Arquivo de categoria Método e Leis cósmicas que regem a evolução

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

As Chaves do Desenvolvimento Espiritual

As Chaves do Desenvolvimento Espiritual

Certa vez um estudante enviou uma missiva a Max Heindel criticando as cartas expedidas mensalmente aos membros de THE ROSICRUCIAN FELLOWSHIP, cujo teor, segundo suas palavras, “não passavam de um pequeno agradável sermão”.

Max Heindel, então, abordou o assunto na carta do mês subsequente. Presumindo não ser aquela uma opinião isolada, procurou esclarecer a questão, pois outros estudantes talvez alimentassem idêntico pensamento. Realçou a importância daqueles “pequenos agradáveis sermões” em cujas entrelinhas encontravam-se pérolas do conhecimento oculto. Tornou claro o objetivo daquelas mensagens, cujo valor moral mesclado com os ensinamentos esotéricos indicava um método de desenvolvimento espiritual.

Tal fato ocorreu há uns setenta anos, aproximadamente. Durante todos esses anos a Fraternidade cresceu e cresceu muito. Nossos ensinamentos foram divulgados em grande escala e nessa tarefa se utilizou dos modernos meios de comunicação. No entanto, ainda hoje encontramos estudantes incapazes de perceber o sentido das cartas e lições mensais, pois, as acham por demais repetitivas. Vivem clamando por novos conhecimentos.

Novos conhecimentos? Mas como? Sequer aplica na vida prática aquilo que aprenderam. Não se dão ao trabalho de garimpar as lições, de pesquisar, de meditar. Querem tudo pronto e acabado. Tem a pretensão de evoluir através de esquemas pré estabalecidos ou fórmulas rígidas, como se o desenvolvimento oculto fosse mera equação.

O conhecimento e a experiência são meios de realização espiritual. Mas apenas meios. O conhecimento por si só confere apenas erudição. É apenas verniz, casca. A experiência, por outro lado, sem o conhecimento que a explique, torna-se difícil de ser aproveitada. Embora ambos sejam importantes, se faltar-lhes o calor da devoção não ensejará oportunidade do aspirante realizar-se. A essa tríade cabe o papel de manter equilibrado o desenvolvimento espiritual.

Max Heindel divulgou os ensinamentos rosacruzes sob a orientação dos Irmãos Maiores. E o fez valendo-se de princípios didáticos, compatíveis com as tendências naturais do ser humano ocidental. Em seus livros, cartas e lições empregou uma linguagem simples e definições claras. Porém, determinadas “chaves” só podem ser encontradas mediante certo esforço.

Alguns afirmam, equivocadamente, não passar o Conceito Rosacruz do Cosmos de uma coletânea de temas sem uma interligação mais definida. Ledo engano. Ao observador mais atento e sensível os tópicos da obra básica formam um todo harmonioso e coerente. Aliás, estude-se toda a obra de Max Heindel com interesse superior, e verão todos os assuntos se completando maravilhosamente.

Além disso, esses conhecimentos proporcionam uma visão mais ampla da vida e do mundo, projetando uma nova luz sobre todos os fatos do cotidiano. Os Ensinamentos Rosacruzes descem às raízes do sofrimento humano, explicam a razão última de todas as coisas e indicam perspectivas do nosso futuro desenvolvimento. Enfatizam o aprimoramento do caráter como nosso trabalho mais importante, pois sem ele as “chaves” permanecem inacessíveis e qualquer lição parecerá um “pequeno e agradável sermão”.

(Revista ‘Serviço Rosacruz’ – 03/83 – Fraternidade Rosacruz – SP)

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A Importância da Oração

A Importância da Oração

Seria importante que o ser humano, nas suas inúmeras atividades e ocupações, reservassem um lugar de destaque à oração, ao impulso interior que o anima a invocar a ajuda e o olhar luminoso de Deus. Um esforço sincero por caminharmos com retidão e confiança, por nos tornarmos melhores, pode considerar-se uma forma de oração – uma prática espiritual constante. No entanto, quando penetramos profundamente no conceito espiritual por detrás da oração e das palavras expressas, iluminamos o nosso ser de um significado mais pleno e mais vasto. A oração transporta o ser humano aos mais altos pináculos de harmonia divina; o consciencializa para a presença Divina que o habita, e torna-o capaz de responder profundamente a esse Amor que em nós vibra e nos dá vida. Torna-nos sensíveis à necessidade de “orar constantemente”, com um reconhecimento imenso pela luz com que a Sua Presença e proteção nos envolve.

Os Discípulos de Cristo sentiram também a necessidade desta vivência espiritual, e pediram-Lhe que lhes ensinassem a orar, ávidos por uma forma de expressão que manifestasse o seu sentir. O Pai Nosso, a Prece do Senhor a Deus, liga-nos à Obra do Espírito; o ser humano é invadido por uma corrente de poder Divino que o renova. Cada uma das sete partes em que se divide esta oração tem a sua função, e deverá um dia manifestar-se através do nosso ser. Quando a oração “é ditada por uma devoção pura e não egoísta, contendo em si ideais elevados, é muito mais sublime que a Concentração. A oração nunca pode ser fria; ela transporta o místico à Divindade, nas asas do Amor”.

A obra purificadora e regeneradora do Ego, começa quando o AMOR penetra o coração, e o ser se torna consciente do seu desejo de servir a presença interna de Deus, em si, em todos os seres humanos e em todas as coisas. O poder deste amor Divino nos traz arrependimento, e o nosso coração lança, então, os alicerces para uma vida purificada. A oração é o poder, a energia que afasta os obstáculos que se interpõem à espiritualização da vida.

O pecado e a desarmonia que existe nas nossas vidas, não é mais do que a cadeia de pensamentos e atos em que persistimos, e que nos afastam da harmônia e equilíbrio natural do Universo, obstruindo a presença e o amor de Deus nos nossos corações. Este flui livremente quando o invocamos numa prece sentida, pois encontramo-nos, então, libertos dos problemas não resolvidos, que constantemente dificultam a passagem desse amor purificador que se derrama sobre nós. A oração que emana de um espírito e de uma atitude de perfeito amor, atrai para si uma perfeita saúde física, mental e espiritual; vivemos segundo a maneira como oramos e vice-versa. Nem toda a oração surge do arrependimento que nos consciencializa do pecado e da vida desarmoniosa. Existe a prece que brota da alegria, da inspiração e do bem-estar que atrai e conserva a vida moldada no amor Divino. Neste construímos os templos da nossa alma, e encontramos o impulso que nos encaminha para a perfeição “à Sua semelhança”. O fogo do amor que tudo consome em si, a beleza e a Verdade inspiradas por Deus estão eternamente presentes na oração e fluem através dos nossos atos e das nossas realizações, engrandecendo e tornando presente e pleno o Seu Divino Plano no mundo.

(THE ROSICRUCIAN FELLOWSHIP – Departamento Cura – publicado na Revista “Serviço Rosacruz” – 06/82 – Fraternidade Rosacruz)

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O Caminho para a Verdadeira Felicidade

O Caminho para a Verdadeira Felicidade

Embora a maior parte da humanidade não pense assim, reiteramos sempre que o propósito da vida é a aquisição de experiências e não a busca da felicidade. O viver em função de algo geralmente circunscrito a posses materiais, status, sensações fugazes, indica com clareza qual o conceito humano de felicidade. Em vão o ser humano almeja ser feliz, desconhecendo a verdadeira e essencial natureza da felicidade. Balzac a define como “um misto de coragem e de trabalho”. Não é o objetivo atingido através da coragem e do trabalho, mas a condição interna realizada quando se labuta corajosamente em prol de uma causa nobre. É, antes de tudo, um estado de alma.

Ser feliz, segundo o pensamento espiritual, é atingir uma condição transcendental a tudo aquilo que se restringe a concepções puramente materiais, decorrentes de impressões captadas pelos nossos sentidos físicos. A felicidade situa-se no campo das conquistas do Espírito. É a consequência natural do aprimoramento interno, do contato com a eterna Fonte da Vida, o “Princípio do Amor Universal”.

Não podemos dissociar felicidade de amor. Nossa plenitude interna depende de nossa capacidade de amar. Esse sentimento, entretanto, na sua mais elevada expressão nada tem a ver com o amor “egoísta” manifesto no quotidiano das pessoas. Irrestrito e universal foi a grande verdade que o Cristo nos legou. A cristificação realiza-se por meio dele.

O amor assim compreendido manifesta-se de diversas formas, e uma delas é o “serviço amoroso e desinteressado” para com os demais. O servir desinteressadamente, o labor canalizado para fins altruístas, é a máxima expressão do ideal cristão. É a realização da verdadeira felicidade. O trabalho assim dirigido aumenta o fulgor da Divina Essência inerente a todas as pessoas, ao passo que a ação egoísta a ofusca. Ser altruísta é conservar-se fiel e alimentar-se da Divina Fonte do Amor.

Num mundo onde o utilitarismo prevalece como denominador comum das atividades humanas, agir com isenção de interesses é contrastar com o “status quo” vigente. É desajustar-se ante a sociedade dos “seres humanos práticos”.
Preceitos éticos são “adaptados” às exigências da sociedade competitiva, liberando e justificando aqueles que anseiam atingir seus objetivos por meio de manobras escusas. Muitos anestesiam a própria consciência para sobreviverem nessa comunidade de “feras”.

O ser humano verdadeiramente cristificado procura romper todas essas barreiras, agindo coerentemente com suas convicções. Talvez nem todos o compreendam, se bem que isso não o desestimule na prática do bem. Reconhece-se como um Espírito, parte integrante da Divindade, imunizado e ileso à toda crítica ferina. Sabe que estas distorções dos sentimentos humanos não podem atingir sua essência.

O ser humano cristificado crê firmemente no valor da virtude, e no poder que o coloca acima dos limitados conceitos humanos. Vivendo em sociedade, não compete. Coopera, discerne e cede quando seu íntimo consente. Conhece-se e trata de gradativamente aprimorar-se. Não procura evidenciar as falhas do próximo, mas salientam as qualidades deles para se fortalecerem. Vislumbra a harmonia na bondade, a perfeição no amor, a beleza na simplicidade. Sua humildade, longe de confundir-se com subserviência, é uma mescla de ternura, energia e justiça.

Pensa sempre no melhor. Almeja sempre o melhor. Procura tornar-se melhor. Dá, aos outros, sempre o melhor. Seu amor não encontra limites, espargindo-se em todas as direções e a todos os seres da Criação. Sabe perfeitamente que nem um só ser poderá ser excluído de seu amor.

A vida torna-se uma sublime e ardente oração quando alguém vive dessa maneira. Não há outro caminho para a verdadeira felicidade.

(Revista ‘Serviço Rosacruz’ – 10/82 – Fraternidade Rosacruz – SP)

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O Caminho mais Curto

O CAMINHO MAIS CURTO

Em nosso formoso “Serviço do Templo” Max Heindel incluiu a alegação muito definida: “O serviço amoroso e desinteressado para com os outros é o caminho mais curto, mais seguro e mais agradável que conduz a Deus”.
Sim, ouvimos este ensinamento todas as noites no Templo, semanalmente na Capela, frequentemente em nossos lares, gostando de pensar em nós como quem serve todos os dias.

Contudo, quantas vezes paramos para considerar o que Max Heindel esclareceu: que não é somente o serviço que é necessitado? Asseverou em palavras que não deixam dúvida, a qualidade especial do serviço que nos conduz adiante nesse caminho a Deus.

Consideremos os meios variáveis de serviço. Há o que poderíamos chamar de serviço comercial ou trabalho prestado com o propósito de colher uma vantagem correspondente. Tudo muito bem e valioso na sua maneira, mas, lamentavelmente, insuficiente na exigência espiritual.

Depois, há o serviço prestado não tanto para obter recompensa, porém, como um senso de dever ou necessidade, o cumprimento de uma obrigação àqueles que servíamos talvez. Ainda que isto seja muito estimável, não significando que diminui o mérito, contudo, ainda não preenche totalmente o requisito.

E, depois, aí há o mais elevado espécie de serviço, o “amoroso, desinteressado” exemplar, além do qual possivelmente ninguém pode chegar a nossa presente condição de desenvolvimento.

Repara, pois, o significado dos dois adjetivos. Primeiro, o mais elevado serviço, o “amoroso”. Na nossa ansiedade de servir, e talvez na nossa ansiedade de alcançar o nosso próprio desenvolvimento, tantas vezes passamos por cima do “amoroso” e, contudo, isso é a nota chave do nosso “Serviço do Templo”.

Temos, às vezes, curiosidade, o que significa a palavra exatamente? A palavra “amor” é tão abusada que é difícil impedir que se torne confuso. O conceito comum, como tendo algo que ver somente com o sexo, naturalmente não necessita consideração. Outra opinião errada do amor, como algo impotente, débil e efeminado aproxima-se do inexato. Infelizmente está nesta conexão que tantas imagens tentando retratar o Mestre, Cristo Jesus, mostram-No como débil e ineficaz, ao passo que exatamente o contrário é o caso. Ele era forte e vigoroso (poderoso), sensível e benévolo, sim, mas estas últimas características são realmente sinônimos de poder e coragem. O poeta Tennyson, no “In Memoriam” demonstra isso claramente na seguinte parte:

“Poderoso Filho de Deus,
Amor imortal
A quem nós, que não cheguemos a ver Sua Face
Pela fé e unicamente pela fé, concebemos.
Crendo aonde não podemos provar”.

Sim, amor é o cume de poder benévolo. Se nos detemos a considerar, acharemos que mesmo nos mecanismos: brandura segue de mãos dadas com força. Pensa na onda de poder num motor de alta potência, tão macio, tão silencioso, todavia, tão irresistível. Nós, que desejamos expressar-nos apropriadamente, esquecemos às vezes isto, dando assim, a impressão de afirmação própria, quando estamos meramente tentando expressar o poder do amor? Talvez a palavra melhor que podemos usar é “compaixão” nas ocasiões quando Cristo-Jesus se dedicou para curar os enfermos e os sofredores, quando Ele derramou o poder do Seu amor, Ele “tinha compaixão deles”.

E depois esta outra palavra: auto esquecimento. Não, não é fácil esquecer-se completamente de si mesmo.

Gostamo-nos de se sentir virtuosos, tirar pouco mérito pelo que fazemos. Bem, podemos de bom grado entendê-lo, desde que nós somos ainda humanos. Mas, precisamos eventualmente elevar-nos acima mesmo disso até o ponto aonde o nosso serviço é prestado, sem pensarmos conscientemente em nós, sem mesmo o sentimento que estamos fazendo “algo bom”. Quando vimos que tem que ser feito, fazemo-lo. É quase uma tragédia que o esquecimento próprio é confundível tão frequentemente com “desinteresse”. Desinteresse é bom, muito bom – mas tantas vezes participa do sentimento de sacrifício próprio ou glorificação de si mesmo – não é mesmo?

Nós todos já sofremos nas mãos de pessoas realmente boas que se tornaram tão agressivamente desinteressadas ou considerarmo-las tão “interessadamente desinteressadas”, boas pessoas que talvez ainda não se elevaram até o ponto onde possa esquecer-se de si mesmo nas suas boas ações. Sejamos pacientes com elas; elas têm as melhores intenções e, não há dúvida, elas fazem um total considerável de benefícios. Todavia, se nós colocarmos os nossos pés no “mais curto, mais seguro e mais agradável caminho que nos conduz a Deus” precisamos caminhar mais um pouco, mais alto e nos esforçar para se esquecer de nós mesmo totalmente no nosso servir.

Reconhecemos que a concentração, prece e exercícios são todos extremamente valiosos, mas também reconhecemos que por si mesmos não são suficientes sem o “serviço amoroso esquecendo-se de si próprio”. E nunca esquecemos que por ser o “amoroso (desinteressado)” serviço, o caminho mais curto e mais seguro que nos conduz a Deus, contudo, ao mesmo tempo seja lembrado a nosso encorajamento também, que é o caminho “mais agradável” que leva diretamente ao Trono de Deus.

Oxalá aprendamos segui-lo mais amorosamente, mais desinteressadamente e, sobretudo, mais alegremente.

(Traduzido “Rays from the Rose Cross” – publicado na revista ‘Serviço Rosacruz’ – 05/82 – Fraternidade Rosacruz – SP)

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A Pureza Feminina e Muitas Imaculadas Concepções

A Pureza Feminina e Muitas Imaculadas Concepções

Max Heindel afirma, no Conceito Rosacruz do Cosmos, que, ao contrário da ideia geralmente aceita, o Ego é bissexual. Se o Ego fosse assexual o Corpo seria necessariamente assexual, por ser a manifestação externa do espírito interno. Essa bissexualidade se expressa em Vontade e Imaginação.

A vontade é a energia masculina correlata às forças solares. A imaginação é a energia feminina correlata às forças lunares. Isto explica o predomínio da imaginação na mulher e a influência exercida pela Lua sobre o organismo feminino. Os Egos encarnados em Corpos Densos do sexo feminino têm Corpos Vitais positivos e, portanto, são mais sensíveis aos impactos espirituais do que os varões, cujos Corpos Vitais são negativos.

Maria, mãe de Jesus de Nazaré é o símbolo da imaginação, o lado feminino do ser. Era pura. Quando o profeta Isaías afirmou que “uma virgem conceberá e dará à luz um filho” não se referia à virgindade física. Em hebraico, dois vocábulos significam pureza: betulâh: virgindade física, e almâh: virgindade espiritual ou pureza interna. Isaías empregou o segundo termo.

A elevada pureza de Maria não foi conspurcada com a maternidade, por ser uma qualidade da alma. A fecundação física em todos os reinos é uma lei natural. A virgindade é um estado de consciência, um atributo anímico. O ato de gerar praticado por um ser nesse elevado estado de consciência é totalmente isento de paixões. Nada há, pois, que possa torna-lo abominável aos olhos do espiritualista.

Maria e José, membros da Ordem Essênia, realizaram o ato de fecundação como um sacramento, sem nenhum desejo ou prazer pessoal. Jesus era um ser muito superior à grande maioria da humanidade. Esteve percorrendo o caminho da santidade através de muitas vidas, preparando-se para formar um Corpo perfeito e cedê-lo ao Cristo, o mais elevado da onda de vida Arcangélica para Seu ministério de três anos. Um ser desta estatura espiritual não poderia ocupar outro Corpo a não ser um gerado debaixo de condições especialíssimas, por pais de natureza muito elevada.

Diz-se que José era um carpinteiro. Todavia, ele não era um artesão, mas um “construtor”, um “tekton” num sentido superior. Deus é o Grande Arquiteto do Universo. Abaixo de Deus existem muitos construtores de diferentes graus de esplendor espiritual. Mais abaixo ainda encontram-se aqueles que conhecemos como maçons. Todos estão ocupados e comprometidos na construção de um templo sem ruídos de martelos, e José não era uma exceção.

José representa a Vontade; Maria, a Imaginação.

Maria, imaginação primordial pura, concebeu e deu a luz o Cristo Interno, quando foi fecundada pela vontade iluminada (José).

Entre os vanguardeiros da humanidade houve muitas imaculadas concepções. A de Maria não foi à primeira e nem será a última. O fruto é da mesma natureza da árvore: quando um Ego é extraordinariamente avançado, só pode nascer de pais que lhe ensejem uma imaculada concepção.

(Revista ‘Serviço Rosacruz’ – 08/82 – Fraternidade Rosacruz – SP)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Você pode aproveitar tudo ou quase tudo: é só tentar!

Você pode aproveitar tudo ou quase tudo

Sim, você pode aproveitar quase tudo aquilo que, aparentemente, não tem mais serventia e por esta razão e considerado meramente um lixo.

O ser humano formou sociedades altamente desenvolvidas, complexas e eivadas de paradoxos. Um destes é o irracional desperdício das coisas.

Todos lamentam a crise econômico-financeira ora intranquilizando as nações, mas pouco faz de realmente efetivo para amenizá-la. As pessoas se queixam da crescente compressão a que são obrigadas a submeter seus orçamentos, mas não buscam soluções novas. Limitar-se a alternativas convencionais, já anacrônicas e ineficazes, ou aguardar passivamente iniciativas do poder público constitui um posicionamento no mínimo inconsequente.

A presente situação atinge a todos, a tudo sacrifica, mas encerra um aspecto positivo: para ser superada, exige um esforço criativo original, uma superdinamização imaginativa. Vencida a crise, e em função dela, encontramos inovações nos vários campos de atividade humana, projetando novas luzes ou reformulando conhecimentos até então, considerados dogmas.

As dificuldades são, muitas vezes, uma forma de repensar e redefinir as coisas, de questionar posicionamentos, de divisar inéditas perspectivas. Não fosse assim, ainda viveríamos no estágio de pessoas das cavernas.

Entendemos ser esta maneira positiva de encarar a atual crise. Por que não procurar soluções originais? Isto se aplica também a questão do desperdício. Por exemplo, muita coisa atirada ao lixo pode ser economicamente reaproveitada ou reciclada, como queiram. Basta apenas descobrir como.

O Grupo Seiva – Ecologia, em oportuno trabalho que publicou, sob o titulo “Lixo não é lixo”, oferece interessantes sugestões a respeito. Inicialmente, recomenda não jogar no lixo embalagens novas, feitas de matéria prima cara, muitas delas em extinção e algumas altamente poluentes (plásticos).

Uma boa medida é evitar sempre que possível o uso do saco de papel ou plástico, utilizando a sacola direta. Saquinhos de plástico de feira ou quitanda podem ser devolvidos para reutilização aos próprios quitandeiros ou feirantes. Inclusive, a própria dona de casa pode levá-los para neles acondicionar os produtos comprados. Os feirantes também recebem de volta as embalagens de ovos, de papelão ou isopor. Não é uma forma de economizar? Sacos de leite vazios e demais embalagens plásticas podem ser doados a instituições de caridade. Elas saberão como utilizá-los.

Muita coisa comumente atirada ao lixo pode ser empregada em trabalhos de artesanato. Pessoas com certa habilidade manual ou artística conseguem transformar objetos aparentemente inúteis em maravilhosos e originais ornamentos domésticos.

Se você cultiva sua hortinha, fique sabendo: restos de alimentos e mesmo outros detritos podem ser convertidos em excelentes adubos.

Mas se você não se julgar dotado dessas habilidades, não se aborreça. Há alternativas. Uma delas: amasse e junte aos jornais e revistas velhos todas as embalagens de papelão normalmente jogadas no lixo. Garrafas, caixas de remédios, pasta de dente, lâmpadas, latas de aveia, farinha, etc, cedendo-as ao lixeiro ou ‘catador de lixo’ ou ao garrafeiro. Você, por certo, vai ajudá-los a ganhar um dinheirinho, colaborando assim na luta contra o desperdício e poluição.

Economize dinheiro e evite o uso do plástico. Ele não se degrada na natureza e fica poluindo por muitos anos. Não desperdice! Use a imaginação! Creia, você será o maior beneficiado.

(Revista ‘Serviço Rosacruz’ – 07/82 – Fraternidade Rosacruz – SP)

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A Lei imutável da atração pode ser utilizada como desejamos utilizá-la

A Lei imutável da atração pode ser utilizada como desejamos utilizá-la

Para o aspirante espiritual sincero, a exatidão e segurança com que operam as leis espirituais é ao mesmo tempo extremamente satisfatória e inspiradora. Sua perfeita confiança dá um sentimento de segurança que nada poderá diminuir, e um incentivo para uma vida construtiva que sempre estão presentes.

Booker T. Washington disse: ”não permitirei que nenhum homem me arraste a um grau tão baixo que me faça odiá-lo” e talvez ele falasse mais compreensivamente do que realizou. Quando nutrimos ou emitimos pensamentos de ódio ou coisa semelhante, não somente geramos um veneno em nossos corpos físicos, mas também nos sintonizamos com as vibrações mais inferiores do Mundo do Desejo, essa região habitada por entidades indesejáveis de muitas classes. Sintonizamo-nos com suas vibrações baixas e, portanto, nos tornamos susceptíveis às suas influências. Podemos ainda ser instigados a agir criminosamente sem sabê-lo atraindo para nós o estímulo de más entidades que se regozijam com as vibrações de vícios destrutivos.

Ao contrário e felizmente podemos elevar-nos a um estado de graça, de vida abundante usando inteligentemente esta mesma lei de atração. Quando enviamos pensamentos de bondade, compaixão e amor, colocamo-nos em sintonia com a vibração do Cristo, o plano da Sabedoria Universal e as elevadas forças espirituais que operam nesse plano estão automaticamente atraindo-se conosco.

Estaremos, então, estimulados e alimentados em ter pensamentos elevados e a executar atos nobres, e poderemos estabelecer tal atitude, habitualmente, por um esforço suficientemente persistente. Em todos os planos do ser “o semelhante atrai o semelhante”.

A Lei imutável da atração pode ser utilizada como desejamos utilizá-la. Alinhando-nos de todo o coração com os Planos de Luz poderemos forçar-nos mais rapidamente para caminhos evolutivos. Como indivíduos e como grupos podemos, por uma aplicação diária de um reto viver, atrair para nossas vidas uma parte fecunda do “depósito” cósmico de harmonia e verdades e assim promovendo nossa utilidade “como canais conscientes para o trabalho benéfico de nossos Irmãos Maiores no serviço a humanidade”.

(Artigo publicado na Revista ‘Serviço Rosacruz’ de 05/43 e em 10/81 na Fraternidade Rosacruz – SP)

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O Cume Espiritual do Ser Humano

O Cume Espiritual do Ser Humano

O essencial não está em ser poeta, nem artista, nem filósofo; o essencial é que cada um tenha a dignidade de seu trabalho, alegria com seu trabalho, a consciência de seu trabalho. O anelo de fazer bem as coisas, o entusiasmo de sentir-se satisfeito, de querer o que é seu, é a sã recompensa dos fortes, dos que tem o coração robusto e o espírito limpo. Dentro dos sagrados números da natureza, nenhum trabalho bem feito vale menos, nenhum vale mais.

Todos nós somos algo necessário e valioso na marcha do mundo. O que constrói a torre e o que constrói a cabana, o que tece os mantos imperiais e o que costura o traje humilde do trabalhador; o que fabrica a sandália de sedas imponderáveis e o que fabrica a rude sola que protege no chão duro, os pés do trabalhador. Todos nós somos “ALGO”. Todos nós estamos nivelados por essa força reguladora que reparte os dons e impele as atividades.
Um grão de areia desequilibra ou sustenta uma pirâmide; um pão duro salva ou destrói uma vida; uma gota de água murcha ou faz reverdecer um laurel. Todos nós somos algo, representamos algo; fazemos viver algo, ansiamos algo. O que semeia o grão que sustenta nosso corpo, vale tanto quanto o que semeia a semente que nutre nosso espírito, como que em ambos os trabalhos vai envolto algo transcendental, nobre e humano: dilatar a Vida.

Talhar uma estátua, polir uma joia, aprisionar um ritmo, pintar um quadro, são coisas admiráveis. Tornar fecunda a propriedade estéril e povoá-la de florestas e de mananciais, ter um filho inteligente e belo, e logo polir lhe a alma e amá-lo, ensinar-lhe a abrir o coração e a viver sintonizado com a harmonia do mundo, essas são coisas eternas.

Ninguém se envergonhe de seu trabalho, ninguém repudie sua obra, se nela houver posto o afeto diligente e o entusiasmo fecundo. Ninguém inveje a ninguém, porque ninguém poderá presentear-lhe com o dom alheio e nem tirar o próprio. A inveja é uma broca de madeira apodrecida, NUNCA DAS ÁRVORES SADIAS. Cada qual amplie e eleve o que é seu, defenda-se e proteja-se contra toda a má tentação, porque se na palavra religião Deus nos dá o pão nosso de cada dia, na satisfação do esforço legítimo nos brinda a atividade e o sossego.

O triste, o mau, o daninho, e o que definha a alma, o que nega tudo, o incapaz de admirar e de querer. O nocivo e o néscio, o não modesto, o tonto, o que nunca quis nada e o que censura tudo; o que jamais foi amado e repudia o amor, porém, o que trabalha, o que ganha o seu pão e nutre sua alegria, o justo, o nobre, o BOM, para esse o porvir sacudirá sua ramagem coalhada de flores e de orvalho, quer derrube montes, quer grave poemas.

Que ninguém se sinta diminuído. Ninguém maldiga ninguém. Ninguém desdenhe a ninguém. O cume espiritual do ser humano foi o retorno para as coisas simples e humildes.

(Revista ‘Serviço Rosacruz’ – 05/82 – Fraternidade Rosacruz – SP)

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A Natureza e as Forças que Regem

A Natureza e as Forças que Regem

A Natureza é Deus em manifestação; é a Sua expressão simbólica. Todos os processos da Natureza nada mais são que atividades divinas, por mais simples que possam parecer.

As Leis Divinas e as Leis Naturais são, em última análise, a mesma coisa. Entre ambas há uma perfeita integração e harmonia. As “anomalias”, se é que podemos chamá-las assim, surgem quando o ser humano interfere ignorantemente nos processos naturais. A humanidade sofre e causa sofrimento, porquanto, age em oposição aos desígnios divinos. Dotado de livre-arbítrio, ao ser humano permitiu-se até semear o desequilíbrio na natureza.

Contudo, essa prerrogativa tem um limite e o semeador deverá colher o resultado de seus atos errôneos. Tornam-se cada vez mais evidentes essas consequências danosas.

Na natureza existe um equilíbrio entre todos os seus componentes, resultado de uma evolução de milhões de anos.

Nela não existe o que nós denominamos de “pragas” ou animais daninhos, já que a excessiva proliferação de uma espécie atrairia os seus inimigos naturais, que se encarregariam de controlar seu crescimento numérico. Mas o ser humano abalou essa estrutura perfeita desde que, por pretensa necessidade ou capricho, passou a modificar o ambiente natural. Como exemplo, temos as devastações florestais com a finalidade de extrair madeira para construções ou combustível; a construção de barragens, com o desvio de rios de seu curso natural.

Tudo isso vem sendo feito no sentido de atender a interesses egoístas e imediatistas, com criminosa omissão ou conivência daqueles a quem caberia coibir tais abusos. Hoje sofremos os efeitos da poluição ambiental, de uma agricultura assolada por pragas (problema agravado com o uso irresponsável e em grande escala dos chamados “defensivos agrícolas”) e com uma redução em sua área disponível. Uma das consequências também é o desequilíbrio meteorológicos, com o aumento das enchentes e períodos de seca, e estações de ano menos caracterizadas.

Futuramente, a humanidade logrará emancipar-se das Leis da Natureza. Esse é o plano divino. Mas até lá terá de viver em harmonia com as leis vigentes. A compreensão inteligente dos propósitos divinos só se conquista por meio de uma vida de altruísmo, de estudo e meditação, de um esforço sincero em adequar-se aos parâmetros superiores da existência.

Os processos da natureza baseiam-se em cálculos da Mente Divina. O Universo inteiro foi erigido sobre linhas matemáticas e geométricas. O matemático, cuja formação lhe permite raciocinar de modo impessoal e abstrato, tem uma concepção da Natureza, ou de Deus, mais exata do que aqueles incapazes de transcender o pessoal, sensorial e emocional. Enquanto a consciência do pensador abstrato se amplia e aprofunda, a dos outros permanece circunscrita à esfera material. As chamadas Forças da Natureza (magnetismo, eletricidade, etc.) são seres altamente evoluídos e inteligentes, que guiam elementais conhecidos por Espíritos da Natureza. As Forças da Natureza não só colaboram na evolução da onda de vida humana como também na das outras três em desenvolvimento na Terra. Não é possível obrigar as Forças da Natureza a agir de determinada maneira, mas podem-se realizar verdadeiros “milagres”, desde que aja harmoniosamente com elas. Conhecendo as leis que regem as manifestações das Forças da Natureza, poderemos descobrir a via de menor resistência com a qual obteremos o máximo de energia. Como exemplo, citamos os fios de cobre (metal que oferece uma linha menor de resistência) como melhores condutores de eletricidade do que quaisquer outros. Baseado no mesmo princípio poderá obter variedades saborosíssimas de frutas e legumes atuando de forma inteligente com as Forças da Natureza. O mesmo sucede com todos os que conseguem “maravilhas” botânicas ou científicas, mesmo não reconhecendo a inteligência destes Seres ou não compreendendo sua ligação com eles.

Na mitologia escandinava uma das três raízes de Yggdrasil, a Árvore do Mundo, estava ligada aos chamados Gigantes de Granizo, símbolo das Forças da Natureza tal como as conhecemos hoje. Estes Gigantes eram mais antigos do que a Terra e colaboraram no processo de sua formação.

Tudo o que foi dito acima não chega a dar uma pálida ideia do que são e como agem as Forças da Natureza, mas pelo menos é um convite para um estudo mais acurado deste tema, despertando-nos para uma grande realidade.

(Revista ‘Serviço Rosacruz’ – 07/82 – Fraternidade Rosacruz – SP)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Determinismo e Livre Arbítrio

Determinismo e Livre Arbítrio

Hoje vou lhes expor as grandes linhas de Ensinamentos Rosacruzes, pois a ciência espiritual é uma ciência muito vasta e não é em alguns dias, em alguns meses, e nem mesmo em alguns anos, que nós podemos apresentar o conjunto destes ensinamentos. A procura pela Verdade é eterna: ela se modifica, entretanto, na medida em que nós evoluímos, porque nós fazemos recuar sem cessar as fronteiras do conhecimento adquirido; também a Verdade não pode ser definida de uma vez por todas. Uma das primeiras perguntas que nós podemos fazer no começo de um estudo semelhante é esta do livre arbítrio e do determinismo; em quais proporções cada um destes elementos entra no destino do ser humano?

A fé determina os graus de influência desses fatores do destino. A definição mais simples é dada pelas religiões que admitem que Deus criou uma alma virginal à cada nascimento; a partir do momento em que ela é criada, esta alma é livre para escolher entre o bem e o mau; essa escolha determina a vida da alma por toda a eternidade.

Aquele que raciocina constata, imediatamente, que os seres humanos não são iguais desde o nascimento; o meio onde a criança nasceu age profundamente sobre o destino da mesma. Como consequência, todas as crianças não partem do mesmo ponto; a fortuna dos pais, o ambiente no qual aquela criança cresceu, e outras considerações ainda fazem com que o meio tenha uma influência considerável; a luta pela vida não é a mesma para todos; alguns parecem favorecidos e outros parecem sacrificados.

Nós estimamos que haja uma causa para tal diferença, dado que a ciência materialista admite que isso esteja ligado à evolução da vida nas formas, que é um efeito biológico dado ao acaso.

O sexto princípio da Filosofia Hermética, o Princípio da Causa e Efeito, indica que a sorte (logo, o acaso) não é nada além de um nome dado à uma lei pouco conhecida. O acaso não pode existir devido a apenas uma causa. Além disso, nós nos perguntamos como alguns estudiosos, como Jean Rostand, por exemplo, ainda admitem o acaso.

Assim que nós observamos o ciclo regular dos Astros, quando sabemos que podemos predizer com precisão um eclipse, como nós podemos ainda pensar no acaso? É evidente que se deve admitir a existência de uma inteligência superior por trás do movimento dos Astros. Fora isso, Lecomte du Noüy declara abertamente que nós devemos substituir a palavra “acaso” por aquela dita “Deus”.

Certos estudiosos, há mais de um século, acreditam no fenômeno da cristalização; eles se baseiam nas verdades parciais, como, como se eles tivessem viseiras, ao invés de procurarem ir além do que descobriram. Eles se tornam atrasados na evolução em geral, pois os espíritos científicos avançados admitem a possibilidade de um determinismo nos fenômenos da natureza. O ensinamento Rosacruz admite a noção de determinismo no nascimento das crianças. Com relação às Religiões que não atingiram certa cristalização, há uma evolução da vida por meio de diversas formas, numerosas e cada vez mais evoluídas e isso ao longo de existências sucessivas; é o caso das Religiões da Índia.

Para as Religiões limitadas, como o Islamismo, tudo é escrito; é um fatalismo absoluto. Para uma religião mais evoluída, como a Religião Católica, é a Providência Divina que nos dirige, é dela que devemos esperar tudo. Mas o que é essa Providência se não os Anjos do Destino presentes na Filosofia Rosacruz?

A Lei de Causa e Efeito é absoluta; ela é aplicada em tudo. É necessário refletir frequentemente, meditá-la por bastante tempo e admiti-la completamente. Nada escapa a essa Lei. Aplicando o princípio de tal Lei, nós consideramos o nascimento como um Efeito; nós concluímos que deve haver uma Causa pré-existente e que o acaso – inexistente por si só – não pode ser levado em conta.

Os estudiosos mais avançados declaram que, em outra galáxia, existe um centro de vida formado por átomos de hidrogênio: “um gigantesco núcleo giratório de hidrogênio foi descoberto no coração da Via Láctea”, acaba de anunciar o Dr Woort, do observatório de Leiden, na Holanda. Estes átomos de hidrogênio são a fonte de toda vida. A galáxia seria formada por acaso? O Sistema Solar seria obra do acaso? Os Astros e seus movimentos regulares seriam uma fantasia do acaso? As outras formas de vida seriam originadas ao acaso? Se nós estudamos as leis que regem os Astros e seus movimentos e se nós sigamos o processo de evolução dos seres, nós somos obrigados a constatar que tal acaso não faz muito sentido.

Da mesma maneira, é uma forma de orgulho crer que, isolada, a Terra é habitada e que é por acaso que o ser humano foi originado, para ser o rei e o mestre do universo! Não apenas no nosso Sistema Solar, mas devem existir formas de vida relativamente semelhante à nossa, ainda mais na galáxia da qual nós fazemos parte, e muito mais em outras galáxias, existem seres que possuem sua evolução, não apenas neste plano físico, mas também em outros planos; devemos admitir que estes possíveis seres tenham atingido um nível evolutivo que pode ser superior ao nosso, enquanto que outros ainda não atingiram nossa espiral de evolução.

As emoções que nós sentimos nos permitem supor que há um Mundo feito de emoções; assim sendo, os pensamentos que venham se refletir em nosso intelecto clamam pela existência de um Mundo feito de pensamentos; nesses Mundos vivem entidades que possuem certa emotividade correspondente ao modo de vida dessas regiões; logo, nós devemos admitir que nos Mundos superiores (Mundo do Espírito de Vida, Mundo do Espírito Divino, Mundos do Espíritos Virginais e Mundo de Deus) há também formas de vida em vias de evolução, mas nós podemos dificilmente visualizar e compreender tais Seres superiores.

A criança que começa a ir à escola aprende as lições que lhe são dadas para estudar, sem que ela pergunte se elas são exatas; isso cabe a seu mestre. Então, de sala em sala, de escola em escola, ela aumenta seus conhecimentos e começa a raciocinar sobre o ensino que recebe. Mais tarde, ela poderá verificar a veracidade de tal ensino e poderá colocar em prática as noções recebidas. O mesmo se passa com o ser humano que quer seguir o Caminho da Iniciação. É necessário ainda que ele tenha, no início, fé em seu instrutor, que ele se deixe ser guiado por ele, que ele escute seus conselhos e seus avisos contra os erros e eventuais perigos, pois a partir do momento em que não há mais a base de um dogma ou de um regulamento, há de fato perigos a temer. Da mesma maneira que a energia guardada dentro da célula pode, se se tornar dinâmica, servir muito bem às obras de paz e às obras de guerra e de destruição, assim também aquele que começa a descobrir o oculto pode se dirigir para uma via perigosa. Frequentemente se não controlamos mais as energias que liberamos, perdemos o controle sobre nós mesmos, nos deixamos exercitar práticas nocivas; assim sendo, ademais, o “aprendiz de feiticeiro” que começou a exercitar a cadeia de reações nucleares não pode parar o movimento iniciado. Os mesmos perigos existem nestes dois planos de conhecimento científico experimental e de conhecimento espiritual.

É necessário que se admita, desde o início, o plano geral do Cosmos e a noção dos 7 Planos Cósmicos diferentes. Precisamos saber que nós pertencemos ao sétimo Plano, o mais baixo, e que esse é igualmente formado por 7 Mundos diferentes. Nós temos um Corpo Físico pertencente ao Mundo Físico; o animal também possui um Corpo Físico, mas ele não se dá conta disso, ele não conhece nem a si mesmo e não sabe quem ele é. Nós possuímos emoções, sentimentos; eles pertencem ao Mundo do Desejo ou mundo das emoções, desejos e sentimentos; nós temos uma consciência relativa desse Mundo no sonho que representa as imagens pertencentes a ele.

Nós pensamos; o pensamento é transmitido de um ser a outro graças aos veículos feitos de pensamento-forma. Logo, há um Mundo do Pensamento que é, ele mesmo, dividido em duas partes. Estes 3 Mundos inferiores são facilmente concebidos; mas nós precisamos admitir também a existência do Mundo do Espírito de Vida, o Mundo do Espírito Divino, o Mundo dos Espíritos Virginais e o Mundo de Deus. É somente por meio do aprendizado e graças a numerosas meditações que nós podemos compreender a existência destes Mundos superiores; nós pensaremos na escala de Jacó, verdadeiro símbolo dessa Hierarquia de Planos e de Entidades.

Esse número “7” é um número iniciante que nós encontramos em todas as Religiões; ele se encontra no Antigo e no Novo Testamento, e em especial no Apocalipse. Citemos apenas alguns exemplos dentre muitos: o Candelabro de 7 braços ilumina o neófito penetrando a Câmara Leste do Templo, o Livro dos 7 Selos de São João. O hindu distingue, nele, o seu Eu superior, o seu não-eu e a Personalidade. De fato o “Eu interior” e o “Eu exterior” são diferentes. Um é permanente e segue uma evolução ao longo de existências sucessivas; o outro é transitório.

Para poder tomar consciência de si mesmo, o ser humano deve considerar seu “Eu interior” como uma entidade superior, um tipo de “Deus”; tal comentário remete à afirmação do Cristo:

“Não está escrito na Lei: “Eu disse: ‘Vocês são deuses'”” (Jo 10:34-35 e Sm 82:6).

E tal consideração é concebida se nós nos lembramos que o Espírito Virginal foi emanado em Deus e possui, como consequência, todos os poderes e todas as possibilidades da natureza divina, em potencial.

As células do nosso corpo vibram de uma maneira diferente segundo o degrau de evolução: a taxa de vibração vai acelerando partindo do ser humano primitivo passando pelo ser humano comum e atingindo o sábio e o santo. O progresso adquirido ao longo de uma existência não é perdido: as células – ou pelo menos sua existência e sua taxa de vibração – são retomadas por outra vida mais evoluída; essas células formam o centro de um núcleo de vida em torno do qual se constrói um novo ser. Essa evolução não é limitada à humanidade; as entidades superiores evoluem igualmente, mas em outros planos; acontece que mesmo que apenas uma delas, tenha desenvolvido sua consciência o suficiente e tenha adquirido novos poderes, escolha um ponto no espaço e crie um Sistema Solar. As células que animam o Corpo Físico não têm consciência da vida que há nelas; elas são dirigidas por um Espírito-Grupo que é nós mesmos atualmente. Mas, antigamente nós fomos guiados também do exterior, como por “Espíritos-Grupo”; logo não éramos mestres de nossas causas, éramos semelhantes aos animais atuais. A Mente foi nos dada apenas na metade da Época Atlante; a partir desse momento, nós começamos a adquirir uma certa responsabilidade de nossos atos e nós podíamos criar causas, cujos efeitos nós sentíamos e conhecíamos.

Os animais são todos dirigidos por Espíritos-Grupo, todavia alguns dentre eles, como o cachorro, o gato e o cavalo, estão adquirindo um grau de evolução mais elevado na medida em que eles vivem em nosso ambiente, recebem eflúvios de amor. Eles começam a raciocinar de uma maneira rudimentar, estão no ponto de obter a individualização que os fará adquirir uma Mente que os permita raciocinar de maneira efetiva. Também é importante não confundir memória com inteligência; são duas noções absolutamente diferentes. Assim sendo, antes de o ser humano receber a Mente, ele possuía uma memória muito desenvolvida que o permitira agir instintivamente no seu melhor, usando automaticamente as experiências passadas. É o caso do cachorro comum atual que sabe que ele não deve tocar no fogo com receio de se queimar, não porque ele tem a noção de fogo, mas porque, na sua memória, ele guardou a lembrança de ter tido células destruídas pelo fogo; se ele evita o fogo, não é por algo racional, mas unicamente graças à sua memória. O castor constrói sua casa usando sua memória e aquela do Espírito-Grupo.

O ser humano, dada sua Mente, pode escolher entre o bem e o mau; ele possui, então, um certo livre-arbítrio, ele provou da Árvore do Conhecimento que é o símbolo da Lei do Bem e do Mal. Do resto, o Bem e o Mal possuem um valor relativo; no absoluto, não há nem o bem nem o mal; a natureza de ambos é idêntica, mas há graus diferentes (quarto Princípio hermético, aquele da polaridade). A Árvore do Conhecimento sugere também o Princípio da Causa e Efeito, com a noção de responsabilidade, também aquela de retribuição e de sofrimento. Em Gênesis (Capítulo III), a humanidade é punida e censurada, ela deveria sofrer e penar; é a consequência do privilégio de ter obtido o intelecto, o conhecimento.

O sofrimento faz compreender que há um erro; cada vez que o mesmo erro for cometido, o mesmo sofrimento virá para indicar que a pessoa deve mudar sua vida; é uma lança que tende a nos fazer escolher um outro caminho. Pouco a pouco, a Sabedoria nascerá e, com ela, a felicidade, pois a Sabedoria é o resultado do temor do Senhor (Ecl 21:11) e esse temor é, no fundo, a Consciência do Bem e do Mal e é o desejo de sempre se conformar à Lei santa de Deus. No Livro da Sabedoria 23:11 há um trecho misterioso: “porque o medo não é outra coisa senão o desamparo dos auxílios da reflexão”. O que isso significa é que a Sabedoria ultrapassou o estado no qual ele deve ainda escolher entre o bem e o mal, tendo atingido o nível no qual ele se conforma sempre seguindo o conselho da voz interior, que é o eco da Sabedoria não criada, um dos dons que o Espírito Virginal recebeu se diferenciando em Deus.

Se, antes de recebermos a Mente, nós éramos dirigidos exclusivamente pelo exterior, é bom assinalar que, ainda atualmente, nós sempre tivemos Anjos guardiões que nos incitaram a seguir a via correta; essa ação se deu graças às inspirações sugeridas por tais Anjos guardiões. É um socorro ou resgate que vem ser um paliativo para uma consciência, momentaneamente, em falta; mas, notemos bem que essas inspirações não implicam nada de negativo ao nosso livre-arbítrio, porque nós podemos sempre ou responder de maneira afirmativa à inspiração ou bem repreendê-la e recusá-la. Nós somos todos acorrentados por uma gama de causas que nós acumulamos desde que nossa evolução começou. Tais causas são tamanhas que elas teriam conduzido a humanidade à uma cristalização perigosa. A Missão do Cristo foi justamente a de nos ajudar a nos permitir liquidar uma parte de tais causas, ele também tomou para si uma parte dos débitos da humanidade. Nós podemos se perguntar como acontecem, em um destino, as consequências de tais causas passadas. O funcionamento é automático.

Vejam aqui dois exemplos :
a) Com uma câmera, nós imprimimos as imagens sobre um filme; elas são reproduzidas automaticamente em uma tela com a ajuda de um aparelho de projeção.
b) Atualmente, os sons e as imagens são gravados em bandas. Eles podem ser reproduzidos fielmente e são conservados por tanto tempo quanto quisermos e podem ser emitidos quando quisermos. É o mesmo com nossas ações, nosso sentimentos. Tudo está registrado e conservado integralmente.

Nós possuímos três tipos de memória. Uma Memória Consciente, que é uma memória cerebral, ela registra as imagens e os sons. As células que registram estas sensações restituem aquelas na medida exata em que elas estavam bem registradas e também seguindo mais ou menos a grande sensibilidade destas células.

Possui uma boa memória aquele que sabe se concentrar, que fixa com atenção e que sabe fazer surgir as memórias, no momento desejado; além disso, as associações de imagens e de ideias facilitam o aprendizado. A segunda Memória é inconsciente ou Subconsciente, ela é a consequência do ar que nós respiramos; as partículas de ar inspiradas são impregnadas pelo ambiente do momento, até mesmo as imagens e as impressões que a consciência não se deu conta; tais clichês penetram nos pulmões e no sangue; as imagens são gravadas sobre os átomos negativos do Corpo Vital; elas estarão em seguida sobre o Átomo-semente que nós conservamos a cada encarnação (esta é a Memória Supra Consciente). É interessante notar que aquele que é privado acidentalmente de ar (estrangulamento, afogamento), vê desenrolar rapidamente o filme de sua vida, o que demonstra a existência de tais arquivos.

Depois da morte, nós trazemos este Átomo-semente sobre o qual está gravada tal memória inconsciente ou Subconsciente; é criado um elemento sobre o qual nosso livre-arbítrio não mais age, e isso acontece até o cessar da vibração impregnada no Átomo-semente quando ele assimilou o bem e expurgou o mal. Há assim uma memória inconsciente da Natureza; há uma camada de células de átomos sobre os quais são gravadas as fases evolutivas da Terra e de outros Astros onde são gravados também os clichês de todos os eventos. É o Grande Livro de Deus, o Livro dos Sete Sinais do Apocalipse de São João (Ap 5-1). Nada do que já pensado, sentido, provado, feito não desaparece totalmente; tudo deixa um traço indelével da parte do ser humano, das raças ou da própria Terra. Tudo deve produzir um efeito um dia, porque se criaram também inúmeras causas que não ficarão inativas; um dia ou outro, o efeito surgirá da causa escondida.

Assim, por exemplo, o fato do ser humano comer carne remete à evolução dos animais; nós devemos pagar um dia tal débito de uma maneira ou de outra; sendo seus guias, como os Anjos são nossos guias atualmente. O cavalo nos ajuda desde que ele foi domesticado e que ele carrega cargas: ele nos serve. Nós pagaremos tal dívida a ele um dia, é necessário e inelutável. O pai e a mãe pagam uma dívida às crianças que eles criam e tal criança, numa existência futura, pagará ela mesma sua dívida de reconhecimento a seus pais. Nada fica impune, nada fica estéril, o que nós semeamos, nós necessariamente colheremos (Gl 6:7).

Atualmente nós nos submetemos a causas muito antigas, mesmo aquelas que remontam ao momento no qual nós recebemos nosso livre-arbítrio pela primeira vez. Nossos diferentes destinos são explicados em razão de tal resultante de ações e de reações de nossas vidas. A criança nasce com o peso de seu pecado original, de seus pecados acumulados; ele deve, então, passar pelas provas geradas por seus erros passados tão antigos quanto eles possam o ser, e não o erro ou os erros de Adão e de Eva. É o Destino Maduro, essa resultante de nossas vidas passadas que nos faz nascer em tal ou tal meio, a fim de que possamos obter as oportunidades que nos permitam agir convenientemente e pagar as dívidas de nosso passado, de apagar os erros cometidos anteriormente. Nós estamos, assim, exatamente no lugar onde merecemos estar, as provas que nos afligem são bem aquelas que nos sãos necessárias, não existe acaso, fantasia, favoritismo.

Quando, no Terceiro Céu, o Ego prova do desejo de voltar à Terra, ele tem a sensação de uma “fome” de experiências. Quando assimilamos a comida material necessária à nossa vida física, nós provamos mais uma vez da sensação de fome de desejo de comer; analogamente, quando o Ego assimila as experiências da vida passada, ele experimenta uma fome de novas experiências; é uma fome que o incita a reencarnar.

Mesmo que isso tudo pareça uma ideia muito difícil de ser concebida a uma primeira vista, o esquema da evolução do Cosmos (galáxias, Sistemas Solares, etc.) é traçado por milhões de anos à frente; não nos esqueçamos que para o Deus solar 26.000 anos (ano sideral) são como um dia de nossos dias solares; quanto mais nós atingimos as Hierarquias superiores, mais o espaço aumenta e mais o tempo se retrai, para atingir um tipo de presente eterno. Os Anjos do Destino veem as lições que o Ego deve aprender em sua próxima existência, eles o ajudam a traçar as grandes linhas de seu destino contendo, em particular, a data e o local de seu nascimento, o eventual casamento, os possíveis filhos, a morte, as pessoas encontradas que comporão todas as oportunidades de pagamento das dívidas ou as tentações, para afirmar as resoluções de melhorar seu comportamento.

Assim, a vocação é o chamado de uma voz interior que nos incita a seguir um tal caminho mais do que um outro. Feliz daquele que soube colocar sua vida em harmonia com o arquétipo previsto; ao contrário e infeliz é aquele que não soube responder à sua vocação. O exercício de Retrospecção da noite nos permite, por fim, comparar o que nós fizemos com nossa aspiração interior, a esperança íntima do que gostaríamos de ter realizado; o resultado de tal exame permite criar a partir desta vida um cliché que nós utilizaremos mais tarde, na vida pós-morte, no momento justo de voltar à Terra; é interessante para esta evolução de uma vida que está por vir se criar um cliché bem claro resumindo o fruto de nossas meditações e refletindo com força o que nós sentimos intensamente: o que nós fizemos de mal ou decididamente não dizemos. Frequentemente nós não podemos nessa vida voltar atrás e refazer o que nós não fizemos direito; só podemos, então, mudar a direção em uma existência futura.

Os profetas são seres que “veem” as formas arquetípicas; suas visões não são fruto de sua imaginação, mas sim da revelação de formas reais em vias de realização. Sem entrar em detalhes do processo da reencarnação, o átomo-semente do Ego desce dos diversos planos do Cosmos e atraem até ele as células cuja taxa de vibração correspondente à sua; ele escolhe, assim, seu pai e sua mãe e, dentro de nove meses de gestação, ele faz seu primeiro choro, ele inspira sua primeira bufada de ar e é colocado no caminho que deve obrigatoriamente seguir.
Dado que a mão tem um revólver, o atirador pode direcionador o canhão em uma direção que ele escolhe deliberadamente, mas, depois que ele apertou o gatilho, a bala é disparada e ninguém pode fazer algo para desviar sua trajetória, exceto pela ação de causas exteriores importantes e suficientemente raras como, por exemplo, uma violenta ventania. O mesmo acontece com relação à criança que nasce: sua linha do universo foi traçada, traçada automaticamente, como nós acabamos de ver.

O esquema de tal existência é revelado no tema astrológico, que condensa as oportunidades, as tendências, as provas, os auxílios e os obstáculos. Nós sabemos que o Sol e a Lua agem de uma maneira eficaz sobre nossa existência; sua ação é sobretudo física. O Sol, fonte de vida, é um fator de saúde; a Lua comanda as marés, age sobre o comportamento sexual da mulher, a Lua é o Astro comandante dos nascimentos, pois eles se dão no momento no qual a Lua apresenta uma posição em harmonia com o destino da criança. Os outros Astros, mais distantes e mais fracos que o Sol, não influenciam diretamente o Corpo Físico, mas agem em outros corpos do ser humano; o Corpo de Desejos está sob a influência de Marte e de Vênus, a Mente é influenciada por Mercúrio. Júpiter favorece a expansão, o desabrochar e o crescimento do ser humano, enquanto que Saturno possui uma ação limitante, de restrição e de concentração.

Nós nascemos no momento preciso no qual nosso arquétipo pré-estabelecido necessita de uma influência das configurações astrais indispensáveis. Da mesma maneira que a máquina eletrônica escolhe a ficha perfurada no momento exato no qual o buraco passa na frente do detector determinado por uma operação bem definida, também a criança nasce automaticamente quando é o momento para ele de encontrar as condições necessárias à sua evolução pessoal.

Ao primeiro grito da criança, a taxa de vibrações existente deve ser semelhante à aquela do arquétipo traçado; isto se faz de maneira automática; a hora é determinada considerando-se que no Mundo do Pensamento, 4 minutos correspondem a um ano e que no Mundo do Desejo, 1 dia corresponde a 1 ano.

A medida do tempo não é a mesma em todos os planos e Deus não mede da mesma maneira que nós; o que nos parecem ser impossíveis é possível para os Anjos do Destino, assim como um cálculo impossível de ser resolvido ao longo de uma vida humana pode ser desvendado em alguns segundos pelo computador que possui uma memória excepcional.

A criança obtém, assim, no bem e no mal, as possibilidades que ele mesmo causou em suas vidas passadas. É determinado e é mesmo autodeterminado, pois, é ele que definitivamente é o elaborador de seu destino. Ao longo de sua vida, ele poderá se libertar desta taxa de vibração em função de sua vontade (livre-arbítrio). Sob a Lei Antiga, nós suportamos integral e passivamente os efeitos das causas criadas; não houve vontade para resistir, e também nós havíamos acumulado inúmeras causas que criavam tantas formas-elementais, constituindo o que nós chamamos de o “Guardião do Umbral”. É o simbolismo expresso no Antigo Testamento por Davi saindo da tenda para combater Golias, o Filisteu (1Sm 17).

Uma das missões do Cristo foi justamente a de nos ajudar a resistir às tentações. Por meio da oração, nós nos colocamos em contato com o Cristo; a oração é, por assim dizer, a tomada (elétrica) que nos permite receber as correntes superiores, o fluxo espiritual vivificante. Aquele que sabe se colocar em contato com o Cristo sente essa fome de oração, de prece. O ser humano estando impregnado desta vida superior, pouco a pouco, tem as tentações inferiores desaparecendo e o caminho para o alto iluminado e facilitado. A concentração permitirá por outro lado atingir o mesmo objetivo; mas a concentração efetiva é difícil, ela constitui um esforço individual, enquanto que o caminho da oração permite receber as vibrações espirituais cristãs que aumentam a taxa de vibração.

Mas, “Servir”, de maneira desinteressada, no espírito de caridade, é “o caminho mais curto, mais seguro e mais agradável que nos conduz a Deus”. Servindo nós esquecemos de nós mesmos, é uma maneira de concentração particular; criamos, logo, novas causas que nos permitirão renascer em um outro meio mais favorável à nossa evolução, que nos oferecerá as oportunidades sempre mais belas para atingir, progressivamente, o cume luminoso onde nós poderemos desenvolver nossa consciência, até o ponto de se tornar “Um” com o Cristo Cósmico.

(Traduzido do: Determinisme et libre arbitre, da Association Rosicrucienne Max Heindel, Centre de Paris – Texte inspiré de l’enseignement rosicrucien légué à Max Heindel par les Frères Aînés de la Rose-Croix)

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