Logo que entramos nesse Reino da Natureza, estamos num Mundo invisível e intangível, onde os nossos sentidos comuns são inoperantes. Daí ser essa parte do Mundo Físico praticamente inexplorável pela ciência material.
O ar é invisível, mas a ciência moderna sabe que existe. Por meio de instrumentos pode medir sua velocidade como vento, e pela compressão pode torná-lo visível como ar líquido. Com o Éter, porém, isto não é tão fácil. A ciência material admite-o como necessário de algum modo para a transmissão da energia elétrica com ou sem fios. Por isso viu-se obrigada a enunciar como postulado a existência de uma substância mais sutil do que as conhecidas, à qual chamou “Éter”. Não sabe realmente que o Éter existe porque, até o momento, a engenhosidade dos cientistas não pôde ainda inventar um recipiente capaz de confinar essa substância, que é no seu todo demasiado esquivo aos “magos de laboratório” da atualidade. Com efeito, eles não podem medi-la, pesá-la ou analisá-la com os aparelhos de que dispõem atualmente.
Por certo são maravilhosas as conquistas da ciência moderna. Contudo, a melhor forma de conhecer os segredos da natureza não é inventar instrumentos, mas sim o investigador aperfeiçoar-se a si mesmo. O ser humano tem em si faculdades que eliminam a distância, e em grau muito maior do que os mais potentes telescópios e microscópios podem consegui-lo em comparação com o olho nu. Esses sentidos ou faculdades são os meios de investigação usados pelos ocultistas, sendo também por assim dizer, o “abre-te Sésamo” na procura da verdade.
Para o Clarividente exercitado o Éter é tão tangível como os sólidos, os líquidos e os gases da Região Química o são para o ser humano comum. Ele vê as forças vitais – que dão vida às formas minerais, vegetais, animais e humanas – fluindo nestas formas por meio de quatro estados de Éter. Os nomes e funções específicas desses quatro Éteres são os seguintes:
Como o Éter Químico, esse Éter tem também seus polos positivo e negativo. As forças que trabalham pelo polo positivo são aquelas que atuam na fêmea durante o período de gestação, capacitando-a para o trabalho ativo e positivo de formação de um novo ser. Por outro lado, as forças que trabalham pelo polo negativo do Éter de Vida dão ao macho a capacidade de produzir o sêmen.
No trabalho de impregnação dos óvulos animal e humano, bem como no da semente da planta, as forças que atuam pelo polo positivo do Éter de Vida produzem plantas, animais e seres humanos do sexo masculino, enquanto as forças que se expressam pelo polo negativo geram fêmeas.
Nos animais de sangue frio, o polo positivo do Éter de Luz é o veículo das forças que fazem circular o sangue. Quanto às forças negativas, estas atuam do mesmo modo que nos animais superiores ou no ser humano com relação aos olhos. Onde estes não existem, as forças que trabalham pelo polo negativo do Éter de Luz, possivelmente, constroem e nutrem outros órgãos sensoriais, conforme o faz em tudo o que possui tais órgãos.
Nas plantas, as forças que atuam pelo polo positivo desse Éter de Luz produzem a circulação da seiva. Portanto no inverno, quando o Éter de Luz carece de Luz solar, a seiva deixa de fluir, até que o Sol do verão volte a recarregá-lo com sua força. As forças que atuam pelo polo negativo do Éter de Luz formam a clorofila – a substância verde das plantas – e, também, cobrem as flores. Numa palavra, todas as cores de qualquer Reino da Natureza são criadas mediante a ação do polo negativo do Éter de Luz. Por esse motivo os animais têm as cores mais acentuadas no dorso, e as flores as têm no lado mais exposto à luz solar. Nas regiões polares da terra, onde os raios do Sol são mais fracos, todas as cores são atenuadas. No caso de alguns animais elas se acham tão parcamente formadas que no inverno chegam a desaparecer, ficando brancos esses animais.
Por mais de uma razão o Éter Refletor é assim denominado, pois as imagens nele encontradas são apenas reflexos da Memória da Natureza. A verdadeira Memória da Natureza encontra-se em Reino muito mais elevado. Nenhum Clarividente muito desenvolvido preocupa-se em ler esse Éter, que apresenta imagens nebulosas e vagas comparadas com as do Reino superior. Nesse Éter Refletor leem os que não têm escolha, os que na realidade não sabem em que estão lendo. Como de regra, os psicômetras e os médiuns obtêm suas informações nesse Éter. Até certo ponto o Estudante das escolas ocultistas, nos primeiros estágios do seu desenvolvimento, também investiga nesse Éter Refletor, mas é prevenido pelo instrutor da insuficiência do mesmo como meio de adquirir informações corretas, o que evita que ele venha a tirar conclusões erradas.
Esse Éter é também o meio pelo qual o pensamento impressiona o cérebro humano. Está intimamente relacionado com a quarta subdivisão do Mundo do Pensamento, a mais elevada das quatro subdivisões contidas na Região do Pensamento Concreto – a pátria da Mente humana. Ali se encontra uma versão muito mais clara da Memória da Natureza do que no Éter Refletor.
Sobre o autor