O Sucesso nos torna Generosos?

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

O Sucesso nos torna Generosos?

por Max Heindel

De fato, “do Senhor é a terra e a sua plenitude.” (Sl 24,1).

Podemos pensar que “possuímos” um navio, mas em um minuto um maremoto pode engoli-lo, devolvê-lo ao armazém de Deus e nos deixar na miséria. Podemos cavar um buraco no solo e extrair ouro ou outros minerais sob a ilusão de que “possuímos” uma mina; mas de repente as Salamandras acendem os fogos ocultos, uma explosão acontece e nossa riqueza desaparece. Deus tomou o que era Seu.

Podemos derreter o minério de ferro nas montanhas, fazendo com ele pilares e vigas para uma estrutura imponente; podemos usar cimento para construir suas paredes e colocar nossos nomes em seus portais para significar nossa orgulhosa propriedade; mas um terremoto pode desfazer em minutos o trabalho de meses e quando isso acontece os pilares retorcidos são levados para a pilha de sucata para se desintegrar, pois Deus tomou o que era Seu.

Na verdade, não possuímos e não podemos possuir coisa alguma material. “Do Senhor é a terra e a sua plenitude”. Tudo aquilo de que nos apropriamos e acumulamos é, na melhor das hipóteses, um empréstimo. Mas, Deus nem sempre é consultado sobre a Sua disposição de emprestar e a dívida pode ser paga a qualquer momento.

Assim, o ser humano cujo único objetivo é a acumulação é um tolo. Muitos cujo coração e alma estão voltados para a aquisição de riqueza percebem isso subconscientemente e, portanto, tentam se enganar ainda mais com a ideia de que a posse de riqueza não é o seu objetivo final, mas apenas o meio para um fim. Esse objetivo imaginado é sempre altruísta em certa medida porque faz com que eles se sintam bem e justos. É agradável para um menino sonhar com riquezas para confortar seus pais idosos; lisonjeia sua vaidade pensar em si mesmo como seu benfeitor e ele desfruta em antecipação de suas expressões de louvor e gratidão. Ele pode retirar seu apoio atual e justificar sua negligência com o argumento de que deseja ser desimpedido enquanto “faz sua fortuna”. Depois ele vai “compensar”.

Mas aquele que não é “fiel” ou prestativo quando tem “pouco” não se torna generoso quando acumula “muito”, assim como o leopardo não perde suas manchas; portanto, à porta da morte, se não antes, Deus exige TUDO que tal pessoa pegou emprestado, e o interesse também, na dor e no sofrimento, quando as imagens do Purgatório o fazem sentir sua dureza de coração.

É literalmente verdade que “aquele que dá aos pobres empresta ao Senhor”, porque ele acumula um “tesouro no Céu”, já que na existência post-mortem a benevolência que motivou seus atos de bondade e a gratidão daqueles que foram ajudados por ele reagem sobre ele e lhe dão poder de alma adicional.

É um mau negócio ser mesquinho, mas a generosidade discriminada traz sucesso aqui e no futuro.

Também não devemos adiar o cultivo dessa virtude até que tenhamos adquirido abundância. Cristo elogiou “a viúva” porque seu presente, embora pequeno, provavelmente envolvesse um grande sacrifício e a negação de alguma necessidade. Portanto, era realmente maior do que os dons daqueles que viviam na riqueza e não se sentiam mais pobres em bens materiais por causa de sua oferta. Não temos algo contra o ser humano que deseja adquirir riqueza para poder ajudar, mas reiteramos que, embora a riqueza abra nesse caso uma via de expressão de caráter, ela não muda a natureza da pessoa. A pessoa que é mesquinha quando pobre na verdade se torna mais gananciosa quando rica; quem é generoso em circunstâncias pobres torna-se mais generoso quando a fortuna o favorece. E em todos os casos é verdade que “o que se cria no osso aparece na carne”; é tão importante cultivar a virtude da generosidade como qualquer outra, mesmo do ponto de vista egoísta.

Ella Wheeler Wilcox nos diz isso com as seguintes palavras.

Dá do teu ouro, ainda que pequena seja a tua porção

O ouro enfraquece e murcha na mão que o guarda.

Cresce em um que se abre largamente e livre.

Quem semeia a sua colheita é quem a colhe.

(Publicado na Revista Rays from the Rose Cross july-august/1999 e traduzido pelos irmãos e irmãs da Fraternidade Rosacruz em Campinas-SP-Brasil)

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