando desligou o telefone.

– Linda está doente – anunciou.

– Oh, isso é mau – disse a mãe. Espero que não seja nada sério.

– Não é, mas ela não pode fazer aquela palestra no Clube Cívico esta noite, e a Sra. Greer quer que eu faça.

Sandy e Linda tinham passado o verão trabalhando em um acampamento para crianças desprotegidas. Elas tinham sido convidadas pelo Clube Cívico para falar sobre suas experiências, e Linda, sempre espontânea e comunicativa, ficou encantada em fazer uma palestra. Sandy, que ficava gelada só de pensar em se apresentar a um grupo de pessoas, disse que iria com ela só para dar apoio moral e mostrar alguns slides das atividades no acampamento. Agora, a presidente do Clube Cívico queria que Sandy fizesse a palestra.

– Eu não posso fazer uma palestra, mãe – lamentou-se Sandy – toda aquelas pessoas olhando para mim eu morreria.

A mãe sabia o quanta Sandy era acanhada, mas estava contente porque ela finalmente ia ser obrigada a sair de sua concha e enfrentar um auditório.

– Você não vai morrer meu bem, e você pode falar sobre as experiências do acampamento do mesmo jeito que Linda ia fazer.

– Eu não sei falar como Linda, mãe – protestou Sandy – Ela sabe tudo na ponta da língua, e diz tudo como uma história, e qualquer coisa que perguntarem ela arranja um jeito de responder.

– Por que você teria que falar como Linda? – Perguntou a mãe – Fale do jeito que Sandy fala. Você gostou do seu trabalho no acampamento, não é?

Claro que sim! – exclamou Sandy – Foi maravilhoso ver aquelas crianças carentes começarem a se mostrar felizes e saudáveis. Imagine que algumas daquelas crianças nunca tinham visto um coelho antes.

Sandy falou com entusiasmo por mais algum tempo, enquanto o sorriso da mãe aumentava.

– Está vendo – interrompeu, por fim – você está falando sobre o acampamento sem nenhum problema, fazendo tudo parecer maravilhoso. Do que você tem medo?

– Oh, mamãe! – Sandy ficou desanimada outra vez. Eu estou falando para você. Você compreende. Esta noite terei que falar para todos aqueles desconhecidos.

– Você não acha que eles vão entender? Eles são pessoas, não monstros. E não pense neles. Pense em todas as coisas maravilhosas que aconteceram no acampamento e a palestra sairá naturalmente.

Depois que a mãe saiu, Sandy ficou arrasada por um tempo, depois foi para seu quarto e começou a fazer anotações. Pelo menos, raciocinou se tivesse algumas anotações poderia consultá-las e não teria um branco total em sua mente; conseguiria dizer alguma coisa, embora parecesse sem graça. Passou quase toda a tarde ensaiando o queria dizer e ficava cada vez mais e mais nervosa, e na hora do jantar mal conseguiu comer.

Seu pai brincou com ela esperando fazei-a sorrir, mas parou quando percebeu que ela estava quase chorando. Foram de carro até o Centro Cívico, em silêncio, e quando desceu, o pai abraçou-a e a mãe segurou sua mão, desejando-lhe boa sorte.

– Obrigadamurmurou Sandy, muito pálida, com as mãos tremendo tanto, que mal podia segurar suas anotações.

Tomou seu lugar no palco, ficou sentada, totalmente alheia enquanto se processavam os preliminares do programa. Por fim, a presidente disse:

– Agora, senhoras e senhores, a Srta. Sandra Davis vai nos falar sobre seu trabalho no acampamento Cascade.

Entre aplausos, Sandy caminhou até ao centro do palco. Com voz fraca e trêmula ela começou a falar. Ouviu-se um arrastar de pés no auditório e ela viu seu pai; sentado nas primeiras filas, formar com os lábios as palavras “mais altoe sorriu encorajadoramente.

– Oh, meu Deus – pensou Sandy – eles já estão impacientes e não conseguem me ouvir.

Então, de repente, ela endireitou os ombros e ergueu o queixo.

– Muito bem. Eu vou fazê-los me ouvir.

Largou os papéis, e disse:

– A minha amiga Linda Johnson deveria estar fazendo esta palestra. Eu não sou capaz de fazer como ela teria feito, mas eu gostaria de lhes falar sobre o acampamento à minha maneira, se vocês tiverem paciência de me ouvir.

Houve um começo de aplauso encorajador e Sandy sorriu e ficou um pouco mais à vontade.

– Vocês sabiam que há crianças na nossa cidade que estão no 3º ano primário e nunca viram um coelho? No meu primeiro dia no acampamento… e ela continuou com tanto entusiasmo como havia feito com sua mãe de manhã.

Falou, sem consultar os apontamentos, por quase meia hora, ficando tão absorvida pelo assunto que quase não percebia as pessoas que por sua vez, ouviam encantadas. Por fim, Sandy disse:

– Eu tinha planejado mostrar alguns slides depois da palestra de Linda. Vocês ainda querem vê-los?

Mais aplausos. Sandy projetou os slides e depois respondeu às perguntas.

Depois do programa, enquanto era servido um lanche, muitos membros do cube rodearam Sandy fazendo mais perguntas. Sandy, sorridente e à vontade, deu as respostas adequadas, e estava visivelmente muito satisfeita.

Uma amiga íntima da família aproximou da mãe de Sandy e sussurrou:

– Eu sempre achei Sandy uma menina acanhada, o que aconteceu com ela?

– Ela está adquirindo equilíbrio hoje, sorriu a mãe. Não está ainda totalmente à vontade, mas está aprendendo a se controlar diante de um público. Agora que ela teve a sensação de segurança, estou certa que vai se esforçar para tornar isso uma parte natural do seu caráter.

(Do Livro Histórias da Era Aquariana para Adolescentes – Vol. VI – Compilado por um Estudante – Fraternidade Rosacruz).

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