O Correto Uso do Conceito Poder

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

O Correto Uso do Conceito Poder

O Correto Uso do Conceito Poder

A riqueza, o amor, o poder e a fama são quatro fatores determinantes de toda ação humana. Em si mesmos não são bons nem maus. Apenas não podem ser considerados como fins, mas como meios.

Infelizmente essa ordem foi subvertida: a humanidade luta para adquirir fortuna, poder, prestígio e apreciação como se fossem a razão de ser da própria vida ou a sua finalidade. Poucos, pouquíssimos mesmo utilizam esses talentos para espargir bem-estar, oportunidades.

Tomemos como exemplo a ideia de poder. No “Conceito Rosacruz do Cosmo”, Max Heindel afirma tratar-se de uma força cujo uso legítimo deve dirigir-se à elevação da humanidade. Quantas vezes encontramo-nos em situações em que o poder está em nossas mãos? De que maneira o usamos? Essa pergunta devemos nos fazer com frequência. Independentemente de nossa formação cultural ou de nossa posição socioeconômica sempre temos algum poder em nossas mãos, sempre exercemos autoridade sobre alguém, sobre nossos filhos, colegas, empregados e até animais.

Estamos empenhados em elevar os que se encontram em situação inferior ou, pelo contrário, procuramos usá-los com o objetivo de mantê-los escravizados aos nossos desejos pessoais? No ambiente de trabalho, aceitamos sugestões dos nossos subordinados ou negamos-lhes qualquer oportunidade de expressarem sua criatividade? É comum pessoas em posição de mando fazerem uso de ideias ou até apropriarem-se de criações de seus subalternos como se fossem de sua autoria. O pior é que nem sequer lhes reconhecem o mérito.

Não entendemos o poder se não como uma forma de distribuir justiça e oportunidades de crescimento a todos os seres humanos. A simples leitura de um jornal de grande empresa nos dá a ideia de como o poder é exercido no mundo. Nem sequer precisamos aprofundarmo-nos no texto. As manchetes, as chamadas sugerem como o poder é exercido de forma pessoal, egoísta e cruel. A afirmação, muito comum em nossos dias, principalmente na esfera política, de que o “poder corrompe” é absolutamente incorreta. Os seres humanos é que são corruptos antes de se guindarem ao poder. Apenas fazem mal uso dele. O poder em si mesmo não tem força para corromper ou redimir ninguém.

O aspirante à vida superior não pode deixar de meditar sobre esse assunto, pois alguma autoridade ele deve estar exercendo. Na pior das hipóteses ele a exerce em sua casa, sobre seus filhos. Se não agir com amor e equanimidade, causará infindáveis sofrimentos. Muitos adultos desajustados e infelizes foram crianças reprimidas, maltratadas e humilhadas. Sua criatividade inibida por uma educação ortodoxa e conservadora; sua liberdade violentada; seu direito de expressão amplamente negado. O resultado não poderia ser outro: um indivíduo amargurado, revoltado, tímido, preconceituoso, cuja tendência é descarregar todos esses sentimentos negativos em cima do cônjuge e dos filhos. Desse encadeamento formam-se legiões de infelizes.

Se isso ocorre no âmbito familiar, imagine-se nas consequências de um poder equivocadamente exercido em nível de governo. O desastre assume proporções aterradoras, infelicitando todo um povo.

Surge, então, um ponto interessante para meditação: quem não é justo e magnânimo nas pequenas coisas poderá sê-lo nas grandes? Vê-se, pois, como o uso distorcido do poder nos pequenos episódios do cotidiano já faz antever as futuras desgraças. O correto exercício do poder, portanto, deve principiar no seio da família. Ali se forja o mundo do futuro.

(Revista ‘Serviço Rosacruz’ – 03/85 – Fraternidade Rosacruz – SP)

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