PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Pergunta: Como é vista o uso de adereços pela Fraternidade Rosacruz?

O USO DE HÁBITOS E SINAIS

Pergunta: Por que a Fraternidade Rosacruz considera desnecessário o uso de hábitos (N.R.: vestimentas especiais, adereços ou qualquer tipo de aparato que distingue uma pessoa de outra) e o emprego de sinais ou títulos para distinguir seus membros dos integrantes de outras Ordens?

Resposta: A Fraternidade Rosacruz é uma escola filosófico-cristã por excelência. Cristo veio para dissolver toda a influência separatista. Seu ideal é unificador, não se coadunando com qualquer movimento oposto ao sentimento de unidade. A Fraternidade Rosacruz mantém-se coerente a esses princípios, não dotando quaisquer aparatos exteriores que possam distingui-la das outras entidades congêneres.

A cerimônia, as vestes, as insígnias constituíam parte essencial da antiga dispensação grandemente influenciada pelos Espíritos de Raça.

Esta influência alimentou sobremaneira o sentimento separatista, criando um antagonismo entre raças, nações, credos, etc..

Dentro do Cristianismo popular, os credos e os dogmas também engendraram essa separação, muito embora se fundamentassem nos mesmos princípios básicos cristãos.

O verdadeiro cristão esoterista não se preocupa com distinções exteriores. Usa uma “insígnia” dentro de si mesmo por ter desenvolvido o Poder Crístico. Pelos seus frutos o conheceremos e sua vida dedicada ao próximo através do amor e do serviço, faculta-lhe tecer um “hábito”, não uma vestimenta sombria e austera, mas um manto luminoso chamado Corpo Alma, composto dos dois Éteres Superiores.

 

(Revista Serviço Rosacruz – 11/68)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Gêmeos: Raciocínio

GÊMEOS: RACIOCÍNIO

– O problema, Dennis, não é que você não possa, mas que você não quer – estava dizendo o Sr. Norton – Não tem motivo para você não poder resolver esses problemas tão bem como qualquer um na aula de física, se você se propuser a parar e tentar resolvê-los. Segundo as leis da física, determinadas causas sempre produzem determinados efeitos, e, se você sabe quais são essas leis, não é difícil raciocinar como elas vão proceder sob condições específicas. Ouvi dizer que você e campeão de esqui e também surfista, não é?

– Hum, bem, sim, acho que sim – Dennis concordou surpreso.

– Bem, para esquiar e fazer surfe não há certas regras de movimentos que você deve conhecer bem? Você não tem que estar preparado para ondas que quebram de diferentes maneiras, sobre correntes submarinas, sobre o grau de inclinação do declive de uma montanha, da velocidade que você desenvolve, e a que ângulo e como tomar uma curva, e muitas outras considerações dessa espécie?

– Sim, claro- disse Dennis -mas eu nunca pensei sobre todas essas coisas como leis da física.

– O que mais poderia ser? – Perguntou sorrindo o Sr. Norton.

– Bem, divertimento…quero dizer…puxa – gaguejou Dennis – eu não paro para pensar em tudo isso todas às vezes. Acho que apenas sinto.

– Claro. Já se tornou automático em você. Se você tivesse que parar e resolver isso cada vez, você não iria muito longe com os esquis ou na prancha de surfe. Mas, quando você estava aprendendo, você tinha que estar muito mais atento sobre todas as possibilidades e muito mais consciente de que cada passo que você desse poderia trazer tal ou qual resultado. Você não passava horas com seu instrutor de esqui, sem esquiar, mas estudando com ele todas essas coisas, matematicamente, na ponta do lápis?

– Sim, e eu também não gostava muito disso – Dennis fez uma careta.

Não, Dennis, não acho que você gostasse, do mesmo modo que você não gosta de sentar aqui na classe e resolver os problemas de física. Você éum jovem ativo, e quer estar sempre se movimentando. Mas, chegou a hora de você aprender a usar sua cabeça, da mesma maneira que você usa seus talentos para o atletismo. Essas sessões de teoria com o instrutor não foram valiosas?

– Acho que sim – concordou Dennis – acho que eu não teria progredido tanto sem elas.

– É isso mesmo. Há muitos esquiadores amadores que nunca tiveram essas aulas, mas sem elas você não teria chegado ao grau de campeão. Acredite ou não, a física, ou qualquer outra matéria que ensine a praticar suas possibilidades de raciocínio, valem a pena, muito mesmo. Não tenho dúvida de que você tem uma boa cabeça – continuou o Sr. Norton – mas a mente precisa ser exercitada, da mesma maneira que o corpo. Bem, quero que você pegue esta folha de problemas e tente resolvê-los neste fim de semana. Aplique o que você aprendeu em classe e, se você não aprendeu tudo que foi dado, que eu acho que é o caso, torne a ler olivro de texto. Vamos ver se segunda-feira você traz os problemas resolvidos da melhor maneira possível.

Na manhã seguinte, de má vontade, Dennis atacou os problemas. Sua maior dificuldade era concentrar-se, e teve que tentar recomeçar várias vezes durante o dia ate conseguir trabalhar seriamente, bem no fim da tarde. Contudo, quando conseguiu fixar sua mente notrabalho, achou,como dissera o Sr. Norton, que as respostas se adaptavam, mais ou menos, nos lugares certos se ele tentasse resolvê-las com lógica. Certas causas sempre tinham certos efeitos e, quando encaradas com uma série de fatores, nilo era muito difícil, usandoo raciocínio e o processo de dedução, determinar o efeito composto que poderia resultar.

No domingo, quando ele atacou a última parte da sua tarefa, Dennis descobriu que estava ansioso pelo desafio – que era divertido tentar resolver os problemas com raciocínio. Sorriu quando se lembrou das palavras do Sr. Norton sobre exercitar a mente. De certo modo, eslava sendo tão agradável quanto exercitar seus músculos nas rampas de esquis. Ele sabia que não podia ficar sentado quieto por muito tempo – como o Sr. Norton havia dito, ele era agitado – mas se ele dedicasse curtos períodos de tempo para “exercitar a mente”, e pudesse concentrar-se nisso, apenas nisso, nesse espaço de tempo, talvez ele conseguisse tornar também a sua mente em um instrumento de campeonato. Certamente, não era tão difícil resolver os problemas sozinhos.

No dia seguinte, Dennis sorria ao entregar o trabalho ao Sr. Norton.

– Não sei se eu deveria admitir isto, disse, mas eu me diverti fazendo esses problemas quando finalmente consegui entendê-los.

– Eu pensei que isso ia acontecer – sorriu o Sr. Norton – Desafios mentais, a seu modo, são tão satisfatórios quanto os desafios físicos, e quanto mais você desenvolver o seu poder de raciocínio, mais oportunidades você terá de vencer toda espéciede obstáculos que venha a enfrentar durante toda a sua vida.

– Acho que o senhor pensou que eu era um desses atletas musculosos que mal sabem escrever seu próprio nome – sorriu Dennis.

– Tolice – disse o Sr. Norton – se eu pensasse assim não teria me preocupado em falar com você como fiz ou ter-lhe dado àqueles problemas. Eu sempre soube que você tinha capacidade de raciocinar, se você conseguisse sentar e tentar. Na verdade, muita gente tem boa capacidade de raciocínio, mas este talento é como qualquer outro: tem que ser cultivado.

 (Do Livro Histórias da Era Aquariana para Adolescentes – Vol. VI – Compilado por um Estudante Fraternidade Rosacruz).

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Gêmeos: Versalidade

GÊMEOS: VERSATILIDADE

– Eu vou tentar, disse Gwen. Não deve ser difícil.

Gwen, nunca havia trabalhado como balconista ou feito troco antes, mas quando Jean ficou doente, alguém tinha que tomar conta da barraca das Bandeirantes no bazar, e Gwen se ofereceu como voluntária.

Gwen sempre estava disposta a experimentar qualquer coisa nova e sempre com sucesso. Podia-se contar com ela para intervir e ajudar em qualquer emergência, e se lhe pedissem para fazer alguma coisa que ela desconhecesse, ela se esforçava até aprender. Ela sabia cozinhar e fazia suas roupas, fazia parte do clube de teatro era secretária de sua classe, tirava boas notas, gostava de crianças e, frequentemente, bancava a babá.

– De fato- dizia sua irmã Jô, mal humorada – Gwen sabe fazer de tudo. Tem gente que tem muita sorte.

Na verdade não é somente sorte- a mãe tentou dizer-lhe muitas vezes – Gwen decide que vai conseguir o que quer que se proponha, e trabalha até conseguir. Ela não tem medo de tentar.

Contudo, Jô nunca quis aceitar essa explicação e continuou a insistir que as habilidades de Gwen eram pura sorte.

Como é que vai indo? – Perguntou Jô, parando na barraca das Bandeirantes.

– Bem – disse Gwen – Tenho tido muitos fregueses, é bem divertido. Escute Jô, você pode tomar conta um pouquinho? Já passou muito da hora do almoço e eu estou morrendo de fome.

– Eu não sei o preço das coisas, não sei nada – protestou Jôe eu vou ficar toda enrolada fazendo troco. Eu trago um sanduiche para você, se você quiser.

– Oh! Por favor, Jô. Eu queria sair um pouquinho daqui. Os preços estão todos marcados e fazer troco não étão difícil, se você contar. Por favor?

Jô concordou, relutante, em assumir a barraca por uma hora, e a primeira freguesa apareceu assim que Gwen virou as costas. Atrapalhada, Jôprocurou os preços nas mercadorias e embaralhou tudo fazendo o troco. A cliente parecia aborrecida e Jô se surpreendeu por ela ter comprado alguma coisa.

– Eu preciso melhorar – suspirou consigo mesma – Como e que eu fui me meter nisto?

Vários outros clientes se aproximaram. Desta vez, Jôrespirou fundo e disse:

– Desculpem se eu for um pouco lenta. Eu comecei agora mesmo e estou ainda tateando. Bem, o que é que vocês querem ver?

Os clientes se mostraram pacientes, Jô percebeu a sua boa vontade e, sentindo-se mais tranquila, concluiu as vendas com mais segurança. À medida que outros clientes foram chegando, Jô descobriu que ela aprendera a maioria dos preços e percebeu que fazer troco era bem simples se ela prestasse atenção.

Quando Gwen voltou, encontrou Jô elogiando uma mercadoria para uma freguesa, e se comportando como se tivesse trabalhado numa barraca toda a vida.

– Já de volta? – Perguntou Jô – Por que você não descansa mais um pouco ou faz qualquer coisa? Estou me divertindo tanto.

– Então fique aqui me ajudando, riu Gwen. Parece que hoje tem muita gente aqui e vamos precisar de duas pessoas.

Muitos clientes vieram nessa tarde e Gwen achou muito bom ter a ajuda inesperada de sua irmã. A mercadoria foi vendida rapidamente e em um dado momento, Jô comentou:

– Gostaria que houvesse mais coisas em estoque. No próximo ano já sabemos que deveremos ter um maior sortimento.

Gwen sorriu, lembrando o quanto Jô relutou em se meter com o bazar, quanto mais de trabalhar como vendedora. Será que Jô se tornaria uma das grandes colaboradoras para o bazar do próximo ano?

Algumas horas depois, a mãe delas ficou surpresa por veias juntas na barraca, Jô trabalhando com tanta segurança e jeito como Gwen. Ficou observando de longe e depois, sem ser percebida pelas meninas, seguiu seu caminho.

Nessa tarde, Gwen colocou na fazenda o molde para seu vestido novo e começou a cortar. Jô observava criticamente.

– Não parece muito difícil – disse – Aposto que eu posso fazer isso.                                                                       

– Claro que pode – disse Gwen – Tudo que você tem a fazer é ler a indicação esegui-Ias.

– Acho que vou comprar um tecido amanhã e experimentar – murmurou Jô – Sabe, émuito divertido tentar fazer coisas novas. Se alguém me tivesse dito hoje de manhã que eu estaria conduzindo uma barraca, e que acabaria gostando, acho que teria voltado imediatamente para a cama! Mas, eu consegui fazer tudo sem dificuldade depois daqueles primeiros erros e, acredite ou não, fiquei triste quando chegou a hora de ir embora.

A mãe aproximou-se com um prato de doces de chocolate.

– Bem, Jô, vejo que você também teve sorte hoje – sorriu ela.

– Hein? – Jô olhou-a, confusa – Oh! Isso! Bem – ela explicou para a mãe – Não foi realmente sorte, sabe. Eu resolvi que ia fazer o que me propus e batalhei até conseguir. Eu posso fazer qualquer coisa. Entendeu?

– Entendi – riu a mãe – e também percebi que tenho em minhas mãos duas garotas versáteis. Acho que vou ter que me esforçar muito para me igualar a vocês. Que tal isto como começo?

Ela apresentou o prato e as duas garotas avançaram nos doces de chocolate.

 (Do Livro Histórias da Era Aquariana para Adolescentes – Vol. VI – Compilado por um Estudante – Fraternidade Rosacruz).

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Treinamento Esotérico

O objetivo de todo treinamento esotérico é trabalhar sobre o Corpo Vital, para construir o Espírito de Vida e acelerar seu desenvolvimento.

 

Portanto, o treinamento esotérico abre a visão interna do aspirante. Há seu tempo, receberá exercícios que organizarão um veículo capaz de funcionar nos mundos internos de maneira perfeitamente consciente.

 

ECOS

Rituais & Orações

Vegetarianismo

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Pergunta: O que é o Gênio do ponto vista Rosacruz!

 

Pergunta: O que é o Gênio?

Resposta: Do ponto de vista comum, o gênio parece ser algo simplesmente acidental. A teoria da hereditariedade não o explica, porque, algumas vezes, as pessoas mais vulgares podem ter filhos gênios, e os seres humanos mais refinados e intelectuais, às vezes, os têm idiotas. Em outras ocasiões, encontramos gênios e idiotas ao mesmo tempo, na mesma família. Na realidade, podemos afirmar que a loucura e o gênio são os dois extremos entre os quais se encontram as qualidades mentais da humanidade. Se tentarmos explicar a razão do aparecimento do gênio baseados na hereditariedade, não podemos deixar de estranhar porque não existe uma longa linhagem de ancestrais precedentes a Thomas Edison, o qual pode ser considerado o expoente de sua família. Em todos os casos não notamos a genialidade regida por nenhuma lei, considerada sob um ponto de vista meramente material. .

Quando nos valemos da Lei de Causa e Efeito e da Teoria do Renascimento para elucidar o problema, temos o assunto colocado em outros termos. Segundo esta teoria, a vida na Terra constitui um dia na escola da experiência. Em cada renascimento voltamos com experiências acumuladas em todas as nossas existências pretéritas, sendo esse o nosso capital.

Às vezes, desenvolvemos mais uma faculdade do que outras, tornando-nos, assim, grandes peritos num esforço canalizado para determinado campo de ação. Este é o gênio.

Para expressar algumas faculdades, por exemplo, a da música, requer-se certas características físicas: dedos finos um sistema nervoso delicado, e principalmente um ouvido sensível e desenvolvido. O material exigido para tal expressão não pode ser encontrado em todas as partes.

Mas, a lei de associação, necessariamente, atrairá um musico até aos demais. Ali ele encontrará o material adequado à formação de um corpo apto à expressão de seu talento. Por conseguinte, às vezes temos a impressão de que os músicos nascem na mesma família. Na família de Bach, por exemplo, nasceram 29 músicos em 250 anos. Que o gênio é uma expressão da alma e não o corpo evidencia-se pelo fato de que a personalidade de Johann Sebastian Bach não foi o florescimento crescente de seus antepassados, porque a proficiência dele encontrava-se muito acima, não de seus antepassados, como também de seus descendentes.

(Revista Serviço Rosacruz – 09/74- traduzido da Revista “Rays from the Rose Cross”)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

O Esotérico “Pequeno Príncipe” de Antoine de Saint-Exupéry

O “Pequeno Príncipe” de Antoine de Saint-Exupéry é uma das joias da literatura esotérica destinadas a crianças (grandes).

Vamos o simbolismo por parte de algumas partes, personagens e coisas.

1. Para fazer download ou imprimir (ter acesso às figuras que muito ajudam na compreensão):

O Esotérico “Pequeno Príncipe” de Antoine de Saint-Exupéry

2. Para estudar no próprio site:

O esotérico “Pequeno Príncipe”

O “Pequeno Príncipe” de Antoine de Saint-Exupéry é uma das joias da literatura esotérica destinadas a crianças (grandes).

Como não temos espaço para explanar longamente a estória, vamos sintetizá-la em seus pontos essenciais:

  1. Um menino se impressionou com a ilustração de uma cobra “boa” engolindo um animal. Faz o desenho de uma cobra estufada pela forma de um elefante que engolira. Mostra-os aos “adultos” e eles o interpretam como um chapéu.

Ele se entristece e faz outro desenho em “raio x”, mostrando o elefante de pé, dentro da cobra.

Aí os adultos o dissuadem de desenhar e aconselham-no a estudar as coisas humanas para ser “pessoa sensata”.

  • O menino se torna moço e aviador. Um dia, como piloto de prova, seu avião sofre uma “pane” e é obrigado a fazer um pouso de emergência no deserto de Saara.
  • Está tentando reparar o defeito do motor quando lhe aparece, em meio à solidão do deserto, um menino trajado de príncipe, com uma espada na mão,

a pedir que lhe faça um desenho de ovelha.

Ele faz um e o menino rejeita porque lhe parece uma ovelha triste;

faz outro e também recusa porque parece velha;

faz outra, mas ele alega que é muito grande para seu pequeno país; então desenha uma caixa furada e diz que a ovelha está lá dentro. O menino fica satisfeito.

  • O menino se preocupa com a possibilidade da ovelha comer a única flor que ele tem em seu asteroide. O aviador, impaciente, retrucava-lhe que isto não tem importância. O menino fica triste e desaparece. Ele fica desesperado e se põe a procurá-lo. Quando está outra vez a consertar o avião, o menino reaparece e ele se desculpa e busca soluções para o asteroide.
  • Conversavam à noite. O menino começa a relatar sua vida no asteroide, onde ele vivia só, com seus três vulcões (um extinto e dois que ele limpava sempre); seus baobás (plantas que podiam crescer e ele tinha de cortar, para que não tomassem conta do asteroide) e a rosa que florescera.

Com a rosa aprendera como era ignorante. Saiu, pois, de seu asteroide para aprender alguma coisa do Universo que o tornasse capaz de melhor dirigir seu asteroide.

  • Levado pelas aves pousa em sete planetas:
  • Planeta do Rei que estava triste porque não tinha sobre quem reinar
  • Planeta do vaidoso megalomaníaco
  • Planeta do bebedor que fugia de si mesmo
  • Planeta do negociante preocupado com seus lucros
  • Planeta do homem que acendia os lampiões
  • Planeta do geógrafo
  • Na Terra conheceu em primeiro lugar a serpente, cuja picada tinha o condão de levar a alma aos céus.

Depois conheceu um jardim cheio de rosas

e finalmente uma raposa arisca, a quem domesticou e do qual se tornou amigo.

  • Neste ponto da narrativa acaba a água do aviador e ele fica transtornado. O menino disse que há um poço. O aviador receia perder-se no deserto e o menino vai à frente, guiando-o com segurança até as águas.

Bebem muita água, a ponto de ela ficar chocalhando na barriga. Voltam ao avião e, finalmente, o aviador consegue por o avião em funcionamento.

  • O menino se afasta e ao procurá-lo, o aviador o encontra dependurado em um muro, onde havia uma serpente, que tinha lhe picado.

Chora de tristeza e o leva ao avião. Conversam um pouco, o menino se despede, dizendo que ele não fique triste, porque continuará ouvindo seu riso, não apenas de seu asteroide, mas de todas as estrelas do céu.  Vão dormir. O menino desaparece. O aviador o procura em vão, pelo deserto. É noite. Das estrelas chegam o riso do pequeno príncipe.

O aviador decola e vai ao encontro do céu.

Os simbolismos:

  1. O aviador representa uma pessoa pura e elevada, que busca algo essencial como razão da vida. A serpente é símbolo de sabedoria. A figura do elefante dentro da cobra é a imensidão que existe escondida na sabedoria do mundo e do ser. Mas ninguém enxerga. Todos veem apenas a aparência, a superfície. Assim a sociedade abafa os anseios puros de uma criança elevada.
  2. Essa pessoa cresce insatisfeita com a superficialidade do mundo e vai buscar coisas elevadas (voar). Em uma de suas investigações mais sérias, não encontrando solução externa, entra em crise. Permanece em solidão (deserto) buscando uma solução interna (procura consertar a pane). Mas a solução não está na Mente.
  3. Ele clama e tem a revelação interna que lhe corrige e os conceitos condicionadores de que a criatura deva ser uma pessoa triste ou pensar em idade (porque o espírito é eterno) ou ter ideias de grandeza. Leva-o a compreender as coisas essenciais, além das aparências, que ele mesmo via em criança (a ovelha dentro da caixa).
  4. Mas a tendência de continuar buscando solução humana continua sem dar a devida importância aos lampejos internos (pequeno príncipe), e, por não dar interesse maior a eles, perde contato com o íntimo que deseja preservar as faculdades nascentes (a rosa desabrochada). Depois cai em si e retorna à busca do Ser interno e o reencontra quando está em quietude nos seus esforços de elevação (consertando o avião). Dedica mais interesse, então, aos reclamos divinos,
  5. Conversar à noite com o menino significa a comunhão interna, para conhecimento de si. O asteroide em que o “pequeno príncipe” mora é nosso corpo. Os três vulcões representam três veículos que temos (o Corpo Denso – já eterificado no Corpo Vital, o Corpo de Desejos e a Mente). Um deles já estava purificado (Denso eterificado) e permitiu o voo. Os baobás são os vícios que podem crescer pelo hábito e escravizar-nos, devendo ser cortados pela raiz. A rosa é o florescimento das faculdades divinas latentes. No início de nossa evolução espiritual é que tomamos consciência de nossa ignorância. “Não saber que nada sabemos” é ignorância: “saber que nada sabemos” é o começo da sabedoria. É o ponto inicial da Busca.
  6. Levados pela intuição e pelos pequeninos “Eus” nobres que formamos em nós (os pássaros), vamos tomar consciência de nosso íntimo (sete indica uma série). Aí chegamos à triste constatação do quanto ainda somos sedentos de poder (rei); escravos da vaidade (vaidoso); escapista (bebedor que fugia de sua própria realidade); apegados à segurança e sedução dos bens (negociante); dominados pelos fatores terrenos de tempo e espaço, que nos aumenta cada vez mais o ritmo febricitante das atividades e desenvolve a impaciência (homem do lampião); o quanto estamos condicionados pelos conceitos humanos da realidade do ser (geógrafo) e, finalmente resolvemos conhecer nossa parte humana (Terra) que deve ser transmutada.
  7. Só, então, nos advém a sabedoria (serpente) e a prudência (raposa) que nos ensinam a lidar com a natureza humana e transformá-la. Neste ponto veremos em cada semelhante o mesmo ser espiritual e a humanidade como um imenso jardim de rosas. Oportuno lembrar a carta de despedida da raposa: “O essencial é invisível para os olhos. Não se vê bem, a não ser com o coração”.
  8. Assim preparado, o Ser pode ser guiado pelo íntimo (pequeno príncipe) a fonte de água viva do Cristo interno. Acaba-se a água do conhecimento humano e passamos a nos dessedentar daquela água que Cristo prometeu à Samaritana. Aí restauramos os recursos para voar, agora em melhores condições (o avião consertado).
  9. Elevando-nos internamente (menino que se dependura no muro) chegamos ao despertar espiritual para esferas mais altas. É o picar da serpente, ou seja, o fogo espinhal que se eleva e toca os centros superiores da cabeça. Aí nos elevamos a outros planos e passamos a ver a divina essência em tudo (decolar com o avião e escutar o riso do “pequeno príncipe” em cada estrela).

 (Publicado na Revista Serviço Rosacruz de out/1975)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

A Princesa que aprendeu a sorrir

A PRINCESA QUE APRENDEU A SORRIR

Era uma vez uma princesinha que morava com seu pai, o rei, num belo reino perto do mar. Certamente, a princesinha seria muito bonita se não estivesse sempre aborrecida e mal humorada. Havia quase sempre um olhar carrancudo em sua face e ela queixava-se e criticava tudo.

De manhã, quando sua boa ama trazia-lhe a primeira refeição numa bandeja dourada, ela ficava com raiva, mesmo que houvesse coisas deliciosas para ela comer.

– Leve a comida embora! Ela gritava – batendo o pé e empurrando a bandeja – eu não quero aveia. Por que você não me trouxe trigo fervido? E olhe para essa torrada. Não está bem tostada. Eu não gosto do pratinho no qual colocaram o meu ovo. Leve tudo embora e traga o que eu quero.

Durante todo o dia ela dizia coisas desagradáveis para todas as pessoas a sua volta e reclamava de tudo. Mesmo quando o rei lhe dava um presente, em vez de agradecer, ela resmungava e perguntava por que ele não trouxera alguma coisa mais.

No mesmo reino, viviam alguns anõezinhos que gostavam muito do rei. Eles viam o quanto o rei ficava triste pelo mau comportamento da princesa, pois ele amava sua filhinha e queria vê-la feliz. Por isso, os anões decidiram que toda vez que a princesa estivesse mal humorada e hostil, ou tivesse maus pensamentos, eles plantariam uma semente no declive da montanha, não muito longe do acampamento deles.

As sementes cresceram rapidamente e tornaram-se árvores altas e logo a montanha foi coberta por uma vasta floresta.

Um dia a princesa estava muito brava por algo que lhe acontecera e decidiu dar um passeio sozinha. Andou, andou e se perdeu na densa floresta no declive da montanha. Veio à noite e a princesinha começou a chorar porque não conseguia encontrar o caminho para sair da floresta. Como ela queria agora a sua casa e todas as coisas que sempre desprezou antes! Ela estava com fome, mas nada encontrou para comer na floresta, a não ser algumas frutas amargas em um dos arbustos. Finalmente, sentindo-se muito cansada, ela ajeitou-se no chão duro e dormiu.

Logo cedo, na manhã seguinte, ela foi acordada por alguém que chamava o seu nome. Sentando-se rapidamente, ela olhou à sua volta e viu os anões.

– Princesa, disse o líder dos anões, viemos para dizer-lhe como você pode sair da floresta.

A princesa bateu palmas:

– Oh, diga, ela gritou. Por favor, diga-me como vou encontrar o caminho de minha casa, pois eu não gosto desta floresta e quero voltar para casa o mais rápido possível.

– Essa rapidez dependerá da maneira como você seguir nossas instruções, disse o anão, pois só há um caminho para sair daqui.

-Oh, farei qualquer coisa, respondeu a princesa.

– Bem, então disse o anão, deixe-nos primeiro dizer onde você se encontra. Cada árvore nesta floresta é uma palavra má ou um gesto pouco gentil que você praticou. Essas densas videiras emaranhadas são as reclamações que você fez. Agora, a primeira coisa que você deve fazer é parar de reclamar e elogiar tudo. Você deve aprender a sorrir, procurar o bem em todas as coisas e sentir-se feliz. Tente tornar as outras pessoas felizes e faça algo por elas. À medida que você fizer estas coisas, as árvores desaparecerão, uma por uma, e então você poderá voltar para o reino, onde fica a sua casa.

Foi muito difícil para a princesa fazer o que os anões lhe recomendaram, mas ela detestava tanto a floresta que resolveu tentar. Parou de reclamar sobre a floresta e principiou a elogiá-la. Começou a elogiar o arbusto que continha as frutas amargas e ela se surpreendeu ao ver que, com suas palavras de carinho, as frutas que antes eram tão amargas transformaram-se em frutas saborosas, diante de seus próprios olhos.

Atônita e feliz com o resultado de sua primeira experiência, ela começou a sorrir.

Lembrou-se das instruções de fazer algo gentil para as outras pessoas e decidiu que já que os anões tinham sido bondosos ensinando-lhe o caminho de volta, ela faria alguma coisa para eles.

Depois de muito pensar, decidiu construir para eles algumas lindas casinhas onde pudessem morar. Juntando pedras e varetas e usando argila para a argamassa, ela construiu as mais atrativas casas de pedra que se possa imaginar e cuidadosamente forrou o interior delas com folhas macias. Do lado de fora, ela criou jardins nas rochas e neles plantou toda a sorte de flores do campo.

A princesa estava tão feliz em seu trabalho de construção, que não notou que muitos dias se tinham passado desde que ela chegou à floresta.

Finalmente, as casas ficaram prontas e eram tão lindas que ela mal conseguia esperar o momento em que os anões chegassem para ver seus novos lares.

Na manhã seguinte, ela acordou com o Sol brilhando intensamente em seus olhos e sentando-se rapidamente olhou à sua volta. Para sua surpresa, a densa floresta tinha desaparecido e os anõezinhos estavam sorrindo diante dela, parecendo muito felizes.

– Olá, Princesa, eles disseram todos, saudando-a. Você dissolveu a floresta. Olhe, poderá ver o palácio na outra colina. Vá, porque o rei está esperando por você.

A princesa levantou-se alegremente e, após agradecer aos anõezinhos por a terem ensinado o quanto é mais agradável sorrir do que resmungar, correu rapidamente para casa e estava determinada a nunca mais ser mal humorada e indelicada.

 

(do Livro Histórias da Era Aquariana para Crianças – Vol. I – Compilado por um Estudante – Fraternidade Rosacruz).

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Carta de Max Heindel: Cristo e sua Segunda Vinda

Junho de 1913

Um dos pontos principais desta lição mensal – que diz respeito a interpretações equivocadamente difundidas – é a que se refere à vinda de Cristo e ao veículo que Ele usará. A Bíblia transmite-nos isto de forma perfeitamente clara e os Ensinamentos da Sabedoria Ocidental dos Rosacruzes estão completamente de acordo com ela, daí a nossa opinião diferir, radicalmente, da concepção comum sobre a matéria, tanto a da maioria dos cristãos como a dos que, involuntariamente ou por outras razões, exaltam falsos Cristos parra enganar os incautos. É de vital importância que os alunos da Escola Ocidental compreendam muito bem este assunto, por isso, reiteramos resumidamente os pontos principais dos Ensinamentos Rosacruzes contidos no livro “Conceito Rosacruz do Cosmos” e em alguns outros livros.

Cristo é o mais alto Iniciado do Período Solar; a Terra era, então, formada de matéria de desejos e Seu corpo mais denso foi formado desta matéria.

Ninguém pode formar um veículo material que não tenha aprendido a moldar; por isso, o Espírito Cristo trabalhou com a nossa humanidade de fora da Terra – da mesma forma que os Espíritos-Grupos guiam os animais – até que Jesus abandonou os seus Corpos Denso e Vital, no Batismo. Então, o Espírito Cristo desceu e entrou nesses veículos, levando fisicamente o Seu ministério aos seres humanos, até que o Corpo Denso foi destruído no Gólgota quando Ele se tornou o Espírito Interno da Terra. O Corpo Vital de Jesus foi preservado para aguardar a segunda vinda de Cristo.

Cristo advertiu-nos contra os imitadores, mas surge a questão: Como poderemos conhecer o falso do verdadeiro? São Paulo dá-nos a este respeito uma informação definida, e se nós a considerarmos, estaremos a salvo de qualquer decepção.

São Paulo diz (Primeira Epístola aos Coríntios, cap. 15, versículo 50), que “a carne e o sangue não podem herdar o reino do Céus”. Insiste que este corpo será mudado à imagem do próprio veículo de Cristo (Epístola aos Filipenses, cap. 3, versículo 21), e na Primeira Epístola de São João, cap. 3, versículo 2 encontramos o mesmo testemunho.

Está perfeitamente claro que qualquer um que venha em Corpo Físico proclamando que é Cristo, é demente, um ente digno de compaixão, ou um impostor, merecedor de nosso escárnio e reprovação. Também não nos deixou na ignorância acerca da natureza do veículo no qual encontraremos Cristo e de que seremos como Ele. Na Primeira Epístola aos Tessalonicenses, cap. 4, versículo 17; é-nos dito que encontraremos o Senhor no ar. Portanto, nós forçosamente teremos que possuir um veículo de uma textura mais delicada do que a do nosso Corpo Denso atual. A transformação necessitará ainda de séculos para que a maioria dos seres humanos a possa alcançar.

Na Primeira Epístola São Paulo aos Tessalonicenses, Capítulo 5, Versículo 23, São Paulo diz que o ser completo do ser humano consiste de Espírito, Alma e Corpo. Quando finalmente largarmos o nosso Corpo Denso, como Cristo o fez, nós funcionaremos num Corpo chamado Soma Psuchicon (Corpo-Alma) (descrito na Primeira Epístola aos Coríntios, Capítulo 15, Versículo 44). Em nossa literatura, este é o Corpo Vital, um veículo feito de Éter, capaz de levitação e da mesma natureza do Corpo usado por Cristo depois da Crucificação. Este veículo não está sujeito à morte como o nosso Corpo Denso, é finalmente transmutado em Espírito como aprendemos em nossa literatura e é confirmado na Primeira Epístola São Paulo aos Coríntios, Capítulo 15.

Por conseguinte, os Ensinamentos da Sabedoria Ocidental estão em perfeita harmonia com a Bíblia quando afirmam, enfaticamente, que Cristo nunca voltará na carne (pois isto seria um retrocesso para Ele). Da mesma maneira que as larvas rompem o seu casulo e se transformam numa borboleta que voa de flor em flor – processo deslumbrante de animada beleza – assim também nós algum dia, deixaremos este instrumento mortal que nos prende a Terra e ascenderemos ao céu como almas viventes, radiantes de glória, ansiosas por encontrar o nosso Salvador na terra das almas, o Novo Céu e a Nova Terra. Este é um dos pontos principais da doutrina da Escola Rosacruz. Confiamos que nossos estudantes se esforçarão por assimilar totalmente este assunto, e assim seremos capazes de “dar uma razão” à sua fé.

(Carta nº 31 do Livro Cartas aos Estudantes – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

O Presente de Celestia

PRESENTE DE CELESTIA

Era uma vez, há muito, muito tempo atrás, um Rei muito bom e uma encantadora Rainha que reinavam sobre diversas províncias, as quais visitavam anualmente. Foi anunciado pelo mensageiro do Rei, que O Rei e a Rainha visitariam certa província num certo dia e que aquele que desse à Rainha o melhor presente, seria recompensado por ela de uma maneira apropriada.

Foram feitos planos para receber os ilustres hospedes e grandes preparativos foram iniciados pelas pessoas, cada uma tentando superar a outra no preparo do presente para a Rainha. A vinda do casal real era o assunto da província. As pessoas estavam muito agitadas quando finalmente o dia chegou.

Nessa província morava Celestia com sua avó. A mãe de Celestia passou para o mundo invisível quando Celestia nasceu deixando o minúsculo bebê aos cuidados da vovó. Vovó deu-lhe o nome de Celestia,” porque, disse ela, a pequenina era como uma estrela do céu que veio para iluminar sua velhice. Elas eram muito pobres e quando ouviram as maravilhosas notícias sobre a vinda do Rei e da Rainha, a vovó meneou sua cabeça grisalha e perguntou a si mesma, como elas poderiam presenteá-los.

Celestia, nos seus nove aninhos, nunca tinha visto o Rei e a Rainha; mas ela desejava, com uma intensidade de criança, ver essas pessoas tão distintas e dar-lhes um presente valioso. No dia anterior ao grande evento, ela veio correndo para sua avó:

– Eu o tenho, ela disse excitada, minha pombinha! Minha linda pombinha branca! Vovó, eu quero dar minha pombinha à Rainha!

Mas a vovó balançou sua cabeça.

– Não, minha estrela brilhante, tua pombinha não ficará com a Rainha. Ela voltará para ti. Deves pensar em outra coisa.

Celestia ficou desapontada e triste. Ela sentou-se num banquinho perto da janela, pôs sua cabeça na beirada da janela e começou a pensar. Ela adormeceu, seus cachos amarelos brilhavam como ouro a luz do Sol. Vovó acomodou-se em sua cadeira e também dormiu. Era de tardezinha e vovó sempre tirava uma sonequinha nessa hora. Ela foi acordada por Celestia que puxava seu avental e tocava gentilmente em sua face.

_ Vovó, disse Celestia, suavemente, eu tive um sonho maravilhoso! Eu vi um lindo anjo todo de branco, resplandecente. Sua face parecia um retrato da mamãe. Ela veio e parou em minha frente. Eu me senti tão feliz! Então, ela me disse:

a Rainha o teu amor, minha filha.

– Eu pisquei os meus olhos, ela foi embora e eu acordei. Não foi um lindo sonho, vovó?

A vovó acariciou os brilhantes cachos de Celestia e respondeu pensativamente:

Sim, filha, dê à Rainha o teu amor, pois o presente sem a doador é vazio; mas guardarás um pouquinho para a vovozinha, não é?

– Vovó, eu a amo mais que tudo; mas eu preciso escrever a Rainha e contar-lhe como a amo, pois isso é tudo que tenho para dar-lhe. Ela é linda, não é vovó?

Celestia pulou para sua caixa de tesouros onde guardava alguns pedacinhos de papel que eram muito raros e que tinha conservado como um tesouro, por muito tempo. Com uma pena de ganso ela escreveu em rima seu amor e adoração pela linda Rainha. Preencheu algumas pequenas páginas, remexeu novamente sua caixa de tesouros e encontrou um pedaço de fita azul que vovó lhe havia dado e lhe contara que essa fita tinha enfeitado seu primeiro vestido de bebê. Com a fita azul ela amarrou as folhas juntas.

– Amanhã iremos ver a Rainha, ela disse à vovó, mostrando-lhe as páginas escritas.

O nascer do Sol encontrou-as acordadas e prontas para sair. Celestia estava com uma roupa vermelha com remendos pretos (pois vovó não tinha outro material com que remendar seu vestido) e pesados tamancos, mas com uma face rosada e resplandecente e com seus lindos cabelos bem escovados. Vovó colocou o xale sobre seus ombros curvados, pegou sua bengala e saíram. Não muito longe da sua casa, elas foram alcançadas por um velho amigo que ajudou vovó a sentar-se ao lado dele na carroça e colocou Celestia nas costas de um grande boi avermelhado que puxava a carroça. De repente, Celestia assustou-se com um bater de asas, era a sua pombinha de estimação que pousou em seu ombro e permaneceu com ela na viagem.

Perto da província havia um vilarejo onde o povo construira um grande celeiro. Esse celeiro também servia como uma casa comunitária onde os fazendeiros, algumas vezes, se reuniam para um festival. As pessoas escolheram o celeiro como o lugar mais apropriado para receber o Rei e a Rainha e o dia encontrou-as vindo de todas as partes da província trazendo seus presentes.

O Sol estava alto nos céus quando, subitamente, houve um tocar de trombetas e dois cavaleiros apareceram seguidos por uma carruagem dourada puxada por seis cavalos brancos. A cabeça dos cavalos estava ornamentada com plumas pretas e borlas douradas.

O Rei e a Rainha saíram da carruagem dourada, seguidos por dois pequenos pajens que seguravam a cauda do vestida da Rainha. A comitiva real caminhou até o celeiro e sentaram-se numa plataforma parecida com um trono, onde as pessoas traziam seus presentes e as colocavam para inspeção.

“Certamente,” pensou o homem mais rico da província, “eu irei obter a prêmio, pois quem poderá dar melhor presente do que eu?” E ele caminhou reto e orgulhoso, para colocar um belo tapete oriental aos pés da Rainha. O valor desse tapete era imenso e as cores esplendidas. A Rainha recebeu o presente com um sorriso e uma benção.

“Certamente, eu obterei a recompensa” pensou uma feliz esposa de um fazendeiro, “pois quem pode cozer no forno melhores pães do que esses?” Realmente, eles tinham uma deliciosa cor marrom dourada, redonda e perfeita na forma. A Rainha recebeu o presente com um sorriso e uma benção.

“Certamente, eu receberei o prêmio,” pensou um próspero fazendeiro, “pois não há melhor trigo no país do que este”; e carregou uma braçada de longas espigas amarelas e as colocou próximas aos pães. A Rainha recebeu o presente com um sorriso e uma benção.

Assim, cada um por sua vez, deram a ela os seus melhores presentes. Alguns trouxeram finos trabalhos de agulha. Um homem trouxe um monte de grãos dourados, maiores do que a cabeça de um homem. Outro trouxe um gordo leitãozinho. Um fazendeiro levou seu galo premiado. Uma mulher trouxe flores escolhidas que havia plantado. Um artista, pintor, trouxe sua obra-prima. Todas as artes e habilidades estavam ali representadas. Cada doador tinha certeza que seu presente era o melhor. A cada um, a Rainha deu um sorriso e uma benção.

Celestia, cheia de admiração, temerosa e tremendo, olhava as pessoas seguirem com suas oferendas. Em sua mão, ela segurava sua pombinha e o livreto de versos. Ela observava com olhos ansiosos os magníficos presentes e os trajes dos doadores. Todos vestiram-se no melhor estilo, com suas vestimentas de festa. E ela sabia que estava a mais pobremente trajada de todos. E seu presente? Ah, que presente pequenino comparado com os demais, ela pensou.

O último presente foi ofertado à Rainha. Celestia ficou bem atrás da porta da entrada, indecisa. Ela era tímida, mal vestida e seu presente tão pequeno! Mas, queria tanto dizer à Rainha como a amava! Ela fechou os seus olhos e tentou ganhar coragem. Por instantes ela viu o anjo e lembrou-se de seu sonho. A pombinha fez um movimento em suas mãos. Celestia olhou para seus olhinhos cor-de-rosa e sussurrou em seu ouvido. Ela colocou o livreto em seu bico e abriu sua mão. A pombinha voou diretamente para a Rainha e pousou tão docemente em sua mão que ela nem se assustou. A Rainha pegou o livreto, leu os versos e olhou a sua volta para ver para onde a pombinha tinha voado, em direção à sua dona.

– Você pode vir até aqui, garotinha? Ela perguntou.

Sua voz soou como um sino de prata e seu sorriso era tão convidativo que Celestia perdeu todo o medo e dirigiu-se a Rainha. Ela acariciou seus cachos dourados e disse:

– Que seja anunciado pelo mensageiro do Rei que o maior presente, que é o amor, foi realmente dado e a Rainha dará sua recompensa ao doador. Que venham as pessoas e testemunhem a recompensa.

Quando as pessoas se juntaram dentro do celeiro, a Rainha levantou-se e, colocando sua mão sobre a cabeça de Celestia, declarou em uma voz muito clara:

– Quero levar esta menina ao palácio do Rei onde se tornará uma Princesa.

Celestia ouviu essas palavras como se estivesse num sonho, mas lembrou-se da vovó e apressou-se a explicar a Rainha:

– Não posso ir, adorada Rainha, pois vovó ficaria muito só sem mim. Ela necessita de mim.

– Ah, minha filha, você tem um coração adorável. Não tema, vovó irá também, anunciou a Rainha.

Depois que o povo deu a festa, Celestia partiu na carruagem dourada atrás dos emproados cavalos brancos e a Rainha sentou-se tendo de um lado a menina e do outro lado a vovó. Quando chegaram ao Palácio do Rei, Celestia foi levada para um magnifico quarto onde a vestiram com um traje brilhante de cetim e chinelos dourados foram colocados em seus pés – como uma Cinderela! E como Cinderela ela cresceu e casou-se com um Príncipe muito atraente.

(do Livro Histórias da Era Aquariana para Crianças – Vol. I – Compilado por um Estudante – Fraternidade Rosacruz).

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Touro – Estabilidade

TOURO: ESTABILIDADE

Quando o caminhão da mudança foi embora, Bill e Sue deram uma olhada nos seus quartos. Os tapetes e a mobília pesada estavam nos seus lugares, mas ainda tinha muita coisa espalhada e em desordem. Sue entrou desconsolada no quarto de Bill e sentou na cama.

– Bem, parece que afinal estamos aqui, disse com resignação.

– Ânimo, maninha, disse Bill, que era três anos mais velho e sempre um amigão para sua “irmãzinha”. Você vai se ambientar, fazer novas amizades, e em um mês vai parecer que você sempre morou aqui.

– Talvez seja para você, mas não para mim. eu tinha a minha turma, a praia aos sábados, o time de basquete, a sociedade de canto – e aqui eu não conheço ninguém.

– Você vai conhecer gente, e aqui também eles devem ter time de basquete, coral; não tem praia, mas tem montanhas – você pode aprender a esquiar. Pense nisso! Depois, lembre-se que papai tem que começar em um emprego completamente novo. Nós também vamos começar em uma nova escola.

– Eu sei, eu sei, suspirou Sue, e mamãe teve que deixar o vovô e a irmã e o seu clube – mas ainda assim eu acho que é mais fácil para qualquer um de vocês do que para mim.

Sue saiu e começou a pôr as coisas nos lugares, sem o menor entusiasmo.

Tanto quanto ela podia se lembrar, as situações novas sempre a perturbaram. Quando estava no jardim da infância chorou todos os dias, durante uma semana, antes de se acostumar com a ideia da escola. Mais tarde, mesmo sendo uma boa estudante, ficava desesperada na época de provas. Ficava nervosa antes de ir a alguma festinha, embora se divertisse bastante depois. Mas agora, mudando para mais de 1.600 km de distância da sua cidade, onde não conhecia ninguém e tinha que começar tudo de novo, sentia-se mais aflita do que nunca.

Como é que Bill podia estar tão calmo? Ela pensava.

Amanhã ele iria para a escola sorrindo e voltaria com um montão de amigos e contando coisas interessantes.

E ela? Por que é que ela não poderia, pelo menos uma vez, fazer o mesmo? Ainda ontem a mamãe estava dizendo que ela precisava começar a ser mais segura. Coisas inesperadas iriam aparecer durante toda a sua vida – não devia deixar que elas a perturbassem tanto. Sue sabia que a mãe tinha razão – ela iria ficar um trapo se continuasse assim pela vida afora!

Na manhã seguinte seu coração estava batendo acelerado e nem queria ouvir falar em tomar o café da manhã. Contudo, apareceu com um alegre “bom dia”, esforçou-se para manter-se calma e comer normalmente. Mais tarde, apresentou-se na secretaria da escola, fez a matrícula e foi encaminhada para uma classe. Seu pior momento foi ao entrar na sala de aulas, apresentar-se a professora e sentir todos os olhares sobre ela. Em vez de encolher-se, ficou ereta, continuou sorrindo, respondeu com segurança as perguntas gentis da professora, e depois, embora seu coração parecesse querer sair pela boca, ela sorriu e acenou para os colegas mais próximos enquanto sentou-se no seu lugar.

Daí por diante, tomou-se tudo mais fácil. Duas colegas imediatamente se tornaram suas amigas, e no recreio lhe falaram muito sobre a escola e as atividades do bairro. Soube que uma delas morava pertinho dela, na mesma rua, e que um rapaz da sua classe tinha sido colega de seus primos em Pittsburgh. Quando seus colegas souberam que ela nunca tinha esquiado e muito poucas vezes vista neve, convidaram-na para entrar para o clube de esqui, que ia fazer uma excursão nas montanhas na próxima semana. Voltou para casa trocando confidências com sua nova amiga e prometeu esperá-Ia na manha seguinte.

Bill, como era de se esperar, durante o jantar, falou pelos cotovelos; seu dia tinha sido um sucesso brilhante. O papai também tinha se dado bem com seus novos associados, e a mamãe, desempacotando livros tinha ficado muito contente quando as vizinhas vieram com um ensopado e uma sobremesa para o jantar.

– Bem, Susie, perguntou o pai, como foi o seu dia?

– Ótimo! exclamou entusiasmada.

A mãe e o pai ficaram surpresos e Bill sorriu.

– O pessoal quer me levar para esquiar na semana que vem – o treinador vai me ensinar. Mas eu preciso de esquis, papai.

Sue olhou para o pai, interrogativamente.

– Acho que isso se pode arranjar, sorriu o pai.

Então, você teve mesmo um bom dia. Hein?

– Oh, sim, disse Sue. Não sei por que eu estava tão preocupada antes. Os garotos são legais – vou adorar tudo aqui. Depois ficou pensativa. Sabe, mamãe, você tinha razão sobre eu me sentir segura. Só porque uma coisa é diferente não significa que seja ruim. Acho que o mais importante e ficar calma por dentro e agir com calma, aconteça o que acontecer, e se você pensar que tudo vai dar certo, vai mesmo.

– É isso mesmo, meu bem, disse a mãe. E agora acho que sou eu que devo ter calma,  porque parece que vamos ter que investir em uma roupa de esquiar para acompanhar os esquis!

 

(do Livro Histórias da Era Aquariana para Adolescentes – Vol. VI – Compilado por um Estudante – Fraternidade Rosacruz).

Idiomas