A ideia de que corpos estranhos, como sementes, podem entrar no apêndice humano é uma superstição antiga. Como muitas outras superstições médicas, ela foi fomentada pelo trabalho de laboratório, em vez da prática de cabeceira. O apêndice de um cão é bem diferente do de um ser humano. A abertura no apêndice humano é tão pequena que é uma impossibilidade absoluta que ela seja obstruída por substâncias estranhas, assim como as glândulas que secretam a saliva não podem ser entupidas pela comida na boca.
O Dr. Murphy, de Chicago, que tem como passatempo macabro fazer experimentos em cães, também é considerado o pai da atroz prática operatória e criminosa de apendicite. Talvez ele tenha concluído que o apêndice humano seja igual ao dos cães. O apêndice não é uma “porção totalmente supérflua da anatomia”, mas um órgão necessário, criado com um propósito semelhante ao de outras glândulas; a saber, fornecer lubrificação e responder como uma lata de óleo, evitando qualquer obstrução quando o conteúdo passa do intestino delgado para o intestino grosso.
Aqueles que são tão tolos o suficiente para removê-lo sofrem alternadamente de diarreia e constipação pelo resto de suas vidas. O que é chamado de apendicite é, na verdade, uma inflamação do intestino que cede facilmente aos métodos naturais de tratamento. O famoso cirurgião e viajante, Dr. Nicholas Senn, ao visitar hospitais e cidades na costa leste africana, foi informado pelos médicos que conheceu de que eles nunca tivessem encontrado um caso de apendicite entre os nativos negros, que vivem principalmente de frutas e vegetais. O Dr. Palier também descobriu a mesma experiência entre os brâmanes da Índia, que são vegetarianos estritos. O Dr. Kellogg, de Battle Creek, visitou ordens religiosas na Europa, abrangendo vários milhares de membros, geralmente vegetarianos, entre os quais nunca ocorreu um único caso de apendicite. Um cirurgião bem conhecido, Dr. G. K. Dickinson, de Jersey City, declara que os médicos que atuam na China, onde a carne animal vermelha raramente é consumida, apenas esporadicamente encontram casos de apendicite entre muitos milhares de pacientes.
O ser humano é o único animal que sofre de apendicite. Ele é o único animal que faz da alimentação um prazer, que se deleita e satura o seu trato intestinal com alimentos altamente nitrogenados e proteicos (carnes animais), além disso, come mais do que pode ser digerido e as porções que não são digeridas seguem para decomposição venenosa.
A carne animal vermelha no trato intestinal é um veneno. Há conexão entre gula e apendicite; mas há uma relação mais forte entre carne vermelha e apendicite. Frutas e vegetais verdes e frescos, com pães integrais e de milho, além de muitas verduras como espinafre, dente-de-leão e alface, não só eliminarão a necessidade de catárticos, como darão ao sangue os sais minerais que são absolutamente necessários à vida e à saúde.
(Publicado na Revista Rays from the Rose Cross de maio de 1916, e traduzido pelos irmãos e pelas irmãs da Fraternidade Rosacruz em Campinas-SP-Brasil)
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