Vença o Mal com o Bem

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Vença o Mal com o Bem

Vença o Mal com o Bem

Quando, no início de nossos esforços para viver uma vida superior, nós nos examinamos e julgamos a cada noite, conforme previsto no exercício noturno usado pela Fraternidade Rosacruz, o de Retrospecção, encontramos naturalmente dentro de nós muitos hábitos e qualidades de caráter que consideramos indesejáveis, que dificultam nosso avanço e que, imediatamente, tentamos erradicar.

Então começa a luta contra a natureza inferior, que muitas vezes sobrecarrega nossa força ao máximo, pois descobrimos que, ao nos opormos a essas tendências, elas parecem se fortalecer e resistir a nós com um poder cada vez maior. Isso ocorre porque essas disposições estão profundamente enraizadas em nossa natureza e são, consequentemente, difíceis de desalojar. Ao nos opormos ao mal, nós o fortalecemos, fazemos com que ele revide e, assim, derrote nosso objetivo.

Existe um método, no entanto, pelo qual podemos atingir nosso objetivo com muito menos gasto de energia e, com este fim, São Paulo nos deu a chave, quando disse: “Não sejam vencidos pelo mal, mas vençam o mal com o bem”. Nessa declaração, ele enuncia um princípio bem estabelecido de treinamento oculto, que é superar todo o mal de nossa natureza, transmutando-o em bem.

É óbvio para qualquer um que não possamos ter qualidades de natureza exatamente oposta. Não podemos ser tanto santos quanto pecadores; sábios e ignorantes; pacientes e impacientes; portanto, ao cultivarmos um atributo, o outro deve necessariamente ser erradicado. Assim, vivendo uma vida de devoção a altos ideais, cultivando o bem e a verdade dentro de nós mesmos, vencemos e expulsamos nossas más tendências com tanta facilidade e segurança quanto o calor supera o frio ou a luz dissipa as trevas. Parecendo ser o caminho da Natureza, é muito mais fácil sobrepujar uma falha cultivando um bom hábito para substituí-la do que arrancá-la pelas raízes.

Além disso, é indesejável eliminar tudo o que encontramos em nossa natureza. Todas as nossas faculdades nos foram dadas para uso. É por meio delas que adquirimos experiência. O fato de parecerem más é simplesmente porque canalizamos nossa energia na direção errada. Portanto, se as matarmos, nós nos privaremos de algo que possa ser benéfico, enquanto , se transmutarmos e usarmos essa energia para o bem, não apenas erradicaremos o mal, como também adquiriremos novas faculdades de valor para o crescimento da alma. Lembrem-se de que é nossa a tarefa de purificar e refinar nossa natureza para, assim, nos prepararmos para o trabalho nos Mundos superiores.

Portanto, não gastemos tempo em resistir ao mal ou negá-lo; contudo, esforcemo-nos por cultivar ao máximo nossas naturezas mais elevadas e viver vidas de tanta pureza que, não apenas por atos, mas também palavras, pensamentos e sentimentos, possamos expressar apenas aquilo que é bom, belo e, por meio da alquimia espiritual, transformar nossa natureza inferior, transmutando o metal básico no mais puro ouro.

Nosso objetivo é nos tornar criadores autoconscientes e o primeiro passo necessário para essa conquista é deixar o amor governar supremo em nossos corações, para que não procuremos mais destruir, porém unicamente elevar e preservar. Cristo disse: “Ame seus inimigos”. E podemos ver prontamente que nossos piores inimigos sejam as próprias paixões e desejos carnais, porque impedem nosso avanço em uma medida muito maior do que qualquer força externa pode fazer.

No entanto, essas paixões têm sido o meio do nosso progresso, pois por meio delas ganhamos as experiências necessárias para o crescimento e devemos amá-las de acordo com isso.

No entanto, agora, tendo aprendido a lição, assimilando tudo o que elas possam ensinar, é necessário, a fim de avançar ainda mais, que toda faculdade seja elevada e treinada para nos servir em níveis mais elevados.

O polo oposto de todo vício é uma virtude na qual esse vício pode ser transmutado e, quando purificado, torna-se um servo valioso.

Esforcemo-nos, assim, para transmutar em bem tudo o que é ruim em nossa natureza; para tornar o que já é bom em um bem ainda maior e, logo, prepararmo-nos para ser colegas de trabalho daqueles que estão atuando para acelerar o grande Dia do Senhor.

(Publicado na Revista Rays from Rose Cross de outubro/1915 e traduzido pela Fraternidade Rosacruz em Campinas – SP – Brasil)

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