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PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Pintadinha – Palavra-chave: Amor ao Lar

PINTADINHA

Palavra-chave: Amor ao Lar

A história de hoje é sobre uma galinha chamada Pintadinha. Ela pertencia a uma menininha chamada Shirley.

Pintadinha morava no campo, em uma grande fazenda, com muitas outras galinhas e um Papai Galo. Lá também haviam cavalos e muitas vacas.

Era um lugar muito interessante para se viver. Havia muitas coisas para serem vistas e muito trabalho para fazer. Havia campos de cereais, de capim, de trevo; também um pomar com pêssegos, damascos, uvas e muitos outros tipos de frutas. Os cavalos puxavam os arados e faziam sulcos no solo para que as cenouras, as beterrabas, as outras verduras, os cereais e as frutas crescessem direitinho. As vacas se ocupavam comendo capim e trevo e transformando-os no rico leite para os meninos e meninas beberem.

Até o grande Papai Galo estava sempre ocupado procurando uma minhoquinha gorda. Quando encontrava um petisco bem apetitoso não engolia vorazmente. Oh, não! Era cavalheiro demais para fazer isso. Segurava-o gentilmente no bico e chamava na sua linguagem de frango:

– Venham queridas, tenho uma coisa deliciosa para vocês.

Quando as galinhas ouviam isso, nossa, que correria! Com as asas abertas, cada uma corria o mais que podia. Pintadinha era uma galinha tão esperta, que geralmente chegava primeiro e comia o bichinho.

Se um gavião voava baixo, procurando uma chance de se lançar sobre uma galinha, como Papai Galo ficava indignado! Avisava as suas galinhas para se esconderem rapidamente sob o pé de pimenta, eriçava as penas do pescoço e se preparava para a batalha. Parecia tão ameaçador e pronto para a luta, que o gavião sempre fingia estar procurando alguma coisa no campo vizinho e não parava.

Pintadinha, muitas vezes, gostaria que o galo não levasse tão a sério seu dever de chamar as galinhas para se levantarem de manhã. Porém, isto era um dos seus deveres e como ele era um sujeito muito consciencioso, nunca deixava de cumprir suas obrigações. De manhã, bem cedinho, costumava ficar de pé no poleiro e gritar bem alto:

– Có-có-ri-có – era o seu modo de dizer: “É hora de levantar, minhas queridas”.

– Oh, que coisa! – pensava Pintadinha – Certamente, não pode ser ainda hora de levantar. Estou com tanto sono!

Lembrava-se que um dia, Papai Galo se enganara numa linda noite de luar. Pensando que já era dia, chamou- as para se levantarem no meio da noite. Naturalmente, Pintadinha nunca mencionava o ocorrido para não magoar seus sentimentos, mas quando o escutava chamar, costumava abrir um pouquinho um olho e dar uma espiadela. Se estava escuro, colocava a cabeça em baixo da asinha e tirava outra soneca.

Quando ele começava a cantar novamente, sabia que era melhor levantar e se vestir depressa para não chegar atrasada para a refeição.

“Vestir-se?”, exclamam vocês. Ora, sim, vocês não sabiam disso? Naturalmente as galinhas não se vestem da mesma maneira que os meninos e meninas, pois não tiram suas vestes de penas nem de dia nem de noite. Sabem como Pintadinha se vestia? Quando se levantava, ou melhor, pulava do poleiro, a primeira coisa que fazia era chacoalhar-se. Não era uma chacoalhadinha só, mas, uma bem grandona; tão grande e forte que todas as suas penas ficavam soltas e fofas. Então, corria para beber um pouco de água, levantando a cabeça, quando bebia, como se fosse para agradecer. Sua ocupação seguinte era alisar as penas com o bico até que ficassem macias e lisas. Tinha uma maneira original de cuidar da cabeça. Simplesmente levantava o pé e coçava a cabeça usando as unhas como pente. Vocês não acham que ela era esperta?

Quando todas as galinhas estavam prontas, Bento, o irmão de Shirley, aparecia com a refeição. Podem ter a certeza, elas sempre se alegravam com sua chegada.

Bento era muito brincalhão. Costumava dizer a Shirley que o nome certo para Pintadinha era “Sardentinha”, pois ela tinha pequeninas manchas marrons no corpo inteiro; Shirley, no entanto, achava Pintadinha mais bonito.

Um dia, Shirley entrou correndo em casa, toda alvoroçada, chamando pela mãe:

– Mamãe! Mamãe! Venha ouvir a Pintadinha! Depressa! Ela está aprendendo a cantar com o Dino (Dino era o canário).

A mãe riu e disse:

– Está bem, querida, espere um pouco só; vou ver se seu irmãozinho está dormindo.

E, com Shirley saltitando a seu lado, foi ver Pintadinha. E lá estava a galinha, com a pequena crista vermelha da cor de uma cereja, correndo pelo galinheiro e soltando um gritinho feliz: “Có-có, có-có-có”, justinho como se fosse uma canção. Realmente, era uma canção de alegria porque se sentia muito feliz.

Mamãe sorriu e ajudou Shirley a preparar, em uma caixa, um bonito ninho de palha para Pintadinha. Alguns dias depois, Pintadinha cantou outra canção. Era uma canção de alegria também, mas os seres humanos que não sabem como dar um nome a esse cantar chamam-no de cacarejo. Pintadinha havia botado um ovo no seu ninho e estava anunciando a boa noticia para todas as amigas, de modo que pudessem se alegrar com ela. Elas cacarejavam também e o grande galo as acompanhou, portanto, o barulho foi grande. Quando Bento voltou da escola, Shirley lhe contou tudo e, segundo ele, as galinhas haviam iniciado um “pequeno conjunto vocal”. Como Bento é sabido! Não acham?

(do Livro Histórias da Era Aquariana para Crianças – Vol. V – Compilado por um Estudante – Fraternidade Rosacruz)

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