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PorFraternidade Rosacruz de Campinas

O Menino que Esquecia – Palavra Chave: Forças Secretas

O Menino que Esquecia
PALAVRA CHAVE: Forças Secretas

Era uma vez um menininho alegre, cheio de vida e sempre bem-humorado. Todos os seus companheiros gostavam muito dele, pois podia contar as mais belas histórias de aventura e sabia muitas coisas interessantes sobre países longínquos, pessoas estranhas e Espíritos da Natureza, e também sobre muitas outras coisas que a maioria deles desconhecia.

No entanto, esse garotinho era muito esquecido. Parecia que nunca, nunca, conseguia lembrar-se das coisas.

Ele se atrasava para o café da manhã quase todos os dias e, quando finalmente chegava à mesa, tinha esquecido de pentear os cabelos, amarrar os sapatos, ou – bem – sempre esquecia de alguma coisa.

Saia para a escola e esquecia de levar todos os livros, ou ainda ia embora sem levar o lanche, e sempre esquecendo de fazer as coisas certas nas horas exatas.

Até a época em que esta história começa, sua querida mãe estava constantemente tomando conta do filhinho, chamando-o de volta para pegar os livros esquecidos, ou o que quer que fosse. Mas, em um dia memorável e como sempre, ele esqueceu algo muito importante, e nossa história é sobre isso.

Era um maravilhoso dia de sol quente, e o ar estava cheio de vida. Planejou-se um gostoso piquenique e todos estavam animadíssimos com esse feriado delicioso!

Como de costume, nosso amiguinho esqueceu de se vestir adequadamente, e ainda se atrasou para o café. E assim foi-se atrasando para tudo. Finalmente, a família cansada de esperar, saiu sem ele. Ao sair, sua mãe recomendou:

– Não se esqueça dos fósforos.

O alegre grupo saiu em direção ao bosque e enquanto caminhavam, comentaram sobre o esquecimento do menino.

Alguém disse:

– Que pena ele ser tão esquecido. Que se pode fazer?

Um outro ponderou:

– Se ele se esforçasse para lembrar ao invés de sempre esquecer, com certeza melhoraria.

Outro concluiu:

– É só uma questão de força de vontade. Qualquer coisa que você deseje fazer, você pode fazer se realmente o desejar.

Finalmente, nosso menininho saiu para o alegre passeio e, depois de já ter andado muito, lembrou-se dos fósforos.

Virou-se e fez novamente todo o caminho de volta até sua casa. Isto tornou o passeio muito longo e ele estava bastante cansado quando chegou ao piquenique.

Sentiu-se um pouco envergonhado ao aproximar-se do alegre grupo; eles o importunaram, perguntando-lhe se tinha esquecido os fósforos.

– Ande logo, disse um do grupo.

– Estamos com fome e não pudemos acender o fogo até que você chegasse com os fósforos, censurou outro. Da próxima vez, nós traremos os fósforos conosco, e não fará diferença nenhuma se você vier ou não.

Essa última observação realmente ofendeu o menino que sempre esquecia algo, e ele meditou a respeito disso o resto do dia. Mesmo assim, ajudou a juntar os gravetos. Então, um dos meninos disse:

– Agora, se você não esqueceu os fósforos, acenda o fogo.

Ele acendeu e sentou-se para ver as labaredas. No começo os gravetos queimavam lentamente, então houve um leve assobio, um som meio estalado e logo em seguida, uma minúscula voz disse:

– Bem, bem, não fique aí sentado, só olhando; dê-me mais papel se você quer que eu queime logo estes grandes galhos. Depressa, seja rápido ou morrerei antes!

O menino ficou surpreso, mas jogou um enorme pedaço de papel sobre os galhos. Estalos, estalos, os galhos crepitando e, então, surgiu uma esplêndida chama. Fascinado, o garoto olhou e olhou fixamente porque não podia acreditar em seus próprios olhos. Que era isto? O fogo teria vida? Sim, tinha! As faíscas estavam realmente vivas enquanto pulavam entre os gravetos.

– Ah, ah, disse a vozinha, você não teria fogo sem nós. Oh, nós acendemos fogos e os fazemos queimar, gritaram as faíscas vivas.

– Quem são vocês? Perguntou o menino.

– Você não sabe? Disseram as sinuosas coisinhas no fogo.

– Não, eu nunca tinha visto lagartixas no fogo, disse ele.

– Lagartixas? Disse o fogo zangado. É assim que você chama os Espíritos do Fogo? Lagartixas, ora essa! Nós somos as Salamandras, e você nunca em todo o extenso mundo poderia ter um fogo sem nós. Não ousaríamos esquecer de vir, e temos que ser pontuais, pois muita coisa depende de nós neste mundo. O grande Espírito do Sol manda-nos trabalhar no mundo, e nós temos um trabalho muito importante a fazer. Algumas salamandras vivem nas fogueiras como esta; outras vivem nos fornos, nas casas das pessoas; outras ainda, nos enormes fornos das usinas, e outros lugares como esses.

Então, as Salamandras riam e saltavam alto, cada vez mais alto e a vozinha continuou:

– Nós, Salamandras, só trabalhamos com o fogo e estamos sempre juntas, em grupos, guiadas pelos sábios Espíritos-Grupo que nos ensinam como fazer fogo e relâmpagos também. Mas, isto é um segredo, às vezes, por esquecimento ou travessura maliciosa de algumas de nós, alguma coisa sai errada e acontece uma explosão; algumas vezes até um vulcão soltará fogo, bem alto.

– É melhor chamar sua mãe, senão o fogo ficará muito quente para cozinhar, disse outra pequena voz.

Mas espere só um minuto, pois primeiro quero dizer-lhe algo mais! Se eu fosse você, garoto, pararia de esquecer agora mesmo. Não espere mais. Use sua força de vontade, sem vacilação. Diga para você mesmo, a partir de agora: “Eu quero me lembrar,” e vá em frente e lembre-se. Logo seu lembrador estará tão forte, que não saberá mais como esquecer.

– Que fogo animado! Disseram algumas das pessoas presentes.

– Sim, disse o nosso menino, e esse fogo me ensinou uma grande lição. À partir de agora, eu transformarei meu esquecimento em recordações e, se alguém de vocês precisar de alguma coisa, pode contar comigo.

E vocês, fiquem sabendo que em pouco tempo as pessoas diziam dele:

– Que menino simpático! Tão responsável, ele nunca esquece de nada!

(Do Livro Histórias da Era Aquariana para Crianças – Vol. V – Compiladas por um Estudante – Fraternidade Rosacruz)

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