Resposta: Sim, certamente nós os encontramos e os reconhecemos, porque a morte não encerra poder transformador algum. A pessoa surge ali na mesma forma que o conhecemos aqui, porquanto ela se crê ainda possuidor dessa forma, mas, o lugar em que poderemos encontrá-la depende de vários fatores.
Em primeiro lugar, se tivermos vivido uma vida muito religiosa, não teremos que passar pelo Purgatório e, também, teremos uma existência muito curta no Primeiro Céu, e iremos quase que diretamente para o Segundo Céu[1], enquanto aquele a quem o amor era de tal natureza que ele teria uma longa estada no Mundo do Desejo, então, é claro que não deveríamos nos encontrar até que ele chegasse ao Segundo Céu. Se morremos aqui logo após esse ente querido, talvez o encontro não aconteceria, pelo menos, antes de vinte anos, mas isso não importância, porque nas referidas Regiões do Mundo do Desejo a pessoa está totalmente inconsciente do tempo.
A pessoa materialista, se tivesse vivido uma existência moralmente sã, como costumamos descobrir que essas pessoas fazem, permaneceria na quarta Região do Mundo do Desejo[2], durante certo número de anos, de acordo com o tempo vivido no plano físico, posteriormente passaria pelo Purgatório e Primeiro Céu e depois para o Segundo Céu, embora não tivesse lá uma consciência tão ampla e clara, como a pessoa devotada às realidades do Espírito.
Nós o veríamos, o reconheceríamos e associando-nos a ele durante séculos, na obra de engendrar o futuro ambiente, e lá ele não seria nada materialista, porque ao atingir essa elevada Região[3], o Espírito não se encontra dominado pelas ilusões que, muitas vezes, o envolveram no Mundo material. Todos e cada um se reconhecem como seres espirituais, lembrando-se desta vida terrestre da forma como recordamos algum pesadelo. O Espírito, ao penetrar no Segundo Céu, já sente a sua verdadeira natureza.
(Pergunta nº 56 do Livro Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas – Vol. I – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz)
[1] N.T.: No Mundo do Pensamento.
[2] N.T.: Região Limítrofe
[3] N.T.: o Segundo Céu, no Mundo do Pensamento