Ser Pai ou Mãe: desafio intrincado da vida

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Ser Pai ou Mãe: desafio intrincado da vida

Ser Pai ou Mãe: desafio intrincado da vida

Um dos desafios mais intrincados da vida é aquele de ser pai ou mãe. Esses são, ao mesmo tempo, aqueles que sustentam professores, guias, protetores e ditadores. A ligação com nossos filhos pode ser a fonte de muita compreensão pessoal e de crescimento anímico. Considerações cuidadosas sobre esses muitos papéis e relações aumentarão a visão interior e a perspectiva na educação das crianças, assim, como nos ajudarão em nossa batalha, a sermos mais amorosos e mais cuidadosos.

O relacionamento entre pais e filhos é, muitas vezes, a relação isolada mais importante na vida de um indivíduo. Muito frequentemente lemos sobre abusos e ofensas feitas a uma criança por seus pais, porém, quando ela é tirada deles geralmente chora e quer esses mesmos pais que a maltrataram. Um exemplo típico é o do jovem que se culpa a si mesmo e não aos pais, por ele se sentir “mau”. Acontece, muitas vezes, que adultos saudáveis e normais são “incompletos” ou estão “insatisfeitos” com suas vidas devido a falta de aprovação dos pais. Muito embora a pessoa seja um sucesso, sobre os padrões geralmente aceitos, ela se sente perturbada porque seus pais não reconhecem suas realizações. Um exemplo extremo é a explicação de que o atentado ao presidente Reagan foi parcialmente motivado pela necessidade do pretenso assassino de ser notado pelo pai. Precisamos nos conscientizar da enorme influência e responsabilidade que temos para com aqueles que cuidamos.

Como professores de bebês e crianças, devemos também reconhecer que o ser humano aprende mais pelo exemplo do que pelo estudo. Fique em uma sala ao lado daquela onde seus filhos estejam brincando entre eles ou com seus amigos. Observe a maneira deles falarem as palavras, as expressões, as entonações. Ficará surpresa como eles se parecem com você. Depois do choque inicial e talvez da vergonha, examine seu próprio comportamento. Como você fala das pessoas, dos vizinhos ou de grupos étnicos? É fácil dizer aos jovens para se amarem, mas o que estamos ensinando a eles, quando reclamamos de nosso chefe, chamando-o de tirano? As crianças são como gravadores, repetindo exatamente o que falamos. Quando a gravação não nos agradar deveríamos responsabilizar-nos por ela. Dessa maneira, as crianças são realmente nossos professores. Com amor e interesse, podemos juntos aprender lições necessárias.

Como pais amorosos devemos lembrar também que cada um de nossos filhos é um indivíduo, com sua própria personalidade, destino e lições para aprender. Somos apenas guias para ajudá-los a encontrar o caminho quando eles se perdem. Não podemos viver a vida por eles ou mudar nossas vidas através deles. Parece existir uma tendência entre os pais, especialmente se a criança for do mesmo sexo e parecida fisicamente, de ver na criança um novo começo de vida, como uma segunda oportunidade tentar e até forçar aprimorá-la, erradicando os traços pessoais, nesta nova e jovem miniatura. Frequentemente, porém, os problemas que os pais enfrentaram e que não conseguiram superar não serão tolerados pelos filhos. Não é sempre em nível consciente, mas os pais castigam muitas vezes os filhos motivados por suas próprias imperfeições. Eles vêm a nós para que os ajudemos, não para serem nossos dependentes, portanto, vamos deixar que cada um seja um indivíduo pleno.

Muitos de nós sonhamos em ser santo ou grandes luzes espirituais, ou autor daquele livro que irá transformar o mundo para melhor; mas como estamos encarando a responsabilidade em nossa própria casa? Estamos sendo úteis, bondosos e carinhosos, ou estamos sendo tiranos? Por mais desapontador que possa parecer, devemos servir primeiro no lugar onde fomos chamados. Do mesmo modo que a viúva descrita na Bíblia deu suas duas moedas. Nós devemos dar o que temos dentro e à volta de nós e ajudando nossas crianças a crescerem, estamos nos ajudando também.

Criar filhos é um desafio. Algumas vezes pode parecer opressivo e até mesmo árduo. Precisamos guiar, encorajar e mostrar por meio do exemplo. Precisamos aprender a não forçar demais e, por mais difícil que seja, a relaxar e a saber esperar. As recompensas virão se trabalharmos amorosamente para isso. Com muita oração sincera, esse relacionamento tão importante irá dar os frutos de um considerável crescimento anímico para todos os envolvidos.

(Revista ‘Serviço Rosacruz’ – 07/85 – Fraternidade Rosacruz – SP)

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