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PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Carta de Max Heindel: Nossa Responsabilidade em Divulgar a Verdade

Nossa Responsabilidade em Divulgar a Verdade

Em relação à carta do mês passado, um dos Estudantes escreve: “Na sua carta parecia estar pressupondo que não há segredo ou critério por parte do indivíduo que conhece as coisas ocultas, para ser praticada e divulgá-la aos demais, não incorrendo com isso em nenhuma responsabilidade pessoal; pelo menos, para mim, sua explicação não pareceu clara”.

É claro que é impossível abranger um assunto dessa magnitude em uma ou em várias cartas. No entanto, a questão sobre a responsabilidade de divulgar a verdade, realmente, nos preocupa na medida em que o perigo do seu uso indevido acontece. O meu correspondente também diz que: “há certas seitas nesse país que possuem alguns poderes e os empregam com fins egoístas e avarentos”, e pergunta se seria errado reter os poderes ocultos de tais pessoas. Certamente não. Contudo, os Irmãos Maiores cuidam disso, pois são os reais guardiões de tudo que for altamente perigoso. O hipnotismo, certamente, é perigoso, mas não tanto como os poderes ocultos que o nosso correspondente indaga.

Durante a antiga Dispensação dos Israelitas[1], as trevas reinaram no Santo dos Santos e somente era permitido que alguns poucos sacerdotes e Levitas entrassem no Templo. Apenas o Sumo Sacerdote podia entrar no Santo dos Santos e uma vez por ano. Contudo, na Crucificação o véu do Templo foi rasgado e o Templo foi inundado de luz e, desde então, nenhum segredo tem vigorado na Iniciação. Entretanto, num certo sentido, ela é tão secreta como sempre o foi, pois como eu disse na Carta do mês passado, ela não consiste em nenhum tipo de cerimônia.

É uma experiência interna, e nós devemos ter o poder dentro de nós mesmos para viver tal experiência, antes que a Iniciação possa chegar até nós. É segredo no mesmo sentido que os mistérios da raiz quadrada o são para uma criança. Nenhuma quantia de dinheiro para a iniciação poderá transmitir o entendimento à uma Mente infantil sobre os mistérios da raiz quadrada; ela deve viver a quantidade de anos suficientes e amadurecer, gradualmente, até que seja possível iluminá-la. Quando este ponto for alcançado, não haverá dificuldade alguma para a iluminação.

Ela compreenderá e verá a verdade facilmente. É exatamente essa verdade de que falei na Carta do mês passado. O Discípulo deve passar por um período de treinamento e por meio dessa preparação se torna maduro e mais calmo para viver a verdade dentro de si. Então, quando chegar a hora, será muito fácil para o Mestre ou Iniciador lhe mostrar, pela primeira vez, como aplicar a verdade que ele encontrou, usar o poder que acumulou, e então, ele é iniciado. Contudo, essa experiência não pode ser comunicada a ninguém. É absolutamente inútil tentar transmiti-la.

Não é através de uma cerimônia ou outra exibição externa que a Iniciação será alcançada pelo ser humano, mas é uma consequência real das suas ações passadas. Portanto, o iniciado pode aplicar sua verdade em sua vida diária, embora, outros possam ser absolutamente incapazes de chegar até ela, tanto quanto a criança é incapaz de entender o que está acontecendo como um exercício de raiz quadrada está sendo feito diante de seus olhos. Portanto, as reais e vitais verdades estão guardadas de todos, até que a chave do mérito abra a caixa do tesouro.

(Por Max Heindel – livro: Cartas aos Estudantes – nr. 42)

[1] N.T.: 1ª e 2ª Dispensação.

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