O “EU” Universal: como nos expandir

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

O “EU” Universal: como nos expandir

O “EU” Universal: como nos expandir

O grande universo está sempre aberto para nós, mas estaremos nós sempre abertos para ele? Estaremos livres para nos expandirmos, para aspirarmos grandes alturas, para nos elevarmos em pensamento além dos limites materiais sobre os quais devemos construir a nossa presente vida? Ou estaremos tão ligados a problemas relativamente inconsequentes do cotidiano aos quais damos tanta importância que não percebemos a grandeza que existe além deles?

A resposta a essas perguntas depende inteiramente do grau com que for regida a nossa personalidade superior ou inferior. Se for a personalidade inferior que comanda, estaremos tão presos às suas reivindicações que muito tempo e muitos talentos preciosos serão desperdiçados.

Em cada ato egoísta afundamo-nos um pouco mais no pântano material tornando, às vezes, difícil sairmos dele. Estamos, na verdade, olhando para baixo, desviando nossa visão dos mundos elevados, sem saber que tesouros eles escondem.

Se, porém, nossa personalidade superior estiver nos controlando, tudo o que diz respeito ao egoísmo não nos influenciará. Estaremos no processo de construir nossos corpos espirituais utilizando os dois Éteres superiores. Portanto, o desejo vulgar, forte e possessivo, característico do egoísmo e do mal não se encontrará em nós e nos sentiremos mais leves do que quando estávamos ainda presos à Personalidade Inferior. Olhamos para cima e para fora e, por vezes, achamos que realmente estamos “no Mundo (Físico), mas não pertencemos a ele”.

Há um universo interno e um externo aos quais podemos nos apegar, mas não alcançaremos nenhum se não estivermos soltos para “voar alto”.

O universo externo abrange o infinito. O universo interno é aquele que aparece quando o Cristo, dentro de nós, desperta.

A pessoa que só pensa em si não tem ideia do que perde, até que comece a abandonar sua maneira egoísta de ver as coisas. Ao invés de se preocupar só com problemas pessoais, que cerceiam a própria liberdade, procurar voltar sua atenção para problemas amplos e gerais e ficará, muitas vezes, surpresa ao ver até que grau seu horizonte se abre. Toma conhecimento da beleza que a cerca, tanto na Natureza, como em muitos dos seus companheiros. Vê cenas que lhe são familiares com novos olhos e começa a ver ao seu redor coisas que jamais havia percebido antes.

O pôr-do-sol, apreciado com admiração, torna-se significativo como uma evidência da grandeza do Criador, assim como flores, árvores e pássaros. A pessoa começa a ver qualidades em alguns velhos conhecidos e a “divina chama interior” vai crescendo nela.

Há um interesse cada vez maior em ajudar as pessoas e isto faz com que utilize e aumente seus talentos muito mais do que quando os usava para seu próprio benefício. À medida que a pessoa desperta para ser útil, seu potencial criativo e seu círculo de influência aumentam. Em resumo, a pessoa cresce e ao fazê-lo seu universo interior se expande e ela se torna mais ligada ao universo externo.

Depois que tivermos aprendido as lições através de muitos outros Períodos de Manifestação, teremos nos tornado semelhantes a Deus e capazes de construir os nossos próprios Sistemas Solares. Embora muitos e muitos anos tenham que se passar e um incrível grau de progresso humano tenha que ser alcançado antes que possamos atingir esse estágio, não é tão difícil poder começar a levá-lo em consideração, no atual ponto de nosso desenvolvimento. É, afinal, nossa meta, para a qual estamos trabalhando — ápice da perfeição humana como foi imaginada para um futuro Dia de Manifestação.

Como podemos esperar construir e manter um Sistema Solar nosso, se não começarmos agora a responder criativamente àquele no qual vivemos? Como seremos capazes de compreender as dificuldades para aguentar o nosso Sistema Solar se não dominarmos, primeiro, os enigmas do dele?

Podemos discutir isso agora desde que, no desenrolar natural dos acontecimentos, ao término do Período de Vulcano, tenhamos aprendido o que deveríamos aprender. Logicamente nesse trajeto muitas lições profundas serão aprendidas e cuja essência pertencem aos ainda distantes Períodos de Júpiter, Vênus ou Vulcano, porém, não seremos capazes de trabalhar em nenhum desses Períodos se não tivermos, primeiro, absorvido e dominado nossas lições terrenas.

A lição terrena que mais devemos avaliar e a que parece a mais difícil de se aprender, é o cultivo daquele sentimento de amor e fraternidade universal — o verdadeiro Cristianismo Esotérico. Amor é a essência do universo — o fator base que une tudo que existe. Uma vez que o ditado hermético diz “como é em cima é embaixo”, conclui-se que qualquer que seja a natureza do nosso Sistema Solar, é inevitável que ele se baseará também no princípio do amor absoluto.

Para cultivar esse amor temos que sair dos “casulos” do interesse próprio que tecemos ao nosso redor e tomar conhecimento do que existe além disso, esforçando-nos para penetrar na “divina chama interior” e todo nosso conceito de humanidade se desenvolverá. Talvez estejamos amedrontados e com razão, pelos danos causados pela poluição em nosso meio ambiente e no próprio Planeta, mas, agindo com força e coragem e juntando-nos a outros que pensam da mesma maneira, possamos ainda mudar o curso das coisas e consertar muito do que foi feito erroneamente. Talvez estejamos deprimidos ao ver a pobreza e o sofrimento em que vivem tantos dos nossos irmãos, mas, devemos olhar para o futuro ajudando e sobretudo orientando cada ser a trabalhar conscientemente de modo a garantir melhorias de ordem material e também maturidade espiritual, no entendimento da missão evolutiva de cada um.

Quanto mais nos expandirmos além do pequeno e pessoal “eu”, mais amplos serão nossos horizontes e mais certos estaremos da redução das limitações anteriores de nossa capacidade de aprender, conquistar, compreender, discriminar, interpretar, julgar e concluir.

Aumentaremos e refinaremos nossos pontos de vista e nossa compreensão à medida que formos capazes de “sair para fora” de nós mesmos e abandonarmos aquele pequeno “eu'” cheio de problemas e solicitações pessoais.

Para nossa alegria e certeza em Deus, surgirá aquele “eu” completo, de dimensão universal, para o qual estamos destinados.

(Publicada na Revista ‘Serviço Rosacruz’ – jul/ago/88)

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