PROGREDINDO COM O ZODÍACO – O QUE OS NATIVOS DE GÊMEOS PRECISAM SABER SOBRE OS OUTROS SIGNOS
Os nativos de Gêmeos não têm muitos problemas em relação a outras pessoas, porque sua atitude mental calorosa, tranquila e amiga, consegue mantê-los em boa vantagem sobre os outros e aptos a serem úteis no relacionamento humano. Embora o geminiano seja amistoso e calmo, poderá, muitas vezes, sentir-se desapontado e até enganado pelos nativos de outros Signos cujo comportamento não lhe parecerá muito racional. Deve lembrar-se que enquanto possui uma mente aberta, uma perspectiva arejada, muitos dos outros estão agitados e presos quase inteiramente a sentimentos e emoções.
CÂNCER (Cardeal-Água) é o Signo seguinte ao seu. Essas pessoas são imensamente sensíveis, sérias e muito pessoais sobre tudo e sobre todos. Nem sempre tem senso de humor. É possível que as piadas e brincadeiras inteligentes nem sempre sejam bem entendidas, portanto, procure ser mais controlado dialogando ou tratando com eles.
LEÃO (Fixo-Fogo) admira sua volubilidade e você pode falar livremente e abrir-se em qualquer circunstância ou dificuldade com um nativo de Leão. Mas haverá o perigo de você tornar-se um dirigido se não tomar cuidado.
VIRGEM (Comum-Terra) argumentará sempre com você, porque pessoas deste Signo pesam as palavras cuidadosamente e gostam de precisão no falar. Você não deve exagerar ou contar um fato com muito entusiasmo porque poderá causar decepção aos olhos dele, portanto, contenha-se e seja discreto ao relatar qualquer fato se souber que é um virginiano que o está ouvindo.
LIBRA (Cardeal-Ar) pode estar totalmente à vontade com Libra porque o nativo deste Signo apreciará muito o seu talento verbal. Por outro lado, ele tem momentos “altos” e “baixos” e você poderá ajudá-lo muito e animá-lo nas ocasiões em que ele estiver preso a melancolia.
Quando ESCORPIÃO (Fixo-Água) tomar uma decisão, não adianta mudá-la, o nativo deste Signo é determinado. Tome cuidado ao expor uma ideia a ele, qualquer indecisão sua poderá provocar-lhe atitudes de escárnio. Não lhe faça uma promessa a menos que você esteja muito certo de poder cumpri-la e se ele lhe contar um segredo, guarde-o para o resto de sua vida.
SAGITÁRIO (Comum-Fogo) é o Signo oposto ao seu e exerce certo fascínio sobre você, particularmente no plano romântico. Aparentemente, o Sagitariano assemelha-se em algumas coisas a você. Mas a motivação dele é muito diferente da sua. Se conviverem mais intimamente você verá que lhe falta senso prático, ainda mais se o analisar sob um ponto de vista lógico e objetivo.
CAPRICÓRNIO (Cardeal-Terra) – o nativo deste Signo é uma pessoa ordeira, observadora e possivelmente tomará nota de seu procedimento e voltará para reavaliar.
Sua finalidade pode ser a mais digna possível, mas seja para ele próprio ou para a humanidade, ele saberá usar você. Se não quiser ser usado, afaste-se de um capricorniano.
AQUÁRIO (Fixo-Ar) é o seu verdadeiro amigo e irmão de sangue. Terá sempre enorme prazer de trabalhar ou divertir-se com ele. A mulher de Aquário tem charme e inteligência. Tem geralmente uma maneira cativante e é a melhor companhia para um homem de Gêmeos. (Leão também aprecia imensamente a mulher de Gêmeos).
Aquário é inquiridor e meticuloso, enquanto você é mais indiferente e descuidado. Vocês se completam.
PEIXES (Comum-Água) – As pessoas deste Signo poderão pôr à prova a sua paciência porque estarão sempre se lamentando, procurando a tristeza e cultivando-a. Suas vidas estão sintonizadas para momentos tristes enquanto você procura sintonizar as grandes alegrias. Mas se a vida atingir você com um golpe doloroso, procure esta Niobe(?), que você desdenhou e enxugue as lágrimas de simpatia que ela certamente derramará por você.
ÁRIES (Cardeal-Fogo) é um dos Signos que requer o mínimo de explicações. É difícil entender um ariano, porque não há graduações ou sutilezas no seu temperamento. O que ele é e o que defende, ele proclama para todos os lados e para todas as pessoas. Você poderá estranhar, por vezes, a causa que ele defenda, mas na maior parte das vezes sentirá imenso prazer em estar servindo sob a mesma bandeira dele. No amor ele é ciumento e possessivo e tente dar o fora numa mulher de Aries!
TOURO (Fixo-Terra) é uma pessoa teimosa. Ela tem planejamento, leva os planos avante e sabe exatamente o que quer. Nisto, ela leva uma grande vantagem sobre você. Ela pode silenciar sobre seus planos, mas não a subestime porque algum dia você descobrirá que ela tomou conta do terreno que você tinha a seus pês. Como amiga, no entanto, será leal e fará por você o melhor possível tanto como se a fizesse para ela própria, é digna de toda a confiança. Aqui você representa a cigarra e ela a formiga.
(Publicado na Revista: Serviço Rosacruz – julho/81)
O Caminho Iniciático e a Lemniscata
Para melhor compreender o que é a Iniciação e quais seus requisitos preliminares fixe o leitor, antes de tudo, e com toda a firmeza em sua Mente, que, na totalidade, a humanidade progride lentamente no caminho da evolução. Só lenta e quase imperceptivelmente consegue estados mais altos de consciência. O caminho da evolução, examinado sob os aspectos espiritual e físico, é uma espiral.
Na lemniscata, há dois círculos que convergem para um ponto central. Os círculos podem servir para simbolizar o Espírito imortal, o Ego evoluinte. Um dos círculos representa sua vida no Mundo Físico, desde o nascimento até a morte, e o outro, sua permanência nos Mundos Invisíveis, desde a morte até ao renascer.
Enquanto permanece neste mundo, o Espírito imortal – o Ego em evolução – semeia uma semente em cada ato, dele colhendo certa quantidade de experiência. Contudo, assim como se pode semear sem haver colheita, porque as sementes foram atiradas em terrenos pedregosos, entre espinhos, etc., assim também a semente da oportunidade, por negligência no cultivo do terreno, pode ser perdida e, então, a vida será estéril, sem fruto. Ao contrário, assim como a qualidade e o cuidado no cultivo aumentam, enormemente, o poder produtivo das sementes, uma aplicação cuidadosa no negócio da vida – a melhora de oportunidades para aprender as suas lições é extrair de nosso meio as experiências que contém – traz-nos mais oportunidades. Ao terminar uma existência terrestre, o Ego, nas portas da morte, encontra-se carregado dos mais ricos frutos da vida.
Terminado o trabalho objetivo da existência, o Ego começa o trabalho subjetivo da assimilação. Esta obra efetua-se, durante a permanência nos Mundos Invisíveis, período que decorre desde a morte até ao renascimento, simbolizado pelo segundo anel da lemniscata. Quando o Ego chega ao ponto central da lemniscata, que divide o Mundo Físico do mundo psíquico, a que chamamos a porta do nascimento, ou da morte, entra (ou sai) numa outra esfera, em relação a nós. Fá-lo com um conjunto de faculdades e talentos, adquiridos em vidas anteriores, que o espírito usa, ou descuida, em novo dia de vida, segundo sua própria escolha. Do uso que fizer das suas oportunidades depende o crescimento da alma.
Se, durante muitas vidas gratificou principalmente a natureza baixa, vivendo para comer, beber e divertir-se, ou deixou que seus ideais se esfumassem em sonhos e especulações metafísicas, acerca da natureza de Deus, abstendo-se, negligentemente, de toda ação necessária, gradualmente o Ego será deixado para trás, pelos mais ativos e progressistas. Grandes agrupamentos destes preguiçosos formam as chamadas “raças atrasadas”, enquanto os ativos, desembaraçados e despertos, que se preocupam em adquirir uma porcentagem maior de oportunidades, são os precursores.
Ao contrário da ideia geralmente aceita, isto se aplica, igualmente, àqueles que estão empenhados na indústria. Sua maneira de ganhar o dinheiro é, somente, um incidente, um incentivo, inteiramente a parte dessa fase. Seu trabalho é tão espiritual, ou, talvez, mais, do que o daqueles que passam o tempo em preces, com prejuízo de um trabalho útil. Do que dissemos, torna-se claro que o método de desenvolvimento da alma, levado a efeito pelo processo da evolução, requer ação na vida física, seguida, na vida post-mortem, por um estado de assimilação, durante o qual as lições da vida são extraídas e cuidadosamente incorporadas a consciência do Ego, embora as experiências, em si, sejam esquecidas.
Este processo, excessivamente lento, acomoda-se, perfeitamente, as necessidades das massas. Todavia, alguns esgotam, rapidamente, as experiências comumente dadas e requerem um campo mais extenso, para aplicar suas energias. A diferença de temperamento é a causa de sua divisão em duas classes.
Uma dessas classes, conduzida por sua devoção a Cristo, segue, simplesmente, os ditados do coração, em sua tarefa de amor por seus companheiros. Belos caracteres, faróis de amor num mundo sofredor, estão sempre prontos a esquecer sua própria conveniência, para ajudar aos outros.
Na outra classe, a Mente é o fator predominante. A fim de ajudá-la em seus esforços para alcançar sabedoria, as Escolas de Mistérios foram criadas. Nelas foi representado o drama do mundo, para dar as almas aspirantes, enquanto se achavam enlevadas, respostas às perguntas acerca da origem e do destino da humanidade. Ao despertar, eram instruídas na ciência sagrada de ascender mais, por meio do método da natureza – que é Deus em manifestação – semeando a semente da ação, meditando acerca da experiência e assimilando a moral essencial para obter o devido crescimento anímico. Também, havia esta circunstância importante: enquanto, no curso ordinário das coisas gasta-se uma vida inteira em semear e uma existência post-mortem na reflexão e incorporação da substância anímica, este ciclo de mil anos, mais ou menos, pode ser consideravelmente reduzido. Seja qual for o trabalho executado durante um dia simples, reflita-se sobre ele, à noite, antes de cruzar o ponto neutro entre o estado de vigília e o adormecer. Esta experiência pode, deste modo, ser incorporado na consciência do Espírito, como poder anímico. Quando se pratica, sinceramente, este exercício, revisando os pecados cometidos durante o dia, são eles eliminados, automaticamente, e o ser humano começa, em cada dia, uma nova vida, com a vantagem de ter aumentado seu poder anímico, extraído das experiências da sua vida de probacionista. Ao abandonar o corpo – ao morrer e ir ao Purgatório, a visão do nosso passado desenrola-se em ordem inversa, para mostrar, primeiramente, os efeitos, e depois, as causas que os produziram. Sentimos, de maneira intensa, a dor que causamos aos demais. Se não executamos nossos exercícios de maneira similar, sofrendo cada noite o inferno que merecíamos durante o dia, sentindo, agudamente, todos os pesares que havíamos infligido, não nos servirá de nada. Temos que nos esforçar, também, em sentir, com a mesma intensidade, a gratidão pelas atenções recebidas dos outros e a aprovação do bem que proporcionamos.
Somente assim, vivemos, verdadeiramente, a existência post-mortem e avançamos, cientificamente, até a meta da Iniciação. O maior perigo para o aspirante neste ponto é cair vítima do laço do egoísmo. Sua única salvação é cultivar as faculdades da fé, da devoção e da simpatia universal.
Se o estudante ponderou bem o argumento precedente, terá compreendido a analogia entre o largo ciclo da evolução e os ciclos curtos, ou passos, utilizados no caminho da preparação. Ficará claro que ninguém pode realizar, por outro, este trabalho post-mortem, nem lhe transmitir o desenvolvimento anímico adquirido da mesma maneira; ninguém pode ingerir o alimento físico de outro e transmitir-lhe sua resistência e desenvolvimento.
Se não conseguirmos o poder da alma requerido para a Iniciação, ninguém poderá iniciar-nos. Se o possuímos, estamos no umbral por nossos próprios esforços. Podemos pedir a Iniciação, como um direito. Se não o tivéssemos e quiséssemos comprar, 125 milhões de qualquer moerda seriam insignificantes para pagá-los.
Fixemos bem, em nossas Mentes, que a Iniciação não é uma cerimônia externa, mas, sim, uma experiência interior, na qual somos ensinados a usar o poder que armazenamos por meio de uma vida de pureza e de serviço.
(Revista Serviço Rosacruz – 02/81 – Fraternidade Rosacruz – SP)
Observada por todo o universo. No simbolismo oculto é vista como as serpentes enroladas no Bastão de Mercúrio, o Caduceu e, como tal, é a representação da ascensão do tríplice fogo espiritual-espinhal, comentado nos livros: “Maçonaria e Catolicismo” e “Iniciação Antiga e Moderna”, de Max Heindel.
Estrela de 5 pontas – símbolo do ser humano, como no Cristianismo é o símbolo do Cristo-Menino e indica o nascimento do Cristo em todo ser humano.
OBSERVAÇÕES:
1. Efemérides calculada para: Noon at Greenwich (Meio dia de Greenwich) – não há necessidade de qualquer ajuste ou fatores de correção para utilização na Astrologia Rosacruz
2. Repare que os valores da Longitude dos Astros são fornecidos com a precisão de centésimos de minutos, que, para o nosso caso, não é necessária tamanha precisão.
Assim, considere o arredondamento matemático:
– Até 4, arredonde para baixo
– Acima de 5, arredonde para cima
Exemplo: 25o10.5 = 25o11’
A mesma regra aplique para a Hora Sideral (Sideral Time – ST)
Essênios – não se ostentavam publicamente. Eram piedosos, estudiosos e contemplativos.
A Ordem Essênica procurava o sentido mais profundo das coisas. Conheciam as leis naturais e primavam por viver consoante esses princípios. Viviam em vários mosteiros espalhados pelo oriente médio, sendo o mais famoso o de Qumram, descoberto em 1947, as margens do Mar Morto. Nele foram encontrados diversos pergaminhos cuja decifração possibilitou o esclarecimento de muitos mistérios dos Evangelhos. Uma vida plena de Oração e devoção afastava os essênios de um convívio maior com o povo. No entanto, sua bondade natural, sua pureza de costumes e outras virtudes, atraiam-lhes os sofredores, os desamparados e os sequiosos de alívio.
Essênios foram João Batista, Zacarias, Maria, José e alguns dos Apóstolos. Jesus de Nazaré cresceu e fortificou-se nesse ambiente elevado.
O nome, provavelmente, provenha de Sadoc, sumo sacerdote ao tempo de Davi. Constituíam minoria, exercendo influência mais política que religiosa. Eram materialistas, não acreditando na sobrevivência dos espíritos, nem na existência dos Anjos. Essa classe pouco valor atribuía à ritualística e às tradições, preferindo ater-se à lei de Talião. Mesmo assim, em termo de poder seu peso específico era considerável porquanto faziam parte do Sinédrio.
Fariseu – seguiam à risca o Torah. Chamavam a atenção pelo seu excessivo formalismo religioso, censurando acerbadamente aos que não observavam rigorosamente a lei. Acreditavam na sobrevivência dos espíritos, no renascimento dos justos e no livre arbítrio limitado pelo destino.
Zelosos em fazer cumprir os princípios, na verdade assumiam uma postura meramente de fachada. Cristo desmascarou-os publicamente ao compará-los a sepulcros caiados: belos por fora, mas interiormente cheios de imundície. O zelo que demonstravam, no fundo, não passava de hipocrisia. O nome fariseu vem de “pherusin” que quer dizer “separados”.
A Importância da Importância: nada muda quando somente os resultados são modificados
O que parece um jogo banal de palavras pode encerrar um significado imenso: nada é mais importante, talvez, do que saber distinguir o que é importante. Não se trata de um calembur (calemburgo – em francês: calembourg – é um jogo de palavras, um trocadilho que, sendo diferentes na significação, são semelhantes no som, dando lugar a equívocos), mas de uma extraordinária realidade que se confirma a cada momento. A maioria das pessoas encontram dificuldades em precisar as questões fundamentais, e na dúvida acaba optando pelo fútil e pelo acessório. Alguns daqueles problemas hoje considerados importantes são, de fato, mera consequência de outros – esses, sim, básicos – que, resolvidos, acabariam por sanar, como resultado, todos os outros. A crise de energia, a distribuição da riqueza, a desumanização do ser humano pela tecnologia e pela competição, a produção de alimentos no mundo, a difícil convivência entre as humanos nos grandes centros urbanos são esses as problemas mais importantes com que o ser humano se defronta?
Essas dificuldades não surgiram sozinhas, mas resultaram de um desenvolvimento complexo, uma espessa malha de causas e efeitos que começou no ser humano, passa por ele e a ele continuará ligadas até um ponto impreciso no futuro. O ser humano, por razões que merecem ser examinadas, tornou incrivelmente complicado a vida comunal. Seus receios, seus desejos e sua necessidade frenética de segurança teceram a malha fantástica que algum dia terá de ser desenredada para que o ser humano reencontre o que, de certo modo, é seu por direito: a tranquilidade, o amor, o trabalho feliz, a justiça. A trama não surgiu sozinha; foi criada por todos e ninguém está alheio a essa responsabilidade. O mundo não se encontra em crise há apenas alguns anos. É verdade que a situação agora está aguda como nunca, mas o problema é antigo. A história do ser humano, pelo menos nos últimos 30 séculos, tem sido uma sucessão de incompreensões, brutalidades e egoísmos de todos as matizes e gêneros. As guerras cruéis, os tratados hipócritas, os crimes hediondos cometidos em nome da felicidade humana e da justiça social desmascaram os melhores propósitos de líderes e estadistas, que se colocam, como todos nós, separados do fulcro da violência e da injustiça, como se não tivessem em seu espírito aquela mesma matéria prima que produz a morte, os ferimentos, a indiferença diante da dor e a ambição de chegar ao poder e de se manter ali.
A crise do petróleo, a distribuição da riqueza, a robotização do ser humano pela tecnologia, a irresponsabilidade na produção e na distribuição de alimentos no mundo, tudo começa, afinal, na maneira como pensamos o mundo, isto é, no modo como nos situamos na vida. Somos um núcleo solidamente instalado, cada um de nós, e em nosso redor o universo gravita. Tudo converge e parte desse centro, comandado pelo que julgamos ser a consciência.
Pela sua peculiar estrutura, o “eu” vive em torno de si mesmo, concentrado nos seus pequenos interesses, que, às vezes, confunde com os interesses do mundo. Esse núcleo tem vagas ideias a respeito de si próprio e, nas células onde vive, arquiva uma bagagem variável de dados e experiências que usa em função dos seus impulsos, invariavelmente egocêntricos. O “eu” é um punhado de condicionamentos, um computador sofisticado que se alimenta a si mesmo conduzido pelo impulso de preservação e pelo desejo de sobrepor-se a tudo mais. Esse centro – que não é a Mente no seu todo – criou o mundo que conhecemos, esse mundo que está, cada dia de modo mais perceptível, em plena crise.
Em todos os problemas que os seres humanos elegeram como prioritários, mas que são decorrentes de outros, fundamentais, há o dualismo típico da Mente conturbada. Na conflagração do petróleo está, de um lado, o consumismo neurótico do Ocidente, e, de outro, o escândalo de uma chantagem mundial feita com pretextos nobres e um a base religiosa pouco convincente. No caso da distribuição das riquezas existe também a alternativa maniqueísta, opondo a insensibilidade dos que muito possuem a exploração política dos que fazem da justiça social uma escada para sua verdadeira meta, o Poder. As dificuldades com a tecnologia que coisifica o ser humano são produto evidente da imaturidade desse mesmo ser humano, que só pensa nos resultados e não levam em consideração os meios. Nos exemplos todos é possível encontrar questões realmente importantes, e elas estão centradas na Mente humana, não nas dificuldades que essa Mente produziu no mundo exterior com seu egoísmo e sua vulgaridade.
Nada é mais importante, então, do que saber distinguir o que é importante. As tentativas de resolução que partem apenas da modificação dos efeitos são inúteis. Nada muda quando somente os resultados são modificados. As crises políticas, econômicas, militares, religiosas, industriais e administrativas são meros efeitos. Decretos, decisões, revoluções, medidas drásticas são igualmente inócuos enquanto cuidarem dessas situações “mortas”, praticamente já acabadas que são os resultados. Seria o mesmo que eliminar a febre sem procurar a causa, ou afastar a fumaça sem apagar o fogo. O noticiário impresso e falado que dá conta do que se passa no mundo todos os dias, e que pode ser um aprendizado diário inestimável, se for visto apenas como a crônica dos grandes problemas que afligem a humanidade, pode parecer vazio e cansativo.
Por trás das imensas questões que fazem tremer o Planeta, hoje mais do que nunca, está o espírito, a Mente do ser humano; também hoje mais do que nunca doente, prisioneira a própria ignorância.
(Revista Rosacruz – 12/80 – Fraternidade Rosacruz – SP)
Como Tornar a Prece Eficiente
Um dos traços de união entre os aspirantes dos Ensinamentos Rosacruzes é o desejo comum de ajudar o próximo. Um dos principais motivos de nossas reuniões é orar pelos necessitados e tentarmos, seriamente, seguir a advertência de Cristo para rezarmos uns pelos outros. Há pessoas, porém, que sentem que suas preces não estão produzindo resultados; que não podem ajudar um ente querido necessitado, que compreendem o problema alheio, mas estão incapacitados de ajudar a resolvê-lo. Podem sentir também que existem condições além de sua capacidade, chegam a pensar que são dignos de pedir, quanto mais de receber a resposta tão esperada às suas preces. Percebem que suas preces não estão sendo respondidas como esperavam. Se alguém já passou por alguma destas experiências há sugestões que podem ser úteis.
Primeiro, vamos tentar definir a palavra prece. Basicamente prece é:
1) Comunhão com Deus; realização com a unidade Divina. Pode ser um momento em que nos isolamos e nos afastamos do Mundo Físico e, conscientemente, nos viramos para o Pai. Pode ser também uma atividade quase inconsciente onde se pratica e se sente a presença de Deus em tudo que se pensa, diz ou faz.
2) Prece é a harmonização e a fusão da Mente do Ser humano com a Mente Divina. É a ação mental mais rápida que se conhece, na qual o ser humano se sintoniza com o Mundo do Pensamento.
3) Prece é uma afirmação da Verdade que é eterna. Deus é o bem, o saber, o amor, a saúde, etc… e desde que somos seres espirituais feito à imagem e semelhança de Deus, no espírito e na verdade, também somos o bem, o saber, o amor e a saúde. Prece é simplesmente a concretização e a própria realização desta verdade.
4) Prece é a parte do ser humano no processo criativo de tornar aquilo que não é manifestado, em manifestação. O livro de Jó nos diz: “Vós também podereis decretar e assim o será”. O resultado final de nosso processo de evolução é tornarmo-nos co-criadores com Deus. Estamos nos tornando aquilo que deveríamos ser e somos. Foi-nos dado o poder da palavra criadora e temos a nosso dispor, mais força do que jamais imaginamos. Usando-a corretamente, esta força aumentará e se espalhará.
5) Prece é a glorificação de Deus, o mais alto estado espiritual de consciência alcançado pelo ser humano. Glorificar Deus é louvá-Lo, enaltecê-Lo, honrá-Lo e conhecer Sua verdadeira essência.
A prece mais conhecida no mundo Cristão é o Pai Nosso. Max Heindel nos deu a mais sublime explicação para essas santas palavras. Esta prece foi ensinada por Cristo Jesus aos Apóstolos, para ser usada em benefício deles próprios, mas é usada por todos e também pelos aspirantes como uma fórmula para a elevação e purificação dos instrumentos ou veículos que possuímos.
Usando o capitulo XVII do Evangelho de São João como base para fazer com que nossas preces aos outros se tornem mais eficientes, devemos ressaltar 10 pontos:
1) Algumas pessoas que rezam fracassam porque são egoístas. Os 26 versículos deste capítulo podem ser divididos em 3 partes: os primeiros oito versículos constituem a prece de Jesus Cristo para Ele mesmo; os versículos 9 a19 são a sua prece para Seus Discípulos; e os versículos 20 a 26 são para aqueles que irão acreditar Nele mais tarde – o que nos inclui.
Na primeira parte, Jesus Cristo estava rezando não só para Ele próprio, como também para a glorificação do Pai. “Glorifica teu Filho para que teu filho te glorifique”. “Eu te glorifiquei na Terra e terminando a obra que me deste para fazer”. Ele não procurou glória para Si, mas apenas que o Pai pudesse ser glorificado e Sua verdadeira essência revelada.
Ao rezar pelos outros devemos ficar atentos para não glorificarmos a nós mesmos e a nossos desejos. Ocasionalmente podemos não nos aperceber de que nos tornamos ditadores ao procurar impor nossa vontade pessoal ou ao tentar forçar alguém a aceitar modelos pré-concebidos. Talvez estejamos rezando: “Faça-o enxergar as coisas do meu modo”, ao invés de: “Ajuda-me a encontrar a melhor solução”, ou: “Faze com que a luz da verdade ilumine sua mente”, ou simplesmente: “Tuas vontades serão feitas, Pai”.
É fácil desviar as preces que fazemos para os outros, de modo a satisfazer o que nós queremos para eles ou pensamos que eles deveriam querer ou ter. É uma cilada contra a qual precisamos estar sempre de prontidão, especialmente quando se trata de pessoas muito chegadas a nós. Pode não ser difícil parecer que estamos conformados quando pedimos por aqueles que estão longe e não são tão íntimos, mas para aqueles com quem temos uma relação mais chegada, é muito difícil nos desvencilharmos do nosso Ego e tentarmos rezar para o bem dessa pessoa entregando-a a Deus, mesmo que seja contra o que gostaríamos que acontecesse. Portanto, se nossas preces parecem não produzir resultados, vamos examinar nossos motivos e talvez aí encontremos a razão para o fracasso.
2) Devemos sempre reconhecer a qualidade da liberdade no amor puro, mesmo quando vemos que alguém está cometendo o que consideramos um grande erro. Devemos dar liberdade a esta pessoa para que se desenvolva a sua maneira. Talvez vejamos alguém muito querido deixando-se levar para uma situação que sabemos irá causar-lhe sofrimento e queremos evitar que isto aconteça e que a pessoa sofra. Porém, talvez, seja preciso, para que a pessoa aprenda experimentar certas provações e aflições, a fim de receber uma lição necessária. Talvez o engrandecimento da alma venha através desta experiência porque, infelizmente, aprendemos muito mais com nossas próprias experiências do que com conselhos.
Quando bebês, ao aprendermos a andar, tivemos muitas quedas. Se nossas mães nos tivessem carregado sempre em seus braços, certamente não teríamos tido tantas quedas, manchas roxas e choros, mas também não teríamos aprendido a andar. A mãe carinhosa, certamente quer proteger seu filho de quedas físicas, emocionais e espirituais, mas somente experimentando algumas dessas quedas e por meio da liberdade do poder tentar, acertar e fracassar sozinhos é que aprendemos a andar retos, tanto fisicamente como de outras maneiras.
Jesus Cristo disse: “Não te peço que os tires do mundo, mas que os guardes do maligno”. Ele não rezou para que Seus queridos Apóstolos fossem tirados do mundo, mundo este cheio de desafios, provocações, frustrações e conflitos, mas que eles fossem protegidos do mal. Devemos deixar nossos entes queridos livres para encontrar o bem supremo, da maneira que for melhor para eles. Podemos rezar para que Cristo os conduza nos caminhos da honradez e probidade. O Cristo dentro de nós deve reconhecer o Cristo daquele por quem rezamos e dar-lhe liberdade individual para fazer sua própria escolha.
3) Não devemos jamais implorar ou suplicar. Implorar supõe que estamos tentando superar uma relutância por parte de Deus. Não há necessidade de se implorar a Deus em nome de outra pessoa, uma vez que o seu bem estar já é muito conhecido no coração do Pai. Muitas referências nas Escrituras Sagradas afirmam esta verdade. “Nosso Pai conhece as coisas de que necessitamos, antes de as pedirmos” (Mt 6: 8). “Não é da vontade do Pai que nós devamos morrer” (Mt 18: 14). “É prazer do Pai dar-nos o reino” (Lc 12: 32). Podemos estar certos de que a vontade de Deus para nós é perfeição.
A prece de Jesus Cristo era: “Eu dentro de vós e vós dentro de mim, assim sereis feitos perfeitos em um só”. Nossas preces não mudam o que Deus pensa sobre nós. Ele já nos determinou perfeição. Não temos que negociar com Deus. A prece não muda Deus e não o impele a fazer o que Ele não almeja para nós. A prece nos coloca num estado de receptividade do Bem que Deus já planejou para nós. Portanto, ao invés de implorar e suplicar, vamos reivindicar o que há de bom, já estabelecido em espírito. Jesus Cristo corajosamente rezou para o Pai: “Pai, quero que onde eu estou, estejam também comigo aqueles que me deste, para que vejam a glória que me deste, porque me amaste antes da criação do mundo” (Jo 17: 24).
4) Devemos confirmar a verdade na fé, confiança e agradecimento. Quando Jesus Cristo ressuscitou Lázaro, Ele disse com plena fé e confiança: “Pai, Eu Vos agradeço por me teres ouvido e sei que sempre me ouvis” (Jo 11: 41). Nas duas ocasiões quando alimentou as multidões, Ele primeiro agradeceu pela dádiva que foi dada, muito embora ainda não tivesse sido manifestada no plano exterior. Agradecendo desta maneira, demonstra fé, confiança e desperta estas qualidades em outros, que, por sua vez, se tornam melhores canais pelos quais Deus pode fazer Sua obra.
5) Não volte atrás em suas preces! É de pouca valia rezar com palavras positivas se, continuamente, estamos projetando um quadro negativo na tela da Mente. Se visualizarmos e, deste modo, enfatizamos a parte negativa ou condição que precisa ser eliminada, estamos desfazendo todo nosso trabalho de rezar. Você se lembra da parábola da casa que limpamos de todos os maus espíritos? Depois de estar completamente limpa, ela permaneceu vazia; os maus espíritos voltaram e trouxeram sete vezes piores espíritos com eles. Ideias sombrias e pessimistas sobre quem rezamos devem ser eliminadas de nossa casa de pensamentos. Inclinações duvidosas, temores e ansiedade devem ser varridos com fortaleza e na Mente só devemos colocar pensamentos firmes e positivos.
6) Devemos imaginar os perfeitos resultados da prece. Nossa faculdade de imaginar desempenha um importante papel no que diz respeito a “chamar” as condições desejadas. Se rezamos pela saúde de alguém, vamos imaginá-lo sempre com boa saúde. Se rezamos pela paz de espírito, harmonia ou qualquer outra condição desejada, vamos imaginá-lo já gozando deste estado de espírito. “Vós vos mantereis em perfeita paz se vossa Mente estiver com Ele” (Is 26: 3). Fixando nossa atenção em Deus e na sua bondade, fortalecemos Sua presença e atividade. Ao visualizarmos alguém circundado pela luz de Cristo, estamos protegendo-o do mal e ajudando a antecipar a cura, seja da Mente, do corpo ou de qualquer natureza. Desta maneira nos tornamos co-criadores com Deus e ajudamos a estabelecer o Reino dos Céus na Terra.
7) Não devemos colocar limites nas nossas preces. Com Deus nada é impossível; não há limitações em Deus. “O que pedires em meu nome, será dado a ti” (Jo 14: 14). Jesus Cristo disse: “É prazer do Pai dar-vos o reino” (Lc 12: 32). O desejo do Pai para conosco é o bem, nada a não ser o bem, de maneira que devemos ficar receptivos e abertos para todo o bem que o Pai tem reservado para nós. Poderá vir em bênçãos como um aguaceiro derramado das janelas do Céu.
8) A qualidade sentida, presente, de agora é eficiente na prece. A manifestação da resposta perfeita de Deus é possível agora mesmo, se houver fé e compreensão suficientes para chamá-la. “Antes que perguntes, responderei” (Is 65: 24). Deus está aqui, agora, e basta invocar Seu amor e poder de maneira correta, para recebermos respostas completas e perfeitas.
9) Devemos dar à reza um profundo sentido de alegria. “E falo isto estando ainda no mundo, para que partilhem plenamente de minha alegria” (Jo 17: 13). Se estamos cientes da presença e poder de Deus, como Jesus Cristo estava, não deixaremos de ser agraciados com a felicidade. A prece verdadeira é alegre, porque reflete a convicção que Deus está no comando de seu mundo e que tudo está na ordem divina, apesar de toda a aparência em contrário.
10) Nossas Mentes e Corpos devem estar limpos e puros. No Serviço de Cura da Fraternidade encontramos estas palavras: “Se queremos realmente ajudar no trabalho que os Irmãos Maiores começaram, devemos fazer de nossos corpos instrumentos adequados, devemos purificá-los vivendo uma vida limpa, pois um recipiente sujo não pode conter água limpa e saudável, nem uma lente manchada pode dar uma imagem nítida”. Nem o puro e forte poder da cura pode ser emanado daqui a não ser que mantenhamos nossas Mentes e Corpos limpos e puros. Quando Jesus Cristo subiu o Monte da Transfiguração, Ele levou consigo três de Seus Discípulos: Pedro, Tiago e João. Enquanto estavam com Ele, os demais Discípulos foram abordados por um homem que pedia a cura de seu filho, possuído pelos maus espíritos. Eles tentaram, mas não conseguiram a cura. Quando Jesus Cristo, acompanhado de Pedro, Tiago e João retomou e curou o menino imediatamente. Os Discípulos, desanimados pela inabilidade em demonstrar o poder da cura que Jesus havia ensinado, perguntaram o porquê. Sua resposta foi: “Este tipo de cura só acontece com prece e abstinência”. Que outra manifestação mais clara precisamos ter para nos certificarmos da necessidade de purificar os nossos Corpos e as nossas Mentes? Devemos alimentar-nos com pensamentos saudáveis e puros. Não podemos deixar nossas Mentes se fortalecerem com pensamentos negativos, nem permitir que sentimentos desta natureza nos guiem. Assim como seguimos instruções de nossos Irmãos Maiores para um regime vegetariano, a fim de conservarmos nossos corpos puros, vamos prestar atenção ao conselho de São Paulo para a purificação da Mente: “Quanto aos mais, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é honesto, tudo o que é justo, tudo o que é santo, tudo o que é amável, tudo o que é de bom nome, qualquer virtude, qualquer coisa digna de louvor da disciplina, seja isto objeto dos vossos pensamentos” (Fp 4: 8).
Traduzido da Revista “Rays from the Rose Cross”
(Revista Serviço Rosacruz – 02/81 – Fraternidade Rosacruz – SP)