Arquivo de categoria Filosofia

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Autoconhecimento: a única maneira de compreendemos o mundo que nos rodeia

Autoconhecimento: a única maneira de compreendemos o mundo que nos rodeia

 

O princípio do autoconhecimento anuncia a chegada do princípio do auto despertar. Místicos como Meister Eckart (N.R.: frade dominicano, reconhecido por sua obra como teólogo e filósofo e por seu misticismo. Ele é considerado como um dos grandes símbolos do espírito intelectual da idade média) e Angelus Silesius (N.R.: Pseudônimo de Johannes Scheffler (1624-1667), poeta, Místico cristão, filósofo, médico, poeta, jurista Germânico) e filósofos como Platão e Goethe examinaram com todo o cuidado o problema do autoconhecimento. De forma geral concluíram que um aumento de cuidados e autoconhecimento é paralelo com um aumento da compreensão da unicidade da vida e da unidade de tudo. Quanto mais claramente nos conhecemos a nos próprios, mais claramente compreendemos o mundo que nos rodeia e vice- versa.

 

O mundo exterior existe para nós, na medida em que se comunica com a nossa consciência ou, mais exatamente, na medida em que nossa consciência esteja preparada para compreendê-lo. Exatamente como o acesso a todos os livros do mundo, não será de nenhuma valia, se não soubermos lê-los, assim, também, não poderemos compreender a mensagem de algo externo a nós, a menos que tenhamos desenvolvido dentro de nós a habilidade para compreender a sua “linguagem”.

 

Uma vez que tenhamos aprendido a “linguagem” de qualquer coisa ou faceta externa que desejamos compreender, estaremos aptos a recebê-la e absorvê-la dentro de nós. Então, se realmente estamos “vigilantes e sensíveis”, ela pode tornar-se, literalmente, uma parte de nós. O conhecimento, então, não provém tanto das coisas observadas, como do observador. As cores existem em tudo que vemos, mas não podem transmitir ao olho nada que nele não exista. Ao contrário, o olho é que deve reconhecer qual a cor observada.

 

(Revista Serviço Rosacruz 05/80 – Fraternidade Rosacruz – SP)

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Compreensão Interior: não se feche à verdadeira natureza das coisas

Compreensão Interior: não se feche à verdadeira natureza das coisas

As coisas externas “falam-nos”, por assim dizer, somente quando sua “fala” possa ser compreendida por nossas naturezas internas. Se o ser humano quiser obter conhecimento não pode conservar-se passivo no seu meio-ambiente. Ele deve, ativamente, produzir reações naquele meio-ambiente, proveniente de dentro de si próprio. Portanto, não existe tal coisa como revelação externa, mas, somente, um despertar interior.

Cada pessoa tem o que pode ser chamado de sua própria verdade, porque cada pessoa é um indivíduo, um ser separado. Do ponto de vista particular com o qual, do seu lugar na escada da evolução, ele está sintonizado, e de acordo com o contexto no qual os seus poderes de percepção operam, ele estabelece um relacionamento com aquilo que parece ser externo a ele e assim, adquire a sua própria “verdade”, para si próprio. A exatidão desta “verdade” depende do grau de seu autoconhecimento. Como Goethe disse: “Se eu conheço a minha relação comigo mesmo e com o mundo exterior, eu a chamo verdade. E assim cada um pode ter sua própria verdade e, apesar de tudo ela é sempre uma e a mesma”.

Já foi dito que há dois tipos de conhecimento: um que compõe o nosso relacionamento com os objetos externos e o outro é aquele que é ele próprio, o objeto do qual obtemos conhecimento: as coisas como as vemos e as coisas como, na verdade, são. A primeira espécie é dominante na ciência material que tenta explicar as coisas e os acontecimentos do mundo exterior. A segunda espécie está em nós quando vivemos dentro do conhecimento que obtivemos. A segunda espécie de conhecimento, então, origina-se da primeira.

É, talvez, simplesmente natural que dois tipos de conhecimento devam existir desta maneira. A percepção sensorial do ser humano diz-lhe que é um indivíduo entre outros indivíduos e separado das outras coisas. Porém, quando ele aprende a compreender que é um Deus em formação, feito a imagem de nosso Deus solar – quando, em outras palavras, ele se abre ao conhecimento superior, compreendendo a sua natureza divina – o conhecimento que ele tem das coisas começa a transformar-se numa compreensão da verdadeira existência e significado das coisas. Esta transformação, todavia, só pode ser realizada pelo esforço próprio. O ser humano só começa a ser verdadeiramente ele próprio, quando obtém este elevado conhecimento.

Muitas pessoas parecem vacilar para frente e para trás, entre os dois tipos de conhecimento – olhando e verdadeiramente sabendo. Quando alguém se recusa a olhar, fecha-se às coisas cuja natureza ele deve aprender a conhecer. Quando se recusa a trabalhar para a obtenção da sabedoria, ele fecha-se à verdadeira natureza das coisas.

(Revista Serviço Rosacruz – 05/80 – Fraternidade Rosacruz – SP)

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Pergunta: A Alma de uma mulher é masculina e a Alma de um homem feminina?

Pergunta: A Alma de uma mulher é masculina e a Alma de um homem feminina?

Resposta: Falando em termos gerais, podemos responder afirmativamente. O Corpo Vital, que é eventualmente transformado, transmutado e espiritualizado em alma, é do sexo oposto.

É formado, órgão por órgão, exatamente como o Corpo Denso, mas com essa única exceção, e isto esclarecem muitos fatos que seriam, de outras maneiras, inexplicáveis. As faculdades inerentes do Corpo Vital são o crescimento, a propagação, a assimilação e a memória. A mulher, por ter um Corpo Vital positivo, amadurece mais cedo que o homem, e as partes que permaneceram semelhantes às plantas, como o cabelo, crescem mais e são mais viçosas e, naturalmente, um Corpo Vital positivo gerará mais sangue do que o Corpo Vital negativo possuído pelo homem. Por isso, temos na mulher uma pressão sanguínea maior, que é necessariamente aliviada pelo fluxo periódico que cessa na menopausa, provocando nela um segundo crescimento, ao qual já aludimos quando a qualificamos de “madura”.

Os impulsos do Corpo de Desejos projetam o sangue através do sistema numa velocidade oscilante, de acordo com a intensidade das emoções. A mulher, tendo sangue em excesso, trabalha sob uma pressão bem mais elevada do que o homem e, embora esta pressão seja aliviada pelo fluxo periódico, muitas vezes é necessário recorrer a um meio que permita maior vazão: suas lágrimas, que são um sangramento branco, uma válvula de segurança que remove o excesso do fluido. Os homens, embora experimentem emoções tão intensas quanto às das mulheres, não são propensos a chorar porque não têm sangue além do necessário.

Sendo positivamente polarizada na Região Etérica do Mundo Físico, a esfera da mulher situa-se mais no lar e na igreja, onde ela sempre foi circundada por amor e paz, enquanto o homem trava, sem tréguas, a batalha do forte para a sobrevivência do mais apto no denso Mundo Físico, onde ele é positivo.

(Livro: Perguntas e Respostas – Vol. I – pergunta 08 – Max Heindel)

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Autopercepção e os Princípios Herméticos

No Templo de Apollo em Delfos estão gravadas as seguintes palavras: “Conhece-te a ti mesmo e conhecerás o Universo e os Deuses”.

“Homem, conhece-te a ti mesmo” é um conselho transmitido através das idades para todos os que procuram, seriamente, a iluminação espiritual.

As verdades mais elevadas da iluminação espiritual só serão nossa posse quando nos conhecermos a nos próprios, muito mais profundamente do que possamos imaginar agora. Tal como lemos no Conceito: “Quando o ser humano na sua involução progrediu até ao ponto de precisar dum parceiro para propósitos de geração, ele perdeu o conhecimento de si próprio; por conseguinte a sua consciência tornou-se cada vez mais voltada para as coisas exteriores e ele perdeu sua percepção interna. Isto não poderá ser completamente recuperado até que ele tenha passado ao estágio onde não haverá mais necessidade de um parceiro para propósito de geração e tenha atingido um grau de desenvolvimento em que possa, novamente, utilizar toda a sua força criadora à vontade. Então, ele novamente conhecer-se-á a si próprio como quando estava no estágio idêntico ao reino vegetal que conhecemos, mas com a importante diferença de que usará sua faculdade criadora conscientemente e não será restringido a usá-la para fins de procriação, mas poderá criar tudo que quiser”.

Conhece-te a ti mesmo, então, significa muito mais do que meramente conhecermo-nos em termos de Mundo Físico. Na verdade, até mesmo esta forma de autoconhecimento não é fácil de obter. Quando iniciamos a prática do exercício de Retrospecção e, frequentemente, mesmo depois de estar executando-o por algum tempo, é dolorosamente óbvio quão pouco realmente nos conhecemos, mesmo em termos puramente materiais.

O autoconhecimento completo significa algo mais do que conhecer como vivemos nossa vida terrena e do que mostrar-nos nossas reações no contato com as outras pessoas e no cumprimento de nossos deveres. Significa, também, compreender nossas naturezas espirituais, nossas origens, nosso destino e as potencialidades divinas que a maioria da humanidade nem sonha que estejam latentes dentro de nós.

A familiaridade com os sete princípios herméticos que constituem a base dos ensinamentos da ciência oculta, desde o antigo Egito até aos nossos dias, é uma ajuda inestimável na obtenção do autoconhecimento.

O primeiro princípio hermético define a natureza própria do Universo, assim como de todas as coisas nele contidas; é o princípio do mentalismo: “O Todo (o Absoluto) é Espírito; o Universo é mental”. O Todo pode ser considerado como uma Mente vivente, infinita e universal, e nós, assim como os outros fenômenos do Universo, somos criações mentais do Todo. Assim é verdadeiro que no Todo “nós vivemos e nos movemos e temos o nosso ser”.

O segundo princípio é o da correspondência: “Assim como é em cima é em baixo; assim como é em baixo é em cima”. Sabendo isto, o ser humano pode raciocinar inteligentemente do conhecido para o desconhecido, incluindo, particularmente, as profundidades desconhecidas de si próprio.

O terceiro princípio há o princípio de vibração: “Nada repousa; tudo se move; tudo vibra”. Este princípio pode ser aplicado na obtenção do domínio dos fenômenos naturais de várias maneiras, nas palavras de um antigo escritor: “Aquele que entende o princípio da vibração, empunhou o cetro do poder”.

O quarto princípio, da polaridade, mantém que “Tudo é dual; tudo tem polos; em tudo existe o par de opostos que são idênticos em sua natureza, mas diferentes em grau; nos extremos encontram-se, portanto, todos os paradoxos podem ser reconciliados”. Neste princípio é baseada a faculdade da transmutação; e, o que é mais importante, a transmutação do mal em bem. A compreensão deste princípio tornará, também, a pessoa apta a mudar sua própria polaridade, se para isso quiser devotar tempo e esforço.

O quinto princípio, do ritmo, enuncia que “Tudo flui para fora e para dentro; o movimento pendular manifesta-se em todas as coisas; a medida da oscilação para a direita e a medida da oscilação para a esquerda”.

Todas as pessoas que se elevam a qualquer grau de domínio de si mesmo estão, pelo menos intuitivamente, a par deste princípio. Usando sua força de vontade para, em todas as coisas, ficarem em equilíbrio são capazes de neutralizar os efeitos do princípio do ritmo dentro deles próprios e, desse modo, desenvolver um grau de equilíbrio, essencial para o autocontrole.

O sexto princípio, o de Causa e Efeito, é um com o qual se tornam familiares todos os que fazem o retrospecto de suas atividades diárias.

“Toda a causa tem o seu efeito; todo o efeito tem a sua causa; há muitos planos de causação; nada escapa à Lei”.

A maioria das pessoas são arrastadas de dia para dia, obedecendo aos caprichos das circunstâncias, meio ambiente, desejos, lassidão ou as vontades mais fortes dos outros. Porém, à medida que nós vamos nos conhecendo melhor aprendemos até que grau nos deixamos manobrar por fatores externos. Então, podemos tomar providências para usar os princípios de Causa e Efeito, em nosso benefício, em vez de sermos simples joguetes ou peões no xadrez dos afazeres mundanos.

Finalmente o princípio do gênero enuncia que “Tudo tem seu princípio masculino e princípio feminino; o gênero manifesta-se em todos os níveis de desenvolvimento”. Nenhuma criação física, mental ou espiritual é possível sem este princípio. O princípio feminino encarrega-se do trabalho de gerar novos pensamentos, imaginação e conceitos. O principio masculino faz o trabalho da vontade, que ativa os pensamentos e imaginação. Idealmente, os princípios masculino e feminino agem de forma coordenada e harmoniosa um com o outro. Em muitas pessoas, todavia, a força de vontade é muito débil – ou, pelo contrário, age irrefletidamente, sem a preparação de pensamento apropriado – e a completa cooperação e coordenação entre os dois elementos é ainda uma coisa do futuro. Novamente, devemos recordar-nos que o autoconhecimento total e completo poderá ser atingido somente quando o Ego se desenvolver ao ponto de não mais precisar de parceiro para a geração e possa utilizar a totalidade de suas forças criadoras harmoniosamente coordenadas, segundo sua vontade.

(Revista Serviço Rosacruz – 05/80 – Fraternidade Rosacruz – SP)

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A Visão Etérica e o Desenvolvimento Futuro

A Visão Etérica e o Desenvolvimento Futuro

 

Presentemente, a humanidade está se tornando mais e mais sensível aos estados mais elevados da matéria. O ser humano desenvolve faculdades espirituais capazes de abrir-lhe horizontes inteiramente novos. Ao mesmo tempo a atmosfera do Planeta está se tornando mais rarefeita. O oxigênio consome-se dia a dia e o Éter planetário torna–se mais denso.

Todas essas condições capacitarão o ser humano a estabelecer contatos com a Região Etérica com maior facilidade.

É de se esperar que, aquilo que primeiro for visto pelas pessoas no plano etérico será alterado, isto para dizer o mínimo. Interpretações destituídas de certa margem de segurança serão, incompreensivelmente, dadas a tais fenômenos. A esse respeito Max Heindel nos diz: “é bom entender que através da aspiração e meditação, aqueles que ansiosamente aguardam por aquele dia estão agarrando o tempo pelos cabelos, podendo facilmente passar à frente daqueles que não têm consciência do que está ocorrendo”.

Estes últimos, por outro lado, poderão retardar o desenvolvimento da própria visão, por acreditarem estar sofrendo de alucinações, quando começarem a obter os primeiros vislumbres das entidades etéricas, temendo serem julgados insanos se relatarem a outrem aquilo que veem.

” . . . Mais importante que tudo, devemos apressar o dia, em nosso caso, adquirindo conhecimento de coisas que devemos esperar ver, porque então saberemos pelo que procurar, e não seremos amedrontados, aturdidos e nem incrédulos, quando principiarmos a ter vislumbres destas coisas” (Livro: Mistérios Rosacruzes – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz).

Para contrabalançar a paralização espiritual causada pela crença na interpretação materialista dos fenômenos etéricos, cabe aos estudantes da Filosofia Rosacruz promover, onde for possível, por suas palavras e vivência, o conceito de um universo moral, guiado pelo Espírito e, fundamentalmente, produto do bem.

(Traduzido de Rays From The Rose Cross, de abril de 1978 e publicado na Revista Serviço Rosacruz – 02/80 – Fraternidade Rosacruz – SP)

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Pergunta: Há alguma base nos ensinamentos dados por algumas escolas de ocultismo sobre as almas perdidas e atrasadas?

Pergunta: Há alguma base nos ensinamentos dados por algumas escolas de ocultismo sobre as almas perdidas e atrasadas? Li num livro uma descrição bem clara de um lugar chamado Avitchi, onde as almas residem quando se encontram nos últimos estágios de desintegração. Segundo a escola em questão, parece que algumas almas são submetidas a uma regressão progressiva, tornando-se mais inferiores a cada encarnação sucessiva, até que finalmente se extinguem como almas individuais, sendo absorvidas pela Alma Cósmica. Mas, pelo que depreendo dos Ensinamentos Rosacruzes, todas as almas, sem exceção, encontram-se na espiral ascendente e, embora possa haver uma regressão entre duas vidas sucessivas no mundo físico, ainda assim o resultado final é o progresso, não a regressão. Não acredito que em qualquer parte dos verdadeiros Ensinamentos Rosacruzes se declare que algumas almas se deterioram até a aniquilação. As observações acima se aplicam também aos atrasados. Expliquem qual o ensinamento correto a respeito do assunto.


Resposta: Os Rosacruzes ensinam que a vida é uma grande escola frequentada por alunos que se encontram nos mais diferentes estágios evolutivos. Na classe mais avançada há alguns que já aprenderam quase todas as lições que podem ser ensinadas, em nossas atuais condições e meio ambiente, e estão prestes a se graduarem passando para outras condições que lhes proporcionarão maiores oportunidades de progresso. Nas classes inferiores encontram-se, também, Espíritos atrasados que foram, por assim dizer, preguiçosos e negligenciaram as oportunidades para adiantamento. Entre as classes inferiores e superiores há um grande número de gradações e, em diferentes pontos de sua corrida evolucionária, toda a humanidade passa por determinados testes, da mesma forma que alunos de uma escola passam por exames em certas épocas do ano, a fim de determinar se estão prontos a passar ao grau superior seguinte.

Os que passam nesse exame são promovidos, enquanto que os que falham devem repetir mais um ano escolar para que possam aprender as lições necessárias que irão servir de base para um avanço futuro.

Aqueles que passarem nos exames estão salvos, e os reprovados estão perdidos para a classe como um todo. Todavia, isto é apenas temporário, e aqueles que ficaram para trás podem recuperar-se novamente e, no exame seguinte, alcançar os que foram promovidos no ano anterior. Assim, esses errantes anteriores serão salvos e outros perdidos.

O mesmo acontece na escola da vida. Aqueles que são reprovados nos exames numa certa época ficam temporariamente “perdidos”, mas podem alcançar os outros e até ultrapassá-los. Este é o verdadeiro ensinamento a respeito das chamadas almas perdidas e isto é confirmada pela Bíblia. A palavra grega aionian é traduzida por eterno, mas não tem o significado de duração infinita. O dicionário de Diddell & Scott dá como significado: “uma idade, um período indefinido, um período de vida”, etc… Aqueles que triunfam e são salvos, como diz o ditado, tem um passaporte para uma nova era de desenvolvimento, e recebem, portanto, uma era de felicidade duradoura. Aqueles que falharam receberão um período de punição e a condição de se verem num grau inferior na escola da vida. Falando em termos gerais, a doutrina de que uma alma ou Ego pode perder-se, no sentido de ser aniquilado, é completamente sem fundamento, pois dizemos: “Em Deus vivemos, nos movemos e temos o nosso ser”, sendo que se um único Espírito se perdesse, uma parte de Deus estaria perdida. Isso, naturalmente, e inconcebível.

Diz-se que não há regra sem exceção, e há uma condição que quase serve de fundamento ao ensinamento relacionado ao Avitchi, promulgado pelas escolas orientais. De acordo com a sua filosofia, há dois estados (não lugares, mas estados) de conscientização: Avitchi e Nirvana. Eles dizem que quando o Espírito, através de repetidas encarnações e vidas vividas de maneira nobre, alcançou um estado de espiritualidade sublime, ele é absorvido pela Alma Cósmica como a gota do orvalho e tragada pelo mar. Sua consciência individual mais os frutos de todas as suas vidas são absorvidos pelo Espirito Universal, sendo este, de acordo com o ensinamento oriental, um estado de maior beatitude. De maneira contrária, aqueles que por muitas vidas exerceram continuamente o mal, ultrapassando até certo limite, começam a afundar-se cada vez mais na escala evolutiva e, como a sua consciência está tão saturada do mal, não há mais espaço para o bem, e a consciência individual é gradualmente retirada no esforço de erradicar o mal. No final, o Espírito vê-se desnudado e inconsciente. Então, ele é absorvido pela Alma Cósmica, levando consigo a mais intensa dor e decepção. Mas, esse ensinamento a respeito do bem e do mal é, como já foi dito, contrário aos Ensinamentos de Mistérios do Ocidente, e poderá ser aplicado unicamente no caso de alguém que pratique a magia negra e que seja excessivamente mau. Em todo caso o Espírito nunca se perde, mas apenas os frutos da sua peregrinação. Como temos uma eternidade para nossa evolução, podemos estar certos que mesmo um Espírito como este terá oportunidade no futuro de entrar na peregrinação da evolução, o que o tomará uma inteligência criadora autoconsciente.

(Livro: Perguntas e Respostas – Vol. II – pergunta 151 – Max Heindel)

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Preparando-se para a Era de Aquário: como está a sua preparação?

Preparando-se para a Era de Aquário: como está a sua preparação?

Nós, Estudantes Rosacruzes, a despeito dos quadros não muito animadores que o mundo nos oferece, mantemos inabalável a fé no futuro da humanidade.

Quando instituições, dogmas e estruturas das mais diversas parecem encontrar-se a beira de um colapso, prestes a fundirem-se num caos total, nossa maneira de encarar as coisas, por mais paradoxal que possa parecer, é otimista.

Nossa visão dos fatos não é apocalíptica no sentido exotérico do termo. Cremos estar próximos ao fim, não do mundo, mas de uma Era, de um estado de coisas.

Toda essa confusão prenuncia o desabamento de estruturas obsoletas, de sectarismos, de preconceitos. Esse sofrimento vivido na época atual compelirá o ser humano a desapegar-se, de uma vez por todas, de um estilo de vida já inadequado as suas necessidades evolutivas.

“Eis que as coisas se farão novas”. Você percebeu que nos encontramos em fase de transição? Você está consciente do significado dessas transformações?

Em 1918 Max Heindel escreveu: “O trabalho de preparação para a Era de Aquário já se iniciou. Como se trata de um Signo de Ar, científico, intelectual, depreende-se que a nova Religião deverá alicerçar-se em bases racionais, sendo capaz de resolver o enigma da vida e da morte de tal forma a satisfazer tanto a Mente como o Coração”.

Abriu-se, então, o caminho para o alvorecer da Era de Aquário. Sobre os escombros da Era atual florescerão um ideário mais avançado, estruturas mais dinâmicas, e, consequentemente, uma nova humanidade.

Lembramos, também, que dia a dia surgem condições favoráveis ao desenvolvimento das faculdades latentes do espírito. O gradativo crescimento de quantidade de Éter no Planeta está afetando as pessoas mais sensíveis. Não constitui exagero afirmar que a própria ciência já se encontra no umbral da Região Etérica.

Desde longínquas eras viemos desenvolvendo os cinco sentidos, através dos quais nos foi possível contatar e conhecer a Região Química do Mundo Físico. Da mesma forma, futuramente, a humanidade desenvolverá outro sentido, que deverá capacitá-la a perceber a Região Etérica, seus habitantes, inclusive aqueles entes queridos já desencarnados e que permanecem no Éter e no Mundo do Desejo, durante os estágios iniciais nos planos internos. As pessoas mais evoluídas já estão, mesmo que tênue e esporadicamente, ensinando seus primeiros passos no Éter.

O dilúvio, responsável pela submersão da Atlântida, tornou mais seca a atmosfera, fazendo baixar sua umidade para o mar. Quando o Sol, por Precessão dos Equinócios, entrar em Aquário, a eliminação da umidade será bem maior. As vibrações mais facilmente transmissíveis através do Éter serão mais intensas, gerando condições para a sensibilização do nervo ótico, requisito necessário para a abertura de nossa visão à Região Etérica.
Mesmo não tendo concluído suas pesquisas sobre os Éteres, Max Heindel legou-nos conhecimentos notáveis a respeito desse elemento. Em verdade, estamos próximos a grandes transformações, principalmente no campo das ideias. Cabe-nos, portanto, mantermo-nos atentos às mudanças que se operarão, preparando-nos para interpretá-las e, posteriormente a elas, nos integrarmos.

Os Irmãos Maiores da Rosacruz não limitam suas atividades aos Estudantes e Probacionistas, nem a nenhum outro grupo específico. Trabalham também através dos cientistas, embora estes nem sempre estejam conscientes disso. Seu propósito é estabelecer a Fraternidade Universal. Sendo assim, seu campo de ação é de uma amplitude inimaginável.

Max Heindel afirmou certa vez, num círculo mais íntimo, que na aurora da Era de Aquário – dentro de uns seiscentos anos, ou talvez até antes – aparecerá um novo instrutor. Será o reaparecimento do grande Ego outrora conhecido na Europa como Christian Rosenkreuz e como Conde Saint Germain.

Além desse grande instrutor será enviado um mensageiro, como ocorre a cada cem anos, pelo ”Governo Invisível do Mundo”, conhecido no ocultismo como “A Grande Loja Branca”.

Segundo Augusta Foss Heindel, “a nova Era mostrará a verdade indiscutível do espaço interestelar, novas aventuras cósmicas para o Espírito Humano e uma Filosofia Cósmica mais perfeita”.

Você está cultivando uma sincera e verdadeira afinidade com o ideal aquariano?

(Publicado na Revista Serviço Rosacruz – fevereiro/1980 – Fraternidade Rosacruz – SP)

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Filosofia Rosacruz pelo Método Socrático: O Segundo Céu

O Segundo Céu

Pergunta: Quanto tempo o Ego permanece no Segundo Céu?

Resposta: O Ego permanece lá por séculos.

Pergunta: O que ele faz lá em um tempo tão longo?

Resposta: O Ego assimila os frutos da última vida terrestre e prepara as condições que serão as melhores para ele na próxima existência física.

Pergunta: O que determina as novas condições terrestres que o Ego está preparando?

Resposta: As novas condições serão determinadas, em parte, pela conduta e pelos atos executados na sua última vida, ou seja, o Ego assimila os frutos de sua última vida terrena e prepara o ambiente para uma nova existência física. Não basta dizer que as novas condições serão determinadas pela conduta e atos da última vida. É necessário que os frutos do passado sejam aplicados no Mundo Físico, que será o próximo campo de atividade do Ego, e onde este estará adquirindo novas experiências físicas e colhendo mais frutos.

Pergunta: Como isso é feito?

Resposta: Todos os habitantes do Mundo Celeste trabalham sobre os modelos da Terra – a totalidade dos quais se encontra na Região do Pensamento Concreto – lhe alterando as formas físicas e produzindo-lhe mudanças graduais no aspecto. Assim, em cada retorno à vida física eles encontram um ambiente diferente onde podem adquirir novas experiências.

Pergunta: Isso significa que nós fazemos nosso mundo?

Resposta: De fato, sim! O clima, a flora e a fauna são alterados pelo ser humano sob a direção de Seres Elevados. Por conseguinte, o mundo é exatamente o que nós próprios, individual e coletivamente, temos feito dele, e será tal e qual como o fizermos. Em tudo quanto ocorre, o ocultista vê uma causa de natureza espiritual manifestando-se a si mesma, inclusive o alarmante aumento de frequência das perturbações sísmicas, que têm origem no pensamento materialista da ciência moderna.

Pergunta: O nosso trabalho no Céu está limitado somente as alterações na superfície da Terra?

Resposta: Não. Ele ocupa-se também, ativamente, em aprender como construir um corpo que tenha os melhores meios de expressão. O destino do ser humano é converter-se em Inteligência Criadora e para tal aplica-se à sua aprendizagem todo o tempo. Durante a vida celeste aprende a construir toda classe de corpos, inclusive o humano.

Pergunta: Como esse trabalho é dirigido?

Resposta: Instrutores das mais elevadas Hierarquias Criadoras dirigem o trabalho do ser humano. Ajudaram-no a construir seus veículos antes de ter alcançado consciência de si mesmo, do mesmo modo que ele próprio constrói atualmente seus veículos durante o sono.

Pergunta: O ser humano é consciente dessas instruções?

Resposta: No transcurso de sua vida celeste esses instrutores ensinam-no conscientemente. Ao pintor, ensinam como construir um olho apurado, capaz de captar perspectivas perfeitas, e distinguir cores e matizes em um grau inconcebível para os que não se interessam por cor ou luz.

Ao matemático que tem de lidar com o espaço, ensinam o delicado ajuste dos três canais semicirculares, os quais estão situados dentro do ouvido interno, que apontando, cada um, em uma das três direções do espaço, dão a faculdade da percepção abstrata. O pensamento lógico e a habilidade matemática estão em proporção à precisão do ajuste desses canais semicirculares. A habilidade musical depende também do mesmo fator, mas além da necessidade do devido ajuste dos canais semicirculares, o músico precisa do órgão de Corti extremamente delicado. Há no ouvido humano cerca de dez mil dessas fibras, e cada uma pode diferençar cerca de vinte e cinco gradações de tons. No ouvido da maioria das pessoas essas fibras não respondem senão de três a dez das gradações possíveis. Entre os músicos comuns o maior grau de eficiência é de uns quinze sons por fibra, mas um maestro, que é capaz de interpretar e traduzir a música do Mundo Celeste requer maior grau de acuidade para distinguir entre as diferentes notas e perceber a mais ligeira desarmonia nos mais complicados acordes. Pessoas que requerem órgãos de tão extrema delicadeza para expressão de suas faculdades devem receber o maior cuidado, como exigem seu mérito e elevado grau de desenvolvimento. Nenhuma outra classe é tão elevada quanto à dos músicos, o que é muito lógico, pois enquanto o pintor atrai sua inspiração principalmente do mundo da cor – o mais próximo, o Mundo do Desejo – o músico tenta trazer-nos, traduzida em sons terrenos, a atmosfera do nosso lar celeste, a que, como espíritos, pertencemos.

(Traduzido da Revista: Rays from the Rose Cross – Jan 1981)

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O Caminho da Sabedoria

O Caminho da Sabedoria

Há muitos anos os ensinamentos dos Irmãos Maiores foram publicados pela primeira vez no “Conceito Rosacruz do Cosmos”. Desde então nossa literatura ampliou-se bastante. Parece-nos oportuno fazer um levantamento do nosso trabalho para avaliar como estamos empregando os talentos a nós confiados.

Em primeiro lugar, devemos averiguar a razão de ingressarmos na Fraternidade Rosacruz. A principal razão baseia-se na insatisfação. Não encontrávamos as respostas adequadas para nossas perguntas sobre os enigmas fundamentais da vida e da morte em outras instituições.

Todos procuram a luz, mas alguns agem como ilustra uma parábola bíblica. Narra a história de um homem que vendo uma pérola de grande valor vendeu todas as posses para comprar a joia. A pérola simboliza o conhecimento do Reino dos Céus. Em outras palavras, alguns dentre nós estão tão determinados a encontrar a luz, e ficam tão radiantes quando a encontram, que dedicam toda a vida, pensamentos e disposição a essa tarefa.

A rede de compromissos assumidos impossibilita a maioria de gozar deste grande privilégio. No entanto, estamos imersos numa teia de relações, se recebemos ajuda somos obrigados, pela lei da compensação, a dar algo em reciprocidade. Intercâmbio e circulação preenchem todos os espaços e promovem a vida. A estagnação conduz à morte.

Não é possível ingerir alimento físico e retê-lo no organismo. O processo de eliminação é fundamental para manter o equilíbrio e a saúde afastando a doença e a morte. Da mesma maneira, não podemos impunemente nos fartar com uma alimentação mental. Devemos compartilhar nosso tesouro com os outros e empregar os conhecimentos adquiridos nas obras do mundo. Caso contrário, corremos o risco de estagnação no pântano da especulação metafísica.

Nos anos que se seguiram desde a publicação do “Conceito Rosacruz do Cosmos”, os estudantes dispuseram de bastante tempo para conhecer e praticar seus ensinamentos. Não há expediente para desculpas, alegando ignorância ou falta de tempo para compenetrar-se no estudo. Não podem usar como pretexto insuficiência ou incapacidade pessoal para divulgar seu conteúdo.

Mesmo aqueles que têm pouco tempo disponível para estudar, devido aos deveres desempenhados no mundo, deveriam estar agora suficientemente posicionados “para dar um sentido à sua fé”. Como Paulo nos exortou a fazê-lo. Mesmo que não consigamos mostrar a luz a todos que solicitam, devemos praticá-la na intimidade, em gratidão aos Irmãos Maiores e de maneira impessoal a toda humanidade. O desenvolvimento de nossa própria alma depende do grau de participação e empenho no fortalecimento do movimento ao qual estamos ligados. Portanto, é conveniente que compreendamos detalhadamente qual a missão da Fraternidade Rosacruz.

Isto está inteira e claramente elucidado no capítulo introdutório do “Conceito”. Em resumo, sua missão concentra-se em proporcionar uma explicação sobre as questões da vida capaz de contemplar tanto as necessidades da mente como do coração. Com a finalidade de remover as confusões inerentes a duas classes de pessoas: os eclesiásticos e os cientistas. Ambos seguem tateando nas trevas pela carência de um conhecimento unificador e podem ser muito beneficiados com nossa literatura.

Designamos eclesiásticos todos os que são guiados por uma sincera devoção ou bondade natural, pertençam ou não a alguma igreja. No âmbito dos cientistas incluímos os que encaram a vida de um ponto de vista puramente mental, sejam atuantes ou não no campo da ciência.

É propósito e objetivo do Conceito Rosacruz do Cosmos ampliar o campo de ação espiritual de um número sempre crescente dessas duas classes que pressentem, com maior ou menor clareza, a falta de algo de importância vital em sua concepção da existência.

Devemos lembrar o episódio do Rei Davi. Quando desejou construir um templo a Deus foi-lhe negado esse privilégio. Isso por ter empunhado armas como guerreiro de sua tribo. Sempre houve organizações a combater outras organizações. Apontando erros e buscando meios de destruir as rivais, guerreando tanto quanto Davi o fez outrora. Com essa atitude, não se conquista a permissão para construir o templo que é feito de pedras vivas de homens e mulheres. Esse templo ao qual o personagem Manson se refere com tão belas palavras no livro “O Servo da Casa” (The Servant in the House).

Portanto, quando tentamos divulgar as verdades dos Ensinamentos Rosacruzes, devemos sempre ter em mente que não podemos impunemente depreciar a religião de quaisquer outros nem os antagonizar. Não é nossa missão lutar contra seus erros. Eles infalivelmente manifestar-se-ão no devido tempo.

Quando Davi morreu Salomão reinou em seu lugar. Este teve uma visão de Deus em sonho e Lhe pediu sabedoria! Foi-lhe dada oportunidade de pedir o que bem quisesse, e Salomão pediu sabedoria para guiar seu povo. Na verdade, foi esta a resposta recebida:

“Porque em teu coração pediste sabedoria, porque não pediste riquezas ou vida longa ou vitória sobre os teus inimigos ou qualquer coisa semelhante, mas pediste sabedoria, ser-te-á concedida essa sabedoria e muito mais do que isso” (N.R.: 1Rs 3:4-14).

Portanto, devemos seguir o exemplo de Salomão e orar sinceramente por sabedoria. Mas, é importante dispor de critérios para reconhecê-la. Portanto convém comentar o que é a verdadeira sabedoria.

Diz-se, e é verdade, que saber é poder. Saber, embora não seja nem o bem nem o mal em si mesmo, pode ser usado tanto para um como para o outro fim. O gênio apenas mostra a propensão para o saber, mas o gênio pode também ser bom ou mau. Falamos de um gênio militar, dotado de maravilhoso conhecimento sobre táticas de guerra. Tal homem, porém, não pode ser verdadeiramente bom, pois está destinado a ser impiedoso e destrutivo ao manifestar sua genialidade.

Um guerreiro, seja ele Napoleão ou um simples soldado, nunca poderá ser sábio, porque deliberadamente deve esmagar todos os bons sentimentos. Vale lembrar-se do coração como símbolo dos mais nobres sentimentos. Um GOVERNANTE SÁBIO TEM UM GRANDE CORAÇÃO, assim como tem uma inteligência superior. Tem o coração e o intelecto em harmonioso equilíbrio para promover o desenvolvimento de seu povo.

Mesmo o mais profundo conhecimento sobre assuntos religiosos ou ocultos não é sabedoria, como nos ensina Paulo no seu magnífico 13º capítulo da primeira Epístola aos Coríntios:

“Ainda que eu tenha o dom da profecia e conheça todos os mistérios e toda a ciência, se não tiver amor, nada serei”.

Somente quando o conhecimento se mesclar com o amor poderá realmente se converter em sabedoria. AMOR-SABEDORIA é a expressão do princípio Crístico, o segundo aspecto da Divindade Trina.

Deveríamos ser muito cautelosos para compreender e discernir corretamente. Só assim podemos eleger caminhos vantajosos para alcançar um determinado objetivo e evitar ciladas que causam atrasos e angústia.

Podemos optar por um caminho de sofrimento no presente visando futuras realizações, mas não é necessariamente sinônimo de sabedoria. Conhecimento, prudência, discrição e discriminação são próprios da mente. Em si mesmo, todos são tentações do mal. Cristo na Oração do Senhor nos ensinou a pedir: “Livrai-nos do mal”. As faculdades inatas da mente devem ser temperadas com a qualidade inata do coração, o amor. Dessa mescla resulta a sabedoria.

Se lermos o 13º capítulo da primeira Epístola de Paulo aos Coríntios, substituindo a palavra caridade ou amor pela palavra sabedoria, entenderemos o significado dessa grande qualidade e a desejaremos ardentemente.

Portanto, é missão da Fraternidade Rosacruz divulgar uma doutrina capaz de unir o intelecto com o coração. Esta é a única verdadeira sabedoria. Nenhum ensinamento genuinamente sábio pode prescindir de um destes elementos. Do mesmo modo, não podemos fazer soar um acorde musical com apenas uma corda.

Assim como a natureza humana é complexa, também os ensinamentos que contribuem para esclarecer, purificar e elevar esta mesma natureza devem ter aspectos múltiplos. Cristo seguiu este princípio quando nos legou aquela prece magnífica que, em suas sete estrofes, atinge a nota-chave de cada um dos sete veículos do ser humano e os agrupa nesse magistral acorde de perfeição mais conhecido e popularizado como Oração do Senhor (Pai Nosso).

Mas, como transmitiremos ao mundo está maravilhosa doutrina que recebemos de nossos Irmãos Maiores? A resposta a esta pergunta é:

Agora e sempre vivendo a vida.

Diz-se, para o eterno mérito de Maomé, que sua esposa foi sua primeira discípula. Com toda certeza não foram apenas seus ensinamentos, mas a vida que vivia no lar, dia a dia, ano após ano, que conquistou a confiança de sua companheira, de tal modo que ela não hesitou em depositar em suas mãos seu destino espiritual.

É relativamente fácil permanecer diante de estranhos que desconhecem nossas mazelas e para quem nossos defeitos não são visíveis, e pregar por uma ou duas horas cada semana. Mas é muito diferente pregar vinte e quatro horas por dia dentro do lar, como Maomé deve ter feito vivendo a vida.

Para obtermos o mesmo êxito de Maomé devemos principiar pelo exemplo na própria casa. Demonstrar aos irmãos mais próximos, no exercício do cotidiano, os ensinamentos que norteiam nossa existência. Isso é realmente sabedoria. Diz-se que a caridade começa em casa. Esta é a palavra que deveria ser traduzida por “amor” no 13º capítulo da primeira Epístola aos Coríntios. Mude isto também para sabedoria e leia:

A disseminação da sabedoria começa em casa.
Que seja este o nosso lema através dos anos.

Vivendo a vida em nosso lar, promoveremos nosso ideal, de forma mais eficaz do que por qualquer outro método. Muitas pessoas céticas se converteram à Fraternidade Rosacruz através da conduta de seus maridos, esposas ou familiares. Possam os demais segui-los.

(Do Livro Ensinamentos de um Iniciado – Publicado na Revista Serviço Rosacruz – Jun/65)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

O mais importante é o Exemplo para você que está sempre sendo observado

O mais importante é o Exemplo para você que está sempre sendo observado

Segundo um velho ditado, “só árvore que dá frutos é que leva pedrada”. Isso nos faz lembrar o estudante esoterista, cuja aspiração a ideais superiores coloca-o em posição singular junto à sociedade.

E, não poderia ser de outra maneira. Seu esforço em viver a vida conforme com as Leis Divinas produz frutos a seu devido tempo. Sua conduta difere do ser humano comum, porque a aquisição de conhecimentos implica numa séria responsabilidade em vivenciar esses ensinamentos. Não se exige que o estudante se converta num santarrão fanatizado, figura, às vezes, antipática, às vezes, motivo até de zombaria. Não, não é assim. Tudo deve obedecer a um processo natural, cujo cerne é uma transformação gradativa do íntimo da pessoa. Não deve, por isso, o Aspirante fugir do convívio social, valiosa fonte de experiências. No relacionamento diário encontra meios de testar seu progresso teórico, além de oportunidades de ajudar seus semelhantes.

Mas, nesse convívio, o esoterista deve manter-se coerente com os princípios que, consciente ou voluntariamente adotou. Se exigida sua presença num evento social, não lhe cabe omitir-se. Nada, entretanto, o obrigará a comportar-se mundanamente. Não lhe é necessário ingerir bebidas alcoólicas, nem saborear alimentos cárneos. Nada pode compeli-lo a fumar, muito menos a manter conversações frívolas ou maliciosas. Deve, isso sim, marcar sua presença positivamente por meio de diálogos edificantes, alegres – mas não ruidosos – estimulando sempre o bem, toda vez que necessário.

De uma coisa pode estar certo o Aspirante: com o decorrer do tempo ele passará a ser mais e mais observado. Sua vida será examinada constantemente. Seu posicionamento filosófico-espiritualista poderá ser veementemente questionado, quando sua conduta se mostrar incoerente com suas ideias. Aquelas pessoas mundanas, incapazes de um esforço maior de autorregenerarão, não perdoam a vivência de um espiritualista, porque ela ressalta demais suas falhas de caráter. E se convivem no lar, no trabalho ou em outro setor qualquer da comunidade, o contraste entre os dois estilos de vida envergonha e irrita o ser humano não espiritualizado. Daí estar sempre pronto a agredir ou caluniar quem optou pela vida superior.

O espiritualista, no afã de servir e colaborar na elevação do próximo, estará sempre propenso a divulgar os ensinamentos que abraçou. E o fará sempre com a melhor das intenções. Seguramente prestará uma valiosa ajuda à humanidade. Acautele-se, porém. Cuide de que sua vida seja um exemplo prático de suas ideias, porque, se resvalar, não faltará quem lhe atire pedras.

Max Heindel sempre reiterava: “Não se nos julga pela filosofia que difundimos, mas sim pela vida que levamos. Observa-se o tratamento que dispensamos ao nosso conjugue e filhos, nossa conduta nos negócios, nossa conversação, seja ela de natureza espiritual, divertida ou frívola. Atenta-se para nossas companhias, para o ambiente que frequentamos, para o bem que fizemos ou deixamos de fazer”.

Nossas falhas não são desculpadas, e, o que é pior, julgam nossa religião ou filosofia pelos efeitos produzidos em nossa vida.

Portanto, caro leitor espiritualista, tenha certeza de uma coisa: você está sendo diuturnamente observado. Se você quer divulgar os Ensinamentos Rosacruzes, faça-o. Mas não se esqueça: um exemplo vale mais que mil palavras.

(Revista Serviço Rosacruz – 10/80 – Fraternidade Rosacruz – SP)

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