As Aventuras de Rex e Zendah no Zodíaco – A Terra de Capricórnio

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

As Aventuras de Rex e Zendah no Zodíaco – A Terra de Capricórnio

As Aventuras de Rex e Zendah no Zodíaco
A Terra de Capricórnio

 

O portão seguinte estava parado – não havia movimento de nenhuma espécie. Parecia sólido e pesado; seu ornamento central era uma montanha, com um pequeno edifício no ponto mais elevado. Os pilares eram entalhados com cabeça de bode na parte superior, e nas bases tinham uma guarnição de robôs de peixes.

Rex não sabia como poderiam entrar, pois não viram campainha nem nada em que bater, nem mesmo um pau para bater no portão.

Subitamente disse Zendah: “Existe um pequeno buraco de fechadura lá em cima do portão, Rex, mas não sei como poderemos atingi-lo; e mesmo que chegássemos lá, não temos chave. Todavia, você pode subir aos meus ombros para ver se chega até a fechadura”.

Rex subiu-lhe aos ombros, mas mesmo assim não atingiu a fechadura. Pulou então para o chão e os meninos se entreolharam, desanimados.

– “Isto é uma maçada”, disse Rex, olhando para o portão. “Veja aquelas letras, Zendah. Eu não as havia visto antes”.

Ficaram surpresos ao verem escritas no portão as seguintes palavras:

“Se não conseguir da primeira vez, tente, tente novamente”. De súbito Zendah percebeu uma enorme pedra próxima do portão. Havia um traço luminoso por baixo dela. Disse Zendah: “Tentemos levantar esta pedra e talvez encontremos a solução”. Ambos empurraram a pesada pedra; no fim de alguns minutos a pedra foi afastada e em baixo dela encontraram uma caixa de pedra branca.

Dentro dela havia uma pequena chave feita de um metal escuro que parecia pesado. De fato, era muito pesado, pois, juntos, com dificuldade conseguiram levantá-la. Zendah segurou a chave com ambas as mãos e ao fazê-lo Rex gritou: “Zendah, Zendah você está ficando cada vez mais alta! “. Ele viu-a crescer como um pé de feijão e em poucos minutos estava tão alta que atingiu a fechadura e pôde colocar a chave nela. Ao terminar de fazer isso, voltou instantaneamente ao seu tamanho normal, e ouviram uma voz que dizia:

– “Quem encontrou o segredo da entrada da Terra do Bode? “.

Os meninos responderam: “Rex e Zendah”.

– “Deem a senha! “

– “Perseverança”, responderam os meninos.

– “Entrem, Rex e Zendah, pela virtude da perseverança”.

Aos poucos, lentamente, o portão abriu-se e um vento frio fez com que tremessem ao passar pelo umbral.

Que visão tiveram!! Filas e filas de montanhas, umas cobertas de neve e outras de pedras cinzentas. O Sol acabava de surgir e enquanto olhavam as montanhas, elas foram mudando do cinzento para lindas cores azul e púrpura e à proporção que o sol se fazia mais alto no céu, iam-se tornando em cor de rosa, alaranjado, até ficarem com a cor que tinham durante o inverno as montanhas do lugar onde viviam os meninos.

– “Está frio aqui”, disse Zendah, batendo com os pés, “mas não gosto de subir montanhas”.

Voltaram-se ao ouvir passos e viram uma mulher idosa, com cabelos grisalhos, que se dirigia para eles.

Segurava um bastão e vestia roupa de alpinista, feita de material esverdeado, amarrada com um cinto de couro castanho-escuro.

– “Vocês vão ver que esta terra é difícil”, disse ela, balançando a cabeça gravemente para as crianças, “mas eu lhe darei a força dos pés do bode e vocês poderão subir a montanha”.

Assim falando, tocou-lhes os pés com seu bastão e, para seu espanto, os meninos verificaram que podiam subir as encostas da montanha com toda facilidade.

– “Que teria acontecido, se você não tocasse nossos pés com o seu bastão? “, perguntou Zendah.

– “Seus joelhos se dobrariam, vocês cairiam, e nunca teriam podido atingir o cume da montanha”, disse a velha.

Subiram, subiram, atravessando grandes bosques da faia, aqui e ali, homens cortavam algumas, preparando-as para serem trabalhadas lá em baixo, no sopé da montanha.

Próximo ao cume, encontraram um lindo jardim com fileiras de álamos e de seixos, tão bem arrumadinhos que Rex imaginou ver soldados em marcha.

No centro, havia um palácio negro, que brilhava como mármore polido, mas disseram-lhe que era feito de azeviche.

No palácio de azeviche encontraram o Rei Saturno que sorriu quando eles entraram e lhes disse que era nessa casa que ele era encontrado mais frequentemente.

– “Receio que vocês só achem interessante esta Terra do Capricórnio e, virando-se para um jovem que estava sentado ao seu lado, que tinha os cabelos semelhantes aos de Rex, acrescentou:

– “Vocês conhecerão todas as nossas maravilhas por meu filho, Marte, que é jovem e ficará contente por ter um motivo para fazer outra coisa que não seja permanecer sentado, quieto, diante de mim, todo o dia! “.

Marte ergueu-se com um sorriso e saíram, lançando um olhar, à medida que passavam, nos diversos cômodos do palácio onde viviam homens e mulheres falando, falando tanto que vocês pensariam que deviam estar cansados de tanto tagarelar.

Em outra dependência viram pessoas cercadas de livros e rolos de papel com centenas de selos verdes e vermelhos pendentes, havia livros nas prateleiras, livros nas mesas, livros no chão em monte; eram tantos livros que quase não se viam as pessoas!

– “Alguns destes estão estudando tudo sobre leis, de modo a poderem orientar seus reis a dirigirem seus países”, explicou Marte, e outros escrevem livros para serem armazenados nas livrarias e bibliotecas para que muitas pessoas possam lê-los.

Os meninos acharam que isso estava enfadonho, e então Marte levou-os fora do palácio onde viram centenas de bodes e cabras, grandes e pequenos, cinzentos, brancos e malhados, correndo montanhas abaixo, nunca escorregando nem caindo quando saltavam de um penhasco para outro.

– “Não existem outros animais aqui? “, perguntou Zendah.

Marte mostrou-lhe uma lagoa escura, próxima ao sopé de uma das montanhas. Lá os meninos viram centenas de crocodilos.

– “Não gosto deles, nem do seu cheiro”, gritou Zendah.

Marte riu. “Feche os olhos”, ordenou, e disse uma palavra mágica.

– “Pode abri-los agora”. Quando Zendah abriu os olhos, todos os crocodilos haviam virado cobras que subiam as margens da lagoa tão depressa quanto podiam.

Pouco depois chegaram a uma fenda na montanha, e engatinhando por ela chegaram a uma espécie de caverna semelhante a um pequeno quarto, com cadeiras de um lado. Depois de se terem sentado, o quarto tornou-se subitamente escuro e zás – bum! Sua respiração quase parou e eles viram uma luz mortiça.

– “Fiquem quietos, bem quietos se quiserem ver os gnomos trabalhando”, sussurrou Marte, quando chegaram a uma estreita passagem dentro da gruta. Estavam na beira de um rochedo olhando para uma caverna em baixo.

Lá, centenas de pequeninos homens andavam de um lado para outro. Alguns olhavam para uns caldeirões nos quais ferviam metais. Outros empurravam pequenos carros cheios de metal fundido e viravam os carros, derramando o metal quente nas frestas das rochas.

– “Que fazem eles” perguntou. “Estão pondo chumbos nos veios das rochas para que ele possa escorrer até a terra e os homens possam encontrar minas de chumbo, se cavarem bem fundo. Os metais têm de ser postos na terra, antes que os homens os possam achar. Agora vamos ver o que fazem eles com as árvores que vocês viram sendo abatidas nos declives da montanha”.

Passaram a um grande edifício no qual os troncos das árvores eram reduzidos a tábuas lisas. Algumas eram polidas até ficarem como espelhos; os meninos podiam ver seus rostos refletidos nelas. Por toda a parte, todas as coisas eram feitas de madeira: mesas, brinquedos, botes e caixas. Num canto, um homem arrumava pequenos triângulos e quadrados diminutos, coloridos, formando um desenho parecido com o de um tapete.

– “Como demora fazer isso! “, suspirou Zendah, lembrando-se que não gostava de ficar sentada, quietinha por muito tempo.

– “Ele vem fazendo isso há 84 anos”, replicou Marte. “Como você vê é preciso ter muita paciência para fazer isso, e essa, é uma das coisas que se aprende aqui”.

As crianças começavam a sentir-se cansadas com a subida porque o poder do bastão mágico começava a declinar, e por isso Marte carregou-as para cima de uma montanha muito alta, cujo cume parecia estar acima das nuvens.

Afinal chegaram diante da porta de um edifício de cristal que tinha cinco lados, como uma estrela. Sobre a porta, liam-se as seguintes palavras:

“O SILÊNCIO É DE OURO”

No pórtico da entrada próxima a uma janela que subia do chão até o teto, estava sentado um homem. A janela tinha uma abertura na parte superior por onde um telescópio apontava para o céu estrelado. O homem estava no meio de uma porção de mesas cobertas com livros e papéis desenhados com círculos e números fantásticos.

Como Marte levasse as crianças perto dele levantou o olhar dos cálculos que fazia.

– “Datas de nascimentos, por favor”, foi tudo o que disse.

– “27 de março e 26 de novembro”, responderam Rex e Zendah.

O homem riu e disse:

– “Por favor, um de cada vez”.

Escreveu seus nomes num grande livro que estava a seu lado. Querendo saber porque ele queria as datas de seus nascimentos, Rex e Zendah ficaram olhando para ele, mas o homem mergulhou novamente em seus cálculos e os meninos viram então que Marte esperava por eles à porta.

Deixando esta antecâmara, chegaram à entrada do “hall” principal.

Marte disse-lhe para que o seguissem devagar e mansamente. No centro, pendia uma lâmpada suspensa ao teto por uma corrente dourada que brilhava quando balançava com o vento. Em baixo da lâmpada estava uma mesa em cujas pernas havia serpentes entalhadas sobre ela, por cima de uma almofada cor de púrpura, havia um livro encadernado em veludo branco. Várias correntes e cadeados estavam amarrando o livro e sobre o livro lia-se em letras de ouro:

“SABER É PODER”

Um anjo verde estava ajoelhado em cada canto, enquanto um outro permanecia atrás da lâmpada, vigiando para que o livro nunca saísse dali.

– “Este é o livro no qual toda a sabedoria do mundo está escrita, em todas as línguas”, disse Marte. “Está fechado com sete cadeados, e a pequena chave que vocês acharam na porta da entrada desta terra, abre um deles, mas enquanto vocês não visitarem todas as terras do Zodíaco não serão capazes de ler nenhuma de suas palavras. A lâmpada é como a lâmpada de Aladim; pode dar a vocês tudo o que desejarem. Antes de partirem, o Pai Tempo dará a vocês uma cópia dessa lâmpada e ensinará vocês a usá-la”.

Marte desceu com eles pelo lado da montanha até o palácio de azeviche . O Pai Tempo sorriu quando os viu. Lendo seus pensamentos disse-lhes:

– “Então vocês querem ler o livro da sabedoria, hein, meninos? Algum dia vocês o farão. Tome Zendah, dou-lhe um exemplar da lâmpada; você deve descobrir onde esfregar e quantas vezes; depois, use essa descoberta juntamente com a senha desta terra, isto é, Perseverança. Você, Rex, pode usar esta estrela de cinco pontas feita de jade, para lembrar-se desta terra”.

Marte conduziu-os até as portas do palácio. Despediram-se e os meninos correram montanha abaixo chegando à porta de entrada dessa terra mais depressa do que esperavam. Pudera! É muito mais fácil descer uma montanha do que subir por ela! Eles não sabiam ao certo o que pensar da terra do Capricórnio porque, como disse Zendah, lá as coisas eram muito confusas, e também, lá fazia muito frio.

(The Adventures of Rex and Zendah In The Zodiac – por Esme Swainson – publicado pela The Rosicrucian Fellowship – publicado na revista Rays from the Rose Cross nos anos 1960-61; As Aventuras de Rex e Zenda no Zodíaco (as Ilustrações são originais da publicação) –Fraternidade Rosacruz – SP – publicado na revista Serviço Rosacruz de 1980-81)

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