PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Filosofia Rosacruz pelo Método Socrático: O Primeiro Céu

O Primeiro Céu

Pergunta: Para onde o Espírito vai após permanecer temporariamente no Purgatório?

Resposta: Quando a existência purgatorial chega ao fim, o Espírito purificado adentra ao Primeiro Céu, localizado nas três Regiões Superiores do Mundo do Desejo.

Pergunta: Que transformação ocorre?

Resposta: Ali, os efeitos de seus sofrimentos são incorporados ao Átomo-semente do Corpo de Desejos, abrindo seu coração ao sentimento de ternura.
Isto constitui um impulso à prática do bem e a erradicação do mal no futuro.

Pergunta: Ele revê novamente o panorama de sua vida pretérita?

Resposta: Sim. O panorama desenrola-se em ordem inversa, porém, agora são os bons atos praticados que servem de base ao sentimento.

Pergunta: Qual é o seu efeito sobre nós?

Resposta: Quando passam cenas em que ajudamos a outras pessoas, sentimos um certo alívio como se nós fôssemos ajudados. E como acréscimo, envolvemo-nos com o sentimento de gratidão do recebedor de nossa ajuda.

Pergunta: A amorosidade dos outros beneficia-nos também?

Resposta: Sim. Ao contemplarmos cenas em que fomos auxiliados, sentimos a gratidão dirigida ao nosso benfeitor.

Pergunta: Que lição podemos extrair desses fatos?

Resposta: Aprendemos a valorizar o altruísmo, a compaixão, a simpatia, e principalmente os favores que outros nos prestaram, porque a gratidão é fator de crescimento anímico. Nossa felicidade nas regiões elevadas dos planos internos depende do bem proporcionado às outras pessoas e da sincera apreciação do que elas fizeram por nós.

Pergunta: Nossa possibilidade de dar encontra-se limitada as nossas posses?

Resposta: Não. O poder de dar não é privilégio do ser humano abastado. Dar dinheiro indiscriminadamente pode converter-se em um mal. É justo dar dinheiro para uma finalidade reconhecidamente digna.

Pergunta: O Primeiro Céu é um lugar de felicidade?

Resposta: Sim. É um lugar isento de qualquer resquício de maldade ou amargura. O Espírito encontra-se além da influência material implícita às condições terrestres e assimila todo o bem contido na vida passada.

Pergunta: O Espírito aufere algum proveito adicional?

Resposta: Ali, todas as nobres aspirações são realizadas na maior amplitude. É um lugar de paz. Por mais sofrida que tenha sido sua vida terrestre, tanto mais o Espírito encontrará paz. Enfermidades, tristezas, angústias inexistem nesta região. É o lugar dos espiritualistas. Ali, a imaginação dos devotos cristãos constrói a Nova Jerusalém.

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Um caso de uma mulher que escapou de ser enterrada viva

Um caso de uma mulher que escapou de ser enterrada viva

Contarei, agora, a vocês uma história de como uma mulher obsedada escapou por pouco de ser enterrada viva.

Três Auxiliares Invisíveis foram enviados a uma casa na parte Norte de um dos países escandinavos, onde um funeral acontecia.

Os Auxiliares Invisíveis encontraram a casa repleta de familiares e amigos de uma senhora aparentemente morta, porém não estava.

 

Os Auxiliares Invisíveis olharam para aquela senhora no caixão. E viram que não estava morta, mas estava obsedada por uma entidade que não podia usar o Corpo Denso.

 

Um Auxiliar Invisível então disse: “Ela não está morta”.

 

O outro Auxiliar Invisível pediu que a entidade saísse do corpo da mulher para que fosse poupada do sofrimento de ser enterrada viva.

 

Ele disse à entidade que saísse, e ela o fez. Ela logo se materializou e tornou-se enorme. Todas as pessoas presentes viram seu olhar horrendo e se assustaram.

 

A mulher tomou posse de seu corpo e revirou seus olhos grandes. Um dos Auxiliares Invisíveis disse a jovem enferma que antes que viesse a falecer deveria avisar que não era para embalsamar seu corpo. Então, esclareceu o que aconteceria depois da morte e explanou tudo sobre estas condições.

A entidade ficou irritada e tentou entrar novamente no corpo da mulher.

O Auxiliar Invisível o deteve, já que a mulher estava muito frágil para oferecer qualquer resistência necessária. Em seguida, a entidade partiu para cima da Auxiliar Invisível, que tinha explicado à mulher os preparativos necessários quando ocorresse a sua morte, no futuro.

A entidade tentou tirar a Auxiliar Invisível da casa e as coisas ficaram muito agitadas. As duas Auxiliares Invisíveis correram para trás do Auxiliar Invisível.

Eles, então, atravessaram a entidade, e ela subiu em uma nuvem preta que tinha cheiro parecido de enxofre.

Os Auxiliares Invisíveis retiraram a mulher do caixão, a colocaram na cama e pediram para as pessoas para dar-lhe de comer.

A filha da mulher obsedada contou como havia percebido que algo estava errado com sua mãe e que ela acreditava que a sua mãe não estava morta.

E por isso, não deixou que a família colocasse o corpo de sua mãe em uma geladeira. Desta maneira conseguiu salvar a vida de sua mãe. O ministro chegou com alguns livros de músicas para o serviço de funeral. Tamanha foi a sua surpresa ao encontrar a mulher com vida.

Os Auxiliares Invisíveis também resolveram a rixa familiar naquela casa. Dois dos primos presentes queriam brigar por algo que havia acontecido antes, e o restante da família ficou dividida entre os dois brigões. Todos os homens tinham armas de fogo ou facas. Os Auxiliares Invisíveis acalmaram os brigões e colocou ordem na situação, demonstrando o bom trabalho. Isso mostrou o poder da oração. Parecia que seu destino estava selado, porque ela estava obsedada por uma entidade que não podia usar seu corpo e fazê-la falar ou abrir seus olhos. Ela ficou fora de seu corpo e viu seus parentes: prepará-la para o enterro, colocando-a no caixão e, finalmente, seus familiares a velarem, da casa para o funeral. Ainda assim, não era tarde demais e a ajuda veio a tempo para salvá-la de ser enterrada viva.

O que nos faz lembrar que S. Tiago disse no cap. 5: 15: “E a oração da fé salvará o doente, e o Senhor o levantará; e, se houver cometido pecados, ser-lhe-ão perdoados”.

Lembremos disto, porque nós não sabemos o que passa diante de nós no dia a dia. No cap. 4: 14 de S. Tiago lemos o seguinte: “Digo-vos que não sabeis o que acontecerá amanhã. Porque, que é a vossa vida? É um vapor que aparece por um pouco, e depois se desvanece”. Isto se refere à morte que poderá vir inesperadamente, quando estamos despreparados.

Veja em um artigo anterior (clique aqui: Caso em que Doença do Sono é uma Obsessão) a história de uma menina que estava com a doença do sono. Algumas destas vítimas são pequenos bebês, alguns já crianças e outros são adultos. Algumas vezes lemos sobre casos em que o paciente se recuperou e teve vida normal. Os Auxiliares Invisíveis conseguem ver muitos destes pobres Egos e ajuda-os sempre que lhe são autorizados a fazê-lo.

(IH – de Amber M. Tuttle)

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A Missão da Sede Mundial: corresponde a um moderno Tabernáculo com missão especial para o Ideal de Aquário e o Cristianismo Esotérico, a religião do futuro

A Missão da Sede Mundial: corresponde a um moderno Tabernáculo com missão especial para o Ideal de Aquário e o Cristianismo Esotérico, a religião do futuro

O ser humano, ao nascer, não está formado ainda. Sabemos, à luz da ciência e da Filosofia Rosacruz, que ele desenvolve o Corpo Denso até os sete anos. Então nasce o Corpo Vital e é desenvolvido até cerca dos catorze anos, em que a puberdade marca o nascimento do Corpo de Desejos. Desenvolvemos o Corpo de Desejos até perto dos 21 anos, quando nasce a Mente e o indivíduo é considerado (não sem razão, portanto) pelas leis civis, como cidadão, capaz de exercer seus deveres e direitos. Nesse desenvolvimento, há a chamada idade perigosa, que medeia entre os catorze anos e vinte anos. É quando o jovem, começando a formar seu próprio sangue, começa a mostrar sua verdadeira natureza, inteiramente pessoal, distinta dos pais e demais ascendentes (porque a hereditariedade afeta apenas a parte física).

A Mente ainda não se formou e sob os impulsos do Corpo de Desejos, o jovem, sentindo íntima necessidade de autoafirmação, começa a reagir contra as ordens dos pais. Julga-se homem/mulher, dono (a) de seu nariz, como se costuma dizer. É uma idade difícil. Se os pais não conquistaram a confiança e amor do filho ou da filha, pelo exemplo e coerência de atitudes, amorosas e justas, terão dificuldade nessa fase de sua educação. Assim, também, no desenvolvimento de qualquer coisa, inclusive da Fraternidade Rosacruz. Max Heindel, profundo e inteligente como era, previu-o. Disse ele que, em seu desenvolvimento, como qualquer outra organização, a Fraternidade Rosacruz teria problema quando seus membros estivessem passando a maturidade espiritual. É inevitável. O Estudante, sentindo seu avanço, a influência que vai exercendo em seu meio ambiente imediato, a facilidade que vai tendo na compreensão de tudo, graças às “chaves” que recebeu na Rosacruz começa a envaidecer-se. Ele mesmo não a percebe; é um sentimento perigoso, sutil, insinuante, com feições de legítimo, mas, no fundo, VAIDADE. Daí Max Heindel chamar ao grau mais adiantado de estudante, de Probacionista, ou seja, aquele em que se é provado. Não provas dramáticas contra dragões e perigos horripilantes, quixotescos. Não, provas sutis, segundo o ponto fraco de cada um. Max Heindel comparou a ascensão do Aspirante a uma torre de igreja, larga na base e que vai estreitando à medida que sobe, até que há um ponto suportando a cruz. No caminho da regeneração, também, tudo é definido no começo. Muitas coisas são permitidas, porque a medida da instrução é o que o aluno pode aprender e não o que a Escola pode ensinar. Mas, à medida que ele avança, as relatividades aumentam em tudo e o rigor de consciência desperta a tortura em cada desvio. Então, a diferença entre o bem e mal é sutil. Ele já não responde facilmente como antes. Há muitos fatores a considerar. É como o fio de uma lâmina de navalha.

Contudo, se o Estudante não for cuidadoso e prudente na observação de si mesmo poderá, facilmente, escorregar de um lado para outro, entre o fanatismo e a indiferença; pode interpretar como legítima sua vontade de mudar as coisas e, como o jovenzinho de nosso exemplo, passa a criticar os pais chamando-os de antiquados, de prepotentes, etc.

É uma fase; uma idade perigosa. Foi por isso que surgiram ramificações por aí, com nomes de Rosacruz, “independentes” como o mocinho carente de mentalidade e equilíbrio e, principalmente, carente de um elo superior, no caso a Ordem Rosacruz.

É certo que os Irmãos Maiores, como educadores sapientíssimos, sabem compreender tudo isto e ajudam seus filhos a vencer a prova; todavia dão muito mais possibilidades aos que exercitam sua Epigênese dentro do ideal traçado. Liberdade mal orientada é Epigênese desperdiçada, se bem que as consequências evidenciam o erro e reconduzem ao caminho.

Isto se dá em todas as organizações e Centros. Já vivemos estas experiências, mas temos a felicidade de compreender nossa adolescência e a sabedoria de nossos pais, simbolicamente, aqui, o Cristo, os Irmãos Maiores, Max Heindel que se expressam através da Sede Mundial em Mount Ecclesia (Oceanside) sempre leal às diretrizes de seus fundadores.

Este problema, esta prova de julgar-se cerceado em sua liberdade, de querer ser diferente, é natural da adolescência, mas não traz maiores consequências quando os pais souberam educar seus filhos. Em nosso caso, a orientação da escola Rosacruz sabemos que ela respeita acima de tudo o livre arbítrio de cada um e procura emancipar os aspirantes de toda limitação de sua personalidade e dependências externas para que seja um “perfeito cidadão do mundo e um pregador do bem”. Logo, se existe esta impressão, é interna, é pessoal, Epigênese a serviço da vaidade, do personalismo que se vê acuado, ameaçado e luta por seu reino, como Herodes ao tempo em que nasceu Jesus. Um é o reino do mundo e o outro o dos céus. Este deve conquistar aquele, mas a luta custará à vida de muitos ideais, de muitos esforços.

Suscitamos este tema por vários motivos: primeiro porque é sempre atual; segundo, porque já temos muitos Probacionistas que precisam ficar alertas contra as armadilhas de sua natureza inferior; terceiro, porque é preciso compreender-se que o movimento Rosacruz não é uma Escola de cegos, sem lastro para a Iniciação, senão que, reúne princípios superiores, inalteráveis ao nosso esforço Crístico. Ao mesmo tempo, por trás de toda atividade individual ou grupal, há uma ajuda esclarecida, há um observador consciente que nos respeita a liberdade, que nos estimula, que nos compreende como um pai maravilhoso, um pedagogo incomparável, que é o Irmão Maior; quarto, porque a Fraternidade não são sedes nem diretorias, se bem que elas sejam instrumentos de ação, que nem sempre estão de nosso agrado. Fraternidade é algo interno, vivente, que se forma com a aspiração, com o esforço, com o pensamento convergente, harmonioso, concordante de todos os seus membros, na consecução de um Ideal superior, qual seja, a elevação de mundo à altura de Cristo, nosso Mestre e Guia.

Isso não quer dizer que a Sede Mundial não tenha um efeito especial, como fulcro físico. Tem sim. Max Heindel, Iniciado pelos Irmãos Maiores, escolheu aquele lugar, não por acaso, mas porque sabia tratar-se de um dos sete centros de irradiação espiritual, no corpo da Terra, de modo a favorecer a difusão dessa nova tônica do movimento cristão pelo mundo inteiro, de forma que não seria possível com apenas os recursos de seus membros. Além do mais, conforme Max Heindel o testemunhou, a Sede Mundial corresponde a um arquétipo previamente formado nos planos mentais pelos Irmãos Maiores, com o propósito de alimentar o corpo de nosso ideal até o tempo previsto na Era Aquariana. Além do que podem ver nossos olhos físicos, além do que nossos limitados sentidos de neófitos, há uma força espiritual mantenedora da Fraternidade Rosacruz, que precisa de seu esforço e do meu, mas que não depende apenas de nós para sua sobrevivência.

Como disse muito bem o irmão Juan Jose Pena, do Centro Rosacruz de Rosário de Santa (Argentina), quando de sua visita a Sede Central do Brasil: “A Sede Mundial, fundada pelo Sr. Max Heindel, sob orientação dos Irmãos Maiores, corresponde a um moderno Tabernáculo com missão especial para o Ideal de Aquário e o Cristianismo Esotérico, a religião do futuro”.

Realmente assim é. Não importa o nome dos pedreiros, a construção continua, seguindo as linhas traçadas previamente por um arquétipo. Nenhum esforço errado poderá subsistir.

Encerramos com São Paulo, apóstolo: “Eu plantei, Apolo regou, mas o crescimento veio de Deus. Nem o que planta é alguma coisa, nem o que rega, mas Deus que dá o crescimento. Ora, o que planta e o que rega são um; e cada um receberá o seu galardão, segundo o seu próprio trabalho. Porque de Deus somos cooperadores; lavoura de Deus, edifício de Deus sois vós” (ICor 3; 6-9). “O fundamento é Cristo. Se alguém edifica sobre o fundamento em ouro, prata, pedras preciosas, madeira, feno, palha, manifesta se tornará a obra de cada um, pois o dia a demonstrará, porque está sendo revelada pelo fogo e qual seja a obra de cada um o próprio fogo o provará” – (ICor 3; 11-13).

Sejamos, pois, sempre como células ativas, tecidos vivos, órgãos normais no corpo da Fraternidade, sem jamais inquirir, como células, a que a outra faz; o propósito da Fraternidade Rosacruz é o desenvolvimento individual, para que o corpo cresça em eficiência, como Deus cresce com o pequenino acréscimo de nossa evolução individual. Deus é Amor. O amor une e edifica. Quem vive em amor vive em Deus e Deus nele.

(Publicado na Revista Serviço Rosacruz – 08/65 – Fraternidade Rosacruz – SP)

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Analogias: A Natureza é uma fonte inesgotável de inspiração

Analogias: A Natureza é uma fonte inesgotável de inspiração

Há muito roceiro filósofo. Fomos visitar o sítio de um amigo. Mostrou-me todo ele. Uma beleza! A seu lado éramos como uma criança curiosa e ignorante a perguntar-lhe sobre as coisas que via. Muitas observações colhemos no bornal de nossa alma. Hoje citaremos uma assás interessante, sobre a poda. Perguntei-lhe porque agora, no inverno, ele estava podando. Sua explicação foi uma aula de Astrologia e Filosofia Rosacruz, se bem seu curso tenha sido apenas a Natureza, ou melhor, apenas não, mas a sapientíssima Mestra Natureza, que nos ensina com atos e exemplos.

No inverno a força solar diminui e a seiva deixa de correr. É por isso que, ao fim do outono as folhas vão caindo e os troncos ficam desnudos e aparentemente mortos. Também nas minguantes a seiva deixa de subir. Cortam-se então os galhos e as árvores, porque a madeira não está carregada de seiva e, assim, não apodrece depois.

No inverno e na Lua Nova a atividade é interna, seja nas plantas como nos animais e nos seres humanos. É quando crescem ocultamente as batatas e tubérculos e, semelhantemente, dentro do ser humano, há incentivo para formarmos a “batata” de nossa alma. O verão e a Lua Crescente, ao contrário, predispõem ao crescimento externo das folhas e frutos, porque faz ascender à seiva e a força vital para exterioriza-las em bênçãos do verbo que se faz carne.

Mas, há ciência e medida na poda. Cortar demasiado a planta, dá muitos frutos, mas enfraquece-se e pode até morrer. Se não é podada, ela utiliza a força vital e a seiva no desenvolvimento de seu corpo. A videira, se não é podada, não pode dar uvas de bagos grandes e sumarentos, senão muitos cachinhos de pequenos bagos. Assim, também, nós em relação à força criadora, ou seja, o ser humano em relação ao seu Cristo interno. Está escrito: “Eu sou a videira e vós sois as varas”- Joa 15 ; 5. Isto quer dizer que, seja do ponto de vista físico, seja do espiritual, a regra é sempre a mesma: o ser humano é um mediador, um instrumento consciente do espírito interno e na medida em que aprende a obedecer-lhe, mais legitimamente vai utilizando os talentos de suas forças internas, através de seus pensamentos, emoções e atos. O poder é o fluxo dessas forças íntimas. A condição para que elas fluam através de nós é a identificação com o espírito e desapego das coisas materiais. A poda, no indivíduo, significa o controle exercido sobre si mesmo, de modo a encaminhar suas forças para os frutos do espírito, para os “negócios do Senhor”, pois a força é sempre a mesma e se vai para a satisfação dos impulsos corporais e instintivos, faltará ao outro lado. Uma pessoa glutona especializará maior quantidade de Éter Químico no metabolismo, em detrimento especial do Éter Luminoso, seu correspondente superior, que rege as capacidades sensoriais; outro que abuse do sexo aumentará o Éter de Vida, em prejuízo, do Éter Refletor, sua contraparte superior, que governa a memória e possibilita o pensamento. A ciência já comprovou que o idiota tem pouco fósforo na massa encefálica, enquanto o pensador tem bastante. No entanto, não é a simples ingestão de alimentos ricos em fósforo que torna o individuo mais dotado mentalmente. O que determina a capacidade de assimilarmos o fósforo é a condição anímica, isto é, o indivíduo mais puro e racional emprega a força criadora em atividades mentais construtivas e com isso faz crescer a Alma Intelectual, dando a seu organismo uma maior capacidade de assimilação do elemento fosfórico. Assim em relação aos sentidos, pois o glutão como o erótico, bestializa as funções, exigindo maior convergência dessa energia para seus propósitos egoístas e desse modo perde a acuidade sensorial, o senso de observação, a sensibilidade, tão necessárias ao nosso desenvolvimento espiritual, de vez que o espírito precisa de um veículo dócil e sensitivo ao seu manejo, como um carpinteiro de ferramentas boas e afiadas.

Mas, não vamos aos extremos. A perfeição não é condição deste mundo. A castidade absoluta, por outro lado, não é exigida, senão nas altas Iniciações. Precisamos apenas ser racionais e equilibrados. Comer sim, para viver, e não viver para comer. Não é só. Os alimentos tóxicos (como a carne; o café e o chá mate em excesso), os excitantes (molhos, pimentas, vinagre) não só brutalizam o ser humano e impedem a manifestação maior do espírito, como abrem caminho para os vícios do álcool e do erotismo. O sentido de “Capital” dado pela igreja à gula funda-se nisso, se bem muitos sacerdotes, a julgar por seus excessos nesse campo, não o compreendam ou não levem em conta. No entanto, agindo em detrimento do Éter Luminoso, a gula altera o calor sanguíneo e, como o espírito se manifesta através do sangue, por uma temperatura normal, ou sofrerá pelo excesso de calor, podendo até ser arrojado nas crises de ira, ou ficará limitado pela falta de calor, como no anêmico.

Quanto ao Éter de Vida, que rege a procriação, sabemos bem, por nossa literatura, que ele constitui o “azeite” mencionado na parábola das Virgens prudentes, pois, mediante a castidade racional evitamos que essa força desça para alimentar os hábitos eróticos e, pelo poder ascensional dos pensamentos puros, das preces e sentimentos idealistas, provocamos a elevação dessa força, que flui na medula espinhal (conhecida como o fogo espinhal de Netuno) ao cérebro, o lugar da caveira, o Gólgota onde Cristo – o espírito – morrendo para o mundo livrou o ser humano de sua parte humana, para dispô-lo ao serviço do espírito. Antes de Cristo, no Tabernáculo, o cérebro, com o corpo pituitário e a glândula pineal (os dois Querubins da sala Ocidental), precisava da luz divina que se acende com o “azeite” da força criadora não empregada e elevada pela pureza, pois a simples economia da força não basta, ela necessita ser elevada por nossa aspiração espiritual. O cérebro e laringe foram constituídos por metade da força curadora, quando houve divisão dos sexos. Na Astrologia o sexo é governado por Escorpião e seu oposto, Touro, dirige as atividades da laringe, da palavra. Vejam a relação: o ascendente gás espinhal netuniano ilumina a escura câmara ocidental de nosso Tabernáculo e capacita o ser humano a usar, com sabedoria, as “Tábuas da Lei”, isto é, a viver de acordo com as leis naturais, empregando-as em seu amoroso trabalho em benefício de seus semelhantes, mediante o poder, a “Vara de Aarão”, pois quem agirá dentro dele não será a parte humana, senão a espiritual, o “Maná” caído do céu, a centelha de Deus que lhe constitui o espírito individual, e que o faz à imagem e semelhança de seu Criador. Essa iluminação, no Tabernáculo instituído por Moisés, pressupunha o sacrifício das paixões inferiores (Altar dos Holocaustos), a pureza (Lavabo de Bronze), e serviço desinteressado aos demais (incenso extraído dos Pães da Proposição). Por isso, no Templo de Salomão havia o mesmo Querubim com uma flor nas mãos, símbolo de pureza e geração casta. Esse templo foi construído por Hiram Abiff (que renasceu depois como Lázaro, iniciado por Jesus e, mais tarde, como Christian Rosenkreuz), sem ruídos de martelos, silenciosamente. Todo indivíduo, pois, mediante os passos recomendados pelo “Conceito Rosacruz do Cosmos”, pode percorrer esse glorioso caminho, como jardineiro de si mesmo, podando sabiamente, controlando perfeitamente seus veículos, de modo a, sem alarde, discreta e virtuosamente, chegar a fazer o que fez o Mestre e coisas ainda maiores.

Vejam o que é a analogia. Você leitor, pode acrescentar muitos mais detalhes aprendidos à filosofia Rosacruz. Faça-o. A Natureza é uma fonte inesgotável de inspiração. Não só inspirou o radar pelo voo cego do morcego; como o planador, pelo voo do urubu, e todas as outras questões de ordem material ou metafísica, desde que tenhamos as portas abertas para o espírito e os ouvidos abertos à sua voz.

(Revista Serviço Rosacruz – 07/64 – Fraternidade Rosacruz – SP)

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Problemas da Intimidade: Quem se desilude é porque se iludiu primeiro

Problemas da Intimidade: Quem se desilude é porque se iludiu primeiro

Apelando para a sabedoria popular, costuma dizer nosso caboclo: “para conhecermos alguém é preciso comermos juntos um saco de feijão”, isto é, conviver durante um tempo razoável com ele. De fato, a convivência traz a intimidade e esta nos revela a pouco e pouco as fraquezas e virtudes de seu caráter. E como ainda os maiores seres humanos estão engatinhando no Cristianismo e “bebendo do leite da doutrina”, tem a tendência inferior de ver e exaltar os defeitos e lembrar-se pouco das virtudes. A Filosofia Rosacruz nos ensina que todos os seres humanos, mesmo os selvagens, têm algo de bom, que deve ser exaltado e cultivado. No livro “Conceito Rosacruz do Cosmos” lemos a passagem em que Cristo e seus discípulos, passando pelo cadáver em putrefação de um cachorro, disse: “as pérolas não são mais brancas que seus dentes”. Num espetáculo que parecia inteiramente nauseabundo e feio encontrou Ele motivo de beleza, porque sabia dos benéficos efeitos que produzia sobre o Mundo do Desejo, ao “procurar o bem em todas as coisas”. E no fim de nosso ofício devocional repetimos sempre: “procuremos esquecer os defeitos e fraquezas de nossos irmãos e ver apenas a divina essência que existe em cada um deles, pois nisso consiste a verdadeira fraternidade”.

Mas verificamos todos os dias que os estudantes se esquecem desses princípios e deixam-se arrastar pelos antigos hábitos de crítica destrutiva. Ora, um hábito com outro se corrige. Não é possível conciliarmos hábitos errados do passado com a formosa Filosofia Rosacruz. “Não se põe remendo novo em vestido velho”, senão, que “devemos morrer todos os dias” nas coisas erradas para formar o novo ser humano.

Aqueles que entram na Fraternidade e dela se afastam quando percebem um defeito noutro irmão, mesmo nos dirigentes (porque ali ninguém é santo), não compreendeu que constituímos uma escola de aperfeiçoamento cristão e, apesar de nossas falhas, procuramos fazer o melhor possível.

Além disso, o que nos deve fixar na Fraternidade não são as pessoas, mas o IDEAL Rosacruz. É verdade que devemos dar o melhor exemplo possível, “dentro de nossas forças”, pois, os principais colaboradores estão de certo modo, como a cidade edificada sobre o monte ou o lampião do velador, algo destacados e mirados pelos principiantes como indivíduos melhores. Daí, muitas vezes, a decepção e afastamento de um novo estudante quando percebe neles algum defeito. Repetimos: busquemos cada um o IDEAL ROSACRUZ, cumprir o programa de aperfeiçoamento interior que por si não dá tempo para reparar nos outros e procurar ver em tudo o que há de bom (que sempre existe). Errar é próprio dos humanos e pelo fato de alguém entrar na Fraternidade não quer dizer que seja um santo ou que, após tantos anos por estar ali, se converta num Iniciado. Quem se desilude é porque se iludiu primeiro. Quem ensina a por pedestais sob dirigentes? Max Heindel nos ensina que o mundo é uma escola e a Fraternidade um estágio superior do cristianismo, em que são dados a todos os meios de se elevarem com suas próprias forças (e não por forças externas) ao domínio de si mesmo e, desse modo, alcançar a possibilidade de cruzar os portais da Iniciação para a Ordem Rosacruz; que até os Iniciados erram e com isso aprendem.

Não estamos a defender fraquezas nem defeitos. Todos devemos esforçar-nos para dar o melhor exemplo possível e se alguém escorrega, o que devemos fazer como cristãos é ajudá-lo de modo inteligente e construtivo e não enterrá-lo mais com as vibrações maléficas de nossos maus pensamentos e palavras de ferina crítica, pois sabemos que “todos colhem conforme semeiam”, tanto os que criticam como os que realmente erram.

(Revista Serviço Rosacruz – 07/64 – Fraternidade Rosacruz – SP)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

RECEITA – Falafel

FALAFEL

 

Ingredientes:

  • 1 xícara (chá) de grão de bico
  • 1 xícara (chá) de batata doce
  • 2 colheres (sopa) de farinha de linhaça dourada
  • Sal a gosto
  • Salsinha a gosto
  • Cebolinha a gosto
  • Pimenta do reino a gosto
  • Orégano a gosto
  • Modo de Preparo:
  • Deixe o grão de bico de molho em água por 24 h.
  • Deixe a batata doce de molho em água por 8 h.
  • Após esse período, cozinhe os dois separados, em panela de pressão;
  • o grão de bico por 30 minutos e a batata doce por 10 minutos.
  • Depois de cozidos, amasse bem os dois e misture.
  • Tempere a gosto, caprichando nos temperos.
  • Faça bolinhas ou molde no formato que desejar.
  • Passe na farinha de linhaça.
  • Asse em forno quente por mais ou menos 10 minutos ou até dourar.
  • Sirva com limão e com algum molho ou maionese.
PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Cuidados para a alimentação do geronte (nós, quando idosos)

Cuidados para a alimentação do geronte (nós, quando idosos)

Primeiro – A debilidade do aparelho digestivo nos idosos é uma realidade, bem como a sua menor capacidade de absorção.

Segundo – Os componentes dos alimentos não devem ser ricos em celulose, fibras de vegetais, que não são facilmente absorvidos. É aconselhável não abusar de alimentos que propiciam a formação de gases intestinais.

Terceiro – O volume das refeições deve ser diminuto, evitando o empanzinamento do aparelho digestivo.

Quarto – Cautela com o uso de gorduras: estas devem figurar nos cardápios apenas em doses mínimas; porque retardam à digestão, preferindo-se o uso de gorduras de origem vegetal, porque, segundo dizem consagradas autoridades. Elas podem provocar o aumento do colesterol, predispondo à arteriosclerose.

Quinto – O idoso deve dar a máxima importância ao uso de sais minerais e vitaminas que devem ser naturais.

Sexto – Cautela com o uso e abuso do sal. Esse condimento em doses altas pode provocar edemas, inchações e até a hipertensão arterial.

Sétimo – O uso do leite, ovos, feijão e queijo devem ser reduzidos; portanto, de consumo moderado.
Para garantir a longevidade sadia é preciso não ser glutão, não comer demais.

Oitavo – O idoso não deverá de forma alguma ficar inativo. Nada de ser preguiçoso, devendo, portanto, movimentar-se de acordo com a idade.

Nono – Se o idoso não adotar essas medidas, pode ocorrer o aparecimento da obesidade. E a obesidade do idoso é uma condição que predispõe a várias doenças próprias da velhice, como sejam: arteriosclerose, hipertensão, enfermidades hepáticas, doenças do coração, etc.

A principal regra da alimentação do idoso consiste na temperança e frugalidade.

Não sigam a norma prussiana: de manhã comer como um rei, almoçar como um príncipe e jantar como um mendigo.

Prudência, cuidado e cautela com as refeições copiosas no último estágio da vida.

(Do Livro “Cozinha Vegetariana” – Fraternidade Rosacruz)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Quando e para que foram nos dado: Arquitetura, Escultura, Pintura e Música

Quando e para que foram nos dado: Arquitetura, Escultura, Pintura e Música

 

A arquitetura, que se relaciona com a construção das formas, foi a primeira lição dada à humanidade. O ser humano iniciou essa tarefa no Período de Saturno, quando começou a reunir o material necessário para construir um Corpo Denso. Nesse período, sua consciência encontrava se no mais profundo estado de transe e ele trabalhava automaticamente sob a direção dos Senhores da Chama, a onda de vida de Leão, cuja nota chave é Lá# maior. A arquitetura está, portanto, correlacionada com o Período de Saturno da existência terrestre, e o Corpo Denso, que começou a se desenvolver no início daquele período, foi impregnado desse tom particular. Toda construção arquitetônica, da mais diminuta célula até Deus, está baseada na Lei Cósmica e é executada consoante certos modelos prescritos, e qualquer desvio do plano geral pode causar anomalias e incongruências. Tais anomalias produzem o mesmo efeito que tocar uma nota falsa em um acorde musical.

A escultura, que determina o contorno das formas, foi a segunda tarefa evolucionária dada à humanidade. Este trabalho teve seu início no Período Solar da existência do mundo, quando a formação do Corpo Vital se tornou necessária para dar forma ao Corpo Denso. A consciência do ser humano estava, então, em um estado de sono profundo e ele desempenhava seu trabalho automaticamente sob a direção das seguintes ondas de vida: os Senhores da Chama (Leão), os Senhores da Sabedoria (Virgem), e os Querubins (Câncer). A escultura está correlacionada ao Período Solar e ao Corpo Vital. Esse veículo sempre determina a direção em que uma certa força é usada e, portanto, ela procura dar o contorno correto para todas as formas. A nota chave de Leão é Lá# maior, a de Virgem é Dó natural, e a nota chave de Câncer é Sol# maior.

A pintura foi a terceira arte que o ser humano começou a desenvolver. Seu impulso deve se à tentativa de reproduzir os quadros vistos no Período Lunar da existência da Terra, dos quais o ser humano se lembrava vagamente através da sua visão de consciência pictórica. O trabalho do Período Lunar era feito automaticamente sob a direção das seguintes ondas de vida: os Senhores da Sabedoria (Virgem), os Senhores da Individualidade (Libra), e os Serafins (Gêmeos). A nota chave de Virgem é DÓ natural, a de Libra é Ré maior, e a de Gêmeos é Fá #_ maior. A pintura está correlacionada ao Período Lunar e ao Corpo de Desejos, e ambos começaram seu desenvolvimento naquela época.

Pitágoras, um mestre ocultista, afirmou que o mundo surgiu do caos pelo som ou harmonia. Foi construído de acordo com os princípios da escala musical, e os sete Planetas, que regem o destino dos mortais, têm um movimento e intervalos harmoniosos que correspondem aos intervalos musicais, tornando os vários sons tão perfeitamente harmonizados que conseguem produzir a mais doce melodia. Essa melodia é de tal grandeza sonora que se torna inaudível para o ser humano, pois a audição humana é incapaz de percebê la. Pitágoras representou a distância da Terra à Lua por um tom inteiro; da Lua a Mercúrio um semitom; de Mercúrio a Vênus um semitom; de Vênus ao Sol um tom inteiro e um semitom; do Sol a Marte um tom inteiro; de Marte a Júpiter um semitom; de Júpiter a Saturno um semitom; de Saturno ao Zodíaco um tom inteiro e um semitom. Isso forma um intervalo de sete tons, base da harmonia universal.

Max Heindel afirmou que Pitágoras não estava romanceando quando falava da música das esferas, pois cada uma das órbitas celestes tem seu tom definido e, juntas entoam uma sinfonia celestial. Ele confirma as declarações de Pitágoras, isto é, que cada Astro tem sua própria nota chave e viaja ao redor do Sol em tão variados índices de velocidade, que sua posição não pode ser repetida a não ser depois de aproximadamente vinte e sete mil anos. A harmonia celeste muda a cada momento, e, à medida que ela muda também as pessoas no mundo alteram suas ideias e ideais. O movimento circular dos Planetas ao redor do Sol no tom da sinfonia celestial, criada por eles, marca o progresso do ser humano ao longo do caminho da evolução.

Os ecos dessa música celestial chegam até nós no Mundo Físico. São nossas propriedades mais preciosas, muito embora sejam tão fugazes quanto uma quimera e não possam ser permanentemente criados. No Primeiro Céu, estes ecos são, naturalmente, muito mais belos e permanentes. No Mundo do Pensamento, onde o Segundo e Terceiro Céus estão localizados, encontra se a esfera do som.

Em nossa vida terrena, estamos tão imersos nos pequenos ruídos e sons de nosso limitado meio ambiente, que somos incapazes de ouvir a música produzida pelas esferas em marcha. O verdadeiro músico, seja consciente ou inconscientemente, sintoniza se com a Região do Pensamento Concreto, onde ele pode ouvir uma sonata ou uma sinfonia inteira como um único acorde resplandecente que, mais tarde, transpõe para uma composição musical de sublime harmonia, graça e beleza. O ser humano tem sido comparado a um monocórdio instrumento musical de uma única corda – que se estende da Terra aos confins longínquos do Zodíaco.

A vontade do ser humano teve sua origem na vontade de Deus. O músico, por meio de sua própria força de vontade, ouve esse poder da vontade de Deus expressa em sons e tons permeando o Sistema Solar. E, através de sua própria habilidade criadora nascida da vontade e da imaginação, ele é capaz de reproduzir em sons e tons, tanto os tons do poder vontade de Deus que criou o Sistema Solar, quanto Suas ideias tonais por meio das quais Ele materializou o Sistema Solar.

Arquitetura, escultura e pintura foram impressas no ser humano pelos grandes Seres espirituais, e essas artes tornaram se parte da sua natureza. Mas é através do poder da própria vontade do ser humano que o músico é capaz de perceber os tons expressos pela vontade de Deus e, até certo ponto, reproduzi los. Esta é a origem de nossa música no Mundo Físico, criação própria do ser humano.

A música produz expressões de tom que procedem do poder mais elevado de Deus e do ser humano, isto é, da vontade. Portanto, podemos ver que terrível consequência o ser humano está construindo para si, ao profanar a música, ao introduzir nela todos os tipos de dissonâncias, ruídos estridentes e penetrantes, gemidos e desarmonias que afetam os nervos. Um conhecido filósofo expressou bem uma grande verdade cósmica quando disse: “Deixem me escrever música para uma nação e não me preocuparei com quem faça suas leis”. O termo músico aqui usado não se aplica ao cantor ou ao executante musical comum, mas a mestres criadores de música, tais como Beethoven, Mozart, Wagner, Liszt, Chopin e outros da mesma classe. A arquitetura pode ser comparada à música congelada; a escultura à música aprisionada; a pintura à música lutando para se libertar; a música à livre e flutuante manifestação do som.

(leia mais no livro A Escala Musical e o Esquema de Evolução – Fraternidade Rosacruz)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Pergunta: Por que, salvo algumas exceções, renascemos sem ter a mínima consciência de qualquer existência anterior, para sofrer, cegamente, nesta vida por transgressões cometidas em alguma precedente e da qual somos inteiramente ignorantes? Não progrediríamos espir

Pergunta: Por que, salvo algumas exceções, renascemos sem ter a mínima consciência de qualquer existência anterior, para sofrer, cegamente, nesta vida por transgressões cometidas em alguma precedente e da qual somos inteiramente ignorantes? Não progrediríamos espiritualmente melhor e com mais rapidez se soubéssemos onde erramos e quais atos teríamos que corrigir antes de progredir?

Resposta: Uma das maiores bênçãos conferidas ao ser humano consiste em nada saber sobre suas prévias experiências até que tenha alcançado um avanço espiritual considerável, porque há nas nossas vidas passadas (quando éramos bem mais ignorantes do que o somos agora) atos sombrios que requerem justo castigo. Essa dívida está sendo liquidada gradualmente. Se tivéssemos conhecimento das nossas vidas passadas, ou soubéssemos como e quando a Lei de Causa e Efeito atuaria, trazendo-nos a retribuição por faltas passadas, veríamos essa calamidade suspensa sobre nós, e o temor do nosso destino despojar-nos-ia da força de vontade para enfrentá-lo e, no momento do ajuste, encontrar-nos-íamos amedrontados e indefesos. Não sabendo o que aconteceu anteriormente, não precisaremos saber o que nos espera.

Portanto, aprenderemos as lições sem estarmos despojados da nossa determinação em virtude do medo.

Além disso, para aqueles que desejam saber, existem certos meios de reconhecer as lições que temos de aprender e qual a melhor forma de proceder. Por exemplo, a nossa consciência diz-nos o que temos ou não de fazer. Se nos sentirmos inclinados a estudar a ciência da Astrologia, o horóscopo revelará nossas tendências e as linhas de menor resistência. Trabalhando com essas leis da natureza, poderemos avançar rapidamente e, na medida em que seguirmos os ditames da nossa consciência e estudarmos mais as leis cósmicas tais como reveladas pela astronomia, mais rapidamente estaremos em condições de receber o conhecimento direto.

Em “Zanoni” (famoso romance ocultista do escritor inglês Bulwer Lytton) fala-nos de um espectro temível que encontrou com Glyndon, quando este tentava dar um passo no caminho do desenvolvimento ainda não alcançado. No ocultismo, esse espectro é chamado “O Guardião do Umbral”. No intervalo da morte e de um novo nascimento, esse Guardião do Umbral não é visto pelo ser humano, mas é a incorporação de todas as suas más ações passadas, que devem primeiro ser superadas por quem deseja penetrar nos mundos internos conscientemente e atingir um conhecimento pleno das condições ali existentes.

Mas, há também outro Guardião que é a incorporação de todas as nossas boas ações, e podemos afirmar que ele é o nosso Anjo da Guarda. Se tivermos a coragem de passar pelo espectro hediondo, percebido primeiro por ser formado da grosseira matéria de desejos, obteremos logo o auxílio consciente do outro Guardião, então, teremos a força de resistir sem medo às tormentas malignas que atingem todos os que se esforçam por ilhar o caminho do altruísmo. Mas, enquanto não pensarmos por esse espectro, não estaremos preparados para o conhecimento das nossas vidas passadas. Por isso, devemos ficar satisfeitos com a visão comum concedida à humanidade.

(Livro: Perguntas e Respostas – Vol. I – pergunta 65 – Max Heindel)

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Humildade e a falsa humildade do “eu nada sei, só sei que nada sei””

Humildade e a falsa humildade do “eu nada sei, só sei que nada sei””

Um colega de serviço vivia repetindo, em voz alta, esta frase: “eu nada sei, só sei que nada sei”. Ouvia-o e cada vez me punha a meditar, ponderando, entre mim, que, sendo ele espiritualista, havia de ter um lado positivo nessa afirmação, uma advertência que o pusesse alerta contra o personalismo pretensioso que enfeia tantas pessoas. Mas um dia, durante o lanche, provoquei uma troca de ideias sobre o assunto. E por muitos dias continuamos, em episódios, o exame da questão, julgando de interesse pô-lo aqui para análise e ampliado, por parte dos leitores. Queremos falar de humildade num ponto de vista mais elevado e não pelo mal-entendido ponto de vista, segundo o qual a humildade é sinônimo de capacho ou de subserviência a poderes sociais ou econômicos.

O ser humano real é complexo. Como espírito, centelha de Deus, que o faz semelhante ao Pai e irmãos de seus semelhantes, traz uma longa jornada de experiências, em que passou por estágios de consciência equivalentes aos minerais, vegetais, animais, em que adquiriu seus Corpos Denso, Vital e de Desejos e correspondentes órgãos de expressão. Atingindo o estado humano, no início da Época Atlante, teve seu Corpo de Desejos dividido em duas partes: sentimentos elevados e sentimentos inferiores. Essa parte inferior do Corpo de Desejos foi juntada à Mente recém-formada, constituindo os dois, uma alma animal, a Personalidade, o outro ser humano, mundano. Nesse tempo sofremos a influência passional dos Anjos decaídos ou Espíritos Lucíferos. Tais espíritos não podiam alcançar a onda de vida dos Anjos, de que se haviam afastado e por isso restava-lhes trabalhar sobre o incipiente cérebro humano, induzindo a paixão (pois o cérebro está ainda ligado ao Corpo de Desejos). Desenvolvemos os primeiros trabalhos da Mente, sob a forma primitiva da astúcia e ao ingressar na presente Época Ária começamos a exercitar a Razão. Ao falar assim, referimo-nos ao povo ocidental, pois ainda há agrupamentos humanos em estágios primitivos de consciência exercitando a astúcia e com um Corpo de Desejos superior muito reduzido e de pouca expressão altruística.

Acresce notar que essa ação dos Espíritos Lucíferos, pelo abuso sexual, egoísmo e outras formas passionais, nos embruteceu a sensibilidade e os corpos, fazendo-nos perder a visão espiritual e acreditar apenas na realidade deste mundo em que, provisoriamente, estamos. Recebemos a primeira ajuda: as Religiões de Raça, jeovísticas. Mas como elas induzem a divisão e egoísmo, embora tenham disciplinado relativamente o Corpo de Desejos do ser humano com a ação restritora das Leis Mosaicas tiveram que ser substituídas por uma religião universal, unitária. Foi a segunda ajuda à religião do Filho, cuja expressão, Cristo, inaugurou uma nova fase evolutiva no mundo. Mas, o total altruísmo cristão não virá senão quando os últimos vestígios de egoísmo tenham desaparecido, com as formas inferiores de expressão.

Esta digressão é necessária para compreendermos que o ser humano atual, quando no corpo, o envoltório de carne que lhe embrutece o espírito, só pode ser o que seus corpos lhe permitirem. O ser humano é o que pensa, o que sente, o que percebe. Está limitado pelo grau de aperfeiçoamento de seus veículos Denso, Vital, de Desejos e Mente. O espírito se manifesta sim, esforça-se para isso através da Mente, o foco entre o espírito e os veículos e por isso simbolizada por Mercúrio, o Mensageiro dos Deuses. Mas está limitado, nessa expressão, pela condição dos veículos que usa. Max Heindel usa, para exprimir essa condição, o exemplo do pianista com as luvas. Ainda que ele saiba tocar, não poderá fazê-lo, como poderia, com as luvas sobrepostas nas mãos.

Disso tudo inferimos que o ser humano sabe algo. Ele tem dentro de si uma bagagem imensa de experiências passadas, que lhe vão formando a Tríplice Alma. Chamamos a essa bagagem, a supraconsciência, a que temos acesso apenas pelo desenvolvimento dos Éteres superiores e contato com o Mundo do Espírito de Vida. Mas essa forma de memória não nos vem pela Mente, senão pelo coração através da intuição. Cristo está trabalhando sobre toda a Terra e afetando os corpos humanos para lograr uma transformação do coração humano, formando estrias para, através dele, afetar todo o nosso corpo e dar mais livre expressão a nosso Espírito Interno, ainda prisioneiro nas grades de nossas limitações. Os Rosacruzes, compreendendo profundamente esse plano Crístico, ensinam seus estudantes a conquistar o equilíbrio entre a Mente e o Coração, condicionando as possibilidades daquele, aos ditames deste. É um plano de libertação que possibilitará ao Aspirante livrar-se da consciência atual de ser humano animal para o de Indivíduo, uno com seu Espírito interno, exprimindo ambos a mesma coisa, como a citada fonte dos evangelhos, de que não fIui ao mesmo tempo água doce e salgada. Os místicos buscam apenas esta fonte da intuição pela pureza. Os ocultistas desenvolvem a Mente. Os Rosacruzes buscam unir as expressões do espírito aos campos de ação dos corpos.

Afinal, sabemos ou não sabemos? Está claro que sim, mas nosso conhecimento ainda é passível de muita cautela, porque sofre interferências várias e deturpa, muitas vezes, os reais propósitos do Espírito, o Pensador. Mas, os Rosacruzes constituem uma linha de ação, compõem os Filhos do Fogo, capazes de fundir tudo em formas superiores e corpos novos. Difere dos Filhos da Água, que aceitam sua insignificância, sua impotência e ficam esperando dos guias, sacerdotes, santos e de Deus, a ajuda, a salvação. Um estudante Rosacruz não diz: “eu nada sei, eu sou um pobre diabo, um imprestável, um ignorante”.

Tampouco diz: “eu tudo sei, eu tudo posso”, como ensinam algumas escolas espiritualistas pregadoras de afirmações e negações. Max Heindel, a respeito, diz: “de que valeria a uma bolota de carvalho, sendo semente, dizer: eu sou um carvalho? Ela será um carvalho, sob condições favoráveis de desenvolvimento, mas por enquanto não é, apesar de todas suas afirmações; assim é o ser humano em relação à perfeição divina”.

A afirmação deve ser feita em silenciosa convicção, na interna vontade, para estendermos aos atos os nossos propósitos, depois de haver afetado o subconsciente. Não de forma negativa, renunciando, de princípio, às possibilidades divinas latentes e poderes adquiridos. Que efeito podemos esperar, desse modo, sobre nossa psique?

Não gostamos de extremos. Tudo é relativo e, conhecendo amplamente os diversos fatores que fazem de cada indivíduo essa realidade atual, buscamos aperfeiçoá-lo, sabendo que não somos nada e nem tudo, mas que caminhamos para a perfeição a que nos destina o Criador, pondo-nos todos os recursos para isso, inclusive ajuda externa.

A verdadeira humildade, pois, está na consciência dessa relatividade evolutiva, que põe o ser humano no devido lugar, no qual não se justificam orgulhos nem personalismos, embora estes nos assaltem nas repetidas tentações, por forças dos vícios de origem, ainda não sublimados.

Forçoso é reconhecer: a verdade tem muitos degraus e o acesso aos superiores pressupõe havermos passado pelos inferiores, as verdades parciais, mas nem por isso desprezíveis, pois são as partes e fundamentos do todo almejado.

Para concluir, não dizemos “eu nada sei, só sei que nada sei”, mas sim: “sou uma semente de Deus e posso converter-me na própria árvore e estatura de Deus. Estou trabalhando para isso, orando e vigiando, pelo discernimento, pela oração, pela retrospecção, que me ensinam, cada vez mais, a conhecer minha própria natureza, a fim de transubstanciá-la na força anímica que me permitirá o retorno consciente a meu próprio espírito e, através deste, a Deus”.

“Quem se humilha será exaltado” (Mt 23; 12), mas quando a humildade é bem compreendida. Reduzir-se, anular-se é negar as possibilidades divinas latentes e descrer do próprio espírito. E sendo nós espíritos, como podemos falar de nós como se fossemos os corpos e suas limitações? Somos isto sim, prisioneiros conscientes, trabalhando pela libertação das invisíveis grades e cadeias que, simbolicamente, prendiam Prometeu ao Cáucaso (N.R.: mitologia grega: foi um defensor da humanidade, conhecido por sua astuta inteligência. Roubou o fogo dos deuses e o deu aos homens. Isto assegurou a superioridade dos homens sobre os outros animais. Todavia o fogo era exclusivo dos deuses. Como castigo a Prometeu, Zeus ordenou a Hefesto que o acorrentasse no cume do monte Cáucaso). Mas seremos também Hércules (N.R.: nome em latim dado pelos antigos romanos ao herói da mitologia grega Héracles, filho de Zeus), o super-homem e nos libertaremos destas condições, mediante o esforço perseverante e racional, pois a natureza não dá saltos.

(Revista Serviço Rosacruz – 06/64 – Fraternidade Rosacruz – SP)

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