Influências Fisionômicas e de Personalidade quando no Ascendente
(*) Advertência: a descrição aqui apresentada é mais exata conforme a cúspide da 1ª Casa esteja mais próximo do ou no segundo decanato do Signo (10º grau até 20º grau). Quando os 3 últimos graus de um Signo estão ascendendo, ou quando os 3 primeiros graus ascendem no momento do nascimento, diz-se que a pessoa nasceu “na cúspide” entre dois Signos, e, então, a natureza básica dos Signos envolvidos são mescladas no corpo dela. Astros nas Casas:
Em tais casos o Estudante dever usar seu conhecimento do caráter dos Astros em conjunto com a descrição do Signo. (Veja mais no Livro: Mensagem das Estrelas – O Signo Ascendente – Max Heindel e Augusta Foss Heindel)
Câncer
O canceriano tem uma estatura pequena a normal; a pele tem uma sensação fofa. A cor da pele é clara.
A cabeça é redonda e convexa, que é acentuada pelas maçãs do rosto pendentes. Eles têm cabelos loiros ou castanhos cacheados.
Os olhos, que são normalmente azuis ou claros, estão distanciados um do outro e tem olhar meigo e aquoso. Muitas vezes tem olheiras.
As sobrancelhas são arredondadas.
O nariz que é normal, até curto, é curvado para dentro no meio, enquanto na ponta normalmente forma uma protuberância.
A boca é pequena e os lábios são moles. As bochechas são caídas como, por exemplo, num hamster. As orelhas são grandes.
O rosto, que na juventude tem um formato agradável, envelhece rápido, fica gordo e cheio, com poucas rugas.
É típico terem um ou mais queixos duplos, daquelas dobras no pescoço; os seios são volumosos e quadris largos. As pernas parecem não acompanhar esta tendência e permanecem finas; com isto parece o corpo de um caranguejo; é pesado formando um andar vacilante.
Quando sentados muitas vezes colocam as mãos no colo.
Típico deste tipo melancólico é sua grande sensibilidade e emocionalidade. Isto faz com que sejam joguete de suas emoções.
Eles mantêm uma ligação forte e próxima com a família e são as autênticas mãezonas, também se tratando dos homens.
São muito caseiros e adoram receber visitas. Infelizmente gostam de falar dos outros (fofocas) e se ofendem muito facilmente. Reclamam muito, mas isto parece mais um hábito, do que realmente gostam disto.
O canceriano gosta de atuar; mas perante estranhos são tímidos e distantes. Em suas atuações eles são cuidadosos e recatados.
Sua vontade é maior que sua habilidade. Eles são muito mutáveis. Eles gostam de aconchego, preparar comida gostosa e consumir, principalmente, massas.
Sua grande sensibilidade os fazem preocupados, empáticos e psicologicamente muito sensitivos.
Os cancerianos são poucos preparados para a luta da sobrevivência, para isto eles tem pouca resistência.
Câncer rege, entre outros, os seios, o útero e o estômago enquanto a doença câncer (como proliferação do crescimento celular) é regido por este signo.
Os cancerianos, normalmente, têm um estômago sensível, e facilmente sofrem de azia.
Tradução feita pelos irmãos e irmãs da Fraternidade Rosacruz em Campinas – SP – Brasil, do original: ASTROLOGISCHE TYPELOGIE – Hans Stein – Fishe-tekst – Fraternidade Rosacruz – Alemanha fornece o poder da concentração e aprofundamento: sóbrio e recluso.
Influências Fisionômicas e de Personalidade quando no Ascendente
(*) Advertência: a descrição aqui apresentada é mais exata conforme a cúspide da 1ª Casa esteja mais próximo do ou no segundo decanato do Signo (10º grau até 20º grau). Quando os 3 últimos graus de um Signo estão ascendendo, ou quando os 3 primeiros graus ascendem no momento do nascimento, diz-se que a pessoa nasceu “na cúspide” entre dois Signos, e, então, a natureza básica dos Signos envolvidos são mescladas no corpo dela. Astros nas Casas:
Em tais casos o Estudante dever usar seu conhecimento do caráter dos Astros em conjunto com a descrição do Signo. (Veja mais no Livro: Mensagem das Estrelas – O Signo Ascendente – Max Heindel e Augusta Foss Heindel)
Gêmeos
O geminiano tem um porte mediano a alto e magro. Comparando com o corpo, os braços e pernas são muito compridos.
Os ombros são caídos, o peito é estreito e nas mulheres os seios são pouco desenvolvidos. O pescoço é fino e aparenta ser longo.
Os pés são finos e longos como os dedos, que sempre estão em movimento.
A cabeça parece de camundongo.
O cabelo é fino, loiro escuro até castanho e liso; em idade avançada com entradas acima dos olhos.
A testa é longa e sobrancelhas finas.
Os olhos são castanhos ou azuis e de movimento intenso e muito atentos.
O nariz é comprido e pontudo. Os lábios finos, claros e muitas vezes cerrados.
Os dentes são brancos e os dois incisivos superiores, às vezes, bem grandes.
O queixo é afundado e, às vezes, tem uma linha vertical no meio.
O tamanho da orelha é normal; o lóbulo da orelha é pequeno ou, às vezes, falta.
Por ter o físico pouco desenvolvido o geminiano mantém, por muito tempo, a aparência jovem.
O geminiano anda com passos pequenos enquanto os braços se agitam com os cotovelos virados para fora e os ombros aparentemente fazem um movimento de balanço e por isto os homens tem um andar efeminado.
Eles são muito nervosos e impacientes; as mãos estão em movimento constante e precisam estar sempre brincando com alguma coisa. Muitas vezes colocam os fósforos, canetas, etc. “emprestados” nos seus próprios bolsos.
É o tipo que tem tendência a cleptomania e uma ampla visão de meu e seu.
Eles falam rápido, com muitas palavras e tem um dom natural para línguas.
São muito curiosos (adoram enfiar seu nariz comprido nos assuntos alheios) e adoram conversar.
Muitas vezes conhecem de todos os assuntos um pouco e normalmente estão atualizados das últimas novidades, mas por isto tem um conhecimento mais amplo do que profundo.
O tipo mais baixo é o jornal ambulante que busca e espalha as novidades; o fofoqueiro que sabe tudo melhor e se mete em todos os assuntos.
O tipo mais alto é o cientista, o escritor e o orador.
Eles são muito estudiosos e adoram ler.
O geminiano é um tipo intelectual com uma grande consciência. Eles não são materialistas, mas tem uma excelente visão de negócios. Normalmente são jornalistas, representantes comerciais, carteiros ou tradutores.
De preferência eles se envolvem em muitos assuntos ao mesmo tempo.
Suas paixões não são profundas e mesmo que sejam provocados muito raramente serão culpados de um ato de violência.
Tradução feita pelos irmãos e irmãs da Fraternidade Rosacruz em Campinas – SP – Brasil, do original: ASTROLOGISCHE TYPELOGIE – Hans Stein – Fishe-tekst – Fraternidade Rosacruz – Alemanha fornece o poder da concentração e aprofundamento: sóbrio e recluso.
NOSSOS ANJOS AUXILIARES
-“Mamãe, será que alguma vez teremos asascomo os Anjos?” – perguntou pensativamente Jennie, de sete anos, enquanto ela e seu irmão gêmeo, Bennie, viravam as páginas de um novo livro de histórias que ganharam em um recente aniversário.
– Os Anjos na realidade não têm asas, querida, respondeu mamãe, que estava sentada no grande sofá, costurando. Muitos desenhos mostram os Anjos com asas, talvez porque os confundam com outros seres dos mundos invisíveis que temasas como parte deles, mas aqueles que já viram os Anjos dizem que eles se parecem muito conosco.
– Como eles se movem pelos ares se eles não têm asas? – insistiu Jennie.
– Eles são feitos de material mais leve do que nós, respondeu sua mãe, e podem ir onde quiserem, simplesmente pelo poder do pensamento.
– Eles vivem e age como nós, Mamãe? – perguntou Jennie, com um brilho de interesse em seus olhos espertos.
-Sim, dizem que eles usam roupas, vivem em casas, tem jardins e se ocupam com vários assuntos, exatamente como nós. Alguns são mais bonitos e inteligentes do que outros, exatamente como são as pessoas, há alguns tão brilhantes e tão belos que ofuscam nossos olhos.
– É por isso que não podemos vê-los, Mamãe? – perguntou Jennie.
– Não, não exatamente. Eles são feitos de matéria muito mais leve e mais fina do que nós e, assim, não causam impressão aos nossos olhos. Algum dia, entretanto, quando nos tornarmos mais espiritualizados e tivermos desenvolvido o que chamamos de visão etérica, veremos muitas coisas feitas de éter, que agora não vemos.
– Mas os Anjos moram aqui onde estamos? – perguntou Bennie, de olhos arregalados.
– O lar deles é na Lua, respondeu mamãe, mas eles nos visitam aqui na Terra e nos ajudam de varias maneiras. Eles, com a ajuda dos Espíritos da Natureza, ajudam as plantas a crescer e desenvolver suas lindas flores e frutos, e são particularmente úteis para as criançasporque estão sempre perto, guiando e protegendo vocês.
– Eles realmente nos protegem? – indagou a deliciada Jennie. Gostaria de poder vê-los.
– Quando você estava no mundo celeste, continuou mamãe, eles a ajudaram a encontrar papai e a mim, de maneira que você pode vir viver conosco e crescer no ambiente que fosse melhor para você.
– Aposto que encontraria você de qualquer forma, Mamãe, disse Bennie, abraçando-a com entusiasmo.
Mamãe sorriu, e pegando o livro de histórias mostrou uma figura e continuou:
– Essa figura que você vê aqui é a do Anjo Gabriel dizendo àMaria, a Mãe de Jesus, que dela nasceria um filhinho que se tornaria um homem maravilhoso.
– E ele se tornou, não é? – perguntou Jennie muito interessada.
– Sim, respondeu sua mãe, e quando ele nasceu os Anjos avisaram os pastores das proximidades e, como você vê nesse desenho, os pastores foram visitar o menino Jesus.
– E eles o encontraram num estábulo, não é? – lembrou Bennie. .
– Sim, assim foi, respondeu mamãe, e lá também havia Anjos como você vê no desenho.
– E oque eles estão fazendo nessa gravura? – perguntou Bennie, àvista de uma linda gravura colorida na página seguinte.
– Esta gravura mostra os Anjos ensinando o meninoJesus quando ele cresceu, explicou mamãe. Você vê, eles dispensavam uma atenção toda especial ao menino porque ele tinha um trabalho importante a fazer.
– E o que o Anjo está fazendo para esse homem? – perguntou a pequena gêmea.
– É um Anjo confortando Cristo-Jesus, já homem feito, quando Ele estava muito triste, respondeu mamãe. Você vê, os Anjos são muito abnegados. Eles são mais puros e mais sábios do que nós somos, porque eles permaneceram mais tempo no Reino de Deus do que nós e foram mais obedientes a Ele – eles adoram confortar e ajudar os outros. Todas as pessoas tornam-se mais fortes e melhores ajudando os outros e é parte do plano de Deus que todos os Seus filhos sirvam seus irmãos e irmãs, particularmente aos mais jovens e aos menos desenvolvidos.
– Mas os Anjos não são nossos irmãos e irmãs, Mamãe? – perguntou Bennie.
– Não exatamente como você e Jennie são irmão e irmã, explicou mamãe, mas os Anjos, os Espíritos da Natureza, os seres humanos e todas as outras criaturas São filhos de Deus e, nesse sentido, somos todos irmãos e irmãs. Chamamos os animais nossos irmãos mais jovens porque eles não estiveram nesta parte do reino de Deus ao tempo que nós estamos.
– E meu gatinho é meu irmãozinho, então? Exclamou Jennie deliciada.
– Sim, ele é, replicou sua mãe, e sendo boazinha para ele, alimentando-o e tomando bem conta dele, você estará ajudando-o a crescer de acordo com os planos de Deus, da mesma forma que os Anjos nos ajudam.
– Os Anjos cantam Mamãe? – perguntou Bennie, olhando outra ilustração no livro de história.
– Sim, mamãe assegurou-lhe. Sabemos que no tempo da Páscoa, quando o Espírito Cristo se liberta da Terra, uma hoste de Anjos vai ao Seu encontro, cantando as mais belas canções de louvor e gratidão. Esse desenho ilustra isso, como o artista o imaginou.
– Oh, gostaria de ouvi-los, exclamou Jennie.
– Talvez algum dia você os ouça, sorriu sua mãe. Se vivermos como Deus quer que vivamos, seremos capazes de fazer muitas coisas no futuro, que não podemos fazer agora.
– Posso rezar para os Anjos esta noite, quando fizer as minhas preces, Mamãe? – perguntou a garotinha.
– Sim, você pode, concordou sua mãe. E agora é hora das crianças irem para a cama, por isso vamos logo.
– Espero sonhar com os Anjos, disse Jennie, enquanto seguia sua mãe para oquarto.
(do Livro Histórias da Era Aquariana para Crianças – Vol. I – por Perl Amelia Williams – Compilado por um Estudante – Fraternidade Rosacruz).
GÊMEOS: RACIOCÍNIO
– O problema, Dennis, não é que você não possa, mas que você não quer – estava dizendo o Sr. Norton – Não tem motivo para você não poder resolver esses problemas tão bem como qualquer um na aula de física, se você se propuser a parar e tentar resolvê-los. Segundo as leis da física, determinadas causas sempre produzem determinados efeitos, e, se você sabe quais são essas leis, não é difícil raciocinar como elas vão proceder sob condições específicas. Ouvi dizer que você e campeão de esqui e também surfista, não é?
– Hum, bem, sim, acho que sim – Dennis concordou surpreso.
– Bem, para esquiar e fazer surfe não há certas regras de movimentos que você deve conhecer bem? Você não tem que estar preparado para ondas que quebram de diferentes maneiras, sobre correntes submarinas, sobre o grau de inclinação do declive de uma montanha, da velocidade que você desenvolve, e a que ângulo e como tomar uma curva, e muitas outras considerações dessa espécie?
– Sim, claro- disse Dennis -mas eu nunca pensei sobre todas essas coisas como leis da física.
– O que mais poderia ser? – Perguntou sorrindo o Sr. Norton.
– Bem, divertimento…quero dizer…puxa – gaguejou Dennis – eu não paro para pensar em tudo isso todas às vezes. Acho que apenas sinto.
– Claro. Já se tornou automático em você. Se você tivesse que parar e resolver isso cada vez, você não iria muito longe com os esquis ou na prancha de surfe. Mas, quando você estava aprendendo, você tinha que estar muito mais atento sobre todas as possibilidades e muito mais consciente de que cada passo que você desse poderia trazer tal ou qual resultado. Você não passava horas com seu instrutor de esqui, sem esquiar, mas estudando com ele todas essas coisas, matematicamente, na ponta do lápis?
– Sim, e eu também não gostava muito disso – Dennis fez uma careta.
– Não, Dennis, não acho que você gostasse, do mesmo modo que você não gosta de sentar aqui na classe e resolver os problemas de física. Você éum jovem ativo, e quer estar sempre se movimentando. Mas, chegou a hora de você aprender a usar sua cabeça, da mesma maneira que você usa seus talentos para o atletismo. Essas sessões de teoria com o instrutor não foram valiosas?
– Acho que sim – concordou Dennis – acho que eu não teria progredido tanto sem elas.
– É isso mesmo. Há muitos esquiadores amadores que nunca tiveram essas aulas, mas sem elas você não teria chegado ao grau de campeão. Acredite ou não, a física, ou qualquer outra matéria que ensine a praticar suas possibilidades de raciocínio, valem a pena, muito mesmo. Não tenho dúvida de que você tem uma boa cabeça – continuou o Sr. Norton – mas a mente precisa ser exercitada, da mesma maneira que o corpo. Bem, quero que você pegue esta folha de problemas e tente resolvê-los neste fim de semana. Aplique o que você aprendeu em classe e, se você não aprendeu tudo que foi dado, que eu acho que é o caso, torne a ler olivro de texto. Vamos ver se segunda-feira você traz os problemas resolvidos da melhor maneira possível.
Na manhã seguinte, de má vontade, Dennis atacou os problemas. Sua maior dificuldade era concentrar-se, e teve que tentar recomeçar várias vezes durante o dia ate conseguir trabalhar seriamente, bem no fim da tarde. Contudo, quando conseguiu fixar sua mente notrabalho, achou,como dissera o Sr. Norton, que as respostas se adaptavam, mais ou menos, nos lugares certos se ele tentasse resolvê-las com lógica. Certas causas sempre tinham certos efeitos e, quando encaradas com uma série de fatores, nilo era muito difícil, usandoo raciocínio e o processo de dedução, determinar o efeito composto que poderia resultar.
No domingo, quando ele atacou a última parte da sua tarefa, Dennis descobriu que estava ansioso pelo desafio – que era divertido tentar resolver os problemas com raciocínio. Sorriu quando se lembrou das palavras do Sr. Norton sobre exercitar a mente. De certo modo, eslava sendo tão agradável quanto exercitar seus músculos nas rampas de esquis. Ele sabia que não podia ficar sentado quieto por muito tempo – como o Sr. Norton havia dito, ele era agitado – mas se ele dedicasse curtos períodos de tempo para “exercitar a mente”, e pudesse concentrar-se nisso, apenas nisso, nesse espaço de tempo, talvez ele conseguisse tornar também a sua mente em um instrumento de campeonato. Certamente, não era tão difícil resolver os problemas sozinhos.
No dia seguinte, Dennis sorria ao entregar o trabalho ao Sr. Norton.
– Não sei se eu deveria admitir isto, disse, mas eu me diverti fazendo esses problemas quando finalmente consegui entendê-los.
– Eu pensei que isso ia acontecer – sorriu o Sr. Norton – Desafios mentais, a seu modo, são tão satisfatórios quanto os desafios físicos, e quanto mais você desenvolver o seu poder de raciocínio, mais oportunidades você terá de vencer toda espéciede obstáculos que venha a enfrentar durante toda a sua vida.
– Acho que o senhor pensou que eu era um desses atletas musculosos que mal sabem escrever seu próprio nome – sorriu Dennis.
– Tolice – disse o Sr. Norton – se eu pensasse assim não teria me preocupado em falar com você como fiz ou ter-lhe dado àqueles problemas. Eu sempre soube que você tinha capacidade de raciocinar, se você conseguisse sentar e tentar. Na verdade, muita gente tem boa capacidade de raciocínio, mas este talento é como qualquer outro: tem que ser cultivado.
(Do Livro Histórias da Era Aquariana para Adolescentes – Vol. VI – Compilado por um Estudante – Fraternidade Rosacruz).
GÊMEOS: VERSATILIDADE
– Eu vou tentar, disse Gwen. Não deve ser difícil.
Gwen, nunca havia trabalhado como balconista ou feito troco antes, mas quando Jean ficou doente, alguém tinha que tomar conta da barraca das Bandeirantes no bazar, e Gwen se ofereceu como voluntária.
Gwen sempre estava disposta a experimentar qualquer coisa nova e sempre com sucesso. Podia-se contar com ela para intervir e ajudar em qualquer emergência, e se lhe pedissem para fazer alguma coisa que ela desconhecesse, ela se esforçava até aprender. Ela sabia cozinhar e fazia suas roupas, fazia parte do clube de teatro era secretária de sua classe, tirava boas notas, gostava de crianças e, frequentemente, bancava a babá.
– De fato- dizia sua irmã Jô, mal humorada – Gwen sabe fazer de tudo. Tem gente que tem muita sorte.
– Na verdade não é somente sorte- a mãe tentou dizer-lhe muitas vezes – Gwen decide que vai conseguir o que quer que se proponha, e trabalha até conseguir. Ela não tem medo de tentar.
Contudo, Jô nunca quis aceitar essa explicação e continuou a insistir que as habilidades de Gwen eram pura sorte.
– –Como é que vai indo? – Perguntou Jô, parando na barraca das Bandeirantes.
– Bem – disse Gwen – Tenho tido muitos fregueses, é bem divertido. Escute Jô, você pode tomar conta um pouquinho? Já passou muito da hora do almoço e eu estou morrendo de fome.
– Eu não sei o preço das coisas, não sei nada – protestou Jô – e eu vou ficar toda enrolada fazendo troco. Eu trago um sanduiche para você, se você quiser.
– Oh! Por favor, Jô. Eu queria sair um pouquinho daqui. Os preços estão todos marcados e fazer troco não étão difícil, se você contar. Por favor?
Jô concordou, relutante, em assumir a barraca por uma hora, e a primeira freguesa apareceu assim que Gwen virou as costas. Atrapalhada, Jôprocurou os preços nas mercadorias e embaralhou tudo fazendo o troco. A cliente parecia aborrecida e Jô se surpreendeu por ela ter comprado alguma coisa.
– Eu preciso melhorar – suspirou consigo mesma – Como e que eu fui me meter nisto?
Vários outros clientes se aproximaram. Desta vez, Jôrespirou fundo e disse:
– Desculpem se eu for um pouco lenta. Eu comecei agora mesmo e estou ainda tateando. Bem, o que é que vocês querem ver?
Os clientes se mostraram pacientes, Jô percebeu a sua boa vontade e, sentindo-se mais tranquila, concluiu as vendas com mais segurança. À medida que outros clientes foram chegando, Jô descobriu que ela aprendera a maioria dos preços e percebeu que fazer troco era bem simples se ela prestasse atenção.
Quando Gwen voltou, encontrou Jô elogiando uma mercadoria para uma freguesa, e se comportando como se tivesse trabalhado numa barraca toda a vida.
– Já de volta? – Perguntou Jô – Por que você não descansa mais um pouco ou faz qualquer coisa? Estou me divertindo tanto.
– Então fique aqui me ajudando, riu Gwen. Parece que hoje tem muita gente aqui e vamos precisar de duas pessoas.
Muitos clientes vieram nessa tarde e Gwen achou muito bom ter a ajuda inesperada de sua irmã. A mercadoria foi vendida rapidamente e em um dado momento, Jô comentou:
– Gostaria que houvesse mais coisas em estoque. No próximo ano já sabemos que deveremos ter um maior sortimento.
Gwen sorriu, lembrando o quanto Jô relutou em se meter com o bazar, quanto mais de trabalhar como vendedora. Será que Jô se tornaria uma das grandes colaboradoras para o bazar do próximo ano?
Algumas horas depois, a mãe delas ficou surpresa por veias juntas na barraca, Jô trabalhando com tanta segurança e jeito como Gwen. Ficou observando de longe e depois, sem ser percebida pelas meninas, seguiu seu caminho.
Nessa tarde, Gwen colocou na fazenda o molde para seu vestido novo e começou a cortar. Jô observava criticamente.
– Não parece muito difícil – disse – Aposto que eu posso fazer isso.
– Claro que pode – disse Gwen – Tudo que você tem a fazer é ler a indicação esegui-Ias.
– Acho que vou comprar um tecido amanhã e experimentar – murmurou Jô – Sabe, émuito divertido tentar fazer coisas novas. Se alguém me tivesse dito hoje de manhã que eu estaria conduzindo uma barraca, e que acabaria gostando, acho que teria voltado imediatamente para a cama! Mas, eu consegui fazer tudo sem dificuldade depois daqueles primeiros erros e, acredite ou não, fiquei triste quando chegou a hora de ir embora.
A mãe aproximou-se com um prato de doces de chocolate.
– Bem, Jô, vejo que você também teve sorte hoje – sorriu ela.
– Hein? – Jô olhou-a, confusa – Oh! Isso! Bem – ela explicou para a mãe – Não foi realmente sorte, sabe. Eu resolvi que ia fazer o que me propus e batalhei até conseguir. Eu posso fazer qualquer coisa. Entendeu?
– Entendi – riu a mãe – e também percebi que tenho em minhas mãos duas garotas versáteis. Acho que vou ter que me esforçar muito para me igualar a vocês. Que tal isto como começo?
Ela apresentou o prato e as duas garotas avançaram nos doces de chocolate.
(Do Livro Histórias da Era Aquariana para Adolescentes – Vol. VI – Compilado por um Estudante – Fraternidade Rosacruz).
O objetivo de todo treinamento esotérico é trabalhar sobre o Corpo Vital, para construir o Espírito de Vida e acelerar seu desenvolvimento.
Portanto, o treinamento esotérico abre a visão interna do aspirante. Há seu tempo, receberá exercícios que organizarão um veículo capaz de funcionar nos mundos internos de maneira perfeitamente consciente.
A PRINCESA QUE APRENDEU A SORRIR
Era uma vez uma princesinha que morava com seu pai, o rei, num belo reino perto do mar. Certamente, a princesinha seria muito bonita se não estivesse sempre aborrecida e mal humorada. Havia quase sempre um olhar carrancudo em sua face e ela queixava-se e criticava tudo.
De manhã, quando sua boa ama trazia-lhe a primeira refeição numa bandeja dourada, ela ficava com raiva, mesmo que houvesse coisas deliciosas para ela comer.
– Leve a comida embora! Ela gritava – batendo o pé e empurrando a bandeja – eu não quero aveia. Por que você não me trouxe trigo fervido? E olhe para essa torrada. Não está bem tostada. Eu não gosto do pratinho no qual colocaram o meu ovo. Leve tudo embora e traga o que eu quero.
Durante todo o dia ela dizia coisas desagradáveis para todas as pessoas a sua volta e reclamava de tudo. Mesmo quando o rei lhe dava um presente, em vez de agradecer, ela resmungava e perguntava por que ele não trouxera alguma coisa mais.
No mesmo reino, viviam alguns anõezinhos que gostavam muito do rei. Eles viam o quanto o rei ficava triste pelo mau comportamento da princesa, pois ele amava sua filhinha e queria vê-la feliz. Por isso, os anões decidiram que toda vez que a princesa estivesse mal humorada e hostil, ou tivesse maus pensamentos, eles plantariam uma semente no declive da montanha, não muito longe do acampamento deles.
As sementes cresceram rapidamente e tornaram-se árvores altas e logo a montanha foi coberta por uma vasta floresta.
Um dia a princesa estava muito brava por algo que lhe acontecera e decidiu dar um passeio sozinha. Andou, andou e se perdeu na densa floresta no declive da montanha. Veio à noite e a princesinha começou a chorar porque não conseguia encontrar o caminho para sair da floresta. Como ela queria agora a sua casa e todas as coisas que sempre desprezou antes! Ela estava com fome, mas nada encontrou para comer na floresta, a não ser algumas frutas amargas em um dos arbustos. Finalmente, sentindo-se muito cansada, ela ajeitou-se no chão duro e dormiu.
Logo cedo, na manhã seguinte, ela foi acordada por alguém que chamava o seu nome. Sentando-se rapidamente, ela olhou à sua volta e viu os anões.
– Princesa, disse o líder dos anões, viemos para dizer-lhe como você pode sair da floresta.
A princesa bateu palmas:
– Oh, diga, ela gritou. Por favor, diga-me como vou encontrar o caminho de minha casa, pois eu não gosto desta floresta e quero voltar para casa o mais rápido possível.
– Essa rapidez dependerá da maneira como você seguir nossas instruções, disse o anão, pois só há um caminho para sair daqui.
-Oh, farei qualquer coisa, respondeu a princesa.
– Bem, então disse o anão, deixe-nos primeiro dizer onde você se encontra. Cada árvore nesta floresta é uma palavra má ou um gesto pouco gentil que você praticou. Essas densas videiras emaranhadas são as reclamações que você fez. Agora, a primeira coisa que você deve fazer é parar de reclamar e elogiar tudo. Você deve aprender a sorrir, procurar o bem em todas as coisas e sentir-se feliz. Tente tornar as outras pessoas felizes e faça algo por elas. À medida que você fizer estas coisas, as árvores desaparecerão, uma por uma, e então você poderá voltar para o reino, onde fica a sua casa.
Foi muito difícil para a princesa fazer o que os anões lhe recomendaram, mas ela detestava tanto a floresta que resolveu tentar. Parou de reclamar sobre a floresta e principiou a elogiá-la. Começou a elogiar o arbusto que continha as frutas amargas e ela se surpreendeu ao ver que, com suas palavras de carinho, as frutas que antes eram tão amargas transformaram-se em frutas saborosas, diante de seus próprios olhos.
Atônita e feliz com o resultado de sua primeira experiência, ela começou a sorrir.
Lembrou-se das instruções de fazer algo gentil para as outras pessoas e decidiu que já que os anões tinham sido bondosos ensinando-lhe o caminho de volta, ela faria alguma coisa para eles.
Depois de muito pensar, decidiu construir para eles algumas lindas casinhas onde pudessem morar. Juntando pedras e varetas e usando argila para a argamassa, ela construiu as mais atrativas casas de pedra que se possa imaginar e cuidadosamente forrou o interior delas com folhas macias. Do lado de fora, ela criou jardins nas rochas e neles plantou toda a sorte de flores do campo.
A princesa estava tão feliz em seu trabalho de construção, que não notou que muitos dias se tinham passado desde que ela chegou à floresta.
Finalmente, as casas ficaram prontas e eram tão lindas que ela mal conseguia esperar o momento em que os anões chegassem para ver seus novos lares.
Na manhã seguinte, ela acordou com o Sol brilhando intensamente em seus olhos e sentando-se rapidamente olhou à sua volta. Para sua surpresa, a densa floresta tinha desaparecido e os anõezinhos estavam sorrindo diante dela, parecendo muito felizes.
– Olá, Princesa, eles disseram todos, saudando-a. Você dissolveu a floresta. Olhe, poderá ver o palácio na outra colina. Vá, porque o rei está esperando por você.
A princesa levantou-se alegremente e, após agradecer aos anõezinhos por a terem ensinado o quanto é mais agradável sorrir do que resmungar, correu rapidamente para casa e estava determinada a nunca mais ser mal humorada e indelicada.
(do Livro Histórias da Era Aquariana para Crianças – Vol. I – Compilado por um Estudante – Fraternidade Rosacruz).
Junho de 1913
Um dos pontos principais desta lição mensal – que diz respeito a interpretações equivocadamente difundidas – é a que se refere à vinda de Cristo e ao veículo que Ele usará. A Bíblia transmite-nos isto de forma perfeitamente clara e os Ensinamentos da Sabedoria Ocidental dos Rosacruzes estão completamente de acordo com ela, daí a nossa opinião diferir, radicalmente, da concepção comum sobre a matéria, tanto a da maioria dos cristãos como a dos que, involuntariamente ou por outras razões, exaltam falsos Cristos parra enganar os incautos. É de vital importância que os alunos da Escola Ocidental compreendam muito bem este assunto, por isso, reiteramos resumidamente os pontos principais dos Ensinamentos Rosacruzes contidos no livro “Conceito Rosacruz do Cosmos” e em alguns outros livros.
Cristo é o mais alto Iniciado do Período Solar; a Terra era, então, formada de matéria de desejos e Seu corpo mais denso foi formado desta matéria.
Ninguém pode formar um veículo material que não tenha aprendido a moldar; por isso, o Espírito Cristo trabalhou com a nossa humanidade de fora da Terra – da mesma forma que os Espíritos-Grupos guiam os animais – até que Jesus abandonou os seus Corpos Denso e Vital, no Batismo. Então, o Espírito Cristo desceu e entrou nesses veículos, levando fisicamente o Seu ministério aos seres humanos, até que o Corpo Denso foi destruído no Gólgota quando Ele se tornou o Espírito Interno da Terra. O Corpo Vital de Jesus foi preservado para aguardar a segunda vinda de Cristo.
Cristo advertiu-nos contra os imitadores, mas surge a questão: Como poderemos conhecer o falso do verdadeiro? São Paulo dá-nos a este respeito uma informação definida, e se nós a considerarmos, estaremos a salvo de qualquer decepção.
São Paulo diz (Primeira Epístola aos Coríntios, cap. 15, versículo 50), que “a carne e o sangue não podem herdar o reino do Céus”. Insiste que este corpo será mudado à imagem do próprio veículo de Cristo (Epístola aos Filipenses, cap. 3, versículo 21), e na Primeira Epístola de São João, cap. 3, versículo 2 encontramos o mesmo testemunho.
Está perfeitamente claro que qualquer um que venha em Corpo Físico proclamando que é Cristo, é demente, um ente digno de compaixão, ou um impostor, merecedor de nosso escárnio e reprovação. Também não nos deixou na ignorância acerca da natureza do veículo no qual encontraremos Cristo e de que seremos como Ele. Na Primeira Epístola aos Tessalonicenses, cap. 4, versículo 17; é-nos dito que encontraremos o Senhor no ar. Portanto, nós forçosamente teremos que possuir um veículo de uma textura mais delicada do que a do nosso Corpo Denso atual. A transformação necessitará ainda de séculos para que a maioria dos seres humanos a possa alcançar.
Na Primeira Epístola São Paulo aos Tessalonicenses, Capítulo 5, Versículo 23, São Paulo diz que o ser completo do ser humano consiste de Espírito, Alma e Corpo. Quando finalmente largarmos o nosso Corpo Denso, como Cristo o fez, nós funcionaremos num Corpo chamado Soma Psuchicon (Corpo-Alma) (descrito na Primeira Epístola aos Coríntios, Capítulo 15, Versículo 44). Em nossa literatura, este é o Corpo Vital, um veículo feito de Éter, capaz de levitação e da mesma natureza do Corpo usado por Cristo depois da Crucificação. Este veículo não está sujeito à morte como o nosso Corpo Denso, é finalmente transmutado em Espírito como aprendemos em nossa literatura e é confirmado na Primeira Epístola São Paulo aos Coríntios, Capítulo 15.
Por conseguinte, os Ensinamentos da Sabedoria Ocidental estão em perfeita harmonia com a Bíblia quando afirmam, enfaticamente, que Cristo nunca voltará na carne (pois isto seria um retrocesso para Ele). Da mesma maneira que as larvas rompem o seu casulo e se transformam numa borboleta que voa de flor em flor – processo deslumbrante de animada beleza – assim também nós algum dia, deixaremos este instrumento mortal que nos prende a Terra e ascenderemos ao céu como almas viventes, radiantes de glória, ansiosas por encontrar o nosso Salvador na terra das almas, o Novo Céu e a Nova Terra. Este é um dos pontos principais da doutrina da Escola Rosacruz. Confiamos que nossos estudantes se esforçarão por assimilar totalmente este assunto, e assim seremos capazes de “dar uma razão” à sua fé.
(Carta nº 31 do Livro Cartas aos Estudantes – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz)
PRESENTE DE CELESTIA
Era uma vez, há muito, muito tempo atrás, um Rei muito bom e uma encantadora Rainha que reinavam sobre diversas províncias, as quais visitavam anualmente. Foi anunciado pelo mensageiro do Rei, que O Rei e a Rainha visitariam certa província num certo dia e que aquele que desse à Rainha o melhor presente, seria recompensado por ela de uma maneira apropriada.
Foram feitos planos para receber os ilustres hospedes e grandes preparativos foram iniciados pelas pessoas, cada uma tentando superar a outra no preparo do presente para a Rainha. A vinda do casal real era o assunto da província. As pessoas estavam muito agitadas quando finalmente o dia chegou.
Nessa província morava Celestia com sua avó. A mãe de Celestia passou para o mundo invisível quando Celestia nasceu deixando o minúsculo bebê aos cuidados da vovó. Vovó deu-lhe o nome de “Celestia,” porque, disse ela, a pequenina era como uma estrela do céu que veio para iluminar sua velhice. Elas eram muito pobres e quando ouviram as maravilhosas notícias sobre a vinda do Rei e da Rainha, a vovó meneou sua cabeça grisalha e perguntou a si mesma, como elas poderiam presenteá-los.
Celestia, nos seus nove aninhos, nunca tinha visto o Rei e a Rainha; mas ela desejava, com uma intensidade de criança, ver essas pessoas tão distintas e dar-lhes um presente valioso. No dia anterior ao grande evento, ela veio correndo para sua avó:
– Eu o tenho, ela disse excitada, minha pombinha! Minha linda pombinha branca! Vovó, eu quero dar minha pombinha à Rainha!
Mas a vovó balançou sua cabeça.
– Não, minha estrela brilhante, tua pombinha não ficará com a Rainha. Ela voltará para ti. Deves pensar em outra coisa.
Celestia ficou desapontada e triste. Ela sentou-se num banquinho perto da janela, pôs sua cabeça na beirada da janela e começou a pensar. Ela adormeceu, seus cachos amarelos brilhavam como ouro a luz do Sol. Vovó acomodou-se em sua cadeira e também dormiu. Era de tardezinha e vovó sempre tirava uma sonequinha nessa hora. Ela foi acordada por Celestia que puxava seu avental e tocava gentilmente em sua face.
_ Vovó, disse Celestia, suavemente, eu tive um sonho maravilhoso! Eu vi um lindo anjo todo de branco, resplandecente. Sua face parecia um retrato da mamãe. Ela veio e parou em minha frente. Eu me senti tão feliz! Então, ela me disse:
– Dê a Rainha o teu amor, minha filha.
– Eu pisquei os meus olhos, ela foi embora e eu acordei. Não foi um lindo sonho, vovó?
A vovó acariciou os brilhantes cachos de Celestia e respondeu pensativamente:
– Sim, filha, dê à Rainha o teu amor, pois o presente sem a doador é vazio; mas guardarás um pouquinho para a vovozinha, não é?
– Vovó, eu a amo mais que tudo; mas eu preciso escrever a Rainha e contar-lhe como a amo, pois isso é tudo que tenho para dar-lhe. Ela é linda, não é vovó?
Celestia pulou para sua caixa de tesouros onde guardava alguns pedacinhos de papel que eram muito raros e que tinha conservado como um tesouro, por muito tempo. Com uma pena de ganso ela escreveu em rima seu amor e adoração pela linda Rainha. Preencheu algumas pequenas páginas, remexeu novamente sua caixa de tesouros e encontrou um pedaço de fita azul que vovó lhe havia dado e lhe contara que essa fita tinha enfeitado seu primeiro vestido de bebê. Com a fita azul ela amarrou as folhas juntas.
– Amanhã iremos ver a Rainha, ela disse à vovó, mostrando-lhe as páginas escritas.
O nascer do Sol encontrou-as acordadas e prontas para sair. Celestia estava com uma roupa vermelha com remendos pretos (pois vovó não tinha outro material com que remendar seu vestido) e pesados tamancos, mas com uma face rosada e resplandecente e com seus lindos cabelos bem escovados. Vovó colocou o xale sobre seus ombros curvados, pegou sua bengala e saíram. Não muito longe da sua casa, elas foram alcançadas por um velho amigo que ajudou vovó a sentar-se ao lado dele na carroça e colocou Celestia nas costas de um grande boi avermelhado que puxava a carroça. De repente, Celestia assustou-se com um bater de asas, era a sua pombinha de estimação que pousou em seu ombro e permaneceu com ela na viagem.
Perto da província havia um vilarejo onde o povo construira um grande celeiro. Esse celeiro também servia como uma casa comunitária onde os fazendeiros, algumas vezes, se reuniam para um festival. As pessoas escolheram o celeiro como o lugar mais apropriado para receber o Rei e a Rainha e o dia encontrou-as vindo de todas as partes da província trazendo seus presentes.
O Sol estava alto nos céus quando, subitamente, houve um tocar de trombetas e dois cavaleiros apareceram seguidos por uma carruagem dourada puxada por seis cavalos brancos. A cabeça dos cavalos estava ornamentada com plumas pretas e borlas douradas.
O Rei e a Rainha saíram da carruagem dourada, seguidos por dois pequenos pajens que seguravam a cauda do vestida da Rainha. A comitiva real caminhou até o celeiro e sentaram-se numa plataforma parecida com um trono, onde as pessoas traziam seus presentes e as colocavam para inspeção.
“Certamente,” pensou o homem mais rico da província, “eu irei obter a prêmio, pois quem poderá dar melhor presente do que eu?” E ele caminhou reto e orgulhoso, para colocar um belo tapete oriental aos pés da Rainha. O valor desse tapete era imenso e as cores esplendidas. A Rainha recebeu o presente com um sorriso e uma benção.
“Certamente, eu obterei a recompensa” pensou uma feliz esposa de um fazendeiro, “pois quem pode cozer no forno melhores pães do que esses?” Realmente, eles tinham uma deliciosa cor marrom dourada, redonda e perfeita na forma. A Rainha recebeu o presente com um sorriso e uma benção.
“Certamente, eu receberei o prêmio,” pensou um próspero fazendeiro, “pois não há melhor trigo no país do que este”; e carregou uma braçada de longas espigas amarelas e as colocou próximas aos pães. A Rainha recebeu o presente com um sorriso e uma benção.
Assim, cada um por sua vez, deram a ela os seus melhores presentes. Alguns trouxeram finos trabalhos de agulha. Um homem trouxe um monte de grãos dourados, maiores do que a cabeça de um homem. Outro trouxe um gordo leitãozinho. Um fazendeiro levou seu galo premiado. Uma mulher trouxe flores escolhidas que havia plantado. Um artista, pintor, trouxe sua obra-prima. Todas as artes e habilidades estavam ali representadas. Cada doador tinha certeza que seu presente era o melhor. A cada um, a Rainha deu um sorriso e uma benção.
Celestia, cheia de admiração, temerosa e tremendo, olhava as pessoas seguirem com suas oferendas. Em sua mão, ela segurava sua pombinha e o livreto de versos. Ela observava com olhos ansiosos os magníficos presentes e os trajes dos doadores. Todos vestiram-se no melhor estilo, com suas vestimentas de festa. E ela sabia que estava a mais pobremente trajada de todos. E seu presente? Ah, que presente pequenino comparado com os demais, ela pensou.
O último presente foi ofertado à Rainha. Celestia ficou bem atrás da porta da entrada, indecisa. Ela era tímida, mal vestida e seu presente tão pequeno! Mas, queria tanto dizer à Rainha como a amava! Ela fechou os seus olhos e tentou ganhar coragem. Por instantes ela viu o anjo e lembrou-se de seu sonho. A pombinha fez um movimento em suas mãos. Celestia olhou para seus olhinhos cor-de-rosa e sussurrou em seu ouvido. Ela colocou o livreto em seu bico e abriu sua mão. A pombinha voou diretamente para a Rainha e pousou tão docemente em sua mão que ela nem se assustou. A Rainha pegou o livreto, leu os versos e olhou a sua volta para ver para onde a pombinha tinha voado, em direção à sua dona.
– Você pode vir até aqui, garotinha? Ela perguntou.
Sua voz soou como um sino de prata e seu sorriso era tão convidativo que Celestia perdeu todo o medo e dirigiu-se a Rainha. Ela acariciou seus cachos dourados e disse:
– Que seja anunciado pelo mensageiro do Rei que o maior presente, que é o amor, foi realmente dado e a Rainha dará sua recompensa ao doador. Que venham as pessoas e testemunhem a recompensa.
Quando as pessoas se juntaram dentro do celeiro, a Rainha levantou-se e, colocando sua mão sobre a cabeça de Celestia, declarou em uma voz muito clara:
– Quero levar esta menina ao palácio do Rei onde se tornará uma Princesa.
Celestia ouviu essas palavras como se estivesse num sonho, mas lembrou-se da vovó e apressou-se a explicar a Rainha:
– Não posso ir, adorada Rainha, pois vovó ficaria muito só sem mim. Ela necessita de mim.
– Ah, minha filha, você tem um coração adorável. Não tema, vovó irá também, anunciou a Rainha.
Depois que o povo deu a festa, Celestia partiu na carruagem dourada atrás dos emproados cavalos brancos e a Rainha sentou-se tendo de um lado a menina e do outro lado a vovó. Quando chegaram ao Palácio do Rei, Celestia foi levada para um magnifico quarto onde a vestiram com um traje brilhante de cetim e chinelos dourados foram colocados em seus pés – como uma Cinderela! E como Cinderela ela cresceu e casou-se com um Príncipe muito atraente.
(do Livro Histórias da Era Aquariana para Crianças – Vol. I – Compilado por um Estudante – Fraternidade Rosacruz).