O Equilíbrio é de Grande Ajuda nos Momentos de Tensão
Nestes dias em que os nossos costumes, hábitos e negócios estão sendo tão radicalmente mudados pela guerra, não importa em que lugar da Terra em que vivamos; quando os nossos homens estão sendo ceifadas aos milhões pelos canhões; quando a mulher tem que abandonar as atribuições próprias do lar para tomar parte na titânica luta atrás das linhas de fogo; quando os fracos, os muito velhos ou os muito jovens sucumbem pelas privações; como pode alguém evitar sentir-se perturbado pelo sofrimento alheio, e pelo mar agitado de ódio e de dor na França ou nos lugares onde se travam as batalhas?
Permanecer indiferente parece impossível. Ninguém pode permanecer insensível à vista de tal sofrimento. Um estudante, depois de descrever a devastação de uma cidade bombardeada, pergunta: “Pode alguém evitar sentir-se fortemente abalado a respeito disso tudo?”. Não. Até Cristo sentiu-se intensamente abalado quando chorou pelos pecados de Jerusalém, e Ele mostrou uma indignação justa quando expulsou os mercadores do Templo. Mas, o equilíbrio é, indubitavelmente, uma das grandes lições que podemos aprender desta guerra.
É muito fácil para alguém permanecer tranquilo se vai para a montanha e ali vive a vida de ermitão. Mas, qual é o mérito em conservar nosso equilíbrio quando ninguém nos mortifica, nos injuria ou se opõe a nós? Certamente é mais difícil conservar a tranquilidade numa cidade industrial, onde a guerra se trava incansavelmente com a espada da competição, e onde a existência está circunscrita por leis e costumes. No entanto, pode ser feito e está sendo conseguido por muitos que não têm qualquer pretensão de espiritualidade, mas que comprovam que a perda do equilíbrio prejudica as suas ambições. Assim, exercitam-se na prática do equilíbrio. Foi uma experiência indiscutível que beneficiou extraordinariamente tais pessoas. A sua saúde melhorou assim como a sua felicidade, e até os seus negócios prosperaram.
Se tal domínio próprio pode ser alcançado pelas pessoas no mundo, e tão grande benefício pode advir disso no controle das condições normais da vida, nós, que aspiramos coisas mais nobres e elevadas, e que durante vários anos esforçamo-nos por seguir o caminho, devemos ser exemplos de fé e de esperança nestes momentos críticos.
Devemos ser torres de fortaleza para os que não tiveram o privilégio da grande iluminação que obtivemos. Acima de tudo, devemos exercer uma influência construtiva e edificante nesta crise mundial.
Creio ter delineado nesta lição mensal, as causas secretas pelas quais, no passado, foram geradas e fertilizadas as sementes que agora florescem neste atual cataclismo. Embora ligeiramente indiquei como estamos semeando, bem ou mal, as sementes do nosso futuro, tenho a esperança de que os estudantes concentrarão os seus pensamentos na direção indicada, e advogarão na sua esfera de ação, os pontos de vista aqui apresentados. Muita dor poderá ser evitada no futuro porque os pensamentos são coisas, e se eles estiverem em harmonia com a finalidade cósmica de fazer todas as coisas trabalharem juntas para o bem, certamente florescerão.
(Por Max Heindel – livro: Cartas aos Estudantes – nr. 94)
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