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PorFraternidade Rosacruz de Campinas

O Tônico do Gafanhoto – Palavra-chave: Estabilidade

O Tônico do Gafanhoto

Palavra-chave: Estabilidade

Um dia, uma linda joaninha estava sentada em um botão de rosa que crescia no jardim. Era um jardim com muitas árvores maravilhosas, flores lindas e folhas verdes delicadas. A joaninha estava muito elegante em sua capa vermelha e, enquanto mordiscava sua refeição da manhã, quem ela vê espiar ao seu lado, senão um grande gafanhoto!

– Bom dia, Senhor Gafanhoto, disse alegremente.

Percebeu que o gafanhoto não estava dando grandes saltos e nem voando pelos ares como geralmente fazia.

Devia estar com algum problema. O que seria? Estava mancando apoiado em uma muleta e andando com muita dificuldade. Tinha a cabeça amarrada com um pedaço de flanela vermelha e parecia, oh!, tão pálido e verde! A joaninha percebeu que algo de terrível devia ter acontecido.

– Então, Senhor Gafanhoto, perguntou a joaninha preocupada, está doente?

O Gafanhoto olhou para ela e tinha grandes lágrimas nos olhos quando contou-lhe que havia se esquecido de vestir seu gorro de dormir quando foi para cama na noite anterior, e pegara um terrível resfriado quando o nevoeiro soprou do mar. Agora estava com uma grande dor de cabeça, espirrava a cada minuto e sentia-se muito mal, mesmo.

– Por que está usando uma muleta? – Quis saber a joaninha. Quebrou o seu saltador?

Ela queria dizer a sua perna, naturalmente, mas, não era considerado educado dizer “perna” por isso disse “saltador”. Era muito bem educada, pois havia frequentado a Escola Maternal do Senhor e Senhora Besouro, embaixo da parreira, onde todas as joaninhas, formigas, besouros e outros bichinhos aprendiam boas maneiras.

– Estou com reumatismo, fungou o gafanhoto, e é uma coisa muito séria.

E era sério mesmo, pois, a perna do Gafanhoto é uma grande parte dele, o que significa que a dor é também muito grande. Assim, não era de admirar que o pobre coitado gemesse e se sentisse tão mal, perdendo até o apetite.

– Sinto muito por você, disse a joaninha. Acho que se você tivesse uma pequena estabilidade, logo sararia. O Gafanhoto não sabia o que era “estabilidade” e nem sabia ao certo que gosto tinha, por isso ele sentou-se e chorou.

A joaninha sentiu mais pena dele do que nunca. Tirou sua capinha vermelha e colocou-a sobre o Gafanhoto para aquecê-lo e disse-lhe que se animasse. Voou então para a casa do Dr. Abelha Atarefado. O médico estava tomando sua refeição de mel, mas, logo que ouviu falar sobre o estado do Gafanhoto, colocou o seu chapéu, pegou sua malinha preta e saiu imediatamente.

Encontrou o Gafanhoto apoiado em uma roseira.

– Ponha a língua para fora, pediu o Dr. Abelha Atarefado.

O Gafanhoto abriu a boca só um pouquinho e mostrou a pontinha da língua.

– Abra bem a boca, insistiu o médico, e estique a língua o máximo que puder.

Assim fez o Gafanhoto e que língua grande ele tinha!

– Hum! disse o Dr. Abelha Atarefado. Você precisa é de uma boa dose de estabilidade.

– Foi isso o que a joaninha disse, choramingou o Gafanhoto. Tem gosto ruim?

– E agora, o que há com sua perna? continuou o Dr. Abelha Atarefado, sem dar atenção à pergunta do Gafanhoto e pegando a perna para examinar.

– Ui! guinchou o Gafanhoto. Dói!

– Tome um pouco de estabilidade, disse o médico, e você logo ficará bom.

– Como posso consegui-la? perguntou o Gafanhoto debilitado.

– Vou dar uma receita, respondeu o doutor, tirando da malinha preta uma folha de papel e escrevendo alguma coisa nela, com um lápis.

Deu o papel ao Gafanhoto dizendo-lhe que fosse com a joaninha até a Escola Maternal debaixo da parreira e o entregasse para o Senhor ou Senhora Besouro. Então, voou para casa a fim de terminar sua refeição de mel da manhã.

– Venha e lhe mostrarei o caminho, acrescentou a joaninha, ajudando o Gafanhoto a levantar-se.

Quando chegaram à Escola Maternal deram a receita à Senhora Besouro que a leu e depois a entregou ao marido que parecia ser muito severo.

– Nunca é tarde para aprender e corrigir-nos, disse ele.

Colocou o Gafanhoto em uma classe junto com alguns bichinhos, formiguinhas e outros insetos jovens, para aprenderem uma música com estas palavras:

– Todos os dias e de todas as maneiras, devemos amar-nos uns aos outros.

Puxa! Como era grande o Gafanhoto perto dos outros. Mas veja, ele não havia aprendido essa lição quando garotinho e tinha que aprender agora. E vocês sabem, este foi o tônico que o curou, aprendendo a amar as pessoas. Isso foi o que a joaninha e o Dr. Abelha Atarefado entenderam quando lhe disseram que precisava de estabilidade, pois quando amamos nossos semelhantes, todos podem contar conosco para fazer a coisa certa, e isto é estabilidade.

Quando o Gafanhoto aprendeu a amar as pessoas, ele tornou-se sadio, feliz e sábio e sarou do seu reumatismo.

Então, jogou fora a sua muleta, conseguiu saltar ainda mais longe do que antes e tão alto, que quase não se conseguia vê-lo.

O melhor de tudo é que, quando aprendemos a amar as outras pessoas e conseguimos sarar das doenças, tornamo-nos sadios, felizes e sábios também.

(do Livro Histórias da Era Aquariana para Crianças – Vol. V – Compilado por um Estudante – Fraternidade Rosacruz)

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