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PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Cartas de Augusta Foss Heindel: Medicina da Natureza: o Maior Curador

Se o ser humano pudesse compreender que o maior curador é a natureza! Deus preparou Seu Laboratório de modo que todo aquele que seja observador dos efeitos dos vegetais e das frutas no organismo humano saberá que contêm um remédio para cada enfermidade de que são herdeiros os seres humanos e os animais.

O animal quando está doente lhe é possível encontrar a erva ou o vegetal necessário para curar-se. Já observou você o cão ou o gato em tal caso? Se tem a oportunidade de sair do quarto onde está preso, no mesmo instante busca as folhas verdes do capim, e especialmente as pontas do trigo ou da cevada, os quais mantêm os órgãos digestivos desses carnívoros em perfeito estado de saúde. Se seu cãozinho ou gato estão doentes e não têm oportunidade de ser livres, leve-os ao campo e permita-lhes que por si próprios encontrem sua medicina; se lhes concede que sigam seus instintos, rapidamente ficarão curados. Se as folhas do capim contêm tudo o que necessita o enorme corpo de um boi ou de um cavalo para alimentá-los, quanto mais podia receber o ser humano dos vegetais mais altamente cultivados e evoluídos?

Para as queimaduras, escaldaduras e contusões, moa-se a batata crua ou a cebola e use-se como emplasto; absorverá toda a inflamação.

A cebola crua, quando se corta em fatias e se põe entre dois biscoitos de água e sal como um sanduiche, e se comem tendo vazio o estômago cada noite antes de dormir, reconstruirá o sistema nervoso, assegurando um sono profundo. Enquanto o corpo descansa, esse vegetal maravilhoso atuará como uma escova para limpar o fígado e os intestinos de suas impurezas.

O alho, esse vegetal tão desprezado, devido a seu odor, quando se come em forma de sanduiche entre fatias de pão integral, eliminando toda outra classe de alimentação por alguns dias e fazendo três comidas ao dia desse sanduiche, curará as escrófulas, os desarranjos biliares, a prisão de ventre e os catarros, sendo também muito útil nos casos de elevada pressão sanguínea e endurecimento das artérias.

Se o sangue está anêmico, ou com falta de ferro, o espinafre, as beterrabas, a alface, o almeirão silvestre e as maçãs vermelhas, que estão bem supridas com o ferro da natureza, são os vegetais e frutas que se deveriam comer. Todas as substâncias minerais que se vendem como drogas nas farmácias são prejudiciais e não são assimiláveis pelo sangue. O mel é um maravilhoso estimulante, e restaurará a energia e força do organismo depois de um trabalho muscular intenso. O mel quando é misturado com o suco de limão é bom para curar as enfermidades da garganta, catarros e resfriados, e quando é mesclado com água também cura as queimaduras do sol e as mãos gretadas.

Uma laranja ou uma maçã comida durante a noite antes de ir dormir e ao se levantar em jejum, faz a mesma coisa, estimula a ação dos intestinos e com o tempo cura a prisão de ventre.

As réstias dos feijões verdes podem secar-se e armazenar-se para casos de emergência; fazendo-se infusão delas como se fosse um chá, aliviará todos os distúrbios de bexiga e são um regulador eficiente dela.

Para aclarar a cútis e obter o brilho do cabelo, coma-se pouco creme, gordura ou gemas de ovo, mas bastantes vegetais ou saladas, tais como almeirão, espinafre, as pontas da beterraba tenra, (as folhagens) cenouras, mostarda silvestre, agrião, etc.

A seguinte tábua de alimentos terapêuticos pode ser de utilidade:

PARA OS NERVOS: As cebolas, alface, cenouras, maçãs. Passas negras, morangos, amoras, aipo.

PARA FORMAR OU ENRIQUECER O SANGUE: As beterrabas, cenouras, espinafre, alface, morangos, maças vermelhas, ameixas, uvas vermelhas.

PURIFICADORES DO SANGUE E DO FÍGADO: As cebolas, o alho, as cenouras, nabos, almeirão silvestre, tomates, ameixas em passas, ameixas, figos e pêssegos.

PARA OS RINS: Os aspargos, alcachofras, almeirão silvestre, suco de maçãs, feijões verdes, ervilhas verdes, limões.

PARA O RAQUITISMO OU DEFICIÊNCIA DE CÁLCIO: Vagens verdes do feijão, ervilhas verdes, cenouras, maçãs, morangos.

PARA O ESTÔMAGO: Tudo o que geralmente poderíamos aconselhar para este órgão, quando sofre transtornos, é um descanso muito necessário, deixando de ingerir alimentos durante um ou dois dias.

(De Augusta Foss Heindel, publicado na Revista Rays from the Rose Cross – Publicado na revista ‘Serviço Rosacruz’ – 11/1978)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Protesto da Natureza

Protesto da Natureza

O poder da Natureza e sua influência sobre nós, como parte integrante da mesma, é incontestável.

É dele que extraímos o alimento, o ar que respiramos, a água, o benefício que nos proporciona a energia solar e o rico alimento dos mares como se um mundo à parte fosse dentro do nosso próprio mundo e, no entanto, é triste reconhecer o perigo ecológico que ora nos ameaça.

Com um pouco de sensibilidade, alguém ouviu do misterioso silêncio da Natureza o que passo a comentar.

A noite estava silenciosa, longe do vozerio da cidade, pois o fato que originou o presente relato é passado na pureza de um aprazível sitio. E eis a impressão desse alguém que meditava na ingratidão do ser humano para com Deus: o monólogo, para os que pensam que ele estava só, começa quando a criatura, ouvindo estranhos sons, procura classificá-los e acaba concluindo que tudo que se passou tem raízes profundas de verdade.

Na bucólica paisagem reinante, a noite é cálida e as estrelas, prateadas falenas divinas, como se fossem partículas de diamantes espargidos pelo zimbório celeste, oferecem magnífico cenário propício à meditação e essa alma contemplativa e cheia de sensibilidade, depois de ouvir e observar com cuidado o que à sua volta se passa, entretém suave diálogo com uma voz estranha e obtém as respostas que tanto a surpreendem.

– Por que ouço no ar soturno soluçar uma espécie de gemido não muito nítido, mas real? E a resposta não se faz esperar.

– O som que se faz ouvir é meu triste protesto contra os que estão a me poluir de mil maneiras. Sou o vento que soluça entre os ramos das árvores, pois já não sirvo como aragem que refresca nem como o ar que alimenta as criaturas. Quando corro, como as águas dos rios tropeço a cada passo, pois vejo deturpados os meus intentos. Quero, com minhas águas, fertilizar o solo, servir de meio de transporte, alimentar peixes e distribuir as minhas águas como enriquecedora fonte a ser consumida. Quando tratada, mitigo sede de todo ser vivente e para mil coisas estou sempre pronta a ser útil. Sou eu ainda que alimento as usinas de força e, unida ao sol, faço crescerem as plantas.

Sou os peixes e as aves que estão morrendo pela poluição daqueles que não me prezam como os prezo eu. Sou todos os animais que são sacrificados como distração para o ser humano que me destrói apenas por esporte, que me trancafia em zoológicos, tirando-me do meu habitat.

Sou as árvores decepadas sem escrúpulo e sem necessidade e que, dentro em pouco, privarão o mundo do oxigênio que generosamente ofereço.

Sou o obscuro grão de areia que pulsa em suas mãos. Sou, igualmente, a pedra que rola pelos caminhos do mundo como algo sem valor, como o pensam as crianças quando me atiram por diversão ou ainda quando me fazem explodir nas pedreiras os adultos, mas aí é diferente; quando elas se despedaçam, minha alma se divide e se multiplica, pois vou servir para alguma construção e me sinto feliz. Quando me tornam útil, sinto-me respeitada.

Muitas vezes, tenho lançado meus protestos através da boca dos vulcões que ponho em erupção ou nos terremotos e maremotos que provoco com grande alarido, afim de ver se com isso desperto o ser humano para a sua evolução, mas minha voz não é ouvida.

Choro por seres que querem e são impedidos de nascer. Pelas guerras e desigualdades que vejo. Pela fome que assola grande parte da população, pois o egoísmo dominou o mundo. Contudo, ainda assim, estou sempre procurando a tudo suportar, pois se muitos fizerem e entenderem o que você faz agora, dentro em breve voltarei a sorrir como as flores nos jardins, como o canto dos passarinhos, como a cantiga das cascatas, como o vento suave a entoar singela melodia.

Como toda a humanidade, possuo o meu lado alegre e o triste. Vou lhe revelar agora quem sou. Eu sou a alma de tudo que o rodeia. Sou a Alma da Natureza, que tudo vê e observa. Sou sua melhor amiga e quero estar sempre sendo sentida pela humanidade.

Alma irmã da minha alma, já se faz alta a noite e os Anjos a convidam para um sono feliz. Caminha para casa e vê se sonha comigo e divulga esse sonho quando despertar. Sou a Alma da Natureza a dialogar com a alma humana.

(Publicado na revista ‘Serviço Rosacruz’ – 02/86)

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