Não dê esmolas diante de outras pessoas

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Não dê esmolas diante de outras pessoas

Não dê esmolas diante de outras pessoas

Guardai-vos de exercer a vossa justiça diante dos homens, com o fim de serdes vistos por eles; doutra sorte não tereis galardão junto de vosso Pai que está nos céus. Quando, pois, deres esmola, não toques trombeta diante de ti, como fazem os hipócritas nas sinagogas e nas ruas, para serem glorificados pelos homens. Em verdade vos digo que eles já receberam a recompensa, Tu, porém, ao dares a esmola, ignore a tua mão esquerda o que faz tua mão direita; para que a tua esmola fique em segredo: e teu Pai, que vê em segredo, te recompensará”. (Mt 6:1-4)

Aqui encontramos também a distinção feita entre o “exterior” e o “interior”, entre a forma de conduta humana e a realidade da consciência espiritual.

O desejo de quererem ser vistos é um dos traços mais comuns dos seres humanos; esse traço pertence essencialmente à personalidade e ao velho regime de estado de separação e cumprimento externo da lei, que será descartado inteiramente sob a religião unificadora de Cristo. O altruísmo é a nota-chave da nova ordem das coisas, e toda recompensa por nosso serviço a Deus mediante o serviço a nosso próximo será somente o crescimento espiritual interno que não é visto pelos demais seres humanos.

A hipocrisia, a falsa assunção de virtude, foi tratada por nosso Mestre, que podia ler o coração e conhecer imediatamente se o ser humano era sincero. Aos hipócritas Ele lhes disse:

Comeis nas casas das viúvas, e por pretexto fazeis longas orações: por isso levareis um julgamento mais sério… dízimo da hortelã, do endro e do cominho, mas tendes descuidado dos preceitos mais importantes da Lei: a justiça, a misericórdia e a fé: isso tinha que ser feito, e não deixar o outro… limpais o exterior do copo e do prato, mas por dentro, estes estão repletos de avareza e cobiça… sois semelhantes aos sepulcros caiados, que por fora realmente parecem formosos, mas interiormente estão cheios de ossos de mortos e de toda a imundícia”.

Felizmente, o próprio Espírito é sincero e desinteressado e, à medida que ganha domínio sobre a personalidade, ele pode dar aos outros o amor sem pensar em agradecimentos. A chispa individualizada de Deus compreende que é parte do Todo, e que a ideia separatista é uma ilusão adquirida durante a nossa permanência através da materialidade. Quando amamos e servimos aos demais mantemos o fogo interior aceso brilhantemente e dessa maneira se sente o impulso para compartilhar com outros o que temos, se não for feito pensando na aparência exterior, nós obtemos uma recompensa invisível para o desenvolvimento da consciência.

Na vida do Sir Launfal encontramos o Cristo Ideal expressado nas palavras do leproso:

“Melhor para mim é a côdea de pão que o pobre me dá,

e melhor a benção deste

Ainda que de mãos vazias de sua porta me deva afastar.

As esmolas que só com as mãos ofertadas, não são as verdadeiras.

Inúteis são o ouro e as riquezas dadas

Só porque lhe parece um dever fazê-lo.

Mas o que parte sua pobreza

E dá para quem está fora de sua vista

Esse fio de Beleza, sustentador Universal,

Que tudo penetra e o une.

A mão não consegue abarcar todas suas esmolas,

O coração estende seus braços ansiosos

Porque um Deus acompanha a doação e provê a alma

que antes estava padecendo na escuridão. ”

(Publicado na Revista Rays from the Rose Cross Nov-Dez/1983 e traduzido pela Fraternidade Rosacruz – Campinas – SP – Brasil)

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