As Possibilidades
A vida se assemelha a uma imensa área cheia de possibilidades. Ou melhor, a um rio enorme cheio de possibilidades.
Não é temerário querê-lo inteiro. A essa formidável corrente, onde estão as causas e os efeitos, não custa mais encher uma ânfora grande do que uma pequenina.
Tanto as mais extraordinárias como as mais insignificantes coisas podem ser encontradas nessas crespas ondas que brotam da fonte misteriosa do Ser e a ela voltam, fecundando o universo infinito.
Revela, pois, grande desconhecimento da magnitude da vida e grande mesquinhez de espírito aquele que, por desconfiança, nega que uma coisa lhe possa vir simplesmente porque é muito bela. Longe de ser perfeita, porém, é progressiva e pouco a pouco avançamos até nossa meta, a qual, esperamos, um dia possa ser apresentada ao mundo como um meio prático e eficaz de sair do caos atual, nascendo para uma nova vida mais harmoniosa e mais verdadeira.
É incontável, é formidável e pasmosa a quantidade de coisas belas que são diariamente outorgadas ao mundo e às quais o mundo não costuma prestar atenção, distraído, atormentado por vis ansiedades e tristes egoísmos.
“As coisas”, disse um pensador, “parecem-nos impossíveis enquanto não se realizam”. Portanto, jamais creia que a excelência de um bem seja condição negativa para a sua consecução.
Para a possibilidade de receber esse bem, abra com sua confiança todas as capacidades do seu espírito. Não consinta que, fechadas pelas chaves do ceticismo, a suas portas interiores chegue a suma felicidade que lhe cabe, mas não pode entrar… e se afasta para sempre.
(Publicado na Revista Serviço Rosacruz de setembro de 1970)