Unicidade: vencendo todo o sentimento de oposição entre o mundo – ou “os outros” – e você próprio
O ser humano não seria um indivíduo se, em determinada altura de sua jornada evolucional, ele não sentisse ser ele próprio, um indivíduo separado dos outros indivíduos. Porém, ele não será um ser humano, no mais alto sentido da palavra, até que aprenda a transformar esta sensação de isolamento numa nova sensação de unicidade com o Universo como um Todo.
Ângelus Silésius, um místico cujos comentários sobre o nascimento de Cristo dentro de nós devem ser familiares a todos os estudantes dos escritos de Max Heindel e sendo um ser dotado de percepção sensorial, ensinou ao longo destas concepções que o ser humano é uma entidade no meio de outras entidades e seus órgãos sensoriais trazem-lhe informações de que existem, no tempo e no espaço, coisas que parecem estar fora dele. Todavia, quando o Espírito fala no ser humano não existem mais “dentro” ou “fora” e “antes” ou “depois”. Espaço, tempo e separatividade dissipam-se na contemplação do que Silésius chamava de “O Todo Espiritual”.
É neste ponto, disse Silésius, que “o mundo não te restringe; tu próprio és o mundo que te limita… tão fortemente em fronteiras de cativeiro. O ser humano não atinge a perfeita bem aventurança até que a Unidade tenha absorvido a diversidade ou o não eu”.
O pináculo do ser é atingido quando uma pessoa aprende a considerar-se mais do que o seu individual “Eu” e vence todo o sentimento de oposição entre o mundo – ou “os outros” – e ele próprio. Então uma vida superior começa para ele. Ele aniquilou tudo que dentro dele é arbitrário, individualista e que procura o interesse próprio. Ele sente, desde então, a irresistível obrigação de atuar duma forma que seja necessária para o todo. O seu senso de responsabilidade moral cresce muito além do que tinha sido no seu estado de separatividade. O ser humano integral, agora uno com Deus e o Cosmos, faz tudo para o bem do Todo, porque ele sabe que fazer de outro modo, seria retirar a sua contribuição do bem estar universal.
(Revista Serviço Rosacruz – 05/80 – Fraternidade Rosacruz – SP)
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