Como o Tempo que usamos no Dia a Dia é Determinado

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Como o Tempo que usamos no Dia a Dia é Determinado

Como o Tempo que usamos no Dia a Dia é Determinado

Geralmente na vida cotidiana consideramos o tempo medido pelo movimento dos ponteiros de um relógio, seja de pulso, seja de parede.

O orgulho com que muitas pessoas se referem à precisão de seu relógio mostra o quanto um conhecimento preciso do tempo é valorizado pelas civilizações desenvolvidas. Quando paramos para pensar quão dependentes nós somos, todos os dias das nossas vidas, de um conhecimento sobre o tempo correto, nós começamos a entender o débito que todo mundo tem para com o astrônomo que forneceu esse conhecimento. Entretanto, apesar do uso que fazermos do relógio para saber as horas e o dia, realmente muito pouco conhecemos de como o tempo é determinado.

Muitos anos atrás o relógio solar era usado para mostrar a hora solar, sendo que a hora do meio-dia era indicada quando a sombra estava na linha norte-sul. Contudo, o tempo mostrado dessa maneira não é exato, pois o Sol não está no centro da órbita da Terra, e o tempo entre os segundos sucessivos em que a sombra se aproxima do norte e do sul é diferente em várias épocas do ano. Consequentemente, os relógios eram feitos para funcionar de tal maneira que a duração de um dia fosse a mesma ao longo do ano e de igual duração a média do dia, conforme mostrado pelo relógio solar. Isso é chamado de tempo médio.

O sol, no entanto, é tão grande que não é fácil observá-lo com precisão, de modo que o astrônomo, frente a alguns propósitos, precisa do tempo mais preciso e exato, para olhar as estrelas.

As estrelas se movem pelo céu, assim como o Sol se move. Observando atentamente, foram determinados os horários exatos em que certas estrelas cruzam uma linha norte e sul no céu. Esse tempo é conhecido como a centésima parte de segundo por cerca de mil estrelas.

Geralmente, um telescópio especial, conhecido como instrumento de trânsito, é usado para determinar o tempo. Está configurado de tal maneira que só pode apontar ao longo de uma linha norte e sul nos céus. Uma dessas mil estrelas é, então, observada nesse telescópio e o instante em que está exatamente no meio do campo de visão é observado e registrado por um dispositivo de registro automático.

Se o relógio que o astrônomo usa mostra a hora em que ele sabe que a estrela cruzou o centro do campo de visão, então está mostrando a hora correta. Caso contrário, rápido ou lento, lhe é mostrado o quando está errado.

Geralmente, um número das chamadas “estrelas do relógio” são observadas para que média seja obtida. Tais observações, normalmente, são feitas uma ou duas vezes por semana. Podemos dizer que, para o astrônomo, essa passagem da estrela selecionada é como um apito do meio-dia que aguardamos para acertar nossos relógios. Se nossos relógios não estiverem de acordo com o apito, nós os acertamos. Da mesma forma, o astrônomo compara seu relógio com as estrelas.

No entanto, o tempo obtido das estrelas dessa maneira não é um tempo médio, que é o que queremos. Porém, é uma questão simples, mudar do tempo das estrelas para o tempo médio.

Tendo feito essa transformação, outro relógio, o relógio de tempo médio, é corrigido para mostrar o tempo médio e executado de acordo com ele. Esse relógio de tempo médio é um circuito telegráfico que transmite as batidas pelo fio no tempo determinado. As batidas são feitas para parar em um determinado momento, por exemplo, às 12 horas. A última batida foi precisamente naquele momento. Dessa forma, um sinal é enviado por todo o país e qualquer pessoa que esteja no escritório de telégrafo pode definir seu relógio.

A realização real das observações e o cálculo do tempo delas são um pouco mais complicados do que a simples declaração feita acima, mas o princípio no qual os métodos se baseiam é o indicado. Uma determinação cuidadosa do erro de relógio em um observatório moderno pode levar de duas a três horas e é correta até quase o centésima de segundo. Essa precisão não é necessária para uso comum, mas o astrônomo tem a oportunidade de usá-la em certas linhas de investigação.

N.T.: Essa maneira de medir o tempo é conhecida como Tempo Médio de Greenwich (Greenwich Mean Time), cuja sigla é GMT. Atualmente, também há um método chamado UTC (Tempo Universal Coordenado) que não se define pelo Sol ou as estrelas, mas é sim uma medida derivada do Tempo Atômico Internacional (TAI) – calculado em 70 laboratórios do mundo por 400 relógios “atômicos” (batizados assim porque o segundo é definido pelo ritmo de oscilação de um átomo de césio). Devido ao fato do tempo de rotação da Terra oscilar em relação ao tempo atômico, o UTC sincroniza-se com o dia e a noite de UT1, ao que se soma ou subtrai segundos de salto (leap seconds), quando necessário. Os segundos de salto são definidos, por acordos internacionais, para o final de julho ou de dezembro como primeira opção e para os finais de março ou setembro como segunda opção. Até hoje somente julho e dezembro foram escolhidos como meses para ocorrer um segundo de salto. A entrada em circulação dos segundos de salto é determinada pelo Serviço Internacional de Sistemas de Referência e Rotação da Terra (IERS), com base nas suas medições da rotação da terra. No uso informal, quando frações de segundo não são importantes, o GMT pode ser considerado equivalente ao UTC. Em contextos mais técnicos é geralmente evitado o uso de “GMT”.

Na prática não há diferença de horário entre Greenwich Mean Time e Universal Time Coordinated.

(Publicado na: Rays From The Rose Cross – jan. /1916 – Traduzido pela Fraternidade Rosacruz em Campinas – SP – Brasil)

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