Pergunta: Como sabem que o Ego permanece consciente após a morte? A esse respeito lemos em Jo 14:12: “Assim o homem, quando dormir, não ressuscitará; até que o céu seja consumido, não despertará, nem se levantará do seu sono”?
Resposta: Quando lemos um livro, não interpretamos tudo literalmente se o seu estilo é poético. Percebemos o absurdo dessa interpretação literal da Bíblia quando deparamos com passagens que dizem que as árvores cantam ou que as colinas dançam, pois todos sabemos que, na verdade, as colinas não dançam nem as árvores cantam ou riem. Captamos o sentimento do poeta e descontamos tais expressões como termos poéticos, que não devem ser interpretados literalmente. O mesmo acontece com outras declarações que são contrárias ao que sabemos ser realmente os fatos. Quando alguém desenvolveu a visão espiritual, torna-se-lhe um fato óbvio que a consciência não começa com o nascimento nem termina com a morte. Na realidade, a consciência lúcida do mundo físico, que consideramos tão elevada e importante durante a vida, é realmente muito limitada quando comparada à consciência espiritual. Somos mais conscientes antes do nascimento e depois da morte, porque estamos mais próximos da Fonte espiritual do nosso ser, no qual está toda a consciência.
Os Espiritualistas e a Sociedade de Pesquisas Psíquicas deram um grande passo no sentido de apresentar ao público uma prova positiva de que há uma continuidade da consciência depois que saímos do corpo. Embora tenham ocorrido muitas fraudes nessas demonstrações, houve também uma grande parte de verdade revelada, sob condições que impossibilitaram qualquer engano ou fraudes. Mensagens foram recebidas de pessoas que deixaram esta vida e mostraram que uma condição como a descrita na passagem de Jó, não é absolutamente verdadeira. Se lerem na nossa literatura: “O Enigma da Vida e da Morte” e “Onde Estão os Mortos?” encontrarão a questão do renascimento explicado de uma forma bem abrangente.
Exemplos bíblicos e históricos, tais como o de Joana d’Arc, a libertadora francesa, que era uma camponesa ignorante, mas que, guiada por vozes Espirituais, expulsou inteligentemente os generais ingleses e trouxe a vitória aos exércitos franceses, provando, com isso, que aqueles que deixam esta vida não estão num estado de inconsciência, nem perdem um grau de sua inteligência.
Além disso, não é necessário confiar nos Espíritos que ultrapassaram o véu da morte para comunicar-nos os fatos sobre a existência no além. Cada um de nós possui dentro de si um sexto sentido latente, o qual, quando desenvolvido, permite-nos penetrar conscientemente nesse campo para ver, saber, e atuar nesse plano de vida e de existência juntamente com aqueles Espíritos que já deixaram a presente vida. Podemos, então, falar, andar com eles e, em todos os aspectos, penetrar em suas vidas, de maneira que ficamos sabendo, sem depender de ninguém, que a consciência que possuímos durante a vida aumenta ao descartarmo-nos deste revestimento mortal.
No entanto, é necessário treinamento e esforço para despertar essa faculdade espiritual, e usar esse sentido da mesma forma que se requer tempo, esforço e aplicação para aprender a arte de tocar piano ou fabricar um relógio. Todos temos a faculdade latente dentro de nós e podemos desenvolvê-la se assim o desejarmos.
No decorrer do tempo, todo ser humano terá essa faculdade em adição aos cinco sentidos atuais. É esse o significado do Livro das Revelações ao dizer que no Novo Céu e na Nova Terra não haverá morte. Jó fala do corpo e dos céus atuais. Esses passarão, mas a Revelação fala a respeito de um Novo Céu e de uma Nova Terra onde habitará a retidão. O último inimigo a ser conquistado será a morte. Quando tivermos desenvolvido essa faculdade espiritual de maneira a ser possível, a qualquer momento, focalizar a nossa visão nesse plano de existência onde aqueles que chamamos “mortos” estão vivendo agora, vê-los-emos com a mesma aparência que tinham antes, e saberemos que, na realidade, a morte não existe. Essa será a melhor prova.
(Do Livro Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas – Vol. II – Perg. Nº 103 – Fraternidade Rosacruz – SP)
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